Estranhamente dormi com a janela fechada, eu normalmente gostava de manter aberta, mas o clima extremamente molhado de Forks não ajudava e eu também não tinha gostado de saber que havia vampiros no meu novo quintal.

"Isso não vai ser nada fácil" – pensei enquanto tomava uma ducha fria.

Se passar por humana entre os humanos não era difícil, eles não eram perceptíveis, mas se passar por humana perto de vampiros era totalmente diferente.

Eu teria que me controlar de maneira extrema, porém o mais complicado seria o olfato dos meus novos vizinhos.

Trouxe o pulso para perto do meu nariz – Delicioso! – um grande sorriso iluminou meu rosto e sim, pela primeira vez minha dieta forçada me deixava feliz. Meu aroma estava deliciosamente humano graças a minha abstinência.

Nesse instante senti o cheiro do café vindo da cozinha e isso me embrulhou o estomago quanto mais tempo eu passava sem caçar mais sensível a comida humana eu ficava e isso desagradava completamente mamãe quando ela percebia.

Vesti uma calça jeans velha e uma blusa vinho de manga comprida e desci as escadas tentando manter o bom humor, eu sabia que teria que comer alguma coisa e que iria passar mal depois.

Respirei fundo sentindo a garganta queimar com o aroma da minha mãe enquanto meu estomago já rejeitava o café da manhã que estava por vir. – "Isso está ficando cada dia mais difícil"

Entrei na cozinha com o meu mais natural sorriso. - Bom dia, mãe!

- Bom dia querida! – "Animada! Animada! Muito bom! Estou tão feliz! Devo ir ao hospital hoje para conhecê-lo, será que ela iria comigo?" – o bombardeio matutino de Mary era normal, mas eu fiquei feliz de saber que ela estava feliz. Eu me sentia meio culpada pela sua tristeza, afinal eu sempre soube que ela não queria ter engravidado.

Enfim respondi seus pensamentos sabendo que como sempre ela não teria coragem de expressa-los para mim.

- Então, mãe, quando iremos conhecer sua nova segunda casa aqui? – falei enquanto controlava o embrulho no estomago pelo cheiro forte da comida.

"Ela vai comigo? Eu não acredito!" – ela estava tão feliz que começava a me dar arrepios.

- Eu estava pensando em ir lá conhecer o hospital depois do café. – sua voz ainda parecia insegura e eu tive que sorrir enquanto tentava colocar para dentro uma xícara de café e uma bolacha sem grandes sucessos.

- Ótimo! – sorri para esconder à careta, ia doer colocar aquilo para fora - Vou com você!

Sua felicidade só não foi maior porque ela percebeu que eu desmanchei a bolacha em vez de comê-la e minha falta de apetite estava deixando-a muito preocupada.

- Você precisa comer mais. – seu olhar era preocupado – "O que está deixando ela sem fome, será que" - eu cortei seus pensamentos antes que desistisse de ir com ela.

- Estou realmente sem fome – o que era verdade, eu tinha era sede, muita sede, mas acho que ela não gostaria de saber desse detalhe.