Nossos Filhos escrita por Suellen-san
Notas iniciais do capítulo
Um amigo ficou meio enjoado de ver só casais dourados e me proposto um pequeno desafio, um casal hetero e que ninguém juntaria e pensei neles. Espero que gostem. E sim. Vou continuar com os casais dourados o próximo é revolucionário. Boa leitura!
June observava, na varanda da mansão de Saori, o jardim. Estava no Japão para dar a luz ao primeiro filho, ou melhor, a primeira filha do casal. Mas havia alguém que não estava se comportando tão bem após saber que ia ganhar uma irmã. Esse alguém era James, o filho adotivo do casal, o menino esta com cinco anos, porém quando soube que os seus pais iam ter um filho legitimo começou a agir estranhamente.
- James?
June o chamou mais nada do menino aparecer. Suspirou e levantou-se para ver o que o menino estava aprontando. Ela sabia que tudo o que ele fazia era para chamar a atenção dos pais, pensando que ira perder seu lugar na família.
- James?
Subiu até o quarto mesmo sentindo fortes dores no vente. As primeiras alterações foram no modo de falar, James começou a falar igual a uma criança que começava a aprender as palavras. Jabu, seu marido, tentou de tudo e segundo os médicos o menino queria chamar a atenção. Então sempre que podiam o levava junto às consultas. James ficava maravilhado, mas logo voltava a ficar rebelde dizendo que odiava a nova irmã.
- James?
Entrou no quarto e viu a bagunça, roupas por todo o lugar e nada do filho. Suspirou mais uma vez e resolveu colocar em ordem naquela confusão, mas sentiu fortes dores e se sentou na cama do filho. June se sentiu culpada por tudo. Estava se sentindo a pior mãe do mundo e começou a chorar, a gravidez a deixou muito sensível e qualquer coisa, a levava a cair em brando.
James a observou escondido no armário. Ele não queria dividir a sua mãe nem o seu pai com uma menina ou menino, quando soube que ia ter que dividir os brinquedos e atenção ficou furioso. Começou a desobedecer aos seus pais aquém lhe dava muito carinho e amor. Entretanto quando mais mal criava mais amor recebia.
Começou a chorar também ao ver a mãe triste. Porque não conseguia amar aquele novo ser que ia nascer? Talvez porque no orfanato os meninos e as meninas nunca quiseram brincar com ele por ser diferente. Por usar óculos e por ser baixinho demais para a sua idade. Será que a filha dos seus pais ia fazer a mesma coisa?
Viu a mãe sair, saiu de dentro do armário e olhou a bagunça que fez. Mas o que lhe chamou a atenção foi à mancha de sangue no lençol onde a sua mãe estava sentada. Bufou de raiva por fazê-la sofrer e resolveu arrumar o seu quarto antes de ver se sua mãe estava bem.
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James quando terminou foi ver a sua mãe e ao entrar no quarto ficou assustado com a cena que viu. June estava sentada na cama com o seu lindo vestido florido manchado de sangue. James correu até ela desesperado e segurou a mão de June.
- Mãe?
- James... – Falou a amazona.
- Calma mãe.
Ela ia falar algo, mas o viu correndo para fora do quarto, sentiu uma dor era imensa que não deixou sair uma palavra. James foi até a sala de estar, cozinha, em todos os lugares da mansão e não viu ninguém. Tinha que ajudar a sua mãe. Então voltou ao quarto mexeu na bolsa da mãe, sobre o olhar de June que tentava entender o que o filho fazia.
- Não morre mãe.
Deixou algumas lágrimas caírem molhando os óculos e encontrou o celular.
- O número do papai.
- Aperta... – Tentou falar a amazona. - O número... DOIS... AI!
James o fez e esperou até ouvir a voz de Jabu enquanto a amazona tentava entender o que se passava consigo.
- Alô! – Estranhou o telefonema da esposa. - June? – Perguntou o cavaleiro de bronze.
- Pai... É o James... A mamãe esta sangrando... Pai... A mamãe não... Pode morrer...
- Calma filho.
- Eu não quero... Eu fui mal... Pai...
- James fique calmo.
Jabu fez um gesto para a secretária entrar no escritório e enquanto falava com o filho escreveu num papel que chamasse a ambulância que a sua esposa estava passando mal. A secretária correu para o outro telefone e enquanto discava os números, viu o chefe sair correndo.
- James se acalme e me escute. – Seguia para a garagem da fundação.
- Ela vai morre pai?
- Não. – Ele estava tremendo, porém tinha que passar confiança ao filho. – Só me escute.
- Certo. – Tentou parar de chora e não embaçar os óculos. – O que faço?
- A ambulância esta a caminho e eu também. Quando eles chegarem os leve até a sua mãe. Cuide dela. Qualquer coisa ligue para mim.
- Estou com medo pai.
- Seja forte. – “O que será que tinha ocorrido?” Pensou o cavaleiro. - Já estou chegando.
- Certo.
Assim que James desligou o telefone olhou a mãe que respirava estranho.
- Mãe aguenta, ta.
June só balançou a cabeça e segurou a mão do filho que sorriu. Os dois escutaram a campainha tocar e James saiu correndo para atender. Viu a ambulância e levou os médicos até o quarto dos seus pais. Ficou de longe olhando toda a movimentação e segurando o celular. Os médicos a colocaram na maca e a levou até a ambulância no exato momento que Jabu chegou.
- James! – Falou o cavaleiro.
- Pai! – Abraçou o com força. – A mamãe...
- O senhor é...? – Questionou um dos médicos.
- Sou o pai dele e o marido dela. – Informou ao paramédico. – Para qual maternidade vai levá-la?
- Acho melhor vocês entrarem na ambulância.
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Ninguém soube o que realmente houve com a amazona de camaleão. Mas Jabu se lembrou da última consulta com o médico da fundação que sabia do passado de todos os cavaleiros e amazonas.
Segundo o Doutor, June sofreu alguns ferimentos sérios por conta do treinamento de amazona na ilha de Andrômeda. E a gravidez poderia ser de risco, mas os dois queriam correr todos riscos já que sentiam que o filho deles era muito solitário.
A enfermeira chamou o marido e James esperou com outro cavaleiro de nome estranho. Não deu importância quem o vigiava, mas estava preocupado com a sua mãe. Culpou-se por ter sido um menino desobediente e por não ter ajudado a sua mãe. Começou a chorar e viu o rapaz dizer que tudo ia ficar bem.
Se pudesse fazia tudo diferente. Então resolveu fazer uma oração que ensinaram no orfanato e pediu a quem quer que o ouvisse que salvasse a sua mãe e a sua irmã. E nunca mais faria algo de ruim e sempre que pudesse estaria ao lado da sua irmã a protegendo.
Ia ser um bom garoto tanto para os seus pais quando as outras pessoas. Nunca deixaria ninguém fazer mal a sua irmã caçula e a protegeria de todos os males, jamais ela passaria pelo que passou nem que tivesse que dar a sua vida.
Viram o médico os chamarem e foram guiados a um quarto depois de horas de espera, lá dentro James as viu. June dormia por causa dos medicamentos e Jabu olhava algo numa espécie de berço, deduziu o garoto.
- Vem ver filho. – Falou Jabu
James se aproximou e sorriu mais do que nunca por ver a copia perfeita da sua mãe no pequeno corpinho. Os olhos e os cabelinhos do mesmo jeito que a amazona.
- Ela esta bem por sua causa, filho. – Falou baixinho o cavaleiro.
- Não pai. – Jabu o olhou sem compreender. – Eu fui um menino mal. Desobedeci vocês dois que cuidam de mim com tanto amor...
- Filho. – Abraçou o garoto que começava a molhar os óculos de grau. – Você não fez por mal. Mas...
- Mas?
- Prometa que vai cuida bem dela e de sua mãe.
- Prometo.
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Alguns anos depois...
July corria ou tentava correr até o quarto do irmão, assim que chegou da rua com a mãe, segurando algo nas mãos pequenas. June sabia que a menina sempre queria estar perto do irmão e adorava vê-los juntos.
July parou na porta do quarto do irmão e o viu estudar, foi o que deduziu ao vê-lo sentado com o livro aberto. Sorriu mais e aproximou-se com cuidado colocando o acessório no rosto.
- Me! – Falou a menina.
James parou o que fazia e olhou a irmã ao seu lado. July não conseguia ainda falar seu nome, mas para a menina era mais prático falar “Me” do que James.
- Onde...? – Ia falar sobre o acessório, porém a menina foi mais rápida.
- Mama.
- Ficamos iguais.
- MANO!
Gritou ela levantando os braços, Jabu observava a cena dos dois rindo no quarto. Pensou em pegar a máquina fotográfica, mas sua esposa pensou rápido e veio fotografar os dois.
- Olha o passarinho. – Falou a amazona.
- Pasaro?
July procurou o animal, James riu da cara da irmã que o olhava querendo saber do animal. Jabu olhou a foto que não saiu como eles queriam, mas podiam ver que a mais nova integrante da família queria parecer e muito com uma pessoa. E essa pessoa era James, July pediu a sua mãe um par de óculos de plásticos que se compra em qualquer lugar só para se parecer com o irmão.
Sim. July amava muito o irmão desde o dia que abriu os olhinhos e viu aquele menino de aparência normal com uma coisinha engraçada na cara. Mesmo sem saber o que era, queria ter um e o teria mesmo que tivesse que fazer o impossível.
- ME!
Abraçou o irmão e sentiu o abraço da pessoa que mais amava no mundo depois dos seus pais. Ambos pensavam a mesma coisa. Uma família feliz afinal.
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Até a próxima postagem.
=D