Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie


Capítulo 39
Capítulo 39 - Jantar


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/132006/chapter/39

Filmar as primeiras cenas na sala de aula tinha sido mais confuso e trabalhoso do que inicialmente se tinha pensado. Primeiro, por causa da chuva que caía do outro lado da janela. Tivera-se que pôr um pano especial nas janelas para tentar disfarçar as gotas a escorrer nos vidros.

Depois, os atores não podiam estar todos na mesma sala, por isso ainda tiveram que arranjar outra sala para os atores esperarem antes de começarem a filmar.

Entretanto, já tinha passado mais de metade do intervalo reservado para o almoço e o diretor estava extremamente maldisposto com aquela situação toda.

- Vamos ver se ainda filmamos alguma coisa de jeito hoje, pessoal! – gritou o diretor sentado a um canto da sala – Ação!

A verdade é que tinham gravado alguma coisa mas não muito. Apenas duas cenas antes de os guarda-costas entrarem na sala para informar que estava na hora de evacuarem as salas.

Graças à chuva, o diretor decidira cancelar qualquer tipo de gravações à tarde e isso ainda o deixava mais maldisposto por isso, quando se levantou, só conseguiu continuar a gritar.

Os guardas escoltaram imediatamente os respetivos contratadores para os corredores e depois pelo meio dos alunos. Agora, cada ator ia com o seu respetivo agente.

- Talvez devamos fazer uma sessão de autógrafos, amanhã. – sugeriu Tora olhando para Kyoko que parecia confusa – Se não o fizermos, os teus colegas que já desconfiam da tua identidade podem começar a ter mais dúvidas.

- Sabes que confio em ti para gerires a minha carreira. – começou Kyoko continuando a andar – Mas o Sousuke pode ser bastante perspicaz quando se aplica nisso.

- Confia em mim. – pediu Tora, olhando-a ao mesmo tempo que andava – Entretanto, é melhor descansares. O diretor vai estar bastante irritado amanhã se não parar de chover.

Começaram a correr quando saíram da cobertura e a chuva começou a cair sob os atores. Alguns mais mesquinhos queixavam-se e reclamavam como se a chuva não passasse de gotas de água.

Quando Kyoko chegou ao carro de Tora e se viu finalmente em abrigo, só suspirou. Os dois guardas entraram para os bancos de trás e Tora para trás do volante.

- Já agora, a MTV quer fazer um unplugged contigo. – informou Tora, e Kyoko não achou nada demais, até ele acabar a informação – Depois de amanhã.

- O quê!? – exclamou Kyoko, agora olhando para Tora – Estás a gozar comigo? Tenho o concerto universitário para a semana, os Billboard Awards também já estão perto, tal como a digressão. Ainda tenho que acabar as gravações antes de sair do Japão e filmar algumas publicidades! Queres-me matar?

- Ouve, este é o teu ano. – explicou Tora da maneira mais simpática possível – Prometo que vais tirar umas longas e maravilhosas férias para o ano que vem.

Kyoko cruzou os braços e amuou.

- Podes crer. – finalizou ela – Até já estão marcadas.

O silêncio instalou-se durante alguns minutos…depois Kyoko lembrou-se de algo.

- Porquê depois de amanhã? – perguntou ela – Não têm outras datas disponíveis?

Tora suspirou. Tinha esperanças que ela não perguntasse aquilo.

- Bem, uma das violinistas que eles contrataram não gosta muito de ti. – respondeu Tora – E exigiu que fosse nesse dia.

- Bem…e não podem substituir a violinista? – perguntou Kyoko um bocado envergonhada por sugerir isso.

- Kyoko… - disse Tora olhando de revés para ela – O nome dela é Tachibana Sora.

Kyoko percebeu imediatamente.

A verdade era que não percebia muito de música clássica e pouco ouvia algo daquele género. No entanto, seria quase uma profanidade não conhecer Tachibana Sora, um dos maiores orgulhos do Japão. Sora tinha percorrido todo o mundo e tocado nas mais famosas orquestras. Deixando o facto de ela ser extremamente famosa por todo o lado pela sua técnica infalível e paixão inigualável pela música, a maior parte do dinheiro que ela ganhava ia para instituições que lutavam contra a fome e a pobreza mundiais.

E ela tinha 18 anos.

A sua beleza natural e classe tinham cativado quase tanto como o seu talento e já tinha tido vários pedidos de casamento…respondendo sempre que estava comprometida com a música.

Kyoko podia imaginar porque é que a violinista não gostava dela e também percebia porque é que a MTV não queria trocá-la.

- Está bem. – concordou Kyoko resignada. Uma parte dela também queria conhecer Tachibana-san – Que seja depois de amanhã. Não temos gravações de qualquer maneira.

- Ainda bem que concordas. – disse Tora com um sorriso na cara – Tenho aqui o CD com os instrumentais que eles vão tocar das tuas músicas.

- Nem vamos praticar? – perguntou Kyoko confusa – Como é que vai ser isso?

- Bem…ela não gosta mesmo de ti. – disse Tora encolhendo os ombros. Deu graças por ter chegado ao restaurante antes de Kyoko ter tempo de espancá-lo – Não te preocupes. Vai correr tudo bem se treinares…Ah! Também tens que começar a pensar em tirar a carta. Terás mais liberdade.

Kyoko anuiu a cabeça obediente, despediu-se de Tora, dos guardas e saiu apressadamente, entrando pela porta das traseiras. Não valia a pena reclamar. Aquilo ia acontecer quer ela quisesse quer não. E Sora era uma pessoa muito poderosa no que se referia a influência.

- Tadaima. – murmurou Kyoko ao fechar a porta atrás de si para se dirigir imediatamente para o quarto.

Tinha que juntar algumas roupas, produtos higiénicos e sapatos, pô-los dentro de uma mala. Precisava de arranjar um boné, uns óculos de sol e roupas largas para a viajem. Se não chegasse a casa de Ren antes do anoitecer com a desculpa de cozinhar para ele não ia adiantar de nada.

Devia ser esperta. Depois da tentativa falhada na escola não tinha dúvidas de que ele tinha aumentado as defesas.

Guardou tudo numa mochila velha, calçou uns ténis raspados e decidiu levar uma lingerie normal já que algo preparado iria revelar que ela tinha planeado tudo…mas nada de bonequinhos.

Agora achava que as raparigas davam demasiado valor ao sitio e em que condições seria a sua primeira vez. Para Kyoko, no momento, só importava se seria com Ren ou não.

Pôs a mala às costas, o boné na cabeça e os óculos de sol a tapar os olhos. Com um pouco de medo que o disfarce não fosse suficiente, Kyoko saiu pelo restaurante e informou o chefe de onde ia e que se calhar ia dormir fora.

Cumprimentou as pessoas que vinham para um lanchezinho antes do jantar; algumas que a conheciam há demasiado tempo para serem consideradas perigosas e outras que a tomaram por qualquer outra pessoa.

Contente com o resultado, saiu para a rua e foi para a paragem de comboio, esperar. As pessoas que estavam lá acharam-na estranha…mas de um jeito assustador.

Sem falar, Kyoko entrou no comboio quando este chegou e, em vez de se sentar, de cabeça baixa, ficou em pé à beira de uma das saídas. Aproveitou para pensar de como ia seduzi-lo.

Na paragem que antevia àquela onde tinha que sair, o seu coração já estava apressado só pela sua imaginação. Quase pulou quando a voz mecânica anunciou que estava na hora de sair.

Tentando não disparatar agora, Kyoko saiu, suspirou três vezes e tentou despachar-se antes de começar a chover outra vez. Já estava sem fôlego quando parou em frente à porta de Ren e os raios de sol já se tinham extinguido do céu de inverno.

Antes de bater à porta, tirou o boné, os óculos e enfiou-os dentro da mochila. Forçou um sorriso confiante e tocou à campainha.

O sorriso desapareceu completamente quando foi Miranda quem atendeu.

Kyoko estava sentada no grande sofá branco com os braços cruzados e a sentir-se inútil e ciumenta, enquanto Ren ajudava Miranda com o jantar na cozinha.

Quando Ren voltou à sala e viu Kyoko ainda amuada. E assim o estava quando ele se sentou gentilmente ao seu lado.

- Já foste pôr a mochila no quarto de hóspedes? – perguntou Ren para começar a conversa.

- Já. Mas se a Miranda precisar dele posso ir tirá-lo de lá e dormir no sofá. – respondeu Kyoko bruscamente. Tinha razões para estar chateada e não ia deixar que ele se safasse daquela tão facilmente – Nem te deste ao trabalho de me dizeres que ela te fazia o jantar todas as noites.

- Achei que só te ia perturbar. – explicou Ren – Foi a minha mãe que pediu à Miranda para se certificar que eu comia.

- Ah, sim. – Kyoko olhou para Ren com todos os pequenos demónios à sua volta – Bem, então parece que não precisas de uma namorada para isso.

Kyoko levantou-se mas Ren agarrou-a pelo pulso antes de ela se puder mexer. Com uma cara apologética, ele olhou para ela até todos os demóniozinhos não terem outra hipótese a não ser desaparecerem.

- Podias simplesmente ter-me dito. – suspirou Kyoko sentando-se pesadamente no sofá, agora mais perto de Ren – E também te ia pedir para cantar um bocado depois de o jantar.

- O quê?

Kyoko explicou tudo sobre o unplugged que a MTV queria fazer com ela e a complicação com Sora para responder à pergunta de Ren.

- Isso é bastante complicado. – concordou Ren – E o Tora-san tem razão. Podem ser caprichos, mas não queiras zangar a Tachibana-san.

- Bem…não o vou fazer. – disse Kyoko – Mas era bom treinar um bocado antes de ser filmada.

- Não te preocupes. – pediu Ren – A Miranda só vem aqui para cozinhar. Depois costuma ir embora.

- Isso… - apesar de estar mais descansada, Kyoko abanou a cabeça – Isso parece-me errado. Se ela te prepara o jantar todos os dias, pelo menos devias deixá-la comer contigo.

- Mas pensei que tinhas ciúmes. – lembrou Ren.

Sim, pensou Kyoko, era uma contradição.

- E que tal se eu viesse preparara-te o jantar de aqui em diante? – propôs Kyoko vendo o sorriso na cara de Ren. Por momentos pensou que aquele tinha sido o seu objetivo desde o princípio.

- Todos os dias? – perguntou Ren vendo-a anuir com a cabeça – Comida caseira? – continuou Ren. Quando a resposta foi positiva outra vez, ele sorriu e deu-lhe um beijo na testa – Adoro as nossas discussões.

- Ren! – protestou Kyoko levando uma mão à testa – A Miranda está aqui.

Enquanto o arroz acabava de cozer para finalizar a comida tradicionalmente Americana que ela preparava todas as noites para Ren e que ele dizia não gostar tanto quanto comida Japonesa, Miranda escutava inutilmente a conversa dele com Kyoko.

Maldito japonês! Maldito Japão!

Ela continuava sem falar o mínimo dos mínimos daquela língua que devia estar morta e só a irritava mais o fato de Ren conseguir falá-la fluentemente.

Sempre que o via sorrir daquela maneira ficava instantaneamente irritada e só lhe apetecia voltar para a América mas não o podia fazer até o seu trabalho estar terminado. Com uma dor de cabeça latejante, Miranda deitou o arroz nos pratos e levou-os com um grande sorriso para a mesa da sala onde já tinha arranjado tudo para Ren…e fora obrigada a rearranjar tudo de novo quando Kyoko chegara.

Depois foi chamá-los…com o mesmo sorriso inocente que se obrigava a pôr sempre que os via juntos.

- Diner is ready! – exclamou Miranda alegremente.

Kyoko e Ren levantaram-se, agradeceram a Miranda e ele levou-a à porta. Kyoko sentou-se à mesa enquanto ouvia Ren a despedir-se de Miranda em inglês e quase se sentiu culpada por não a ter convidado para ficar para jantar mas os ciúmes ganharam a batalha contra a culpa.

No entanto, quando Ren voltou e se sentou à frente dela, Kyoko demorou um pouco até conseguir olhar para ele.

- Então eu vou ser o teu público esta noite, certo? – perguntou Ren começando a comer com um sorriso satisfeito na cara – Nunca tive um concerto privado.

- Hum…como vou passar a cozinhar para ti todas as noites, talvez vá ter que dormir aqui. – Kyoko viu Ren a concordar com a cabeça enquanto mastigava a última garfada por isso ela decidiu ser mais especifica – Contigo.

Ren cuspiu a comida que tinha estado a mastigar até agora de volta para o prato. – O que é que disseste?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Feliz Ano 2012 =)
Comentários



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Skip Beat - a Revolta do Príncipe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.