The Beginning Of The End escrita por Caa Gold


Capítulo 2
A Candle's Fire




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Já era noite quando os dois chegaram na casa. Apenas o lampião da sala estava aceso quando entraram.

Bobby estava lá; ficara acordado esperando por eles.

– O que foi Bobby? Por que ainda está de pé? - Sam perguntou.

– Schhh - O velho colocou o dedo nos lábio mandando eles ficarem quietos.

– O que aconteceu? Onde está Amelia?

– Dormindo. Tenho que lhes contar antes que ela levante.

– Contar o que? - perguntou Dean, ficando preocupado.

– Amelia está morta!

– Como assim morta? Acabou de nos falar que ela está dormindo!

– Mas esta não é Amelia! Não pode ser!

– Você está nos assustando Bobby. - Sam falou.

– Minha irmã, Elizah, deu a luz à Amelia. O marido fugiu. Quando Amelia tinha 12 anos, Elizah nos falou que a garota tinha falecido.

– E onde está Elizah? - Dean quis saber.

– Morreu à 12 anos.

– Espere, por que não nos contou antes?

– Não conseguia. Na noite em que ela chegou, e olhei nos olhos dela, pareceu que eu não controlava mais meus pensamentos e ações. Eu sabia que tinha algo errado, mas não consegui falar. Agora que ela está dormindo, parece que amenizou um pouco o efeito.

– Isso aconteceu comigo também. Hoje de manhã.

– Espera, se ela não é Amelia, quem é então? - Sam perguntou.

Bobby se levantou no mesmo instante e pegou a arma com sal sobre a mesa. Dean pegou a Colt dentro do armário, e Sam a faca de Ruby no bolso da jaqueta. Os três subiram as escadas o mais silenciosamente possível. O quarto em que a mulher estava ficava no fim do corredor. A porta estava destrancada quando Dean girou a maçaneta. A desconhecida estava realmente dormindo na cama. Todos os três se prepararam para atacar. Dean ao destravar a arma, fez com que a mulher acordasse. Bobby e Dean atiraram ao mesmo tempo, mas onde a mulher estava, agora jazia apenas o colchão vazio.

– O que vocês estão fazendo? - A voz dela veio de trás deles. Sam virou e atacou-a com a faca, abrindo um corte no braço dela. A ferida começou a borbulhar, e ela sumiu novamente. No andar de baixo um grito chamou a atenção deles.

Eles desceram a escada correndo; no meio da sala um círculo de fogo fora formado e no centro dele estava a mulher. Castiel estava parado de frente para ela, observando o fogo crepitar.

– Bem na hora Cass! - Dean falou, dando um tapinha no ombro do amigo.

– Espera, não faz sentido o fogo sagrado. - Sam disse parando ao lado do Anjo. - Eu a feri com a faca. - Ele mostrou a faca de Ruby para Castiel. O sangue da mulher escorria pela ponta do artefato.

– Faz sentido. Ela é um Nefilim.

– Um Nefilim? - Sam e Dean perguntaram ao mesmo tempo. - E o que é isso? - Dean emendou.

– Filho de anjo com humano. Foi ela quem causou aquela explosão. Nefilins fazem isso.

– Pensei que tinha dito ter vindo de Alliance - Dean falou com desdém.

– Eu vim de Alliance. Só decidi "descer" num lugar mais afastado.

– Como a matamos? - Foi a primeira coisa que o irmão mais velho quis saber.

– Espere - Bobby interrompeu o alvoroço. - Eu quero saber como ela tomou o corpo de Amelia.

– Tomar o corpo? - A nefilim falou pela primeira vez. - Eu não tomei o corpo de ninguém!

– Como assim, sua miserável?

– Você não ouviu o Castiel? Eu sou filha de um anjo com uma humana. E não é um anjo qualquer. Nefilins são filhos de alados que foram expulsos do céu e foram mandados para o Sheol. Depois de anos, servindo lá, esses anjos conseguiram escapar para a Terra, e aqui procriaram.

– Então... Elizah...

– Sim. E ela sempre soube o que eu era. Conforme eu ia crescendo meus poderes foram surgindo, e ficando cada vez mais fortes.

– Poderes? - Sam pareceu se interessar.

– Exato. Celestiais e Abissais, por causa de meu pai. Quando fiz 12 anos, minha mãe me abandonou. Meu pai veio me procurar mas Elizah não sabia mais aonde eu estava. O desgraçado à matou. Meses atrás eu o achei e liquidei com ele.

– E por que você está aqui? - Dean quis saber. Ainda não estava convencido do que ela falava.

– Vim ajudá-los. Vocês correm perigo. Me tirem daqui, - Ela olhou para o círculo de fogo ao seu redor. - E eu lhes explicarei tudo.

– Pra você nos matar? Não mesmo.

– Espere Dean. - Castiel o interrompeu, ficando de frente para ela. - De qual linhagem você descende?

– Acólitos. Desejamos apenas sorver a vida até a última gota, além de defender e não desistir de nossos ideais.

O anjo encarou a mulher nos olhos. Os jogos de persuasão dela não funcionava com ele; olhos verdes e azuis se encontraram pela primeira vez.

O alado estendeu a palma da mão sobre o fogo, fazendo com as chamas apagassem.

– Obrigada. - Sorriu de mal gosto para o anjo.

– Agora explique essa história de que nós estamos correndo perigo.

Amelia sentou no sofá defronte à todos eles.

– Eu vim até aqui com algumas notícias...

– Boas ou ruins? - Dean interrompeu-a.

– Se fossem boas eu nunca teria vindo para cá. - Ela respondeu com desdém. - É o Apocalipse.

Dean começou a rir feito uma criança que acabara de ouvir uma piada. Todos olharam para ele sem entender o motivo da graça.

– Olha gracinha, me desculpe desapontá-la, - Ele começou a falar após se recuperar do ataque de riso. - Mas você chegou um pouco atrasada. Tudo essa baboseira sobre Apocalipse aconteceu há 1 ano atrás.

– É eu sei. Sam disse sim à Lúcifer, jogando-o devolta na jaula, junto com Miguel, porém, - Ela levantou a mão quando viu que Dean ia interrompe-la novamente. - todos se precipitaram meu bem, e esqueceram de alguns fatores importantíssimos que antecipam à Grande Batalha.

"Aquilo não foi o Apocalipse. Foi apenas um equívoco dos arcanjos. Foi uma briguinha, um aperitivo antes do prato principal"

– E que fatores são esses?

– As Sete trombetas. Nenhuma foi tocada.

– Como assim trombeta? - Sam perguntou sem entender.

– As Sete Trombetas - Dessa vez foi Castiel quem começou a falar. - Após o sétimo selo ter se rompido e Lúcifer libertado, a batalha do Armagedon terá início após as Sete Trombetas serem tocada. Cada trombeta é seguida de uma catástrofe em terra.

– Mas espere, como você sabe que elas não foram tocadas?

– Além de não ter acontecido nenhuma catátrofe mundial, - Amelia continuou. - nós, celestiais e abissais, conseguimos ouvir o soar delas. E durante todo o tempo em que os arcanjos estavam em terra, nenhuma trombeta soou.

– Mas o selos foram todos quebrados!

– Sim Sam, mas não é por que os selos são quebrados que logo em seguida devem tocar as trombetas e iniciar a Batalha. Não até agora...

– Merda! Você só pode estar de brincadeira!

– Mas Lúcifer e Miguel estão presos na jaula. Não têm como eles saírem, a não ser usando os anéis que estão com a gente. - Sam rebateu.

– Eles não precisam dos anéis, quando eles têm um garoto chamado Jesse. - Amelia viu Dean lançar um olhar à ela, e parecia que ele ia ter outro acesso de risos. - Aposto que lembram dele, não?

– Jesse? O Anticristo? - Sam sorriu, prestes a fazer coro com o irmão. - Impossível.

– Impossível? É isso o que você acha? - Agora era Amelia quem riu; mas não era uma risada bonita, pois estava cheia de sarcasmo. - Não quando ele resolveu abrir uma "transmissão de rádio" entre ele e o seu querido "papai" Lúcifer.

– O que você quer dizer com isso?

– O que eu quero dizer é que você tinham que ter matá-lo quando tiverem a oportunidade! - Ela ficou de pé, encarando os rapazes. - Vocês não ficaram sabendo, mas os pais adotivos de Jesse ficaram meses procurando pelo garoto. Eu vi de perto a agonia que aquela mulher sentia, ao saber que seu filinho tinham sumido. Vi a esperança iluminar o olhar dela toda vez que o marido chegava em casa da delegacia, esperando que ele trouxesse alguma notícia boa, mas tudo o que ouvia era que eles continuavam procurando, sem obter resultado algum, e ver que tudo o que faziam era em vão! - Fora a primeira vez que a Nefilim se descontrolava daquela maneira à anos. Conforme ela falava, não apenas palavras saíam de sua boca, mas a ira saía de lá, como uma cobra, esperando para dar o bote, e seus olhos ficavam vermelhos feito sangue. - Até que, cansada de tudo isso, achou uma forma de acabar com todo aquele sofrimento, e pensando que o filho estava morto, resolveu se juntar à ele. O marido à encontrou morta no chão da cozinha, com um corte fundo no pescoço e a faca repousada em sua mão, agora gélida.

"A visão de sua mulher naquele estado, com uma poça do próprio sangue marcando o assoalho fez com que o único fio de sanidade do homem se rompesse. Por que Deus estava fazendo aquilo com eles? Por que fizera com que sua família ficasse em pedaços em menos de um mês? Agora o marido vive num manicômio, sendo atormentado pela visão da mulher morta e do filho desaparecido, esperando que a sua vida se esvaire de seu corpo, para que ele não fique mais sofrendo. Jesse ficou sabendo de tudo. E adivinhe quem ele culpa por isso?

– Nós... - Sam falou num sussurro, afirmando aquilo.

– Exatamente Sam! E foi isso que ele pensou! - Amelia deu alguns passos em direção à Sam. - Quem apareceu em nossa, dizendo o que eu era? Antes tudo estava em perfeita paz. Por que não me deixaram lá, com meus brinquedos, e minha imaginação? Quem são os culpados por terem feito em fugir? Por terem feito mamãe se matar e papai enlouquecer? - A mulher não estava mais falando por ela, era como se agora ela tomasse o papel do garoto. Cada vez mais fora de controle, seu olhos chegaram a certo tom de vermelho que doía só de olhá-los. - De quem é a culpa? De vocês, Sam e Dean Winchester! - A mulher gritou aquilo como se ela fosse o próprio Anticristo, e sentisse a dor que o rapaz sentia; o chão da casa começou a tremer e alguns livros da estante caíam no chão com um baque surdo. Sua alma parecia estar em chamas.

– NEFILIM! Se acalme! - Castiel sussurrou no ouvido da criatura, ríspido como dando uma ordem.

No mesmo intante a coloração dos olhos dela voltaram ao tom normal de verde, sua respiração também voltara à ficar compassada. A mulher se apoiou no sofá, parecendo exausta; agradeceu em silêncio ao anjo.

– Me desculpem - Falou aos demais. Dean e Sam estava petrificados de olhos arregalados, e Bobby segurava a arma apontada para ela.

– É muito difícil, às vezes, manter o equilíbrio.

– Mas que porcaria foi essa? - Dean falou, parecendo sair do estado de transe.

– Entendam, eu chego a ser uma criatura tão poderosa quando o anticristo.

– Como assim? - Bobby abaixou a amar, mas não à soltou.

– O fato de eu ser uma mistura incomum e altamente improvável, - Ela respirou alguns segundos, retomando o fôlego. - Filho de um humano com um anjo que caiu nos abismos e retornou para caminhar em nosso mundo, é algo que chama atenção dos dois lados que disputam o destino dos céus. Esse meu equilíbrio é algo muito delicado. Caso eu o perca, posso acabar tendo de servir aos céus ou ao inferno, e acredite, nem um deles vale a pena, quando você se torna uma marionete deles.

– E em qual deles você prefere cair?

– Em nenhum Dean. - A nefilim encarou o rapaz. - Por isso estou aqui. Agora, o Anticristo tem se comunicado muito com o "papai", e pretende libertá-lo em breve, e claro que junto virá Miguel.

– E então, toda essa merda vai começar denovo.

– Basicamente, mas desta vez, eu duvido que eles queiram tê-los como receptáculos.

– Por que não?

– Porque Dean, vocês foram uma total perda de tempo para eles, e acredito que eles tenham aprendido a lição ao querer tomá-los como avatar.

– E qual vai ser o nosso papel nisso, que se não tivessemos algo com isso, você nem estaria aqui.

– Vocês deverão lutar contra eles. Não está escrito, mas caso vocês queiram salvar à si próprios e à terra, deverão impedi-los de alguma maneira, não que isso não cause algum estrago, mas é o melhor que temos.

– O melhor que temos? - Dean falou com desdém. - E com o que vamos lutar com eles? A colt de nada adianta.

– Por isso que vocês não vão usar a Colt. Dean irá usar a Flagelo de Fogo, enquanto ao Sam, eu estou tentando criar algo para você.

– A Flagelo de Fogo? - Castiel se intrometeu. - E como você vai acha-lá?

– Gabriel era muito meu amigo, e ele sabia que tinha algo errado, então me deu algumas pistas caso um dia eu precisasse. E Castiel, você não deve voltar, de maneira alguma, pro Céu.

– Você é maluca, eu estou em Guerra no Céu.

– Esta Guerra é uma armadilha! É apenas uma armação, esperando pela volta do Príncipe dos Arcanjos. E acredite, quando isso acontecer, eles caçaram os traidores do arcanjo do mesmo modo que caçam os demônios.

– Não acredito em você.

– Meu irmão, não deixe que o orgulho tome conta da sua aura.

– Não sou seu irmão. - Castiel pronunciou cada uma daquelas palavras com ênfase.

Amelia não iria discutir com o anjo. Esse era o problema dos Anjos; se tivessem o poder nem que fosse por um curto período de tempo já se achavam donos da verdade.

– Pois bem, boa sorte caso consiga sair vivo de lá. - Ela encerrou a discussão. - O Anticristo está à procura de vocês, para libertar os arcanjos diante dos culpados pelas prisões deles. Tentem não chamar muita atenção.

– Espera, eu ainda não entendi, como assim Flagelo de Fogo? O que seria isso? - Dean perguntou.

– Sorte que você é bonito. - Amelia se impressionou com a ignorância do homem. - A Flagelo de Fogo é a espada de Gabriel. Todos os Arcanjos possuem uma espada própria.

– Como a que o Cass tem?

– Muito, mas muito mais poderosa Sam.

– Então, Dean terá de lutar contra Miguel, usando essa tal flagelo e eu terei de lutar com Lúcifer com uma espada que você está criando?!

– Por enquanto sim Sam, mas eu estou à procura de algo, talvez no final tudo acabe mudando.

– E o Anticristo, quem irá lutar com ele? Afinal não conseguiremos nem chegar perto dos arcanjos caso Jesse esteja lá.

– É por isso que eu irei matá-lo na batalha final.

Todos ficaram em silêncio, tentando absorver tudo o que acabaram de ouvir.

Bobby largou a arma sobre a mesa, e se jogou na cadeira , cobrindo o rosto com as mãos. Ele suspirou profundamente e por alguns pareceu exausto, como se acabasse de voltar de uma batalha.

Amelia se aproximou de onde ele estava, e se ajoelhou de modo que seus rostos ficassem na mesma altura.

– Tio, eu sinto muito. Você não imagina como eu queria que tudo fosse normal. Que a mamãe estivesse aqui, e que nós fossêmos como uma família. Mamãe ficaria tão feliz de vê-lo pelo menos mais uma vez...

– Pare de falar nela! - Bobby olhou para a mulher com nojo. - Você pode ser tudo, menos parte desta família. É um encosto. Eu preferia que você realmente estivesse morta, como Elizah dizia que estava. Nós só vamos ter que suportá-la até o fim dessa encrenca, e quando tudo isso acabar eu não quero mais ver o seu rosto.

Ele levantou, tentando não encostar na criatura ao passar do lado dela.

– Castiel, eu agradeceria se você ficasse de olho nessa coisa, caso ela esteja tramando algo. - Bobby pediu para o Anjo. - Eu vou me deitar.

Amelia podia sentir todos olhando para ela. Algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto. Em horas como essa é que era mais difícil controlar seu equilíbrio. Seus olhos começaram a ficar pretos; sua parte humana se abalava facilmente com emoções.

– Ah - Bobby parou na metade do caminho e virou na direção dela. - E você pode ficar em qualquer lugar na cidade, mas na minha casa você não fica.

O velho olhou para os irmãos, fazendo sinal para que eles saíssem de lá.

– Vamos Sam - Dean olhava feio para as costas da anja, no entanto Sam carregava pena no olhar. Dean puxou o irmão pelo ombro para que eles saíssem dali.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal! Bom pra quem já leu a fic, não mudou nada, apenas dividi em capítulos menores, então não se preocupem!!Comentem no fim os que não leram!Beijos Beijos