The Cullens escrita por Nina Guglielmelli, mulleriana


Capítulo 7
Operação FEDOR


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo especial gente. Espero que gostem e se divirtam. Boa leitura ^^



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POV - Emmett

Eu praticamente desmaiei na cama depois de dançar com Rosalie por horas. E outras coisas mais, também. E, bom, eu estava planejando uma noite de sono sem interrupções. Mas Edward tinha assuntos mais importantes e, como meu maninho era chato demais para ter amigos, eu é que tive que acordar para ajudá-lo.

- Levanta daí. Agora. - Ele reclamou enquanto acendia a luz do nosso quarto.

Nessas horas em que me faltava privacidade, eu me perguntava porque tinha quase 30 anos e nunca mudara para meu próprio apartamento. Talvez eu realmente adorasse nossa casa gigantesca e seu quintal. Ergui a cabeça, deixando meus olhos se acostumarem com a claridade. Vi pelo canto dos olhos o relógio marcando 5:42 da manhã - e eu estava dormindo desde as 5, só.

- O que é, porra? - Resmunguei contra o travesseiro, deixando um de meus pés cair e bater no chão enquanto deitava de bruços.

- Eu... Estou com um problema.

- Novidade.

- Não tem graça.

- Não me referi a isso. - Ergui a cabeça, tentando me desculpar rapidamente. Ele odiava quando eu fazia piadas com o real problema. - O que é, então?

- É... Antes de sair da festa, eu...

- Certo, ótimo. Parece mesmo grave. Conversamos amanhã.

Bati a mão no interruptor ao lado da minha cama e voltei a relaxar na cama. Quase um minuto depois ele religou a luz, e nós gastamos um bom tempo em seguida brigando, cada um mexendo em um interruptor diferente. A luz ficou acendendo e apagando enquanto nos olhávamos, até que a lâmpada ameaçou queimar. Ah, como eram bons aqueles tempos em que eu tinha dois anos de idade... E era filho único. Mas meus pais tinham que dar uma pimbada a mais, é claro!

- AH, QUAL É, EDWARD! O que aconteceu? Passou mal ou coisa do tipo?

- Não estaria aqui perdendo tempo com você se fosse o caso. Foi Bella.

Sentei na cama quase no mesmo instante, arregalando os olhos para ele. - Cara... Vocês não...?

- É claro que não, Emmett. Não sou louco.

- Então, o quê? Ela jogou comida em você? Porque outro dia ela colocou uma coisa nojenta no meu prato, eu ameaçei jogar fora e ela enfiou aquela porra dentro da minha camiseta. Ela é meio problemática. Tipo você, assim.

Ele ficou parado, esperando que eu visse que a situação era séria. Pressionei os lábios um no outro e assenti devagar, esperando.

- Eu tentei beijá-la.

Olhei em volta teatralmente, tentando entender onde estava a gravidade no assunto.

- E...? - Perguntei, mexendo a cabeça em sua direção com uma ansiedade exagerada.

- Ela se esquivou, porque disse que eu sou fedido.

Fiquei imóvel; os lábios entreabertos, os olhos piscando automaticamente. Eu tinha várias piadas na ponta da língua, mas simplesmente soltei uma gargalhada estrondosa, sentindo a cama balançar junto comigo. Ele deu os ombros, já sabendo que essa seria a minha reação. Sentou em sua cama - que era ao lado da minha - e bufou. Jogou o corpo deitado em seguida, olhando para o teto enquanto falava.

- Não foi exatamente um beijo, mas eu senti seus lábios... São tão macios. Ela toda é. E... Talvez ela tenha razão. Talvez eu seja nojento.

- Cara, você é uma bicha, mesmo! - Respondi ainda rindo, apoiando em minhas coxas para levantar e andar até o guarda roupa somente com minha samba-canção.

Peguei o desodorante em minhas coisas e virei para o resto do quarto, espirrando em tudo, principalmente em meu irmão e sua cama. Ele soltou um grande espirro, e eu parei, arregalando os olhos.

- Tudo bem? - Perguntei, não sabendo se aquilo causaria algo nele.

- Estou bem. MAS PÁRA COM ESSA MERDA!

- Olha, é assim. - Expliquei, guardando o desodorante antes de voltar para minha cama. - Você dorme com esse cheiro, e quando acordar tentamos mais algumas coisas. Vai ficar tão irresistível quanto eu! E a Bellinha vai estar no papo.

Sorri, ficando sentando na beirada da cama. Pensei rapidamente, e em seguida olhei para ele com curiosidade.

- Por que... Exatamente, tentou beijá-la?

Ele demorou algum tempo, mas finalmente sorriu consigo mesmo, encarando o teto mais uma vez.

- Quem não iria tentar?

POV - Edward

Eu desci para o café da manhã arrasado. Mesmo com toda aquela comida incrível de Esme posta na mesa, eu sentia vontade de voltar para a cama e não mais sair. Eu começara a fumar por besteira, e agora a única garota pela qual me interessara me rejeitou por esse motivo. Depois de anos sem deixar ninguém se aproximar, eu queria que ela entrasse na minha vida. Mas ela não estava disposta a isso.

Bella era incrível. Eu sabia isso desde o primeiro momento em que a vira. Mas precisava ser rude com ela, porque se ela se aproximasse demais, tudo estaria perdido. Mas agora era tarde. Eu precisava dela. Eu a amava?

Sentei na mesa como um zumbi enquanto Esme colocava mais e mais comida a minha frente. Ela nunca me deixava sair de casa sem estar bem alimentado. Algumas vezes, todos deixavam para comer só no restaurante, mas eu era totalmente proibido de pisar na rua sem estar com a barriga cheia.

- O que foi? - Ela ergueu uma sobrancelha para mim, colocando a mão que segurava o pano de prato na cintura. - O que te mordeu, afinal? Pensei que estivesse gostado da festa.

Ela se afastou para a cozinha, e quando vi Alice já estava sentada ao meu lado devorando tudo. Não sei como cabia tanta coisa naquele corpinho. Minha mãe voltou com um prato cheio de pães recheados, e colocou a nossa frente. Ela sorriu, esperando que eu comesse, mas ao invés disso foi minha irmã quem puxou alguns para si.

Às vezes eu odiava como era protegido. Essa era uma das razões porque nunca mudara. Eu era auto-suficiente o bastante para isso, tinha meu salário no restaurante. Era mais maduro que meu irmão mais velho. Mas não achavam seguro que morasse sozinho. Ergui a cabeça, e Esme já parecia estar falando há bastante tempo.

- E, ah, a música que tocou foi tão linda! Foi para alguma garota em especial? - Ela riu, pegando um pão e mordendo-o ao sentar junto conosco.

- É... Talvez.

Alice riu, ocupada em passar manteiga numa fatia de bolo. Franzi a testa com isso, obrigando minha boca a colocar um pouco de comida para dentro. Nosso pai desceu, dando um beijo rápido em Esme antes de sentar.

- Onde está Emmett? - Perguntou. - Ele chegou antes de você.

- Ele sempre dormiu demais. - Respondi, ausente.

- Já são 11 horas. É bom ele levantar logo.

Algumas vezes meu irmão era tratado como uma criança. Mas só porque agia como uma.

- É uma pena ter que abrir o restaurante tão tarde hoje... Aquilo deve estar uma bagunça ainda. - Minha mãe respirou fundo, olhando em volta da sala pensativa. - Vou pedir à Bella para que me ajude a limpar tudo.

Meu corpo estremeceu ao ouvir o nome, e bebi um grande gole de suco antes que ofegasse ou coisa do tipo. Alice pareceu perceber minha reação, mas ficou em silêncio. Aos poucos, todos acabaram de comer, mas eu ainda estava ali, tendo dificuldade para engolir.

- Sem pressa, querido. - Esme disse, carinhosa, sendo a última a levantar da mesa. - Vamos abrir só para o jantar, hoje. Eu precisaria de alguem para limpar tudo comigo, mas Bella estará lá, então pode tirar o dia para você.

A pior sensação do mundo era quando minha família parecia ter pena de mim.

Continuei a comer sozinho, enquanto meus pais e minha irmã estavam atarefados. Ela tinha razão: Eu precisava me alimentar. Mas era impossivel. Eu só conseguia pensar que Bella tinha nojo de mim. Ou pior: Que, além disso, ainda me odiava. E ainda desejava a minha morte.
Emmett desceu as escadas correndo e parou na frente da mesa, com um sorriso enorme no rosto.

- Pronto para a Operação FEDOR?

- FEDOR? - Perguntei com certo receio.

- Formas de Eliminar Definitivamente o Odor do... Bom, ainda não pensei no que o R pode significar. Que tal se a gente chamar só de FEDÔ?

- Emmett, a gente não vai chamar de nada, porque...

- Presta atenção!

Ele sumiu por alguns minutos, e voltou com cartolina gigante. Apoiou na parede, apontando com um lápis para o que falava. Tudo estava dividido em tópicos.

- Primeiro, vamos te encher de perfume. De todos os tipos. Talvez até alguns de Alice. Você sabia que mulheres tem tendências bissexuais? Você todo gayzão assim vai conquistar ela ainda mais rápido com cheiro de garota!

Apoiei o rosto numa mão, respirando fundo.

- Depois, vou te colocar numa banheira com vários sals.

- Sais.

- Tanto faz. E aí depois vou encher a sua pele e o cabelo de suco de tomate. E as suas roupas já estão cheias de naftalina.

Ergui o rosto para ele.

- Elas estão o quê? - Perguntei, com os olhos arregalados.

- Naftalina. Pra tirar o cheiro ruim.

Bati os punhos da mesa, ficando em pé.

- Emmett, naftalina foi feita pra impedir bichos de irem no guarda roupa. Ela deixa um cheiro horrível no tecido!

- Desculpa, eu entendo mais de química do que você. CALA A BOCA E ESCUTA! - Obedeci, resmungando. E ele continuou, apontando uma espécie de mapa na cartolina. - Esse é o nosso plano. Perfume, sais, tomate, roupas cheirosas e muita, muita bala de hortelã. Mas tem que parar de fumar.

Olhei para ele, sério. - Não é tão fácil quanto parece.

- Edward, nós dois sabemos que esse hábito faz mais mal a você do que a qualquer outra pessoa.

- É uma escolha minha, está bem?

- Certo. - Ele deu os ombros, enrolando seu 'plano'. - Fique com o cigarro, e perca a garota.

Analisei sua expressão. Ele sabia exatamente que aquele argumento iria me convencer.

- Quando começamos?

(...)

Por que eu estava fazendo aquilo? Eu nem mesmo tinha certeza se Bella gostava de mim. Eu tocara uma música para ela, e não ouvi ela dizer exatamente que gostara – ou que entendera que cada verso era em sua homenagem. Eu tentei beijá-la e ela se afastou com a desculpa de que meu cheiro a incomodava. Mas, e se na verdade ela odiasse tudo em mim?

Eu sempre agi com ela como fizera com todos. Mal – humorado. Com raiva da vida por completo. Há anos eu queria desistir de tudo. Mas, agora, eu tinha um motivo para mudar. Eu tinha uma razão para continuar lutando. Ela só precisava sentir o mesmo que eu. Lutar por ela valeria a pena?

Emmett me obrigou a sentar na banheira cheia de suco de tomate, e começou a jogar mais daquilo em minha cabeça. Eu fiquei imóvel, olhando sério para a parede enquanto ele lavava meu cabelo com aquilo. O cheiro me enojava. Principalmente porque estava misturado com vários – realmente, muitos – tipos de perfume e dezenas de balas em minha boca. Acho que um resumo de tudo seria mais ou menos assim: Eu estava pior ainda.

- Olha, eu acho que tá ficando bom. – Emmett sorriu.

Suspirei, assentindo devagar quase comigo mesmo.

- Acha, é?

- É, sim.

Fez-se silêncio por algum tempo, enquanto eu tentava de alguma maneira parar de respirar.

- O que vai acontecer se funcionar?

- Como assim? – Ele sentou no vaso sanitário, esperando o cheiro do suco impregnar em mim.

- O que vai acontecer... Se realmente nos tornarmos um casal?

Nós ficamos nos olhando por um longo tempo. Eu estava pensando, e ele ainda estava tentando entender.

- Não seremos um casal de verdade, cara. Ela nunca será minha... De verdade. Entende?

- Talvez, sejam.

- Não, Emmett. Você sabe que não. Eu não faria isso com ela.

Ele assentiu, finalmente entendendo a seriedade da conversa. Me olhou por um longo tempo, e em seguida levantou.

- Devo abortar a operação, então?

Franzi a testa. - O quê?

Ele revirou os olhos. - Quer desistir?

Balancei a cabeça negativamente, me ajeitando na banheira. Ele se aproximou com mais uma jarra, despejando tudo em minha cabeça enquanto eu mastigava mais uma bala.

E tudo aconteceu como eu previra. A mistura de cheiros me deixou, definitivamente, mais fedido. E eu descobri isso assim: Estava descendo as escadas (com minhas roupas que passaram horas ao lado de várias bolas de naftalina) após um banho, desta vez com água de verdade. Alice estava no sofá, conversando com Jasper. Pelo jeito, agora ele estaria sempre lá.

Eu parei próximo ao mais jovem casal e abri um leve sorriso. Ambos me olharam e, menos de um segundo depois, se afastaram para o lado oposto do móvel.

- O QUE ACONTECEU COM VOCÊ? – Alice berrou, arregalando os olhos. Ela levantou e começou a andar em torno de mim, cheirando meus ombros com uma careta exagerada. Emmett parou ao nosso lado, magoado.

- É a Operação Fedô. E demora um tempo pra fazer efeito.

- Eu nunca vi nada tão... Fedorento na minha vida. – Minha irmãzinha fez uma careta, caindo sentada no sofá.

- Bom, não tem mais cheiro de cigarro. – Ele deu os ombros, e passou o braço imenso por meus ombros com um sorriso. – Até a hora de ir para o restaurante, ele vai estar ótimo. E vai estar livre desse cheiro de... – Emmett abaixou o nariz para mim, mas suspirou. – Acho que isso não tem um nome.

Fiquei imóvel enquanto eles começavam uma discussão, tentando achar um nome para o meu cheiro. A verdade é que a naftalina me deixava com cheiro de asilo. O tomate, de fruta podre, e a mistura de perfumes mais parecia uma essência que deu absurdamente errado. Se Bella se afastara antes, iria vomitar nos meus pés agora. Droga, tudo o que eu mais queria naquele momento era um cigarro.

- Algum de vocês viu o meu... - Carlisle parou ao meu lado, olhando para todos os lados enquanto respirava fundo. - O que é isso?

- O quê? - Alice perguntou.

- Não sei... Alguma coisa podre.

- Ah, tudo bem, pai. É só o Edward. - Meus irmãos sorriram, e Jasper pareceu prender o riso.

Ele me olhou confuso. - É você?

- Bom, basicamente... - Emmett se afastou de mim para falar com nosso pai. - O Edzinho tentou pegar a Bella ontem mas aí ela disse que ele era fedido e aí a gente criou a Operação Fedô e eu usei toda a minha astucia para encontrar várias coisas que melhorariam seu cheiro só que ele acabou ficando assim. - Ele falou praticamente sem pausas, respirando fundo antes de continuar. - Acho que, quando diziam que essas coisas ajudavam, não quiseram dizer juntas...

Olhei para meu irmão com os braços cruzados.

- Cara... Você é genial.

Ele sorriu, orgulhoso, e Carlisle riu.

- Só um tempo sem fumar já vai te deixar melhor. E... Lave essas roupas. Não vá para o restaurante com esse cheiro. Se não sair, fique em casa o tempo que precisar. Só não... Só, por favor, não saia em público. - Ele ergueu uma sobrancelha, tentando se certificar de que eu entendera o recado.

Estalei a língua, sério, enquanto ele enfatizava como eu estava fedendo. - Vou tentar, pai.

Ele se afastou, e eu pude ver que prendia a respiração. Despediu-se e foi em direção a porta, arrumando o uniforme no corpo.  Emmett virou para mim, divertido.

- Cara, diz aí... A Bella gosta de tomate?


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Notas finais do capítulo

AUHHUAHUAUHAHUAHUAHUHUA, coitado, não deve ser fácil ter um irmão como o Emmett mas...pelo menos ele tentou ajudar coitado. Ai gente, obrigada pelos comentários maravilhosos, sempre que comentam aqui eu mostro pra Carol e ela fica mais animada em escrever. Muito obrigada mesmo e espero que continuem acompanhando a fic que nós estamos cada vez mais empolgdas em continuar. Mais e mais idéias surgindo e cada vez mais próximos da verdade não é?Bom, é isso gente. Beijos e até o próximo capítulo ;)