The Beginning Of The End escrita por Caa Gold


Capítulo 8
Can't Get You Out Of My Head




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Amelia não viu outra saída, e reencostou a cabeça no braço do sofá, fechando os olhos.

Minutos depois, ou foi o que lhe pareceu, ela acordou. Sentia-se um pouco melhor, embora parecesse que não dormira nem dez minutos. Levantou, reparando que já era noite. Quantas horas será que ela dormiu? 15h, 16 horas?

Nenhuma luz na casa estava acesa; deduziu que Sam e Dean estavam dormindo. Depois de dias, finalmente eles puderam descançar um pouco. Pisava com leveza no assoalho, sem fazer barulho algum. Abriu a porta da geladeira pegando uma jarra com água. Sentia a boca seca, tomando quase todo o líquido do recipiente.

Um vulto sobre os carros chamou sua atenção. Olhou através da janela, e viu que no alto de uma das pilhas de carros, um homem de sobretudo bege estava sentado.

A nefilim saiu para fora; Estava frio e como uma reação comum ela colocou as mãos sobre os ombros, tentando se protejer dar rajadas do vento.

No momento seguinte ela estava sobre uma das pilhas de automóveis. Podia ver o anjo sentado sobre o capô de um deles, olhando fixo para as estrelas.

– Posso lhe fazer companhia? - A mulher perguntou, aparecendo em pé ao lado dele.

O anjo apenas assentiu com a cabeça, sem desviar o olhar do céu. Amelia sentou ao lado dele, observando o céu também, sem nada dizer.

– Obrigada... - Ela falou, depois de um longo silêncio.

– Pelo quê? - Ele perguntou, ainda olhando o céu.

– Por ter me acudido hoje... E por ontem também no hotel...

– Não precisa agradecer.

– Na verdade preciso... Foi por minha culpa, se eu tivesse te escutado não teria atacado a mulher... Foi irracional. Eu perdi todo o controle quando ela mencionou Gabr... - Ela parou de falar, quando percebeu que iria mencionar o arcanjo, mirando o céu novamente.

Isso chamou a atenção do anjo, que olhou para ela.

– Por que o arcanjo afeta tanto você? - Ele perguntou abruptamente, lembrando do que Castiel falara para Bobby naquela manhã.

– É um assunto delicado... - A mulher hesitou, pensando se falaria algo para o anjo. - Mas... Acho que lhe devo uma explicação. Gabriel me ajudou numa hora em que ninguém mais o fez. Foi há 9 anos atrás.

"Estava prestes à morrer nas mãos de demônios, e ninguém do céu quis me ajudar... Só Gabriel. Esse era o maior defeito dele... A compaixão. Gabriel amava os humanos, mais do que seus próprios irmãos; ele amou os humanos como o seu pai amou. Depois que Gabriel me ajudou, eu não me separei mais dele. Eu amava ele, mas o arcanjo amava outra pessoa. Tentei fazê-lo me amar, mas ele me via apenas como uma irmã. Por fim, deixei de amá-lo desta maneira, aceitando-o apenas como um amigo. Ele dizia que eu era como uma pavio de pólvora, a qualquer momento eu podia explodir... Ele confiava em mim mais do que tudo."

– Mas não o suficiente para deixar a espada com você.

– Verdade... - Ela sorriu com tristeza. - Ele teve seus motivos. Sabia que eu era instável. Temeu que eu tivesse uma recaída e entregasse a espada para um dos arcanjos. Não o culpo por isso.

– Então você não o ama mais? - Ele perguntou, tentando entender.

– Apenas como um irmão... E acho que sempre foi assim.

Eles ficaram em silêncio novamente. Amelia olhou para o anjo, percebendo algumas diferenças entre ele e o arcanjo morto. Castiel percebeu que ela o encarava.

– O que foi?

– Você é diferente dos outros anjos, até de Gabriel... Você é muito mais... Humano.

– Os outros também achavam isso... Tanto que me expulsaram do céu.

– Eu sinto muito por isso. Sei que deve ter sido difícil...

– Você avisou que isto aconteceria.

– Mesmo assim, é um golpe e tanto. Sinto muito mesmo. - Ela reforçou.

– Eu vou sobreviver. Passei por isso uma vez, posso passar por uma segunda.

– E quando tudo acabar... Você vai retornar aos céus?

Castiel ficou em silêncio, tentando achar uma resposta coerente.

– O certo a fazer seria isso mas... Não consigo me ver lá. Claro que não consigo viver sem os meus poderes, mas acabei me apegando aos humanos, ao modo de vida deles. Estou quase aprendendo a mentir. Já fiquei bêbado, embora não recomende este último...

– Este é o jeito Dean Winchester de viver a vida. Mentiras, bebidas e mulheres, sem nunca estar realmente satisfeito. Tenho pena dele...

– Mas não é assim que deve ser?

– Ah não! Você conhece apenas o modo deles de se viver. Sam no entando, é um pouco diferente de Dean, mas ainda assim, não é o melhor exemplo que temos. - Ela sorriu. - Você ainda não compreendeu direito as emoções.

– Como assim? - Ele a olhou, estranhando a afirmação da mulher.

– Veja o meu caso Castiel, as emoções são coisas que me afetam mais do que a qualquer outro. São as mesmas emoções, porém mais intensas. Os humanos não conseguem viver sem elas... Alegria, ódio, tristeza, paixão...

– Isso eu entendo. Apenas não sei reconhecer uma emoção ainda, como elas nos afetam... Na verdade como elas afetam à mim.

A mulher ficou em silêncio, aparentemente sem ter uma resposta para aquilo. Desviou o olhar do anjo, procurando as respostas nas estrelas; fazia uma noite estranha. Não havia nuvem alguma no céu, parecendo que estavam em um campo, em que as estrelas aparecem muito mais claramente do que quando vistas da cidade. O rosto da nefilim se iluminou como se uma delas tivesse lhe dado a resposta de que precisava.

– Tive uma ideia. Vamos até a sala, acho que posso lhe mostrar o que eu quero dizer.

Ambos sumiram, reaparecendo na sala de entrada. Amelia fechou a porta de correr que dava acesso ao escritório e às escadas.

Andou até o outro extremo do cômodo, onde havia um piano de armário antigo, em que a mulher de Bobby costumava tocar. Amelia sentou no banquinho defronte ao instrumento, abrindo-o; uma fileira de teclas brancas e pretas se seguiam. Por último testou os pedais, pedindo para que o anjo sentasse ao seu lado.

– Não compreendi. - O anjo falou, sentando ao lado da mulher.

– Calma, você logo vai enteder. - Os dedos da moça começaram a percorrer várias teclas, como se eles dançassem formando uma melodia que tomou conta do silêncio do local. - Eu costumo dizer que a música é o que mais se aproxima a ser a voz de Deus.

A melodia começava a tomar sua forma. Notas suaves eram formados, mas não daqueles felizes, e sim tristes com uma tonalidade doce, em que a delicadeza era algo marcante, sem deixar que se tornasse algo alegre. Algumas das notas eram tocadas com uma pequena anciedade, mas que ao fim eram infelizes. Castiel fechou os olhos, deixando a música penetrar em seus ouvidos, causando sensações estranhas e novas em seu ser; sentia-se flutuar, porém não era Deus que imaginava.

Em sua mente as feições da nefilim tomavam seus pensamentos, e a cada nota tocada imaginava a mulher, em sua forma mais sensivel e doce.

Tornou a abrir os olhos e via-a dedilhar as teclas, com a mesma suavidade que a imaginara, contemplando seu rosto. Fora a primeira vez que realmente a via; os cabelos loiros caindo pelos ombros, a suavidade da pele rosada nas maçãs do rosto, os lábios perfeitamente desenhados, e os olhos numa tonalidade de verde e azul que se igualava a tonalidade do mar. Castiel anciava poder tocar-lhe a face, senti-la.

A música se finalizou quando as últimas notas foram tocadas, e a mulher olhou para o anjo. Ela pode notar algo diferente nele, e isso pareceu a alarmou.

Antes porém que ela pudesse dizer algo, o anjo aproximou dela, segurando seu rosto entre as mãos; o toque dele provocou uma ardência em sua pele, provavelmente ficando um pouco avermelhada. O rosto do anjo estava muito próximo ao de Amelia; ele pode sentir o aroma doce da boca dela. Sensações novas e desconhecidas tomaram conta dele quando seus lábios se tocaram. O beijo que se sucessedeu foi calmo e extremamente doce; aquilo era tão novo para Castiel quanto para a nefilim.

Aquele momento poderia ter durado dias, meses, anos ou até séculos, mas durou alguns instantes. Rápido demais ele soltou o rosto da mulher, separando-se dela.

– Me perdoe. - O anjo levantou, o rosto tornando-se aquela márcara quase indecifrável novamente. - Eu voltarei daqui uns dias. Quando tiverem alguma informação é so me chamarem.

E no mesmo instante o anjo desapareceu com o farfalhar de asas.

Amelia permanecera sentada, olhando para o lugar onde Castiel sumira. Estava estarrecida; mal conseguindo piscar os olhos. O que havia acontecido ali? A nefilim ainda podia sentir o toque dos lábios suaves dele nos dela. Seu coração começava voltar ao ritmo normal. Foi deitar no sofá da sala, mas não conseguiu fechar os olhos; ficou durante horas com seus pensamentos no anjo. Ela sabia desde de o começo que se apaixonara pelo anjo, mas não imaginava que isso acontecera com ele também. Era óbvio que não, ela só podia estar louca. Mas isso não explicava o beijo. Mesmo que o anjo sentisse algo por ela, seria impossível. Sabia qual era o seu destino no final. Não sabia como seria, mas sabia o que um dia iria lhe acontecer, querendo ou não. Depois de horas com esses pensamentos finalmente adormeceu.

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"Adeus babaca! - disse Dean, empurrando o sujeito..."

– Isto está uma droga. - Chuck apertou a tecla delete, deixando pressionada até que tudo naquela página se apagasse. - Eu costumava escrever coisas melhores...

Pegou o copo de bebida sobre a mesa, terminando de tomar o resto de wisky que estava nele.

– Por que a bebida sempre acaba? - Falou irritado. O telefone começou a tocar ao lado do notebook. Chuck pegou o aparelho e olhar o número, atendeu. - Quem é?

– Nossa Chuck, você me odeia tanto assim? - A voz de Dean saiu do fone.

– Dean! Não, me desculpe... É que as coisas andam meio complicadas por aqui.

– Começou a ter visões novamente foi? Tem alguém que quer falar com você...

– Oi Chuck! É a...

– Amelia? - Chuck reconheceu a voz da mulher. - Você está bem?

– Ãhh... Suponho que sim. Escrevendo muitas coisas a meu respeito?

– Na verdade até demais. Mas não estava esperando essa ligação...

– Pois é... Mudanças de plano sabe. A terceira trombeta acaboud e tocar, e nós estamos sem nenhuma referência de onde acontecerá a batalha...

– Eles estão tentando evitar deixar rastros... Você sabe, por causa de Sam e Dean. Você sabe a importância deles, e com você por perto tudo complicou para eles. A batalha acontecerá em Oregon.

– Oregon, certo. E você sabe quando devemos partir?

– O diabo estará lá ao soar da quinta trombeta. Mas Amelia, é melhor você...

– Ta certo, obrigada Chuck.

– Amelia espere! - O telefone ficara mudo. - Merda!

Chuck jogou o aparelho sobre a mesa, fechando as mãos sobre o rosto, visivelmente preocupado.

– Você não pode ficar ai Amelia... - Mas de nada adiantava falar agora.

Amelia apertou o botão de desligar do celular de Dean, devolvendo o aparelho para ele. Dean pegou, olhando com uma sobrancelha arqueada para o celular, em seguida para a mulher.

– Você desligou na cara dele?

– Não! O que te fez pensar isso Dean?

– Não sei, talvez pelo "Amelia, espere!".

– Eu não ouvi nada. - Ela desviou o olhar de Dean, convencida de que ele estava ouvindo coisas. - Pois bem, a batalha será em Oregon, em meio à floresta. Devemos partir ao soar da quinta trombeta.

– Quinta? Meu Deus, já não basta terem acabado de destruir uma parte da China? - Bobby falou.

Amelia deu de ombros, enquanto Sam vasculhava sua agenda telefônica no celular.

– Devemos ligar para o Cass. - Sam falou, discando o número. - Faz dois dias que ele não dá sinal de vida. "Hey Cass, pode vir aqui? Sim, estamos na casa do Bobby."

Meio segundo depois o anjo apareceu.

– Finalmente! Tava sumido em! - Dean falou, se jogando no sofá. - Andou fazendo o que?

– Coisas. - Fora a única coisa que Dean obteve como resposta. - O que descobriram?

– Conte para ele Amelia.

O clima no local mudou de uma hora para outra; uma tensão tomou conta de Amelia. A mulher não sabia como ragir diante do anjo; ele no entanto não demonstrava nada.

– Bem... - A nefilim sentiu a boca ficar seca. - Chuck nos falou que... Que acontecerá em Oregon. Ao soar da quinta trombeta devemos partir.

– Amelia, você está bem? - Bobby perguntou, olhando apreensivo para a mulher. - Você está vermelha...

– Eu? Vermelha? - Ela deu uma risada forçada, colocando a mão sobre o rosto, sentido a pela arder. - Deve ser o calor...

Era uma boa desculpa, pois estava realmente quente aquele dia, mas ela sabia que não era isso. A presença do anjo que a deixara daquele jeito.

– Você está esquisita esses dias em Amelia. - Dean comentou, olhando para a mulher do mesmo jeito que olhara para o celular minutos antes.

– Eu vou tomar um pouco d'água. - Falou, saindo do escritório o mais rápido que pode.

Fechou a porta que dava acesso do escritório para a cozinha. Pegou um copo e encheu-o de água até a borda.

– Se acalme Amelia... Isso não ajuda em nada. - Falou para si mesma, tomando um gole enorme do líquido. - Isso é loucura!

– Talvez não seja...

Amelia viu pela janela o reflexo do anjo parado próximo à porta atrás de si. Ela virou, para olhá-lo.

– Castiel, escute, me desculpe. Foi tudo minha culpa, isso nunca poderia ter acontecido... Não é certo...

– Acho que nenhum de nós pode ser considerado um modelo do que é certo.

– Não complique as coisas Castiel. O Apocalipse está sobre nossas cabeças... Já temos problemas suficientes com que lidar.

– Não estou tentando complicar nada, só quero esclarecer.

– Então deixe-me esclarecer uma coisa Castiel. Isso não está certo. Não pode dar certo...

– Por que não?

– Por que no final eu irei morrer Castiel. Eu sei disso.

– Eu nunca vou deixar isso acontecer com você Amelia.

– Mas vai Castiel. De um jeito ou de outro. Só lhe peço para que trabalhemos como uma equipe. Nada mais do que isto. Não pode dar certo.

O anjo suspirou, caminhando até ela; era incrível como o seu semblante sério se desfazia diante da mulher. Pousou a mão delicadamente no rosto da mulher.

– Eu nunca vou deixar você morrer Amelia. - Ele repetiu.

A nefilim suspirou. Não adiantaria discutir com o homem. Afinal como aquilo fora acontecer? Não era o anjo que a odiava?

– Pensei que era você quem queria me matar...

– As vezes as coisas mudam... Os opostos se atraem. - Ele aproximou novamente o rosto do dela, como fizera na noite passada.

– Castiel, por favor... - Ela pediu novamente. O anjo parou olhando-a, seu semblante voltando ao seu estado normal. Naquele momento a campainha tocou.

Ambos abriram a porta de correr, indo para a sala, onde Bobby e Sam já estava de prontidão, um segurando uma arma e o outro a faca de Ruby, respectivamente. Dean era o que estava mais próximo da porta e quem a abriu, apontando a amra para o sujeito.

– Vejam quem chegou para fazer parte da festa! - Um homem de mais ou menos 1,84, loiro e de olhos castanhos, estava parado diante deles. - Agora o show pode começar!

Ninguém estava acreditando no que viam diante deles. Aquilo ra lógicamente impossível.

– Gabriel?! - Dean perguntou, quase uma exclamação.

O arcanjo sorriu para o homem, entrando na casa.


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Notas finais do capítulo

Segunda parte do capítulo Hot Blooded! Espero que comentem!! Beijos



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