Normal escrita por EmyBS


Capítulo 3
HOSPITAL FORKS




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O tempo estava agradavelmente nublado e o sol não parecia que daria as caras durante algumas semanas, pelo menos essa era a previsão do meteorologista que ouvíamos enquanto Mary dirigia para o hospital e eu olhava pela janela distraidamente.

Ela estava pensando na nova cor para a casa e eu sabia que ela não me falaria nada até ter decidido. Meus olhos analisavam a paisagem havia muito verde nesse lugar, mas não ter sol era bom, significava poder andar livremente durante o dia.

- "Isso será radiante" - eu ri alto da minha piadinha idiota. Meu humor estava melhorando.

- Qual a piada? - "Eu sabia que ela ia gostar daqui" - os olhos negros profundos iguais aos meus de minha mãe me encaravam divertidamente.

- É úmido, mas é nublado. - abri meu sorriso de orelha a orelha.

- Sim é nublado. Não acho que vou sentir falta do calor. - ela murmurou enquanto olhava pensativamente para a placa procurando uma indicação para o hospital.

Não demorou muito até chegarmos ao Hospital, não ficava no centro da cidade, mas também não era muito longe e ele era incrivelmente aconchegante, havia um espaço no bosque e as árvores rodeavam as paredes do hospital que no passado devia ter sido um grande casarão de dois andares, mas agora só a fachada se mantinha intacta. As janelas e as portas ou faziam parte da estrutura original, ou eram uma restauração perfeita.

- É lindo! - minha mãe suspirou ao meu lado.

- Realmente! E transmite tanta paz, acho que você realmente teve sorte de vir para cá - eu estava tão maravilhada com o local que nem percebi duas pessoas se aproximando de nós até me dar conta de seus pensamentos.

- "Então nossa nova enfermeira chegou. Que bom! Espero que ela não estranhe." - o primeiro era preocupado e interessado na minha mãe.

- "Porque não consigo ouvir nada delas?" - o segundo me deixou curiosa e eu pulei para fora do carro para poder vê-los.

Meu queixo caiu completamente quando os vi. Eles eram obviamente vampiros. Seu cheiro era extremamente doce e seus rostos eram de uma perfeição absurda inumanamente impossível. Ofeguei enquanto tentava me controlar - "mas porque eu realmente precisava me controlar? Isso era uma reação tão normal diante de tanta beleza!" - meus pensamentos ficaram momentaneamente incoerentes.

O mais novo deles de cabelo bronze desgrenhado nos fitava com uma sobrancelha arqueada e mal disfarçando a sua curiosidade. - "Nada. Absolutamente nada. Igual a Bella?"

Deixei cair meus longos cabelos negros sobre o meu rosto escondendo um meio sorriso. Eu estava certa de ter fechado a nossa mente quando cheguei agora finalmente eu encontrava outro leitor de mentes e isso seria interessante.

- Bom dia! - a calorosa voz de minha mãe soou próxima, mas eu não conseguia desgrudar meus olhos daqueles dois e seus olhos eram tão intensos e dourados. "Animais?" - era o único motivo que eu encontrava para eles não terem aqueles olhos vermelhos penetrantes do sangue humano.

- Eu sou Mary McDowell, sou a nova enfermeira, vim conhecer o hospital. É lindo! - ela também estava entusiasmada com eles, apesar deles fisicamente regularem de idade comigo que tinha dezessete, já minha mãe ia fazer cinquenta no próximo mês, mas eu podia perceber que eles eram bem mais antigos que ela.

- Bom dia! - a voz era quase um calmante e extremamente agradável. - Eu sou o Dr. Carlisle Cullen, seja bem vinda. - ele a cumprimentou sem estender a mão e ela também não fez menção seus pensamentos estavam processando a palidez, a beleza e as olheiras profundas, mas não estavam encontrando uma solução lógica para os intensos olhos dourados.

- Doutor? - ela disse meio hesitante expressando à maior duvida dos seus pensamentos e eu tive que concordar com eles, um médico vampiro? Como ele conseguia?

- Sim. - ele sorriu - E esse é um dos meus filhos, Edward. - o garoto fez um meneio enquanto nos encarava profundamente e eu sabia que ele estava tentando quebrar os meus bloqueios, mas eu duvidava que ele tivesse experiência suficiente para isso.

- Que bom! Ele deve regular de idade com a minha. - ela gesticulava para mim, mas seus pensamentos ainda estavam alerta sobre os dois.

- Sammy - eu murmurei corando levemente enquanto baixava os olhos de seu rosto perfeito como uma tímida adolescente faria. - Sammy McDowell. - eu tentei sorrir pra o mais novo que percebendo meu gesto passou a mãe pelo cabelo lindamente desarrumado mostrando a grossa aliança e seus pensamentos se voltaram para uma garota de cabelos castanhos e olhos de um vermelho intenso.

- "Possivelmente uma recém-nascida" - eu suspirei era claro que um ser lindo desses não estaria desacompanhado.

- É um prazer conhecê-las - Dr. Carlisle retribuiu o meu sorriso.

- Edward - ouvi alguém chamar as nossas costas, mas não podia me virar, pois o som havia sido muito baixo para um humano, mas eu logo estremeci ao escutar seus pensamentos após uma pequena soprava do vento da minha direção para a voz.

Eu ouvia os pensamentos de um predador me caçando e sentia a tensão de Edward e de Carlisle para com o vampiro que estava atrás de mim. Ele sentia sede e era uma sede gêmea para mim, não apenas a minha sede que já me consumia mais a dele também e meu sangue era doce, e tão delicioso para ele que eu tive que buscar todo o meu autocontrole para me manter casual, mas não era fácil ser casual sabendo que havia um vampiro totalmente descontrolado pelo seu sangue bem atrás de você.

A sede queimou a minha garganta como fogo enquanto eu tentava manter minha respiração regular. Meu estômago revirou com a fome que era um eco da sede.

Eu ouvia o vampiro tentando se controlar, mas eu mesma estava quase no meu limite de tão intenso que era o desejo dele pelo meu sangue. O meu aroma era absurdamente tentador para ele.

Toda a tensão não levou mais que alguns segundos minha mãe nem percebeu enquanto continuava a conversa com o Dr. Carlisle, apesar de ele estar focado no vampiro que podia a qualquer momento rasgar o meu pescoço.

Edward caminhou lentamente em direção dele e nesse momento eu não resisti e me virei acompanhando os passos dele para ver com meus próprios olhos o meu predador.

Claro que essa foi uma das piores decisões que eu já tive, pois ao encarar os olhos negros de sede a alguns metros de mim o meu coração disparou descontroladamente piorando muito a situação e corei intensamente ao reconhecer o monstro predador que queria acabar com a minha vida.

Era o mesmo vampiro que eu havia visto correndo quando cheguei e ele era ainda mais lindo de perto, seu rosto possuía cicatrizes antigas.

- "Ótimo! Ele sabe até aonde me encontrar facilmente! Como se isso já não fosse muito fácil e é tão lindo!" - eu suspirei vendo-o fechar pesadamente os olhos tentando se controlar, mas havia algo mais no seu olhar quando me encarou novamente, além da sede havia também desespero? Ele estava sofrendo pela sua sede? E havia culpa? E vergonha? Eu conseguia reconhecer agora esses pensamentos enquanto Edward chegava junto a ele.

- Vincent - a voz de Edward não poderia ser ouvida por mais ninguém e era cautelosa - vamos pra casa.

- O cheiro dela é TÃO bom. - a sua voz era macia e grave e saiu num sussurro que eu mal conseguia ouvir me deixando totalmente fora de sintonia, seus olhos negros encarando os meus olhos negros numa sede igual. Eu teria sérios problemas para me controlar se conseguisse sobreviver.

- Eu sei Vincent. Eu já passei por isso, mas acho que você também não quer matá-la. - ele desviou o olhar para a mão firme que o segurava e se deixou levar para o Volvo prata.

Meus olhos os seguiram até o Volvo prata se perder de vista, minha respiração ainda estava um pouco ofegante e meu coração levemente descontrolado. Eu podia ouvir a preocupação mental do Dr. Carlisle ao meu lado, minha mãe tinha ido até a recepção do hospital entregar alguns formulários para oficializar sua admissão.

- Você está bem? - os olhos preocupados dele encontraram os meus aterrorizados.

"Ela percebeu" - ele estava tenso com a minha reação.

- Sim, estou bem. - minha voz estava ofegante ainda - Quem é aquele garoto? - eu não podia dizer que tinha ouvido o nome dele ou que entendia exatamente o que aconteceu nesses poucos segundos.

- É o Vincent, é um amigo da família.

- Humm... Acho que ele não gostou de mim. Não é? - minha voz tristonha e minha pergunta inocente tranqüilizaram-no um pouco.

- Acho que ele está só num mau dia. - ele sorriu. - "Espero realmente que ele consiga se controlar"

Eu concordei com a cabeça. Meu coração voltava ao ritmo normal, mas só de lembrar-se daquele rosto perfeito ele se descontrolava e eu pela primeira vez nos últimos anos parecia literalmente uma adolescente idiota. - "Idiota e suicida" - eu tive que completar mentalmente.


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