Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Enjoy ^__^
A chuva tinha-os surpreendido a todos.
Estavam a aproximar-se do Inverno portanto a chuva e o frio não eram uma surpresa mas o céu estava tão limpo ainda há trinta minutos atrás.
Tiveram que parar as gravações imediatamente, cobrir todo o material electrónico e o resto dos acessórios (maquilhagem, etc), até os atores tiveram que ajudar. Ren só deixou Kyoko ajudar depois de lhe pôr o seu casaco pelas costas.
Depois também os ator tiveram que correr para um abrigo para não estragar as roupas das personagens que ainda estavam a usar. Os grupos formaram-se imediatamente tal como os guarda-costas à volta deles.
A campainha para o almoço estava prestes a tocar e Kyoko estava farta daqueles irritantes e silenciosos guarda-costas. Olhou em volta por uma frincha entre dois seguranças e reconheceu os grupos onde os seus amigos estavam.
Chiori estava a conversar seriamente com Shotaro, Kanae estava a falar com Momose e Ruriko. Tora estava com os outros agentes e o diretor a tentar resolver a crise que a chuva tinha trazido, os gémeos estavam juntos a falar com os guarda-costas de cada um e os restantes tinham dispersado para comer alguma coisa na cantina antes da campainha tocar.
Ren, claro, estava mesmo à sua frente.
- Isto arruinou os planos de toda a gente. – comentou Ren olhando distraidamente para a chuva – Se calhar vão ter que adiar a data de estreia.
- Podíamos começar pelas cenas de estúdio, entretanto. – lembrou Kyoko um pouco desconfortável pela presença dos homens vestidos de preto. Sentia que não podia ter nenhuma conversa privada com Ren com aqueles homens mesmo ao seu lado.
- Sim, talvez o diretor pense nisso. – Ren reconheceu o olhar na cara de Kyoko e suspirou – Queres esgueirar-te aos seguranças? – sugeriu Ren, sussurrando.
- O quê? – Kyoko sussurrou também – Tu és grande demais para te esgueirares.
- Espera. – pediu Ren num último sussurro – Eu tenho um plano.
Ele tocou levemente nas costas de um dos homens e sorriu quando obteve a sua atenção.
- Desculpe, a minha namorada está a sentir-se mal. – informou Ren dando um olhar cúmplice a Kyoko que pôs imediatamente um mão na barriga e fez uma cara sofredora – Podia-nos deixar passar. Ela precisa de ir à casa de banho.
- Eu vou com ela. – disse o guarda, tal como Ren tinha previsto que ele diria.
- Sim, isso seria bom. – concordou Ren – Mas este assunto muito pessoal. É aquela altura do mês…se é que me entende.
O guarda ficou em silêncio durante algum tempo e até pareceu corar um pouco quando percebeu o que Ren quis dizer, antes de dar espaço para os deixar sair.
Ren pôs o braço por cima dos ombros de Kyoko e guiou-a como se ela estivesse mesmo indisposta. Tora ainda olhou desconfiado, para o que se estava a passar mas Ren mandou-lhe um olhar de “não interfiras” e Tora decidiu continuar a conversa com o diretor.
- Ah! – suspirou Kyoko quando já estavam bastante afastados de todos aqueles grupos e confusões – Nem acredito que conseguimos!
- Eu disse que tinha um plano. – lembrou-a Ren.
- Sim, convencido. – disse Kyoko – Nem acredito que disseste aquilo ao segurança.
- O que importa são os resultados. – concluiu Ren com um sorriso vitorioso – E agora? O que é que queres fazer?
- Já alguma vez visitaste a faculdade? – perguntou Kyoko recebendo um “não” como resposta – Então, porque é que eu não te faço uma visita guiada?
- Porque não?
…
Chiori estava a falar com Sho sobre aspetos das próximas gravações quando viu Kyoko e Ren a saírem do meio dos guardas.
- Onde é que eles vão? – perguntou Chiori curiosa e um pouco preocupada – Será que está tudo bem? A Kyoko parecia doente.
Sho teve uma ideia logo de imediato…a que ele achava que Tsuruga também tinha tido. Tal como Ren tinha feito mesmo à pouco, Sho tocou num dos três guardas e preparou o seu sorriso mais cordial.
- Desculpe. – começou Sho – A minha amiga está preocupada com a Kyoko. O que é que lhe aconteceu?
- Não sei, senhor. – respondeu o guarda friamente – Mas posso tentar descobrir, se quiser.
- Sim, mas… - Sho hesitou como se tivesse acabado de ter uma ideia – Se calhar a minha amiga ficava mais descansada se falasse diretamente com Kyoko.
- Prefere que a acompanhe? – perguntou o homem.
- Não, não se preocupe. – disse Sho naturalmente, abrindo caminho entre os guardas com uma mão e puxando Chiori atrás dele com a outra – Eu vou com ela. Também estou preocupado com a Kyoko. – com um último sorriso, Sho começou a afastar-se – Vocês podem relaxar um bocado.
- Aww…tu és tão querido. – disse Chiori falsamente retirando a sua mão da mão dele. Não por estar chateada, mas porque tinha medo de começar a corar – Agora, porque é que fizeste mesmo aquilo?
- Oh, Chiori, Chiori. – disse Sho como se tivesse pena dela – O Tsuruga deve ter feito a mesma coisa que eu.
- Como assim?
- Só estrelas com complexo de superioridade é que gostam de estar rodeadas de guarda-costas para dar nas vistas. – explicou Sho pacientemente, enquanto caminhavam para longe na direção oposta de Kyoko e Ren – O Tsuruga deve ter notado que a Kyoko estava miserável e inventado alguma desculpa para escapulirem os dois…tal como eu acabei de fazer.
- Bem, então não vou ter que repreender o Tsuruga-san por ter mentido já que foi por uma boa causa. – decidiu Chiori olhando para Sho – E qual foi a tua razão?
- Não viste a minha cara? – perguntou Sho fazendo Chiori rir – Eu estava miserável!
- Sim, sim. – disse Chiori tentando parar de rir – E porque é que me envolveste na mentira?
Sho não respondeu, deixando um silêncio constrangedor no ar e uma pontada de dor no peito de Chiori…porque talvez tivesse pensado que ele a trouxera porque gostava dela. Mas isso nunca iria acontecer. Sho era um mulherengo. Qualquer mulher serviria para ele.
- Então…eu fui sair com a Kyoko e a Kanae, ontem à noite. – disse Chiori tentando reacender algum tipo de conversa – Fomos mascaradas…foi divertido.
- Oh, a sério? – perguntou Sho – A Kyoko disse alguma coisa a meu respeito?
O silêncio voltou por alguns segundo fazendo Sho arrepender-se de falar da sua antiga obsessão em frente à rapariga de quem gostava agora.
- Era só para…
- Sabes, a Kyoko namora com o Ren, agora. – interrompeu ela, chateada por Kyoko ter vindo à conversa – Mesmo assim, ainda gostas dela?
- O quê? – Sho estava estupefacto com a reação agressiva e direta de Chiori – Não, eu…
Chiori parou em frente à porta da cantina para o encarar, com os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas. No entanto, apesar da sua posição, apetecia-lhe chorar.
- O quê, Fuwa? – perguntou com a raiva e toda a sua mágoa presa na garganta – Tu o quê? Vais continuar a meter-te nos assuntos deles os dois? Vais continuar a interferir até eles acabarem um com o outro!?
- Estás a gozar comigo!? – gritou Sho, chateado por não estar a ser compreendido – É isso que pensas de mim? Achas que eu sou assim!?
- Não foste assim, Sho? – perguntou Chiori agora tentando controlar-se porque as lágrimas estavam a querer emergir – Tu não foste assim?
A campainha para o almoço tocou e foi ignorada pelos dois que continuavam a discutir.
- Já não sou assim! – exclamou Sho – Eu gosto de ti!
Apesar de a confissão ter parecido mais agressiva do que deveria ser, Chiori corou na mesma e toda a raiva e tristeza que sentira até agora evaporaram-se.
- O quê?
A pergunta dela e a resposta dele foram interrompidas pela enchente do almoço. Rapidamente, Sho pôs um baço em volta da cintura dela e começou a encaminhá-la de volta para a formação de guarda-costas.
- Mantem a cabeça baixa. – sussurrou Sho, enquanto passavam pelos universitários que se dirigiam para a cantina – Estamos em segurança não tarda nada.
Chiori anuiu a cabeça e até preferia manter a cabeça baixa. Estava mais do que corada…estava vermelha como um tomate e ainda mais envergonhada por a mão de Sho estar pousada na sua anca.
Sho ainda ouviu alguns miúdos a especularem sobre eles mas conseguiram chegar aos guardas antes que algum deles conseguisse abordá-los.
- Não houve problemas? – perguntou um dos guardas depois de formarem um bola protetora em volta de Chiori e Sho.
- Não. – confirmou Sho. Deliberadamente, ele tirou o braço que tinha em Chiori – Está tudo bem.
Chiori olhou para o lado e reparou que Ren e Kyoko ainda não tinham voltado. – Espero que esteja tudo bem.
Cuidadosamente, Sho pousou uma mão no ombro de Chiori, obtendo a sua atenção.
- Temos que falar. – sussurrou ele.
…
Kyoko e Ren estavam presos numa sala de aula vazia.
Tinham entrado ao ouvir a campainha e, apesar de parecer uma tragédia, estavam ambos a rir até a barriga de ambos começar a doer.
- Ok, ok. – começou Kyoko tentando parecer séria – E agora, o que é que fazemos?
- Queres tentar sair? – perguntou Ren ainda com um sorriso nos lábios.
- Estás maluco? – perguntou Kyoko – Tu é que estás sempre a dizer para eu ser mais consciente da minha fama.
- Então queres dar uns amassos? – perguntou Ren fazendo Kyoko rir, outra vez.
- Por outro lado, o diretor pode estar à nossa procura para filmar as cenas dentro da sala. – lembrou Kyoko, agora preocupada – Será que devíamos tentar sair.
- Talvez quando estiver mais calmo. – sugeriu Ren – Quando já estiverem todos na cantina a comer podemos tentar sair.
Como lhe pareceu uma boa ideia, Kyoko não protestou mais. Levantou-se do chão onde se tinham sentado depois de fecharem a porta à pressa e foi abrir um pouco uma das persianas.
Lembrou-se da conversa que tinha tido com as amigar e perguntou-se se Ren seria de tal maneira compreensivo ao ponto de não tentar nada até ao casamento. O que elas tinham dito era verdade. Ren podia-se fartar dela de um dia para o outro e então ela perderia a sua chance para outra mulher.
- Então… - começou Kyoko sugestivamente, tentando ganhar coragem para o seduzir – E que tal esses amassos de que me falaste?
Kyoko sabia que não tinha jeito para aquilo. Nunca o tinha feito e Ren já era experiente naquele campo. No entanto, tentou o seu melhor. Sentou-se numa mesa entre a luz e a escuridão e sorriu sedutoramente para Ren.
Afinal, já tinha feito uma cena de cama…poderia pelo menos usar alguma coisa daí. Abriu os braços em direção a Ren e viu-o sorrir de uma maneira estranha.
- O que é que estás a tentar fazer? – perguntou Ren aproximando-se vagarosamente.
- Estou a tentar seduzir-te. – disse Kyoko como se fosse a coisa mais óbvia do mundo mas Ren parou a meio do caminho ao ouvir aquilo.
- Seduzir-me? – repetiu Ren, confuso – Mas tu disseste…
- Sim disse. – interrompeu Kyoko. Estava a ser assombrada pelas suas próprias palavras – Mas, desde aí, tive tempo para pensar sobre o assunto.
Ren abanou a cabeça e Kyoko teve que engolir um praguejo.
- Não tens que ceder a pressões, Kyoko. – disse Ren compreensivamente – Eu conheço-te. Tu não és do tipo que seduz um homem numa sala de aula vazia, com gente do lado de fora que pode entrar a qualquer momento.
Kyoko começou a imaginar que tipo de homem a não ser Ren recusaria um convite daqueles e amaldiçoou todas as vezes que tivera hipótese de consumir o acto.
- Porque é que não vamos ver se o caminho está livre? – perguntou Ren voltando para a beira da porta.
- Bolas, Ren! – gritou Kyoko fazendo Ren olhar – Humilhaste-me à grande, agora!
Ren ficou confuso quando viu as lágrimas a brilharem nos olhos dela. – Pensei que tinhas decidido guardar-te, Kyoko. Não estou a perceber.
- Uma rapariga não pode mudar de decisão? – perguntou ela, zangada.
- Tu não. – murmurou ele. Aproximou-se e começou a limpar as lágrimas dela com os polegares – Eu apoio a tua decisão e compreendo perfeitamente…acho que até estou de acordo com ela.
Ele deu-lhe um doce beijo na testa e afastou-se novamente para ver se podiam ir, enquanto Kyoko pensava em algumas maneiras de destruir o bom senso daquele homem.
Com um sorriso fraco, decidiu que ia ser naquela noite.
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