Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 8
O que acontece na salinha... Fica na salinha




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7. O que acontece na salinha... Fica na salinha

 - É O QUE? – Eric Yorkie gritou lá de dentro.

 Ele saiu ao lado da Ângela nos encarando com tanta raiva que parecia um touro raivoso. Sério, o garoto de pele amarela doente estava tão vermelho que até dava a impressão de que ia explodir a qualquer minutinho e nos matar ali mesmo, sem nem nos dar a chance de colocar um jornal de verdade na escola.

 - Isso mesmo, Eric. – Alice falou, com calma.

 - COMO VOCÊS VÊM AQUI PRA FALAR QUE VAI TER UM NOVO JORNAL? – ele berrou e eu pude jurar vê-lo cuspindo enquanto falava.

 Sorte da Alice está afastada. Ela deu mais um passo pra trás, revezando o olhar entre a mão dele e a orelha, onde estava ela, a maldita caneta de ponta fina.

 - Olha aqui, amigo, não vem gritar com nós não. – Edward interferiu ficando na minha frente. – A droga do diretor aceitou isso então você também vai ter que aceitar.

 - EU NÃO VOU ACEITAR NADA! A ESCOLA JÁ TEM UM JORNAL!

 - E eu sei disso! Só que se vocês não fizessem essa cena ridícula nós poderíamos explicar. – eu fiquei ao lado do Cullen. – Então para com essa gritaria que ainda não estamos no meio de um bombardeamento, ok?

 - NÃO. NÃO ESTÁ OK!

 - PORRA, GAROTO, PARA DE GRITAR! – Emmett ficou do meu lado, me deixando no meio. – Caramba, não sabe conversar, não é?

 - NÃO!

 - DEU PRA VÊ QUE NÃO SABE MESMO.

 - VOCÊ TAMBÉM ESTÁ GRITANDO. – Eric apontou para o Emmett.

 - ESTOU GRITANDO PORQUE VOCÊ ESTÁ GRITANDO. E TIRA ESSE DEDO DA MINHA CARA. – Emmett deu um tapa na mão do Eric.

 - NÃO TOCA EM MIM, SEU ARMARIO!

 - EU TOCO SIM! – ele cutucou o anoréxico do Eric. – Ta vendo? EU TOQUEI EM VOCÊ.

 - NÃO ENCOSTA EM MIIIIM!

 - JÁ ENCOSTEI. – Emmett o empurrou. – Viu? Eu encosto em você.

 - SEU... SEU...

 - JÁ CHEGA! – Alice gritou. – Eu não vim aqui para vê uma discussão idiota de quem toca e não toca. Eric Yorkie eu vim aqui pra conversar com você e nós vamos conversar agora.

 Essa coisa de quem toca e não toca não pegou bem. Não mesmo.

 - E se eu não quiser? – Eric cruzou os braços esqueléticos no peito.

 - Você me ouviu, não ouviu? – Alice olhou ameaçadoramente para ele. – Eu... Disse... AGORA!

 - Cla-cla-claro. – ele gaguejou, perdendo a pose de O Fodão. – En-entre.

 Alice saltitou para dentro da sala, passando por ele de cabeça levantada. Emmett ao passar por ele lhe cutucou e deu um rosnado. Edward o encarou de cima a baixo e bufou. Eu caminhei calmamente e ao passar por ele, parei.

 - Escuta aqui, Yorkie, eu não vim acompanhar esses loucos por brincadeira, então espero que nossa conversa tenha algum futuro, entendeu? – sussurrei e ele assentiu. Eu dei um passo, mas voltei. – Ah, antes que eu me esqueça... Tente não gaguejar, porque sou capaz de cortar sua língua por isso.

 - Se-sem ga-ga... – ele pigarreou. – Sem gaguejar, entendi.

 - Muito bem. – assenti.

 Eu não era essa garota má, mas precisava mostrar para esses assassinos com canetas quem mandava, se não eles nos matariam com a caneta.

 A Salinha do Jornal era... Como podia descrevê-la? Apesar de ser ocupada por maníacos, ela era aconchegante. Estilo aqueles quartos bagunçados, mas que é caloroso. Com um sofá em um canto, uma mesa redonda no meio com vários papeis em cima. No canto esquerdo, bem no fundo, tinha duas maquinas, uma de bebidas e outra com besteiras como barras de cereal ou chocolate. Bem ao lado da porta que nós entramos tinha outra porta, que eu julgava ser onde ficavam as coisas que eles precisassem, o armário. E no canto direito ficava o computador que eles usavam para fazer os arquivos e essas coisas de jornais.

 Na salinha não estava somente o Eric e a Ângela, estavam também Camylli Sanders uma garota loira que eu nunca vi falar além da vez que Nessie contou. O que ela falou? “Eu vou te matar!” E George Nedd o garoto mais esquisito que eu já vi – ele passa até do anoréxico do Eric. Ele também tinha pele amarela doentia, os cabelos de um loiro claro que chegava a ser branco. E uma das coisas que fazia a FHS toda desconfiar era de seus olhos castanhos, mas que na parte branca parecia que ele tinha usado drogas, porque era vermelho. Sério, todos os dias, toda vez que eu via ele os olhos dele estavam vermelho, parecendo que ele tinha fumado a noite inteira. Shannon Vanguer também estava ali, sentada numa das cadeiras, mexendo em sua mochila preta. Bem... Todos sabiam que ela não estava “mexendo” na mochila, e sim conversando com seu, er... Ratinho de estimação. Isso mesmo, a garota de cabelos negros e lisos, a pele branca que parece porcelana tinha um rato de estimação. O diretor Hell não admitia trazer animaizinhos de estimação pro colégio, só que Shannon quebrou tantas vezes essa regra que ele já nem liga mais. Ou faz não ligar, contanto que ela não passe perto dele com a mochila.

 Nós, como somos muito educados e nem um pouco folgados, já fomos agindo como se a salinha fosse nossa. O que ela seria, daqui a alguns minutos. Edward sentou esparramado no sofá, ao lado do Emmett, que já estava lá há muito tempo. Alice sentou em cima da mesa, o que Eric não gostou nem um pouco pela careta que ele fez. Eu me encostei na parede, pois não queria sentar ao lado do Edward. O que? Já tinha passado tempo demais ao lado dele, e isso não era normal, principalmente que minha mão estava coçando para acertar aquela carinha perfeita dele. Não com um tapa, e sim com um soco, daqueles bem dados.

 - Ok, agora que já estamos todos calmos... – Alice olhou de Eric para Emmett. – Podemos finalmente conversar civilizadamente e como pessoas normais.

 Depois do que Alice falou, eu não pude evitar gargalhar, afinal, quem era normal ali naquela salinha? Se tivesse algum normal aqui com certeza haveria um enorme letreiro piscando “NORMAL”, com letras em neon ainda pra deixar beeem claro. Afinal, não é todo dia que se encontra pessoas normais em uma sala que tem uma garota que leva um rato de estimação na bolsa, um garoto que parece usar droga todo santo dia, um anoréxico que gosta de escândalos, um jogador de futebol americano que tem medo de escuro, um idiota que se acha o tal e uma anã com molas no tênis. Onde eu me encaixava ali? Bem... É meio complicado falar de si mesma, sabe?

 Depois que minha risada cessou Emmett me puxou com tanta força para sentar no sofá entre ele e Edward que eu achei que iria passar do móvel ou afundar nele. Alice me fulminou com os olhos, eu apenas revirei os meus.

 - Fica quieta, Bells. – Emmett sussurrou no meu ouvido.

 Eu ergui uma sobrancelha pelo que ele me chamou, mas deixei essa passar, pois sabia que Emmett era assim, pegava intimidade muito rápido com as pessoas. Por conta dele, é claro.

 - Que história é essa de novo jornal? – Eric perguntou com o tom de voz baixo, algo bem surpreendente depois do ataque bicha louca que ele deu.

 - Eric... – Alice suspirou antes de continuar. Ela adorava dar esse ar dramático nas falas. – Todos aqui sabemos que não existem só vocês do jornal que querem seguir essa carreira, certo? Então eu pensei em dar uma chance para os outros.

 - Como se eu quisesse participar dessa loucura. – Edward murmurou baixo. – Ai. – ele me encarou de olhos arregalados. – O que deu em você?

 Eu fiz a minha melhor cara de inocente, mesmo que tenha lhe dado uma cotovelada daquelas bem forte nas costelas dele. Neguei com a cabeça, fingindo não saber do que ele falava. Tudo bem que tinha como saber que era eu, por ser a única sentada ao seu lado, mas deixa isso passar.

 - É, só que você não pensou que fazendo isso iria tirar o nosso jornal?

 - Seria bom se fizéssemos isso. – Emmett falou em alto e bom som, fazendo todos olharem para ele. – O que? Estou falando a verdade, o jornal de vocês não é bom.

 - Hey! – os cinco dali exclamaram, até a garota muda, Camylli.

 - Mas é verdade o que ele falou. – confirmei. – São poucas pessoas que o lêem.

 - Não é verdade! – Eric exclamou. – Muitas pessoas usam nossos jornais.

 - Pra fazer bolinha de papel. – Alice disse. – Ou aviãozinho.

 Os cincos se olharam, e depois quatro olhares viraram para o Eric, que virou para Alice, novamente com aquele brilho de ruim de quando ele apareceu na porta.

 - VOCÊS VIERAM AQUI PARA OFENDER NOSSO JORNAL?

 - Não! – Alice exclamou.

 - Claro, ela não precisa ofende-lo, as próprias coisas que tem nele já fazem isso. – falei.

 - COMO É? – ele se virou para mim. – SUA LÍNGUA É BEM AFIADA, GAROTA!

 - Por isso mesmo que eu uso ela pra cortar vocês. – dei de ombros. – E você ouviu bem, eu acho as coisas que vocês escrevem uma... – procurei na mente algo que não fosse muito bruto. – Uma merda.

 - COMO VOCÊ OUSA?

 - Ousando. – Edward revirou os olhos. – Da pra parar de fazer pergunta retórica? Isso irrita muito.

 - Mais que os gritos dele? – Emmett perguntou e bufou. – Duvido muito.

 - MEU GRITOS NÃO SÃO IRRITANTES! – Eric berrou.

 - São sim. – todos, sem exceção, concordaram.

 - Vocês estão de que lado? – ele virou para seu “povo” com os olhos arregalados de descrença. – Agora vão me ofender?

 - Cara, chega de se achar ofendido. – revirei os olhos. – Nós que deveríamos estar ofendidos por estar aqui.

 - O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO? – dessa vez o escandaloso não foi Eric, e sim Georg.

 - O que você entender de pior foi o que eu quis dizer. – dei meu melhor sorriso. – Agora vamos resolver isso que eu não vejo a hora de acabar com toda essa palhaçada.

 - Está nos chamando de palhaços? – Shannon levantou da cadeira, deixando a mochila cair no chão. E eu pude jurar ouvir o ratinho gemer quando os livros caíram em cima dele.

 - Chamando eu não estou... Mas se a carapuça serviu. – dei de ombros. – Agora, Amiga do ratinho bonitinho, fica ai na sua que depois quero falar contigo. – olhei para o rato saindo da mochila.

 Aquilo ali me deu uma grande idéia que eu não podia mais maltratar Shannon, afinal, quando se quer algo, você tem que tratar os coleguinhas bem, certo? Certo!

 - Mas... Que... – ela me encarou com raiva, mas sentou.

 - Muito bem, agora que a gritaria acabou definitivamente – Alice olhou para cada um da salinha. – Eu quero avisar que nós conversamos com o diretor e ele aceitou de muito bom grado haver outro jornal.

 - COMO ELE FEZ ISSO? – Eric gritou para as pessoas dele. – Depois de nós termos dado para ele um estoque gigante daquelas malditas pomadas para machucados da Titia Yorkie... – ele balançou a cabeça.

 - Que pomadas? – Emmett perguntou curioso.

 - Ah, as pomadas que a tia do Eric faz. – Ângela responder e... SEM GAGUEJAR! – Elas são mágicas, curam os machucados tão rápido quanto eles aparecem. Eu só não sei ainda porque ele precisou de um estoque gigante... – ela olhou para algum ponto, imersa em pensamentos.

 Eu e Alice trocamos um olhar cúmplice, sabendo exatamente pra que o estoque gigante. Quer dizer que não fomos as únicas que usaram suborno? Levantei do lugar que estava – escapando facilmente das mãos de Edward e Emmett – e fui até Eric, parando ao lado dele.

 - Quando Ângela falou que elas curam machucados rápidos, ela quis dizer rápidos de rápidos?

 - Sim. – ele me olhou desconfiado ao responder.

 Imaginei eu tendo uma dessas milagrosas pomadas na minha mão, vendo o quanto minha vida seria mais fácil. Não precisar mais ir ao hospital quando caisse da maldita escada assassina. Ou a enfermaria do colégio sete vezes por semana por cair. Ou evitar vê meu próprio sangue quando me cortasse com as malditas unhas da Alice. Sim, aquilo é pior que faca. E pior é que são tão bem feitas. Mas isso acontece por ela querer me segurar quando quero avançar no irmão dela. Seria tudo tão mais fácil com as pomadas...

 - Eric, eu também preciso conversar com você depois pra nós resolvermos uns... Negócios. – bati no ombro dele e pisquei um olho. – Agora, fala que aceita o jornal.

 - Não. – ele negou. – Eu não aceito. Minha tia se matou pra dar aquele estoque.

 - E eu vou te matar se você não aceitar. – falei com a cabeça inclinada um pouco, e um sorriso amarelo.

 - Duvido muito.

 - Cuidado com suas palavras. – sussurrei. – Lembrar que você me prometeu que nossa conversa teria um futuro?

 - Eu não prometi nada. – ele cruzou os braços sobre o peito.

 - Ah, sim, você prometeu sim. Prometeu pra sua língua!

 Vi o garoto em questão de segundos ficar tão branco que pensei que ele morreria ali, na minha frente. Acho que ele gostava muito da língua dele. Humm... Tenho dó do pessoal desse jornal.

 - Vo-você não po-pode me ameaçar as-assim. – ele tentou deixar as palavras firmes, mas sem sucesso.

 - Verdade, eu não posso. Mas quem disse que eu ligo pra isso? – ergui uma sobrancelha.

 - Bella. – Alice colocou uma mão no meu ombro e apertou. – Vamos conversar antes.

 - Pra que conversar? Sabemos muito bem que ele não vai aceitar isso por livre e espontânea vontade.

 - Isso mesmo. – George levantou de onde estava e veio até nós. – E não será uma garota magrela como você que vai fazê-lo aceitar.

 - Tem certeza? – perguntei.

 - Tenho! – respondeu.

 Um sorriso cresceu em meus lábios ao ver a convicção das palavras do garoto.

 - Você tem razão. – suspirei, abaixando a cabeça. – Não será uma garota magrela como eu que irá fazê-lo aceitar essa loucura.

 Assenti e voltei para o sofá, me sentando novamente entre os Cullens. Sentia os olhares de espanto da Alice e do Edward sobre mim, sem entender nada. O Emmett nunca entendia mesmo então para ele era normal.

 Qual é? O garoto pareceu tão feliz em se sentir no lugar de O Fodão do Eric que eu fiquei com pena de acabar sua felicidade. Vou deixar Alice fazer isso, é melhor, eu fico com a consciência limpa. Não que alguma vez eu tenha sentido remorso das coisas que eu fiz... Mas... Ok, eu nunca senti remorso e nunca vou. Só quero vê Alice tomando a palavra.

 - Viu Eric? É assim que você tem que falar com ela. – Georg disse sorrindo muito confiante.

 Viu? Feliz! Feliz! Ele tá feliz!

 - Boa. – Eric balançou a cabeça. – Agora que está resolvido que não vamos aceitar isso, vocês poderiam sair para continuarmos nosso trabalho?

 - Não! – Alice bateu o pé. – Eu não sei porque a Bella abaixou a cabeça, mas eu não vou fazer isso. Eu vim aqui pra a-vi-sar que haverá outro jornal e não pra pe-dir permissão.

 - Nós não vamos sair daqui. – Shannon falou.

 - Não precisa. – eu disse. – Fizemos um trato com o diretor.

 - FODA-SE O TRATO DE VOCÊS. SAIAM DAQUI AGORA! – Eric apontou para a porta. – E eu não vou repetir.

 - Escuta aqui, moleque. – Emmett levantou com tudo e pegou o pobre anoréxico pela camisa. – Estou cansado dessa sua voz gritando, então para com a porra dessas frescurinha e escuta o que Bella e Alice têm pra falar, ok? – Eric assentiu com a cabeça. – Isso serve pra todos vocês. – ele olhou para cada um ali.

 - Muito bem, agora sim podemos falar. – Alice sorriu docemente. – Bella e eu conversamos com o diretor e ele aceitou...

 - Muito bem aceitado. – acrescentei.

 - Que poderíamos fazer nosso jornal. Diretor Hell não queria tirar o jornal de vocês, ENTÃO... – ela aumentou o tom da voz quando Ângela abriu a boca para falar algo. – Ele propôs que nós fizemos uma disputa entre jornais.

 - Disputa? – Shannon nos encarou confusa. – Vai ser como se precisássemos lutar pra ficar com o jornal?

 - Isso! – Alice saltitou. – Foi isso que o diretor falou. Então vamos ter que resolver os horários de quem vai ser a salinha.

 - Mas e se nós não quisermos? – Camylli, a muda, perguntou.

 - Vocês vão ter que se virar com o Emmett – Edward apontou para o grandão, que ainda segurava o Eric pela camisa. – E com a louca da Isabella.

 - É Bella, seu imbecil. – grunhi entre dentes. – E eu não sou louca.

 - NÃO?! – Eric me encarou surpreso.

 - Não se intromete, seu anoréxico amarelo. – falei. – Agora se resolvam que eu preciso ir embora.

 - Então? – Emmett perguntou. – É aceitar ou... Aceitar.

 Os cinco se encararam, pareciam até estarem conversando com os olhos. Preciso saber como fazer isso, sabe, pra quando for necessário. Eric olhou para cada um ali, e eles foram assentindo.

 - Camylli? – ele perguntou para a muda.

 Ela olhou para nós e sorriu de modo... Esquisito. Talvez, se eu tivesse medo de pessoas, eu ficaria com medo dela. Mas como não tenho...

 - Por mim tudo bem, já está ganho.

 Eu olhei para ela de olhos arregalados. Como assim ela vem falar que já está ganho?! Tudo bem que nenhum deles viu nosso trabalho – como nem mesmo nós -, mas a burrice foi do diretor de não pedir uma “amostra”. Só que... Ahhh, que merda, porque ela tinha que falar a mesma coisa que Alice e Jasper? Esse povo tinha o mesmo ego gigante, é? Temos que evitar de colocá-los na mesma sala, ou vai ficar pequeno o lugar.

 - Ok, ok. – Alice revirou os olhos com raiva neles direcionados para a loira muda. – Vamos logo falar com a secretária para resolvermos isso tudo.

 Todos foram saindo da salinha. Emmett ainda segurava Eric pela camisa, ele não soltou, só colocou a mão dele no ombro do anoréxico e eles foram como bons amigos que viraram. Eram tão bonitinho vê a demonstração de carinho do Emmett com o novo amiguinho. Alice, Ângela, Camylli saíram logo em seguida, com Georg atrás delas. Edward esperou eles saírem primeiro para depois ir.

 - Hey! – gritei quando me lembrei de algo. Eles pararam e me encararam. – Não se esqueçam disso em? “O que aconteceu aqui, fica aqui!” – eles assentiram de bom grado e continuaram.

 E eu fiquei onde estava, parando a Shannon quando ela passou por mim.

 - O que você quer, Isabella? – perguntou.

 - Olha... Primeiro é Bella, ok? E segundo... – olhei pra mochila dela. – O ratinho ainda está vivo?

 - Primeiro o nome dele é Ralf, ok? – ela disse com ironia. – E sim, ele está vivo. Por quê?

 - Sabe... – comecei. – É que... Eu sei que nós não somos amigas, e não vamos ser a partir de quando começar essa coisa de disputa pelo jornal, então... Antes que nós nunca mais troquemos algumas palavras, me diz: O rat... O Ralf é bom em aprontar?

 - É claro que sim! – ela arregalou os olhos e sorriu. – Porque você acha que eu amo meu Ralf? Eu ensinei tudo para ele.

 - Isso é bom! – sorri também. – E você, er... pode me emprestar ele amanha? Sabe, só por umas horinhas.

 - Claro! – ela sorriu mais ainda, e eu retribui o sorriso. – Mas...

 - Mas... – revirei os olhos.

 - Tem uma condição.

 - Qual? – perguntei. – Se for alguns de meus CDs esquece o trato.

 - CDs? – ela me olhou confusa. – Eu não quero CD nenhum.

 - Então é o que?

 - Bem... – ela sorriu. – Quero que você faça Mike Newton pagar a maior vergonha dele.

 - Como? – encarei-a confusa. – Mike Newton? O capitão idiota do basquete? – ela assentiu. – Por quê?

 - Por que... Por que... – deu uma risada nervosa.

 - Ah, não precisa falar. – bufei.

 Não queria saber o motivo mesmo... Ok, talvez eu quisesse saber um terço. Ou tudo. Qual é? Minha curiosidade é grande, às vezes eu consigo controlá-la, outras não. E essa era uma dessas vezes que eu conseguia.

 - Que bom. – ela suspirou aliviada. – Então, topa? – estendeu a mão.

 Humm... Eu poderia fazer duas maldades em uma única semana? Tudo bem que eu não fazia muita, só que essas iria me animar nessa semana tão... Sufocante. Afinal, teremos que fazer coisas do jornal. Então eu tinha que pensar na minha felicidade e deleite, e isso era recebendo a encarnação do Chuck: O boneco assassino, mas sem o assassino. Todos sabem que ele só que se divertir, e eu também, certo? Eu não iria matar, então não tinha problema algum...

 - Topo. – respondi apertando a mão dela e sorrindo cúmplice. – Foi muito bom... Negociar com você, Shannon.

 - Com você também, Bella.

 Ela me deu as costas.

 - Nos vemos amanhã, Ralf. – falei pro ratinho, que colocava o focinho pra fora da mochila. – Nosso dia vai ser divertido.

 Não esperei uma resposta. Claro, não estava louca a esse ponto. Mesmo Renée me deixando cada dia mais estressada, isso tudo era só... Estresse. Não loucura. E mesmo que eu tenha ouvido o ratinho rir maldosamente, eu não estava ficando louca. Só estressada, como disse, certo? Porque ratos não riem, principalmente maldosamente como Ralf fez. Mas e se ele tivesse mesmo rido? E eu tivesse ouvido? Eu não estaria ficando louca, estaria?

 Cara, que coisa doida!

 Balancei a cabeça e me preparei pra sair, mas estanquei quando vi o Cullen Menor na porta, com um sorriso divertido e zombeteiro.

 - Se vingando com ratos, Swan? – perguntou.


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