POV Damon

Eu observava atentamente o corpo da criaturinha que andava de um lado para o outro, com as mãos segurando um tufo de seu cabelo, parecendo que queria arrancá-lo. Seu olhar estava fechado assim como seu rosto; contorcido de pura raiva e ódio, sua respiração estava falha e profunda.

Eu, Damon Salvatore, tinha que admitir: Ela tinha ficado linda com a imortalidade. Não que ela não fosse bonita, mas agora ela parecia uma rainha, uma Vênus; a Deusa da beleza e do amor. Seu rosto - que antes já era pálido – agora estava quase branco, isso não impedia de deixá-la bonita, na verdade, contribuía para deixá-la magnífica. Isabella se resumia em apenas uma palavra: Maravilhosa.

Ela estava melhor do que Elena Gilbert, Bonnie McCullough, Caroline Forbes, Vickie Bennett e Meredith Sulez, juntas. Bella tinha se assustado após o “acordar” de sua nova vida, qualquer um teria se assustado, sua atitude tinha sido normal, se ver por um lado. Ela ficou encantada e irritada ao mesmo tempo; encantada por ver sua beleza, velocidade e força. Já irritada por não poder concluir suas coisas, tipo não ter filhos ou não poder andar sem tropeçar. Tradução: A garota se transformou com algum problema mental.

Bella estava chateada, porque eu tinha a transformado. Isso não parecia algo demais, após eu ver que ela realmente ficou triste quando ouviu que não poderia ver mais seu pai, pois não agüentaria o cheiro de sangue, a não ser que quisesse matá-lo. As palavras saíram duras, mas eu não poderia esconder a verdade dela. Ela tinha que encarar a realidade.

Por isso saí de Forks, eu tinha comprado uma pequena casa no meio da floresta, em Atlanta. Ficávamos lá o dia inteiro. Eu porquê não podia deixa - lá sozinha e ela por que não podia sair no sol; eu estava tentando arrumar uma bruxa para fazer um colar anti-sol para Bella , já que Bonnie não era oficialmente uma bruxa..

Fui tirado brutalmente de meus pensamentos quando aquela criaturinha jogou uma almofada em minha direção, teria machucado um humano, pelo fato de que Bella tinha uma força e rapidez e, também, a almofada pegou velocidade, multiplicando várias vezes seu peso, deixando-a pesada como uma bola de futebol. Assustou-se? Qual é. Eu também já estudei como todo um ser humano normal.

– Qual é o seu problema, garota? – Perguntei irritado com sua atitude infantil. Levantei-me do sofá de couro preto com apenas dois lugares, vendo-a balançar a cabeça em sinal de negação. Claramente, Bella não queria falar comigo ou ainda estava chateada.

– O meu problema? – Respondeu com outra pergunta. Garotinha irritante, hein? – Como você pode me perguntar isso? – Apertou os olhos com força – Mas, respondendo sua pergunta idiota: O meu problema é você.

– Por quê... ? – Incentivei-a continuar com seu discurso-resposta. Eu simplesmente perguntei e infelizmente, ganhei um discurso. Que legal! Queria que fosse assim quando eu matasse alguém, mas ganhasse na loteria. Se fosse assim, estaria o homem mais rico do mundo.

– Só um idiota, transformaria uma pessoa em vez de tomar seu sangue ou matá-la – Fiquei confuso com sua declaração, então vendo minha reação, Isabella revirou seus olhos-cor-de chocolates e suspirou para explicar: - Eu preferia morrer a me transformar em um vampiro, ou seja, em um ser das trevas.

– Por quê? – Eu estava bem curioso em relação a ela, até que não era chato ficar com Bella. Talvez virássemos amigos, pelo fato que ela era bem interessante, um baú a sete chaves e eu só tinha uma chave para abri-lo.

– Tente entender meu raciocínio – Pediu ela, sentando-se. Fiz o mesmo que ela, sentando-se a sua frente, para ver seu rosto – Por que você me transformaria ao invés de matar-me? Ou você não estava com sede ou é um vampiro que não toma sangue humano e estava desesperado por uma namorada.

– Agora, eu entendi. Essa do vampiro desesperado foi boa – Falei rindo, Bella era bem divertida de um ponto de vista. Tinha pensado que ela era uma pessoa irritando, mas não é. Que coisa estranha. Eu gostava de sua companhia, de ficar ao seu lado, de vê-la irritada.

È, eu, Damon Salvatore, estava completamente apaixonado por uma garota que não era Elena e não era Katherine.

Eu estava apaixonado por Isabella Swan.

[...]

– Eu estou apaixonado – Confessei, com as mãos em cada face do rosto – Eu não sei como isso foi acontecer, mas aconteceu. – Sorri, sem vontade, sabendo que ele não poderia ver. Levantei-me da cadeira do pequeno bar e tirando as mãos do rosto, suspirei fundo antes de falar: - Ela é linda. Você deveria conhecê-la, ela parece mais um anjo do que uma vampira.

Foi difícil deixá-la sozinha em casa, mas ela precisava aprender a se cuidar e vi um bom motivo para isso. E também, eu precisava sair, já não agüentava ficar o dia inteiro na frente da televisão.

Acho que se um dia na minha vida pensei em desabafar, jamais seria com meu irmão. Apesar de odiá-lo, eu precisava falar com alguém; Dizer o que eu sentia para um amigo, mas na falta de um, meu irmão quebrou o galho.

Tinha certeza que ele não viria, e me surpreendi quando o mesmo entrou pela porta do pequeno bar, sorrindo feito um idiota, veio até minha direção e me deu um abraço. Claro que no começo eu não correspondi, pelo fato que estava muito surpreso com sua reação, mas depois de um apertão de meu querido irmão, tive que corresponder para não chamar atenção das pessoas do bar, que nos encaravam com admiração e ao mesmo tempo medo.

– È realmente você está apaixonado – Stefan disse, sorrindo abertamente. Sentei-me novamente para ouvi-lo – Confesso que nunca esperei que esse dia fosse chegar, tirando o fato de você ter se apaixonado por minha namorada – Terminou de dizer com uma tentativa de fazer sua voz ficar com um tom sério, mas não conseguiu.

– Stefan, eu não... – Fui interrompido por meu irmão, que engasgou com o refrigerante que ele desnecessariamente tomava. Se ele fosse humano, teria ficado vermelho, ao contrario disso ele ficou mais pálido do que já era.

– Ah, Meu Deus – Sibilou ele, boquiaberto, após se “recuperar”. Ele me encrava incrédulo, por isso resolvi olhar sua mente para saber o que era sua incredulidade. – Você está completamente apaixonado. Chamou-me por meu verdadeiro nome, não por aquele desdenhoso “irmãozinho” que tive que agüentar por mais de ¹400 anos.

– Não sei o porquê de você estar tão surpreso – Revirei os olhos, teatralmente – Acha mesmo que eu nunca iria te chamar de “Stefan”? – Eu tinha feito uma pergunta retórica, mas parecia que ele não tinha percebido isso, pois tomou um gole de sua bebida que era um... ²Whisky?

Agora eu que estava surpreso, na verdade “muito” seria pouco. Eu estava completamente surpreso, pelo fato de que meu irmão estava tomando Whisky; Ele era tão certinho, que em toda minha vida, nunca o tinha visto bebendo bebida alcoólica, a não ser a bebida proibida, em sua concepção: O sangue humano.

– Stefan – Chamei-o, tirando-o de seus pensamentos que eram voltados para Elena; Ele estava preocupado em tê-la deixado apenas com Bonnie – Acha que Bella gosta de mim? Não que eu esteja tentando parecer preocupado, por tê-la transformado... Mas, é que eu realmente a amo e não agüentaria levar um fora dela.

– Se ela estiver chateada com você, isso não significa que Bella não gosta de você. - Meu irmão riu, enquanto eu fazia uma cara de alívio – Conhece aquele ditado: Quem ama perdoa? Mas, tem situações em que amar não adianta.

– Será que minha situação é está? – Arregalei os olhos, assustado. – Sabe, eu gosto muito da Bella, mas sei que ela pode não me perdoar. E como eu vou ficar? – Perguntei monótono. Eu queria que Bella me amasse, talvez ela me perdoasse por tê-la transformado.

– Isso eu não sei, meu irmão – Pôs uma mão em meu ombro, num gesto de compaixão. Ele nunca tinha feito isso – Não sei de nada. Não posso interferir em sua vida – Sorriu de lado – Gostaria que ela te amasse, mas isso irá saber mais tarde.

– Espero que você esteja certo – Murmurei, tomando um gole da minha Vodka – Eu realmente espero que você esteja certo. Se não... Não quero nem mesmo viver mais. – E eu não queria. Eu estava totalmente dependente de Bella, dependente da minha vida.

[...]

– Quando irei conhecer seu irmão? – Bella indagou – Rezo para que ele não seja como você, por que... – Não terminou a frase, colocando a bolsa de sangue no lixo.

Estávamos em casa, em pleno domingo chuvoso, após meu encontro com meu irmão ela já tinha se acostumado com algumas coisas, como tomar sangue humano, ou seja, matar pessoas. Ainda não conseguia sair de casa sozinha, apenas ficava sozinha em casa.

– Em breve, querida. – Sorri me esticando no sofá de couro – Bella, eu tenho uma pergunta - Ela virou-se para mim e assentiu com a cabeça, esperando eu continuar – O que você sente por mim?