The Cullens escrita por Nina Guglielmelli, mulleriana


Capítulo 6
Festa


Notas iniciais do capítulo

Capítulo especial hoje gente ^^, o link da música é esse: http://www.vagalume.com.br/elton-john/your-song-traducao.htmlBoa leitura, espero que gostem *-*.



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Uma idéia maluca de Alice se tornaria realidade naquela semana: Uma festa à fantasia no restaurante. Ele estava bombando, é claro. Sempre lotado. E todos adoravam minha comida. Nos dias que se passaram, Esme colocou anúncios por toda a cidade de que haveria uma noite temática no The Cullen’s – mas que era necessário adquirir convites com antecedência. Desde o primeiro dia várias pessoas apareciam para garantir seu lugar naquela festa, e Alice começou a se empenhar com a preparação. Na verdade, acho que ela esqueceu um pouco que a vida continuava antes de chegar o momento, e ignorou completamente o fato de precisávamos trabalhar. Ela não falava sobre mais nada que não fosse o próximo sábado à noite.

Eu estava trabalhando sem parar, é claro. Chegava cada vez mais cedo no restaurante. E isso não era um problema, porque agora Edward também não era. O Cullen ficou simpático, de repente. Ele sorria a maior parte do tempo que estava comigo (e esse tempo não era pouco). Mesmo quando ficava bravo com a minha suposta demora com a comida, se segurava para não gritar. Não funcionava todas as vezes, mas ele estava se empenhando para não ter que pedir desculpas depois. Eu agora fazia ele rir mais vezes, e isso era bom. Muito bom. Mas... Quando estávamos juntos, e Jacob aparecia, o clima sempre ficava estranho.

Como gerente, Edward se ocupou bastante com a divulgação da festa e a venda de convites. Isso não o deixava livre para fazer as refeições comigo, e eu tive que recorrer ao meu outro amigo.

- Sabia que estou engordando depois que comecei a falar com você? – Jacob riu, sentando na escadaria ao meu lado. Era um raro dia de Sol.

- Então me devolva isso, que tal? – Perguntei, divertida, puxando o prato devagar de seu colo. Uma ponta de desespero passou por seu rosto, e eu ri, dando um pequeno soco em seu ombro.

Fez-se silêncio por alguns segundos, mas não era um clima tenso como eu costumava ter com Edward (há semanas atrás). Ambos estávamos nos divertindo somente por estar juntos.

- Então... – Ele falou de boca cheia, mas engoliu logo em seguida. – Qual é o seu lance com o Eddie?

- Eddie? - Só Emmett o chamava assim.

-
Edward.

- Eu sei quem é... – Ri, franzindo a testa. Ele deu os ombros, e eu completei. – Somos amigos. Qual é o problema?

- Vocês se odiavam, até mês passado.

- Nós... Aprendemos a conviver com nossos defeitos. – Ergui o queixo, tentando soar poética.

- Eu sei. É que... Vocês se grudaram, de repente. Quase tanto quanto Emmett e Rosalie.

Olhei para seu rosto, tentando entender o que ele quis dizer.

- Não estamos juntos.

Jacob riu. - Sei que não.

Mordi o lábio, divertida, comendo um pouco enquanto ele fazia o mesmo. Talvez ele tivesse razão. Talvez quem olhasse para nós visse um casal como viam neles. Mas, se Rosalie tinha o seu Cullen, por que eu não podia ter o meu? O fato é que eu queria um - este artigo não é tão indeterminado quanto parece - e não sabia exatamente o porquê. E nem se isso era bom ou ruim. O que estava acontecendo comigo? Por que, de repente, tudo o que eu pensava – de ruim – de uma pessoa começava a se desmoronar, e eu mal conseguia ver defeitos nele?

- Que tal fazer alguns lanches pra viagem, hm? – Jacob pediu.

- Vou pensar no seu caso.

Balançou a cabeça negativamente, rindo, e, em seguida, deu uma grande mordida (talvez mais do que a sua boca pudesse suportar).

(...)

Parei na porta do escritório, arrumando meus shorts mais para baixo antes de bater na porta. Era raro eu usar uma peça como essa. Forks raramente deixava seus habitantes saírem nas ruas com trajes de calor e, quando isso acontecia, eu não suportava mostrar minhas pernas absurdamente finas. Mesmo assim, arrisquei. Aquele dia estava especialmente quente – mesmo que a previsão do tempo já indicasse neblina para o dia seguinte.

Bati três vezes, rapidamente, e esperei. Edward estava lá dentro, mas havia mais alguém falando com ele. Mesmo com meu barulho, ninguém parou o assunto. Bati novamente e suspirei, ouvindo as vozes se transformarem quase numa discussão. Franzi a testa e, discretamente, encostei o ouvido na porta.

Já disse que estou bem, Carlisle.” Era a voz do meu Cullen e, pelo que conhecia dele, podia jurar que estava trincando os dentes enquanto falava.

Custará alguma coisa ir comigo até o hospital? Você sabe que todo cuidado é pouco.”

Fiquei imóvel, processando o que acabara de ouvir. Por que ele precisava ir ao hospital?

Eu tenho muitas coisas para cuidar aqui, pai.” Edward, assim como eu, só usava os termos mãe e pai quando tentavam convencê-los de alguma coisa. Eles ficavam mais vulneráveis ao serem chamados de uma maneira, de certa forma, carinhosa.

E se alguma coisa acontecer? Quem vai cuidar de tudo pra você? É melhor deixar sua mãe no comando por algumas horas do que por semanas.”

“É, é, tem razão.”
Edward disse, entediado, tentando se livrar do assunto. E então, silêncio.

Assim que ouvi os passos me afastei da porta com um pulo, assobiando baixinho ao andar de um lado para o outro fingindo analisar as mesas.

- Hm... Oi, Bella. – Carlisle franziu a testa, tentando entender o que eu estava fazendo.

- Ah, oi! – Abri um sorriso amarelo, colocando uma mão para trás e acenando com a outra.

Ele sorriu para mim e fez um gesto educado com a cabeça, indo atrás de Esme, provavelmente.
Entrei direto no escritório, pigarreando para fazer Edward olhar para mim. Ele estava sentado com vários papéis em cima da mesa, usando um óculos fino que o deixou com um ar (ainda mais) inteligente. O lápis se movia em sua mão rapidamente, anotando números cada vez maiores. Quando me ouviu, somente seus olhos se ergueram, e percebi que ele tentou evitar um sorriso.

- Olá, Bella.

Mordi o canto do lábio, parando na frente dele. A pergunta “Você está doente?” praticamente brincava na ponta da minha língua, mas eu me segurei.

- Eu vim avisar que há bastantes coisas em falta lá na cozinha, e...

- Sem problemas. Vou mandar Sam acelerar os fornecedores. Coloque tudo no papel para mim, está bem?

Mesmo que seu tom fosse educado, ele mal olhava para o meu rosto, voltando a anotar. Assenti, simplesmente, pressionando os lábios um no outro enquanto dava meia-volta.

- Bella? – Ele chamou, e eu virei. Dessa vez ele tirara os óculos, me olhando com as sobrancelhas erguidas. – Sei que não haverá nada como pares ou coisas do tipo... Mas... Seria uma honra se usasse uma fantasia combinando com a minha.

Ele riu baixinho e eu o acompanhei. “Vou de Drácula”, completou. Eu ri ainda mais, me imaginando com um vestido longo e dentaduras de plástico.

(...)

Poucos dias se passaram, e todos estavam cada vez mais atarefados. Durante a festa, somente os garçons (contratados para a ocasião) iriam trabalhar. O resto dos funcionários, até mesmo os entregadores, participariam com suas devidas fantasias. O único problema era que eu havia esquecido de alugar a minha.

- Essas coisas só acontecem comigo! – Resmunguei, mexendo com força o conteúdo da panela.

Já eram mais de 5 horas da tarde do sábado; a festa começaria às 8. A comida estava perfeita, mas eu não tinha idéia do que iria fazer à respeito da minha roupa.

- Qual é o problema, Bellinha? – Emmett andou até mim com um enorme sorriso, quase atropelando os outros funcionários, também atarefados com a comida.

- Esqueci de alugar a merda da fantasia, e... TIRA O DEDO DAÍ! – Arregalei os olhos, batendo em sua mão quando ele tentou provar a comida.

- Ei, calma! – Ele soltou uma gargalhada estrondosa, batendo no peito gigantesco com orgulho. – Serei a solução dos seus problemas!

- Você o quê? – Virei para ele com os olhos cerrados, tirando a colher de dentro da panela num gesto automático.

- O que você precisa?

Pensei um pouco. Talvez ele pudesse mesmo ajudar. Seria melhor do que ficar parado ali, rindo enquanto tentávamos trabalhar.

- Um vestido... Antigo. Preto. E dentes de vampiro falsos.

- Certo. Vestido. Dentes. Eu volto em meia hora. – Deu um tapa em minhas costas com cuidado (o suficiente para eu tombar um pouco em cima do fogão).

Ele mal saiu e Alice apareceu, já vestida. Somente uma palavra poderia resumir o que vi naquele momento: Sininho.

- Se um brilho dessa roupa cair na minha comida, eu te faço engolir tudo.

Ela riu, batendo sua varinha em minha cabeça antes de disparar atrás de Jacob, que chegara com uma mochila. “O que vai usar?” Ouvi ela gritar, animada, saindo pela porta de trás.
Eu não sabia exatamente porque aceitara aquilo. Na realidade, eu sabia que ela só tramara uma festa para poder dançar com Jasper ou qualquer coisa do tipo. Aquilo tudo só estava me dando mais e mais preocupações. E eu nem mesmo gostava de dançar!

(...)

Emmett estava demorando demais para o meu gosto (não que ele fosse pontual). As pessoas chegaram um pouco mais cedo, e Edward foi recepcioná-las já com sua fantasia. Aos poucos, todo o salão estava lotado, com as mesas afastadas para formar uma pista de dança no centro. Os funcionários já estavam prontos, e eu continuava ali, vestida de chef de cozinha.

- Não vai sair daí? - Jacob perguntou ao me ver perto do fogão, auxiliando alguns garçons. Mexi a cabeça negativamente, sentindo a raiva me tomar.

- Não tenho fantasia. Emmett disse que... Argh! Ele vai acabar trazendo tudo errado. - Mordi o lábio, me apoiando no balcão enquanto ele ria.

Meu amigo estava vestindo uma fantasia estranha. Me lembrava o caçador da Chapeuzinho Vermelho, só que mais... Sexy, talvez. Não sei se essa era uma palavra para descrever Jacob. É, ele era bonito. Uma beleza bem diferente da que eu estava acostumada.

- Acha que ele vai trazer alguma coisa absurda? Quero dizer... Emmett faria isso? – Ri, fazendo uma leve careta. Jacob riu alto, passando o braço em volta dos meus ombros. Quando lhe dei realmente um abraço, ele beijou minha testa, e eu sorri.

E, como se estivesse programado para chegar sempre nesses momentos, Edward apareceu na porta. Ele ficou visivelmente desconfortável ao nos ver agarrados e eu, instintivamente, soltei meu amigo – que não pareceu gostar muito da rejeição.

- Eu pensei que estivesse concordado com a fantasia de vampira.

- Eu esqueci... – Soltei um gemido de frustação, me aproximando dele. – Mas Emmett foi buscar!

- Emmett? – Ele pareceu confuso.

Antes que eu pudesse perguntar, seu irmão entrou na cozinha também, vestindo uma roupa de urso que mais parecia um macacão com uma touca e orelhas. Era todo marrom, menos a barriga e os ouvidos, que eram preenchidos com um rosa claro. Perto de sua testa estavam dois olhos pretos, e seu rosto parecia sair da boca do animal. Ele me olhou como um filho se desculpando de uma travessura, e ergueu uma sacola enorme.

- Foi a única coisa que eu achei que.. Bom, que não te deixava parecendo uma p...

- Certo. Deixa eu ver. – Interrompi ele, pegando o pacote com um suspiro. Coloquei a mão lá dentro, olhando com certa raiva para o rosto do grandalhão. Senti um tecido felpudo e, quando puxei, vi que era pesado. - Uma... Ovelha. – Minha voz mal saiu enquanto eu observava a fantasia.

- Na verdade é um cordeiro. Ovelha é como é chamado quando ficam adultas, e bom... Você não tem tamanho de gente ainda, não é?

Só então reparei como 1,64 de altura mal parecia significar alguma coisa no meio daqueles três.

- QUER QUE EU VÁ VESTIDA DE OVELHA?

- CORDEIRO! E eu só não queria ser o único animal lá, ué!

- Pedisse pra sua namorada vestir isso!

- Ela vai de Noiva Cadáver! – Ele riu.

- E eu vou de ovelha! Ótimo. – Bufei, pegando a roupa e batendo meu ombro no antebraço de Edward ao passar por ele, em direção ao banheiro que outro dia o mesmo usara para lavar a mão.

Demorei 5 longos minutos para me enfiar dentro daquilo, mas consegui. E foi ainda mais sufocante sair daquele cubículo. A roupa era basicamente como a de Emmett. Era quente, e isso era bom. Forks estava meio fria naquela noite. Passei pela cozinha pisando com raiva, ouvindo Jacob e Emmett rirem quando um deles apertou “meu” rabo.

O restaurante estava lotado, para a alegria de todos, e a maior parte das pessoas estavam dançando, para a alegria de Alice. De todas as fantasias, nenhuma chegava aos pés da minha. Eu estava imensamente gorda, e a cor branca se destacava na luz negra. Eu parecia mais um poste revestido de algodão doce, parado no canto do salão. Comendo. E não era a única que estava devorando tudo (o que aumentava bastante o meu ego). Várias vezes algumas pessoas se aproximavam para elogiar minha comida, e eu sentia vontade de me esconder dentro da própria fantasia. Meu rosto ficava rosa como “minha” barriga e eu simplesmente sorria, balançando a cabeça freneticamente para as pessoas antes de lançar um olhar mortífero para Emmett.

A parte boa era que eu gostava e reconhecia todas as músicas. Alice tinha um gosto ótimo. Tudo estava tão animado... Eu não podia ver ninguém (que não fosse eu) parado. Antes que a música pudesse parar – ou melhor, quase no mesmo segundo que isso – senti os braços de Edward em minha cintura, me abraçando de lado. Ele sussurrou algo como “Fique perto do piano” e sumiu na multidão.

Então apareceu Esme, vestida de enfermeira, ao lado de Carlisle. Seu marido continuava com a roupa de médico, mas só porque talvez ele precisasse sair rapidamente para alguma emergência.

- Depois de muito insistir... – Ela começou a dizer, parando perto do piano de cauda colocado ali em alguma hora que eu não havia percebido. – Meu filho concordou em tocar uma música para nós. – Ela mostrou Edward rapidamente com a mão, sorrindo largamente. Ele deu um beijo na testa de sua mãe e em seguida sentou-se ao piano, olhando todo o teclado com uma visível nostalgia. As pessoas, ao invés de se aproximarem para assistir, foram direto para a pista – em casais.

A música lenta começou a tocar, e não demorou para que eu a reconhecesse.

Your Song – Elton John.
It's a little bit funny, this feeling inside
(É até engraçado, esse sentimento)
I'm not one of those, who can easily hide
(Eu não sou do tipo que consegue esconder)
I don't have much money, but boy if I did
(Eu não sou rico, mas se fosse)
I'd buy a big house where we both could live.
(Compraria uma casa enorme para nós morarmos)

If I was a sculptor, but then again no,
(Talvez se eu fosse escultor, mas tambem não sou)
Or a man who makes potions in a travelling show
(Ou pudesse fazer mágicas em um show)
I know it's not much, but it's the best I can do
(Sei que não é muito, mas isso é tudo o que posso fazer)
My gift is my song and this one's for you.
(Meu dom é minha música, e essa aqui é para você)

And you can tell everybody, this is your song
(Você pode contar para todos que essa aqui é a sua musica)
It maybe quite simple but now that it's done,
(Talvez esteja simples demais, mas está aqui)
I hope you don't mind, I hope you don't mind
(Espero que não se importe)
That I put down in words
(Que eu expresse somente em palavras)
How wonderful life is now you're in the world.
(Como a vida é maravilhosa agora que você está no mundo)

I sat on the roof and kicked off the moss
(Eu me sento no telhado e me livro dos velhos pensamentos)
Well a few of the verses, well they've got me quite cross
(Alguns versos me deixam nervoso)
But the sun's been quite kind while I wrote this song,
(Mas o Sol está sendo gentil enquanto eu escrevo essa música)
It's for people like you, that keep it turned on.
(É por pessoas como você que ele continua lá)

So excuse me forgetting, but these things I do
(Então me dê licença para me desculpar, mas essas coisas que faço)
You see I've forgotten, if they're green or they're blue
(Você já viu que sou esquecido, esqueci se são verdes ou azuis)
Anyway, the thing is, what I really mean
(Enfim, a questão é que, o que realmente quero dizer)
Yours are the sweetest eyes I've ever seen.
( É que seus olhos são os mais doces que eu já vi)

And you can tell everybody, this is your song
(E você pode contar para todos que essa é a sua musica)
It maybe quite simple but now that it's done,
(Talvez esteja simples demais, mas está aqui)
I hope you don't mind, I hope you don't mind
(Espero que não se importe)
That I put down in words
(Se eu expressar somente em palavras)
How wonderful life is now you're in the world.
(Como a vida é maravilhosa agora que você está no mundo)

Ele cantou a música toda sem desafinar em nenhuma parte. Eu já ouvira várias pessoas falarem de seu talento como pianista, mas não sabia que também cantava daquela maneira. Assim que seus dedos pararam de deslizar sob o piano ele ergueu o rosto para mim, abrindo um largo sorriso que eu raramente via – pelo menos, com tanta sinceridade.

Eram quatro horas da manhã quando o último convidado saiu. Eu, Alice, Emmett e Edward nos apoiamos no balcão, respirando fundo quase num movimento ensaiado. Foi uma noite longa, mas divertida. Eu fui praticamente obrigada a dançar com o grandalhão – e não preciso dizer como foi vergonhoso. Em certo momento, a fantasia começou a esquentar demais, e eu suava dentro dela. Mas não podia fazer nada. Jacob ficou brincando de tentar me “caçar”, e Alice pulava de pessoa em pessoa batendo a varinha em suas cabeças com delicadeza. Rosalie estava estonteante em sua fantasia (mesmo que a intenção fosse parecer um zumbi) mas não a vi muito, visto que a maior parte do tempo estava se agarrando com seu namorado em algum canto.

E, falando nisso, nessa noite Alice finalmente conseguiu conquistar Jasper. Eu os vi diversas vezes dançando juntos, se beijando, e até mesmo olhando um nos olhos do outro. Mas no fim da festa ainda não era algo definitivo, eu acho. Ele foi embora depois de uma despedida demorada, e deixou sua pretendente conosco. Por que ninguém nunca levava aquela coisinha irritante embora?

Assim que nos vimos livres para irmos para casa, a primeira coisa que fiz foi me livrar daquela roupa. Recoloquei minha calça e minha camiseta e, enquanto saia do banheiro ainda calçando os tênis, vi Edward. Exatamente na mesma posição que o vi pela primeira vez. O pé apoiado na parede, o cigarro na boca, os olhos perdidos no chão. Me aproximei dele com um leve sorriso, colocando as mãos nos bolsos enquanto a sacola com a fantasia continuava em um dos meus pulsos.

- Se divertiu? – Ri baixinho. Ele já usava suas roupas normais, também. Vi um sorriso brincar no canto de seus lábios, e ele soprou a fumaça antes de se dirigir a mim.

- Foi... Cansativo. Não costumo dançar muito ou... Coisas do tipo.

Assenti, fazendo quase um bico ao olhar para seu rosto, pensativa. Seus olhos sustentaram os meus por um longo tempo e então ele pagou o cigarro, mesmo que mal estivesse na metade. Ficou reto, afastado da parede, e nossos corpos se aproximaram automaticamente.

- E você? Gostou da noite?

- Também não costumo fazer isso.

- Qual foi a melhor parte?

Ri baixinho, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Você sabe qual.

Seu olhar vacilou dos meus até meu nariz e boca, e novamente subiu, em questão de segundos. Quando dei por mim, uma de suas mãos estava em minha nuca, e eu não conseguia mais me mexer. Agi estranhamente, como se aquele fosse meu primeiro beijo; como se nunca tivesse namorado alguém na vida.

- How wonderful life is now you're in the world... – Ele citou as palavras da música em um sussurro, e eu fechei os olhos.

Mas, de repente, tudo mudou. Minha vontade de beijá-lo sumiu quando tudo o que eu senti foi somente um cheiro horrível de cigarro misturado à cerveja. Prendi a respiração, obrigando meu corpo a ficar ali. Mas era impossivel. Seus lábios tocaram os meus, entreabrindo-os um pouco. Antes que pudéssemos realmente nos beijar, eu ofeguei.

- Não! – Gritei, afastando o rosto. Meu Deus, como ele fedia!

- O quê? – Ele franziu a testa, visivelmente magoado.

- Eu... – Minha expressão ainda era de nojo enquanto eu procurava as palavras certas. – Seu cheiro é... Forte demais. Quer dizer...

- Meu cheiro? Cheiro de quê?

Eu não podia acreditar que ele não tinha noção de como era nojento!

- Argh, Edward! – Reclamei, colocando a mão na boca. – É como beijar um cinzeiro!

Eu não me importava se ele ficasse chateado. Talvez, se isso acontecesse, ele iria se tocar.

- Um... O quê? – Ele ergueu a voz e as sobrancelhas. – Você nem me beijou direito!

- Senti o suficiente pra quase gorfar!

- Ah, claro, você acha que não está fedendo a suor depois de quase 8 horas dentro de uma fantasia ridícula!

- Eu tive que usar aquilo por causa do pateta do seu irmão!

Ele abriu a boca, tentando dizer algo, mas simplesmente bufou. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ele já estava dentro da cozinha. Mas seu cheiro permanecia ali. E talvez, só talvez, não fosse assim tão ruim.


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Notas finais do capítulo

Ficou lindo não ficou? Ed e Bella cada vez mais próximos mas...ja deu pra ver que nem tudo é perfeito né? UAHHUAHUAHUAHUAHU, claro que eles ainda discutem, fazer o que né? Mas o Ed ta mais do que perdoado depois dessa, foi fofo de mais *-*.Bom...é isso, senti falta dos comentários,apenas a Jane se manifestou no capítulo anterior ç.ç, mas tudo bem...espero que leiam e gostem desse. Cada vez mais próximos do segredo de Edward Cullen han? Pra saber só continuando acompanhar a fic :PBeijos a todos. Até o próximo capítulo ;)



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