Capítulo 3 – Manhã inquietantemente feminina?!

Em frente ao lavatório, observando a própria imagem refletida no espelho, foi assim que a pequenina Sunshine encontrara a moça desolada.

A criança, inocentemente, não se limitou a nenhum contato emocional maior, nem mesmo físico. Prontamente aproximou-se da moça e agarrou com força sua mão direita, pálida e fria como nunca.

Inicialmente a moça desviou os olhos que se mantinham fixos no corte no canto direito da fronte e, deixando de estancar o ferimento, deu atenção ao gesto infantil. Uma ternura tomou conta de seu ser:

- Está tudo bem agora. Meus amigos vão ajudar você. – a pequena pronunciou-se tão gentilmente.

A moça apenas sorriu ainda amargurada e se abaixou pra ficar na mesma altura da criança:

- Não se preocupe. E sim, você tem toda razão, está tudo bem agora. Tudo que era ruim ficou trancado na noite passada. - a moça acariciou o rosto infantil de Sunshine, expondo, através do contato, que não somente as mãos estavam frias, como também se encontravam trêmulas - Agora volte para seus amigos, okay? Não é bom que fique muito tempo longe deles. - sorriu docemente, queria confortar a criança que demonstrou compaixão quando ela já desacreditava que algum ser humano poderia obter de tal sentimento.

- Mas...  - protestou em vão numa tentativa frustrada.

- Apenas vá. - a moça soltou-se dos dedinhos da criança e a empurrou pra perto da porta, dando-lhe às costas.

O assunto entre elas era derradeiro, aparentemente.

Sunshine a deixou ali, não ousando mais nada, bateu a porta atrás de si.

 A moça, agora sozinha, contraiu os olhos melancolicamente. Nunca havia desejado ser rude, mas era o que tinha de ser feito.