– Gabriel?! - Dean perguntou, quase uma exclamação.

O arcanjo sorriu para o homem, entrando na casa.

– Mas que droga! - Sam andou chegando próximo ao Arcanjo. - Não é possível.

– Ora Sammy, claro que é! Você e Dean já não morreram um monte de vezes e voltaram para contar a história?! Eu também vim contar a minha história.

– Como?

– Deus. Papai me trouxe de volta Dean.

– Mas isso não prova que você é você mesmo.

– É ele Dean. Posso sentir a aura dele. - Castiel falou, aparecendo na sala. - Cada anjo tem a sua, e uma é diferente da outra.

– Exatamente Cassie! - O anjo concordou, estralando os dedos.

– Sentiram minha falta?

– Gabriel?! - Amelia entrou na sala, logo atrás de Castiel.

– Olá Amy!

A mulher sorriu, começando a chorrar, e correu até o arcanjo, envolvendo-o em seu braços num longo abraço.

– Eu não acredito que é você mesmo Gabriel! - Amelia segurou o rosto do arcanjo entre as mãos, examinando o rosto dele, observando cada detalhe, como se não acreditasse no que via.

– Eu disse que nunca te deixaria, não disse? - Falou, beijando a palma da mão da mulher. - Então, como estão os preparativos para a Grande Feste? - Perguntou, segurando Amelia nos ombros, como num meio abraço, ficando de frente para os outros.

Todos naquela sala tinham uma expressão estranha nos rostos, mas nenhuma delas, de Sam, Dean ou Bobby se comparavam a expressão no rosto de Castiel. Parecia que ele estava a ponto de atacar o recém chegado. Como se o maior desejo dele fosse ter o sangue do arcanjo escorrendo pelas suas mãos.

Amelia teve apenas um relance daquela visão, pois em segundos o anjo voltou a ter sua expressão normal, controlada.

Eles passaram o dia todo relatando para Gabriel como estavam se preparando para a batalha do Apocalipse, quando sairiam da casa do Bobby e para onde iriam.

Já era passado da uma hora da manhã, quando todos foram se deitar, todos menos Amelia e Gabriel. Os dois ficaram sentados na sala conversando.

– Você não mudou nada Amelia! Só envelheceu um pouco...

– Hey não me chame de velha! - Ela riu, segurando a mão do arcanjo. - Você também não mudou nada... Afinal como conseguiu achar o seu antigo receptáculo?

– Por ai... Eu gostava desse, me deixa sexy...

Isso fez com que Amelia risse escandalosamente.

– Ah Gabriel, tinha me esquecido como você me divertia. Senti muito a sua falta.

– E eu a sua minha querida. Deixo você sozinha por apens dois anos e veja o que acontece!

– Você sabia que eu era um imã para problemas...

– Ainda é! - O arcanjo falou, ficando sério. - Você matou Kali. A minha Kali.

Amelia estranhou ele ter mencionado aquilo, o sorriso desaparecendo do rosto dela.

– Como?

– Não se faça de santa Amelia, você a matou. Eu amava ela.

– Ninguém mandou você deixar a espada com ela.

– Eu não podia deixá-la com você. Mas por que você a matou? Você traiu a mim Amelia, e você sabe, que eu nunca te perdoarei por isso, não sabe?

–... Me desculpe Gabriel. Mas eu tive meus motivos..

– Tendo motivos ou não Amelia... - O arcanjo não concluiu. - Eu ainda amo você Amelia, mas nunca vou te perdoar por matá-la.

A nefilim soltou a mão do arcanjo, e saiu da sala; não tinha raiva de Gabriel, tinha raiva de si mesma. Ele tinha razão, sempre tivera, e ela fez errado ao matar aquela mulher. Subiu as escadas, indo deitar e deixando o arcanjo sozinho.

Gabriel se levantou, mas ficou parado no meio da saleta.

– Castiel, Castiel... Não sabe que é falta de educação ouvir a conversa dos outros?

O anjo apareceu atrás do arcanjo, as mãos dentro dos bolsos do seu sobretudo bege.

– Afinal, você está fazendo o que? Me vigiando?

– Não tenho motivo algum para vigiar você.

– Ahh... Você está vigiando ela, não é isso? - Gabriel olhou para cima, imaginando onde Amelia estaria deitada. - Quem diria Castiel que você se apaixonaria! E por um nefilim!

– Isso não é da sua conta.

– Estamos curto e grosso hoje! O que foi? Incomoda saber que a antiga paixão da Amy voltou?

– Você fique longe dela!

– Isso é uma ameaça Cassie? - O arcanjo sorriu irônico.

– Afinal porque você jogou toda a culpa nela? Que nunca a perdoaria pela morte da deusa? Quase perdemos Amelia naquele dia. O que você pretende fazer com isso? Abalá-la novamente?

– Me desculpe Castiel, prometo não fazer de novo, está bem? - Gabriel falou com desdém. - O que foi? Não confia em mim?

– Nem um pouco. - Falou, desta vez desaparecendo de vez dali.

No momento em que Castiel sumiu, os olhos castanhos do arcanjo ficaram vermelhos, seu rosto convertendo-se num sorriso demôniaco.