The Beginning Of The End escrita por Caa Gold
Na manhã seguinte, todos foram acordados pelo barulho de trovoadas. Chovia forte, e várias rajadas de vento faziam as árvores ali perto balançaram violentamente.
– Estamos ficando sem comida, água, cerveja... - Bobby falou olhando a geladeira praticamente vazia. - Vocês têm que ir comprar. - Falou para Sam e Dean.
– Ah qual é Bobby, temos que ir mesmo? - Dean falou olhando pela janela. - Ta a maior chuva lá fora.
– Se você não quiser morrer de fome, sim!
– Pode deixar, eu vou Robert. - Amelia se prontificou, Dean a agradeceu pelo olhar.
– Tem certeza?
– Sim. Não aguento mais ficar só dentro de casa. - Falou, levantando e colocando uma jaqueta de jeans verde. - Volto antes do almoço.
E falando isso, desapareceu, reaparecendo com um guarda-chuva preto, aberto sob sua cabeça. A chuva caia com força, enquanto ela andava pela calçada. Poderia ter ido direto à loja, mas preferiu andar um pouco, aparecendo alguns quarteirões antes do destino.
O barulho do seu salto fazia com que a água acumulada em poças espirrasse em sua calça. Parou então de andar; era a única pessoa que se aventurou a andar na rua de baixo da chuva.
– Resolveu ficar me seguindo novamente? - Ela falou em voz alta; não havia uma pessoa sequer ali além dela. - Esqueceu o que aconteceu da última vez?
– Não me esqueci não. - Castiel falou, aparecendo ao lado da mulher, tomando o guarda-chuva das mãos dela, protengendo assim os dois do aguaceiro. - Você ainda me deve uma luta. A última não valeu.
– É verdade, tenho que anotar na minha agenda. - Voltou a andar, um pouco mais devagar, para acompanhar o paço dele, caso não quisesse se molhar. - Mas por que voltou a me seguir? Deixou de confiar em mim?
– Não, em você em confio. Não confio no arcanjo.
– Gabriel? Por quê?
– Por onde eu devo começar? - Castiel falou, tentando ser sarcástico, mas não tendo muito sucesso. - O jeito como ele chegou na casa do Bobby. Afinal, como ela sabia que estávamos lá? O que eu estranhei também foi ele não perguntar pela sua espada, afinal todo arcanjo que se prese gostaria de saber da sua arma de luta. Cada arcanjo é ligado através da sua aura com a espada. E eu... - O anjo parou de falar, assumindo suas feições sérias, preferindo guardar para si a terceira crítica.
– Você o que Castiel? - A nefilim incentivou o anjo a continuar.
– Eu não gosto do jeito que ele te trata.
– Como assim?
– Ontem a noite, ele ficou te culpando. Dizendo que você não podia ter matado a deusa Kali.
– Espera um pouco... Você estava ouvindo a gente? - Amelia parou de frente para o anjo, mantendo os olhos grudados nos dele.
– O que? Não... Claro que não...
– Castiel, depois de todo esse tempo junto com os meninos e você ainda não aprendeu a mentir. - Amelia sorriu, mas logo ela ficou séria. - Mas Gabriel estava certo, eu não devia ter matado ela...
– Era isso o que ele queria fazer. - O anjo falou. - Fazer você se sentir culpada.
– Claro que não Castiel! - A mulher achou ridícula a desconfiança dele. - De onde você tirou essa ideia?! Tem mais alguma coisa para falar contra Gabriel?
– Não gosto do jeito que ele te olha, nem de como ele te abraça...
– Castiel, você está com ciúmes é? - Amelia cerrou os olhos, conseguindo ver no rosto dele alguns traços do ciúmes. - Ele é como um irmão para mim.
– Então me diga porque você está me rejeitando.
Ela suspirou, vendo que ele ia retomar aquela conversa.
– Pensei que já tinhamos falado sobre isso. Não quero trazer mais problemas.
– Amelia, problemas nós já temos de monte. - O anjo a puxou pelo braço, entrando numa rua lateral, debaixo de uma marquize. - Me diga a verdade, por quê?
De nada adiantaria ficar insistindo naquela desculpa; os olhos azuis do anjo eram intensos, ela não conseguiria mentir mesmo se quisesse.
– Eu tenho medo Castiel. Medo que no final alguém se machuque. - Ela suspirou, tentando ser bem clara. - Gabriel me magoou uma vez. E essa é uma dor que eu jamais gostaria de sentir novamente. Ainda mais agora, em que estou muito mais vulnerável.
– Amelia... - O anjo posou a mão sobre o rosto da mulher; por mais inexperiente que o anjo fosse, ele parecia entender perfeitamente como agir. - Eu jamais faria isso com você. Jamais conseguiria te deixar. Eu sei que parece estranho eu dizer isso, mas a tempos que eu não sentia como era ter uma alma devolta, e você fez isso renascer em mim. Você é minha alma Amelia. E Gabriel é um ser demente, e ele ter te deixado só prova isso.
– Castiel, eu não sei...
– Se você não me quer, é só dizer. Diga, que eu deixarei você em paz. Prometo. Só me diga. É isso? Você não me quer Amelia?
A mulher ficou em silêncio, não por não saber a resposta, ou por querer negá-la; da sua decisão ela não tinha dúvida alguma, mas ficou em silêncio pensando o que era o certo a fazer. Sua mente, dizia para ela o que era o lógico a fazer, porém seu coração só fazia as coisas se complicarem.
O anjo entendeu que o silêncio fosse uma negação à sua pergunta.
– Tudo bem, eu vou saber respeitar a sua decisão, se for isso o que você quer. - O anjo fez mensão de sair andando de volta a rua principal.
Porém Amelia não permitiu que ele o fizesse. Puxou o anjo pela mão, e seus lábios encontraram os dele, de forma muito gentil. Ela pode sentir cada parte de seu corpo queimar; seu coração acelerando. Os lábios dele desistiram dos dela, e a boca seguiu a linha do queixo, depois explorou seu pescoço, por fim encontraram a sua orelha.
– Eu nunca vou te magoar Amelia, nunca. - Sussurrou ele com a voz rouca.
Amelia ao ouvir aquilo, o abraçou com força, repousando o queixo sobre o ombro dele. Pela primeira vez em séculos, ela se sentiu segura. Agora ela poderia ter alguém ao seu lado com que pudesse contar em todos os momentos.
– Amo você Castiel desde o primeiro momento em que te vi - Ela revelou; O que não era nenhuma mentira, pois desde que seus olhos se cruzaram na casa de Bobby e da luta que tiveram no estacionamento, ela não tirava o anjo de seus pensamentos, por menores que eles fossem. - Não me deixe. - Sussurrou, fechando os olhos, ainda envolta nos braços dele.
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