Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie


Capítulo 36
Capítulo 36 - O que eu sinto


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois de partilhar o almoço com Maria e Ren, estava na hora da saída que tinha marcado com Kanae e Chiori. Como tinham saído mais cedo, decidiram ir a um shopping e passear até que chegasse a hora para jantar.

- E então, eu pensei que podíamos comprar alguns acessórios para a entrega de prémios, enquanto estamos aqui. – disse Kanae referindo-se às nomeações de Kyoko – Um colar…

- Não, eles disseram que disponibilizam isso para o show e o Ren já me comprou um vestido para o tapete vermelho. – disse Kyoko – Não precisas de te preocupar, Moko-san.

- Bem…tu e o Ren, huh? – insinuou Chiori – Estão a ficar mesmo muito chegados. Será que já se passou aí alguma coisa?

- Como assim? – perguntou Kyoko enquanto caminhavam pelos corredores repletos de montras cuidadosamente arranjadas para prender a atenção do comprador.

- O que ela está a perguntar é se já passaram ao passo seguinte na vossa relação. – Kanae suspirou quando viu a cara confusa da amiga – Sexo, Kyoko.

Kyoko corou exatamente como Chiori e Kanae tinham previsto que aconteceria e começou a gaguejar incompreensivelmente.

- Então é um “não”. – deduziu Chiori encolhendo os ombros – Bem, também não é nada demais…acho que ainda têm muito tempo para isso.

Kanae também concordou mas Kyoko parecia distante quando entraram para um restaurante de comida de plástico. Procuraram uma mesa vazia e pediram três cachorros quentes, batatas fritas e coca-colas

- Eu disse-lhe que ia esperar até me casar. – murmurou Kyoko, agora achando que tinha errado redondamente – Eu só queria ter a certeza que estava a fazer a escolha certa. Afinal, isto é uma coisa importante e…

- Kyoko, deixa-me parar-te aí. – interrompeu Kanae – Em vez de te perguntares se é a escolha certa, tens que te perguntar se vais-te arrepender, depois.

- O quê? – perguntou Kyoko, inocentemente.

- Se um dia, tu e o Tsuruga-san forem por caminhos diferente vais-te arrepender por a tua primeira vez ter sido com ele? – perguntou Chiori interpretando as palavras de Kanae – Porque não tens a certeza se vais ficar para sempre com a pessoa que amas, mesmo se te casares.

- É isso mesmo, Kyoko. – concordou Kanae – Até uma pessoa cega pode ver que o Tsuruga-san te ama. Achas que o amas o suficiente para ele se tornar a tua primeira pessoa especial?

Kyoko não respondeu à pergunta. Sentiu que não tinha que responder porque era óbvio que ela o amava. O que elas tinham dito também era verdade, o que só lhe dava mais coisas para pensar.

- Mas agora esquece. – disse Kanae – Se já disseste ao Tsuruga-san que queres esperar até ao casamento, ele é do tipo de homem que não te vai tocar até lá, mesmo que agora implores. Ele vai achar que só estás a fazer aquilo para o agradar e nada feito.

E Kanae tinha razão, pensou Kyoko zangada com ela própria.

- E quando é que podemos tirar isto? – perguntou Kanae irritada, referindo-se às perucas obviamente falsas e aos óculos de sol chamativos numa época de chuva.

- Moko-san, sabes bem que, se os tirássemos, não teríamos paz. – disse Kyoko porque tinha sido ela a propor os disfarces já que o caso da Marisa tinha funcionado tão bem.

- Sim, mas podíamos ter escolhido algo mais…

- Eu também queria falar sobre uma coisa. – anunciou Chiori sem esperar que Kanae acabasse de falar. Respirou fundo e tentou não olhar diretamente para Kyoko – Eu acho que…gosto do Sho.

- Wow! Este dia está preenchido de conversas estranhas. – comentou Kanae olhando, chocada, para Chiori – O que é que te deu, Chiori? Tu sabes o que ele fez à Kyoko!

- Eu sei. – disse Chiori olhando agora para Kyoko, que continuava calada – Kyoko, eu também não sei o que me deu. Peço imensas desculpas!

- Para que é que estás a pedir desculpa? – perguntou Kyoko passados alguns segundos – Gostar de um rapaz não é errado. Não te vou dizer o que fazer mas, por favor, não o deixes magoar-te como me magoou a mim.

- Não te preocupes, Kyoko. – pediu Chiori, agora a sorrir – Ainda nem sei se é amor.

- Eu acho que é amor.

Sho estava num bar escuro e um tanto fedorento, o tipo de lugares onde ninguém pensaria encontrar uma estrela…e era exatamente isso que ele queria.

Ao seu lado, sentado ao balcão, estava Ren com um olhar de tédio que já demorava há mais de meia hora, desde que Sho o tinha convidado para uma bebida. Afinal trabalhavam juntos, até era saudável se socializassem um bocado fora do ambiente de trabalho. Era assim que Ren tinha pensado e estava extremamente arrependido por o ter feito.

- Meu, porque é que me estás a dizer isso? – perguntou Ren com a cabeça apoiada numa mão.

- Tsuruga, achas que também me agrada estar a falar disto contigo? – perguntou Sho – És a única pessoa que conheço que está verdadeiramente apaixonada.

- E o que é que queres que te diga? – perguntou Ren sinceramente confuso.

- Eu nunca amei alguém de verdade, sabes? Mesmo quando estava com a Kyoko, acho que só a queria para mim porque estava confortável quando estava com ela. – confessou Sho, perturbando Ren – No entanto…e se amar não seja só estar “confortável” ao lado de alguém? Então pensei, tu estás verdadeiramente apaixonado por ela, certo? O que é que sentes quando estás com ela?

Ren suspirou e decidiu que ele estava sinceramente a pedir desculpa…e isso era uma coisa que ele não fazia facilmente.

- Ouve, o amor não se pode descrever. – apesar de ter dito isso, Ren decidiu tentar fazê-lo porque ele parecia quase assustado – Amar é querer o melhor para ela, é quere-la mais do que tudo, querer vê-la a sorrir e sorrir com ela. É não quere-la vê-la a chorar ou a sofrer. Se magoares a pessoa que gostas, vais-te sentir horrível, não vais querer que ela se aproxime de mais ninguém, que ela sorria para outros homens. É olhar para ela e querer que ela seja só tua…e tantas outras coisas. – Ren suspirou porque tinha Kyoko na mente – Se estás longe dela, é como se tivesses deixado um pedaço de ti mesmo para trás. O amor é isso.

Sho estava com a boca aberta mas não sabia o que dizer.

- Percebeste? – perguntou Ren porque Sho continuava sem palavras e Ren estava a ficar embaraçado.

- Tsuruga… - começou Sho – Francamente, achas que eu ia sentir um amor tão forte em tão pouco tempo?

Ren corou porque apercebeu-se que tinha acabado de dizer uma coisa que, se calhar, não devia ter dito…talvez tivesse dito demais.

- Então, o que é que sentes pela Chiori, Fuwa? – perguntou Ren, agora zangado.

- Neste momento? – Sho viu Ren anuir com a cabeça e começou a pensar como se a sua vida dependesse disso – Eu gosto de conversar com ela e aprecio a companhia dela. A verdade, é que não sinto a falta dela como tu dizes sentir falta da Kyoko. No entanto, nunca me senti assim em relação a uma rapariga. Ela é diferente das outras.

Ren continuava a anuir com a cabeça como se estivesse a tentar compreender o que ele sentia. De repente, lembrou-se de uma coisa que estava sempre presente quando se amava alguém.

- Queres beijá-la?

Sho ficou a olhar para ele durante alguns segundos. – O quê?

- Perguntei se queres beijá-la. – repetiu Ren – Queres tocá-la? Sentes o desejo de a tomares com as tuas mãos.

Foi a vez de Sho corar como se fosse um pequeno menino a ouvir aquele assunto pela primeira vez.

- Vais corar agora? – perguntou Ren – Pensei que eras um mulherengo. – insinuou ele – Estavas confuso porque ainda não percebes o que sentes. Bem…isto é o básico. Só tens que decidir se a desejas ou não.

- Eu…não quero tocar-lhe. – disse Sho, finalmente. Por momentos, o silêncio apoderou-se entre os dois. Sho bebeu um pouco de cerveja e voltou a olhar para o Ren – Porque, até agora, eu tenho tocado nas mulheres que conheço tão facilmente, eu acho que se lhe tocasse agora, não teria nenhum significado. – disse ele tristemente – Aliás, não sei se algum dia terei coragem de lhe tocar, porque acho que ela merece melhor.

Ren sorriu porque aqueles eram exatamente os seus sentimentos há um par de anos atrás.

- Não queres tocar-lhe… - disse Ren – Ou achas que não tens o direito de lhe tocar?

- Tsuruga, seria errado para alguém como eu fazê-lo. – confessou Sho bebendo mais um trago de cerveja.

- Pelo menos devias contar-lhe o que sentes. – aconselhou Ren. Sho abanou a cabeça – Se não o fizeres, como é que vais saber se ela não sente o mesmo?

Sho começou-se a rir como se Ren tivesse acabado de dizer uma piada muito engraçada, até a barriga começar-lhe a doer.

- Achas que há alguma hipótese de ela gostar de mim? – perguntou Sho com lágrimas nos olhos por ter rido tanto – Estás a gozar? O que é que a Kyoko fez quando lhe disseste que a amavas?

- Ela… - Ren ponderou se devia mentir ou não – Na altura ela respeitava-me. – decidiu contar a verdade – Ela nem sequer pensava em mim dessa maneira. O que aconteceu a seguir já é para além do meu conhecimento. Terias que lhe perguntar a ela.

Ren levantou-se, acabou de beber a água que tinha no copo e pôs uma mão no ombro de Sho porque achou que ele estava a perder a esperança.

- Pode começar mal para ti e para a Chiori. – confessou Ren – Mas também começou mal entre mim e a Kyoko e olha onde estamos agora. – ele suspirou e tirou a mão de Sho – Vemo-nos amanhã, Fuwa.

- Igualmente, Tsuruga. – disse Sho, continuando a beber depois de ele sair.

Depois de se despedir das amigas, Chiori apanhou um táxi, Kanae foi ter com James que a tinha vindo buscar e Kyoko decidiu esperar por Ren que lhe tinha dito que também a ia buscar.

No entanto, não devia ter ficado à porta do shopping…principalmente porque estava vestida de Marisa.

- Hei, Marisa…?

Kyoko olhou para trás e, infelizmente, viu Sousuke com um bando de rapazes atrás dele. Alguns conhecia da faculdade, outros eram-lhe desconhecidos.

- Oh, meu Deus. – murmurou Kyoko, demasiado cansada para lidar com aquilo, naquele momento.

- O que é que estás aqui a fazer, Marisa? – perguntou Sousuke enquanto os outros rapazes avaliavam Kyoko de cima abaixo – Já é tarde. Não tens que ir até Kyoto?

- Hum… - o que é que ia dizer agora? – Não…hum…hoje vou dormir na casa de um amigo.

- Bem, queres que te leve até lá? – perguntou Sousuke – Uma rapariga não devia andar sozinha a estas horas da noite.

- Não. Ele vem buscar-me. – disse Kyoko – Aliás, deve estar quase a chegar.

- Então, se estás aqui amanhã, porque é que não vais até à faculdade? – perguntou Sousuke – Disseram que vão gravar um filme no nosso quintal.

- Eu…estou ocupada, amanhã. – disse Kyoko, esperando não ter sido demasiado óbvia – Mas vou lá quando puder.

Ao ouvir um carro a estacionar atrás dela, Kyoko quase suspirou e apeteceu-lhe correr até ao carro preto de Ren quando se virou e o viu.

- Bem, parece que a minha boleia já chegou. – anunciou Kyoko – Vemo-nos depois!

Sem hesitar, ela afastou-se de Sousuke e correu até ao carro entrando e sorrindo para Ren que trazia o habitual boné e óculos de sol.

- Consegues ver alguma coisa com isso? – perguntou Kyoko referindo-se aos óculos de sol. Com um movimento rápido, ela tirou os óculos da cara de Ren e sorriu – É muito perigoso conduzir com isto à noite.

- Assim podem-me reconhecer. – queixou-se Ren.

- Os óculos não faziam muita diferença. – argumentou Kyoko.

- Bem, boa noite para ti também. – disse Ren ironicamente.

- Tch…criancinha. – como se só estivesse a fazer aquilo para lhe fazer a vontade, Kyoko inclinou-se e deu-lhe um beijo na bochecha – Contente?

- Não. – Ren puxou-a para ele e encostou os seus lábios aos lábios dela, sedutoramente, até os protestos dela acabarem e Kyoko descontrair. Satisfeito com os resultados, Ren sorriu – Agora estou contente.

Enquanto isso, ainda à porta do shopping, o grupo de Sousuke olhava para o carro, vendo-o a arrancar.

- É aquela a rapariga por quem andas caidinho? – perguntou um dos amigos – Parece que ela já tem namorado.

Sousuke suspirou.

- Sim, parece que sim.


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Notas finais do capítulo

Esta é a maior fic que eu escrevi até agora -.- Phew!
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