Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 40
Obrigado, Revista Nerd


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEY PESSOAS LINDAS DO MEU CORAÇÃO. Eu consegui eu consegui mesmo postar o ultimo capitulo de RN e adivinhem? NO ANIVERSARIO DE DOIS ANOS DA FIC! Parabéeeeeeeeeeeeeeeeeens para nós e para Revista Nerd. Nao quero enrolar muito aqui, eu espero que voces gostem do ultimo capitulo. E leiam as notas finais

http://www.youtube.com/watch?v=XCQ0N-Z4tHg



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39. Obrigado, Revista Nerd

– Tia Alice, você vai contar para nós como foi lá no show da Katy Perry? – Emily perguntou para Alice.

Ela e Eliza estavam pulando na king size da Alice, se divertindo. Junto estava Nessie, mas essa se encontrava deitada na cama tentando ler uma das milhares revistas adolescentes da pixel. Ela bufava por causa das loirinhas, só que não se atrevia a reclamar porque sabia que se ela fizesse elas iriam fazer pirraça e ai sim ela não conseguiria mais ler. Essas duas sabiam colocar terror até nas pessoas que já eram terroristas.

– Vocês querem saber? – Alice, que estava se olhando no espelho, virou para elas, com os olhos arregalados de esperança.

– Clarooooo! – falaram juntas, pulando e rindo.

– OK! OK! Eu vou contar para vocês como foi uma loucura para nós lá!

– E coloca loucura nisso. – Nessie disse sem nem tirar os olhos da revista.

– Eu fico até com medo de querer saber. – me joguei em um Puff da Alice. – Mas vamos lá, estou a fim de ouvir algumas histórias.

Alice abriu um sorriso que para ela deveria significar de suspense e olhou para nós. As gêmeas pararam de pular na cama – para a felicidade de Nessie – e sentaram com as pernas cruzadas e os rostinhos gorduchos apoiados nas mãos. Elas estavam mesmo interessadas em saber o que aconteceu no show da Katy Perry. Pelo que eu sabia Alice já tinha contado a história para Emmett e Rosalie, que foram os únicos que quiseram ouvir antes porque não se sentiam tão cansados. As gêmeas estavam comigo e com Edward e por isso não ouviram também.

– Certo, eu vou começar. Não quero que ninguém me interrompa porque vou contar tudo nos mínimos detalhes... – ela me lançou um olhar de aviso. – Nem venha me perguntar nada, Bella.

– Mas e se ficar confusa com algo ou não entender uma parte? – cruzei os braços e ergui uma sobrancelha.

– É bom você entender tudo, tudo mesmo, Bella, ou então te expulso daqui.

– Tudo bem. – ergui as duas mãos em forma de rendição.

– É isso mesmo. – bufou e assentiu com a cabeça. – Agora silencio que eu vou começar. Saibam que o que nós passamos nunca será esquecido e vivenciado por mais ninguém por...

– Porque nenhuma pessoa é tão louca como vocês. – falei revirando os olhos.

– Sem me interromper, Bella!

– É, Isa! – as gêmeas falaram juntas imitando a expressão nervosa da Alice.

– Ok, eu parei. – suspirei. – Continue tia Alice.

– É, continue. – as duas mandaram juntas.

– Eu fico com medo quando elas fazem isso. – Nessie ergueu os olhos da revista para nós. – É algo de filme que me assusta.

– Por que, tia Nessie? – as duas novamente.

Nessie arregalou os olhos e negou com a cabeça, voltando a ler a revista. Eu soltei uma risadinha junto das gêmeas. Elas adoravam Renesmee e seu jeito de menina assustada com qualquer coisa, porque quando você descobria o medo dela poderia usar aquilo a favor da diversão. Era muito fácil.

– Vocês querem ouvir minha história ou assustar a medrosa da Nessie? – Alice chamou nossa atenção.

– Hey! Eu não sou medrosa.

– É sim. – nós toda concordamos e ela bufou.

– Continua tia Alice. – Emily pediu.

– Não é para me atrapalhar mais. – a mandona mandou. – Esse final de semana não foi um final de semana quaisquer para nós fãs de Katy Perry. Foi o mais espetacular, fantástico e inesquecível de todos. As emoções as quais vivenciamos não podem ser comparadas a nenhuma outra e muito menos sentida novamente. A história que vou contar a vocês, meninas, é a história que será lembrada por vários e vários anos. Fez o coração de uma fã como eu sou bater fortemente e...

– Da pra você parar de fazer uma declaração e contar logo o que acontece? – cortei Alice que soltou um rosnado. – Desculpa Ally, mas nós já sabemos que você ama a cantora e sabemos que esse show foi muito importante para você. Agora que tal contar o que aconteceu?

– Tudo bem, tudo bem. Você é uma ranzinza que não me deixa expressar meus sentimentos, Bella, mas tudo bem. Eu vou começar... – Alice abriu um sorriso enorme. – O caminho até Seattle foi realmente longo e posso dizer que não foi um dos mais calmos. Perto do que passamos lá sim, mas qualquer outro que já enfrentamos juntos, não. Uma cena que já sabemos que aconteceu uma vez e repetiu. Com Jasper dirigindo e eu no banco do carona, Renesmee e Jacob tinham o banco de trás todinho para eles. E... – Alice olhou para Renesmee com uma sobrancelha erguida. – É claro que eles aproveitaram aquilo para...

– Para...? – as gêmeas incentivaram.

Eu arregalei os olhos lembrando que Alice não tinha noção do que falava. Então tudo se tornou câmera lenta, as gêmeas piscaram em expectativa para o que iriam ouvir, Nessie arregalou os olhos também, Alice abriu a boca para responder. E eu? Eu saltei do Puff e avancei na baixinha gritando estilo filme um “Não” alto. E então as coisas voltaram a ficarem rápidas e eu caí em cima de Alice, que caiu da cadeira. Doeu, apesar de seu corpo ter amortecido o meu, mas pelo menos as gêmeas ainda teriam a alma inocente e pura.

– Bella! Alice! Vocês estão bem? – Nessie perguntou se aproximando desesperada.

Alice murmurou uma coisa incompreensível já que eu estava com a minha mão na boca dela. Eu me afastei e ela praticamente gritou na minha cara vários palavrões. Eu olhei para as gêmeas e fiz com um gesto pra que elas tampassem os ouvidos e foi o que fizeram, tamparam os ouvidos uma da outra. Voltei à atenção para a Alice.

– E meu cabelo? Ela como você deixou a porra do meu cabelo?

– Alice, cala a boca. – mandei.

– Não vou calar a minha boca! Você é uma maluca do caralho que...

– Alice, cala a boca. – repeti.

– Eu não sei o que deu em você para se jogar em cima de mim daquela forma, mas você não está na porra do seu juízo nor...

Eu avancei em cima da baixinha, novamente colocando minha mão na boca dela pra impedir que mais alguma coisa saísse. Alice começou a se debater e Nessie gritar mandando nós duas pararmos, tentando nos separar.

– Saaaaai de cima de mim, Isabellaaaaa!

– Pare de falar palavrão na frente das gêmeas!

– Não se matem, por favor! Não se matem!

– Briga! Briga! Briga!

Nós três paramos com a cena e olhamos para as gêmeas, que pulavam em cima da cama batendo palmas. Nessie fungava com seu jeito toda chorona.

– Não estamos dando um bom exemplo para elas. – murmurei e as meninas concordaram. – Temos que dar bom exemplo para as crianças, certo?

Nós nos encaramos e gargalhamos daquilo. Nós nunca serviríamos de bons exemplos, éramos um dos piores. As gêmeas só não estavam tão perdidas porque não conviviam muito porque se convivesse no futuro ninguém as seguraria. Apesar de que já de agora ninguém segura...

– Tudo bem, tudo bem. – falei levantando as mãos. – Alice, o que quer que você fosse falar cuidado. Elas são crianças e não podem ouvir esse tipo de coisas.

– Mas... Eu não ia falar nada de mais. – ela deu de ombros.

– Que tipos de coisa, Isa? – Eliza perguntou.

– Nada. – pisquei um olho para ela e voltei para Alice. – Pode não falar agora, mas talvez depois. Já está avisada.

Ela assentiu e cada uma voltou para o seu lugar. Alice ajeitou o cabelo e a postura.

– Bem, como eu ia dizendo antes da Bella enlouquecer. – mostrei a língua pra ela. – Renesmee e Jake tinham o banco de trás para eles, e eles aproveitaram para... Para brigarem!

– Eu não acredito. – revirei os olhos.

– Pois é. Eu também não acreditei quando os vi dois discutindo e depois Nessie batendo no Jake. Foi uma cena bastante agradável, admito, porque era Jake quem estava apanhando. Eu deixei até aonde podia, mas chegou uma hora que tivemos que ir ao socorro dele.

– Por quê? – Emily perguntou.

– Teve sangue?

– É, teve sangue? – repeti a pergunta da Eliza.

– Não, não teve sangue. O que foi uma coisa bastante impressionante porque de tanto que ela bateu nele era pra ter saído.

– Não exagera, Alice. Nem foi assim.

– Não exagera?! – a baixinha arregalou os olhos. – Nessie, você colocou a cabeça dele para fora da janela bem quando estávamos na rodovia.

– O que?! – as gêmeas e eu arregalamos os olhos.

Nessie soltou uma risadinha sem graça e fingiu que não era com ela. Eu já tinha presenciado essa cena – até tentei ajudar a Nessie a empurrar a cabeça do Jacob. Ele, com certeza, nunca mais iria se sentar perto da janela com a namorada que tinha.

– Pois foi isso mesmo. Renesmee tentou empurrar a cabeça do Jacob, que choramingou como uma menininha. Jasper e eu impedimos que acontecesse um desastre e tivemos que manter eles separados por dez minutos, depois disso...

– O que aconteceu? – perguntei.

– Eles se pegaram loucamente. – ela falou o obvio fazendo nós todas gargalharmos. – A viagem de resto ocorreu bem, mesmo. Nós finalmente chegamos ao hotel e fomos nos hospedar. Tudo estava indo perfeito até...

Nessie pulou da cama e parou no meio do quarto com uma expressão animada.

– Até as malas da Alice não chegarem ao quarto dela e de Jasper. – Nessie mexia as mãos ao falar. – Nós duas descemos na recepção para resolver o problema...

#Ponto de vista da Nessie#

– Com licença. – Alice tocou a pequena campainha que tinha no balcão, chamando a atenção da mocinha que ficava atrás dele. Ela tinha uma expressão mal encarada e de má vontade veio nos atender. – Eu queria uma informação, por favor.

– Sim? – sua voz era enjoada.

Olhei o pequeno crachá pregado na roupa no lado esquerdo e li. Seu nome era Martha.

– É que minhas malas não foram entregues no meu quarto até agora, mas a do meu namorado sim e a dos meus amigos também e eu gostaria de saber por quê. Meu nome é Alice Cullen.

– Espere um momentinho. – Martha falou e foi até o computador.

Alice se virou para mim com uma careta.

– Garota mal encarada, meu Deus. Se não gosta do emprego porque trabalha? – resmungou depois fez uma expressão de choro. – Eu quero tanto a minha mala. Preciso me arrumar para o show e só temos algumas horas.

– Ela vai achar suas malas, Alice.

– É o que eu espero.

– Senhorita. – Martha chamou e nós nos aproximamos. – Aqui no sistema conta que todas as malas no seu nome foram entregues, inclusive as maiores.

– Pois seu sistema está errado porque não chegou as minhas malas lá.

– Não tem como haver erro. – Martha nos encarou com uma expressão dura. – Se aqui está dizendo que foram entregues no quarto, elas foram entregues.

Alice puxou o ar com força e soltou, lançando um olhar fulminante para a Martha. Essa também devolveu o olhar, sem se abalar.

– O que você está querendo dizer com isso, garota? Que eu estou mentindo sobre o sumiço das minhas malas? – Martha ergueu uma sobrancelha como se dissesse “O que você acha?” – Escuta aqui, não faz o menor sentido em descer nessa droga de saguão para inventar uma mentira do sumiço das minhas malas. E eu não tenho porque fazer isso. Então acho melhor você arrumar esse sistema de merda e achar a porra das minhas malas ou eu vou foder com esse hotel de merda! – ofegante Alice bateu o punho com força no balcão, assustando as pessoas que já prestavam atenção em nós por causa dos gritos.

Martha, de boca aberta, fechou rápida e se ajeitou.

– Senhorita, eu não admito que você fale assim. Se controle!

– Eu não vou me controlar porra nenhuma. Eu tenho um show para ir daqui a algumas horas e preciso das minhas roupas para me arrumar.

– Mas no sistema consta que...

– Dane-se a droga do sistema. As minhas malas não estão no meu quarto e eu as quero lá agora! Então mova essa sua bunda gorda e vá fazer todos os funcionários daqui ir procurar.

O rosto de Martha começou a ficar vermelho e eu achei que ela iria explodir ali e avançar na Alice, mas para minha surpresa ela voltou à cor normal e abriu um sorrisinho cínico.

– Você quer a sua mala? – perguntou com a voz doce.

– Sim, garota. É por isso que estou aqui, porque quero a minha mala.

Martha abriu ainda mais o sorriso.

– Já que você quer... VAI PROCURAR! Eu cansei dessa droga de emprego e de pessoas como você! – apontou para Alice, que ofegou surpresa. – Você quer tanto a sua mala? Eu vou te dar uma dica, vá ao depósito que ela deve está lá junto com tudo que já foi roubado. Eu quero mais é que todos daqui vão para a puta que pariu. Todos vocês! Eu vou é embora desse lugar.

Ela tirou o crachá da roupa, depois tirou a roupa e só de calcinha e sutiã saiu pelas portas do saguão. Todos ali olhavam para ela, que sumia pela rua.

– Que garota louca. – murmurei.

Um burburinho se iniciou ali. Alice pegou a minha mão com força e começou a me puxar para algum lugar.

– Eu odeio esse lugar com pessoas imprestáveis que somem com as minhas coisas. – ela falou.

– Aonde nós vamos? – perguntei.

– No depósito, encontrar a minha mala. Se aquela garota disse que está lá, eu vou ver mesmo.

– E você sabe aonde é?

Alice parou de me puxar e piscou rapidamente, depois deu de ombros e continuou a andar. Nós abrimos porta por porta do primeiro andar, até dar em uma que tinha uma escada para baixo. Estava escuro lá embaixo e um vento frio subiu.

– Eu não vou entrar lá! –falei logo, querendo correr para longe dali.

– Deve ser esse o depósito. Sempre é. – Alice murmurou apertando ainda mais forte minha mão. – Nós vamos descer.

– Você não ouviu o que eu acabei de falar?! Eu não vou descer! – gritei histérica.

– Para com isso, Renesmee. Não tem nada de mais lá embaixo.

– É isso que pessoas como você pensam. Mas eu sei o que tem lá embaixo e não é nada legal.

– Ah é? – ela soltou minha mão e cruzou os braços. – Então me diga o que tem lá embaixo.

– Tem monstros. De todos os tipos e formas. E são monstros criados pelos funcionários do hotel, que roubam malas de garotas que amam as roupas para quando elas vierem procurar, os monstros poderem se alimentar. Você é o alimento do dia deles. E sabe aquela cena lá no saguão? É tudo mentira! É por isso que não vou entrar ai.

Alice negou com a cabeça.

– Renesmee, você viaja demais, garota. Agora vamos.

Então Alice me pegou pela mão e começou a me puxar para descer as escadas. Eu tentei me soltar, mas seu aperto era de aço. Então sabendo que aqueles seriam meus últimos momentos com vida, eu choraminguei e tentei mandar uma mensagem pela mente para Jacob e para meus pais, de que eu os amava muito.

Descer as escadas no escuro foi difícil, mas conseguimos chegar lá embaixo. Tudo estava no breu e eu não conseguia enxergar um palmo a minha frente. Tremia dos pés a cabeça de medo.

– Vamos, nós temos que procurar. – Alice sussurrou e voltou a me puxar.

Eu não fazia a menor ideia de para aonde ela estava me levando e provavelmente nem ela mesma sabia. Nós andamos naquele escuro e batemos em varias coisas.

– Alice, vamos embora. – pedi em um choramingo. – Por favor.

– Não, eu quero as minhas malas com as minhas roupas e eu vou achar.

– Mas esse lugar é muito medonho e eu estou com medo.

– Para de ser medrosa, Renesmee. Espera... – ela parou. – Eu... Olha, são as minhas malas!

– Aonde?

– Ali.

Legal, muito legal. Ela fala ali sendo que eu não consigo nem ver ela, imagine malas. Procurei para todos os lados e vi uma fresta de luz que tocava as malas rosa de Alice, que estavam no chão.

– Vai logo pegar! – mandei.

Ela soltou da minha mão e caminhou na direção, mas o som de algo se mexendo naquele escuro todo nos fez até parar de respirar.

– Q-quem está a-a-ai? – Alice perguntou.

Eu congelei até o dedão. Era aquela pergunta que resultava no final um assassinado cruel e de desmembramento. Ela não podia perguntar aquilo porque todos os assassinos esperavam por aquela pergunta.

Barulho de passos ecoou ali.

– Vão embora!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

Na mesma hora que fui correr para algum lugar senti um corpo se chocar com o meu e gritei ainda mais e Alice gritou comigo. Foi então que eu percebi que era ela grudada em mim. Eu me agarrei a ela e nós gritamos juntas.

– Vão embora! Saiam daqui!

Alice me empurrou e nós saímos correndo para algum lugar. Eu bati em varias coisas, até chegar a uma parede. Sai tateando e encontrei algo, apertei achando que era o corrimão, mas então um clarão apareceu. Eu olhei para os lados e vi que estávamos em um porão cheio de malas. Alice estava caída em cima de algumas. Olhei para o outro lado e vi uma garota parada e com os olhos arregalados. Ela usava um vestido delicado que eu logo identifiquei ser de Alice.

– Mas o que...?

Alice levantou em um salto e olhou para a garota.

– O que você está fazendo usando as minhas roupas?! – apontou para a garota.

Ela, que se recompôs, colocou as mãos na cintura e fez uma expressão esnobe.

– Sua nada. Agora elas são minhas e vão embora!

– Eu não vou embora. Eu quero as minhas malas e a minha roupa, sua desqualificada!

– Olha como fala comigo!

A cada vez que elas falavam se aproximavam e logo estavam se batendo de frente.

– Eu falo do jeito que eu quiser. Agora tire minha roupa! Renesmee, pega a minha mala!

Eu corri até o outro lado e peguei as duas malas pesadas de Alice, puxando pela rodinha. Aquilo devia pesar três vezes mais que meu peso, mas eu ia ajudar a Alice.

– Solta essas malas, ruiva de nome estranho! – a loira apontou para mim.

Seu olhar foi tão ameaçador que eu soltei as malas, deixando cair ao meu lado. Alice bufou.

– Renesmee, pega a mala e deixa que eu me resolva com essa coisinha aqui.

Eu peguei as malas novamente e comecei a puxar. Alice e a loira discutiam. Eu me aproximei das escadas e olhei para cima, fazendo uma careta. Como iriamos subir com aquelas malas? Peguei meu celular e mandei uma mensagem pro Jacob, torcendo para que ele fosse inteligente e conseguisse achar o lugar.

– ME SOLTA, SUA MALUCA! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH.

– NUNCA MAIS SE ATREVA A PEGAR MINHAS ROUPAS!

Eu olhei para trás e vi Alice montada em cima da loira. A baixinha socava a cara dela, arranhando também. Soltei as malas e corri até elas, tentando separa-las. Quando percebi estávamos as três numa confusão enorme no chão sujo daquele lugar.

– Renesmee? – a voz do meu Jacob chamou e quando ele apareceu nas escadas arregalou os olhos. – O que está acontecendo aqui?

Percebi que Jasper estava atrás dele e os dois vieram ao nosso socorro, levando tapas e unhadas, conseguiram nos separar.

#Fim do ponto de vista da Nessie#

– E depois? – perguntei com os olhos arregalados.

– É, e depois? – Emily e Eliza falaram juntas.

As gêmeas estavam sentadas no meu colo porque quando Nessie começou a contar da parte do escuro elas ficaram com medo. Nós três estávamos agora ligadas na história.

– Depois que Alice quase matou a garota, ela nos explicou porque fazia aquilo já que Jasper perguntou.

– E porque ela fazia aquilo?

– Porque ela era uma patricinha mimada que queria todas as roupas bonitas do mundo. – Alice bufou. – E por isso roubava malas de garotas como eu – apontou para si. – para poder ter as roupas. O que é ridículo já que o pai dela – sim ela é filha do dono do hotel – tem muito dinheiro. Eu quase avancei nela de novo!

– Mas graças a Deus não avançou. – Nessie suspirou. – Só que depois disso ficamos sem um hotel para dormir.

– E dormiram aonde? – arregalei os olhos.

– Calma que já vamos chegar nessa parte. – Alice então ficou de pé e foi até Nessie. – Vai sentar Renesmee, porque a partir de agora eu assumo. O melhor estar por vir.

Nessie fez o que Alice mandou, vindo se sentar ao meu lado. Agora éramos quatro dividindo um Puff para ouvir o restante da história.

– Eu não queria mais ficar naquele hotel então nós tivemos que nos trocar no carro. – ela fingiu tremer. – Nunca mais vou passar por uma coisa dessas, só pra avisar. Tudo bem que é o show da Katy, mas mesmo assim até chegar a hora dele foi bastante macabro. Voltando... Depois que nos trocamos no carro – apontou para ela e Nessie – seguimos para o local do show. Era um estádio e já havia uma enorme fila.

– Mas estava tudo bem porque tínhamos ingressos para o camarote. – Nessie falou e Alice assentiu.

– Nós seguimos para dentro, achando o lugar com as cadeiras confortáveis e tudo. O show começou, todas aquelas luzes e fogos saindo do palco. Ahhhhhh... – ela mexeu a mão como se tudo estivesse acontecendo diante dos seus olhos. – E quando ouvi a voz dela pela primeira vez... Parecia que meu mundo havia parado. Aquela voz... Ela ficou na minha mente, se repetindo várias e várias vezes até que meus olhos a viram. A pele branca cintilando com os brilhos, a roupa colorida, o cabelo negro e aqueles olhos azuis enormes. Tudo meu estava focado na minha ídola perfeita.

– Ohhhhh. – as gêmeas ofegaram.

– Foi tudo tão magico e perfeito. Me tirou da realidade e me levou para o mundo perfeito da Katylândia. Eu nunca vou esquecer-me das emoções que senti, do amor que ela demonstrou por nós fãs. Ela era mais do que linda e perfeita, ela era fantástica e única. – Alice suspirou e se jogou na cadeira. Seus olhos brilhavam com as lágrimas das emoções. – E foi então que acabou. Eu fui trazida de volta a realidade com o gosto de “quero mais”. E eu precisava de mais.

Eu sabia que Alice era louca apaixonada pela Katy Perry, mas vê-la falando daquela forma me mostrou que era mais do que isso. A garota era doidona pela cantora. Vovó tinha dado o presente de natal perfeito para ela e Renesmee, que fungava ao meu lado. Teria depois que agradecer a vovó Swan por fazer minhas amigas tão felizes.

– E é a partir de agora que a emoção por causa desse gosto de “quero mais” da Alice nos trouxe a melhor lembranças de todas. – Nessie disse, suspirando. – Essa vai entrar para nosso livro de melhores loucuras.

– Conte logo! – Eliza pediu toda ansiosa.

– Eu vou contar, se preparem. – Alice sorriu. – Eu queria entrar no camarim da Katy, e como eu consigo tudo que quero...


#Ponto de vista da Alice#

– Vocês vão comigo! – eu apontei para os três, que se negaram a participar da minha ideia mais do que fantástica. – Ah, vão sim! Sim! Jasper, se você me ama de verdade vai me ajudar, vai ser como uma prova de amor.

– Isso é loucura, Alice. – ele murmurou de olhos arregalados. – Vamos ser presos.

– Não vamos não! Eu sou inteligente, não vou deixar isso acontecer. Renesmee, pensa que é um sonho se realizando se nós conseguimos conhecer a Katy pessoalmente. Podemos virar amiga dela. Amigas para sempre! – Nessie arregalou os olhos e abriu um sorriso. – Vamos, prometo que não vou deixar nada de errado acontecer. – ela assentiu. – E você, Jacob, vai nos ajudar porque é namorado da Renesmee.

– O que?!

– É isso. Ninguém mais nega. Agora vamos, antes que ela vá embora.

Havia apenas duas portas no camarote, a de entrada e saída e a por onde os empregados que vinham olhar aqui entravam e saiam, então era fácil saber qual nós teríamos que entrar. Já tinha tudo calculado na minha mente e se desse certo chegaríamos ao camarim da Katy antes que alguém pudesse cantar a parte “Wide Awake” três vezes.

Esperamos as pessoas irem saindo do camarote até ficarmos apenas só nós quatro ali. Jacob foi até a porta para confirmar que foram embora e então seguimos para a outra porta. Eu abri uma brecha e olhei para o longo corredor cheio de portas. Não havia ninguém ali.

– A barra está limpa. – sussurrei depois soltei um gemido de animação. – Sempre quis falar isso.

– Cala a boca, Alice. – Renesmee mandou e me empurrou para passar pela porta.

Fomos andando pelo corredor, sabendo que nenhuma daquelas portas era a do camarim de Katy. Como sabíamos? Simples, não tinha aquela estrela brilhante com nome dela e também porque estava muito perto do camarote para ser. Viramos em um corredor continuando a procurar, mas nada.

Nada até ouvirmos vozes...

– Se nos pegarem aqui vamos ser presos! – meu Jasper falou com medo. – Temos que nos esconder.

Desesperados cada um correu para um lado. Eu me joguei dentro de um carrinho branco e grande cheio de toalhas brancas e ao mesmo tempo em que fazia isso senti um peso caindo em cima de mim. Olhei para cima e vi Nessie tentando se esconder comigo. Aquele lugar era muito pequeno para nós duas. Começamos a nos cobrir com aquelas toalhas.

– Toddy, eu estou cansado já de rodar por esse país. – um cara com a voz grossa disse.

– Nem me fala Arthur, eu também. – o outro respondeu.

Ouvimos os passos deles ao passarem por nós e se distanciarem. Quando percebi que era seguro levantei a cabeça e olhei para os lados, vendo que o corredor estava novamente vazio.

– Pode sair, pessoal. – falei.

Jasper saiu de uma sala sendo seguido por Jacob. Eu me ajeitei e peguei a mão da Nessie, puxando ela para continuar o caminho a procura da porta com a estrela da Katy.

– Mas o que...? – nós olhamos para trás ao ouvir a voz. – Hey, vocês, não podem andar aqui!

– Fodeu! – Jacob soltou.

– COOOOOOORRE! – berrei.

Nós saímos correndo pelo extenso corredor, olhando por todas as portas. Renesmee estava no meu encalço já que eu ainda segurava sua mão. Eu nunca tinha entrado naquela parte do estádio, mas o lugar era maior do que eu pensava.

– Parem agora! Parem! – o segurança berrava para nós.

– Nós vamos ser presos! Nós vamos ser presos! Nós vamos ser presos! – meu namorado repetia sem parar.

– Eu não quero ser presa. – Nessie choramingou.

– Isso é culpa da Alice! – Jacob me acusou.

– Calem a boca e continuem correndo! – eu mandei.

Meu coração batia tão acelerado que parecia que ia sair do meu corpo. A adrenalina corria loucamente pelas minhas veias e senti vontade de rir pela situação que estávamos passando só para conhecer Katy Perry. Mas todo esforço valeria a pena, eu sabia disso e sentia.

Nós viramos em outro corredor e demos de cara com outro segurança.

– Vocês! – ele apontou para nós.

– Voltem! Voltem! Voltem! – mandei.

Nós voltamos para o outro corredor, mas foi uma péssima ideia porque o primeiro segurança estava lá.

– Peguei vocês! – ele abriu um sorriso vitorioso.

Eu não conseguia acreditar que isso iria acabar assim comigo presa e sem conhecer a Katy Perry. Não podia porque merecíamos conhecer ela. Eu tinha tudo planejado para dar certo, a culpa era dessas seguranças intrometidos que não tinham mais o que fazer. Sim, eu sei que é o trabalho deles, mas poderiam dar para nós uma chance. Não iriamos fazer nada demais além de abraçar ela e quem sabe sequestra-la e levar para minha casa.

– Olhem, é a estrela! – Renesmee apontou para a porta de frente a nós.

Não deu em outra, nós entramos ali. Todo mundo junto e embolado.

– Oh meu Deus!

Aquela voz... Aquela voz falando “Oh meu Deus”... Eu reconheceria. Tinha sentindo ela no meu coração a noite inteira e agora a dona estava ali, na minha frente com uma expressão assustada. Os olhos azuis arregalados. Deus, ela era tão perfeita de perto que eu não conseguia encontrar a minha voz para falar algo. Eu não conseguia nem lembrar como me movimentava para correr e lhe dar um abraço. Meu corpo inteiro pedia para que eu fizesse aquilo, mas minha mente não conseguia acreditar. Será verdade mesmo que eu estava ali, parada de frente a ela? Ou era alguma peça da minha mente e nesse momento estava dormindo na minha cama para quando acordar fosse para Seattle assistir ao show?

– O que está acontecendo aqui?

– Srta. Perry nos desculpe. – a voz do segurança falou. – Essas crianças invadiram o local e...

– Katy! – Nessie exclamou cortando ele. – Eu não acredito que é mesmo Katy Perry na minha frente!

Espera... Então era verdade? Era mesmo verdade que eu estava ali, tão perto da Katy Perry e não conseguia nem me mexer?

De repente o lugar parecia pequeno demais e eu estava sufocada. Minha mente parecia enfraquecer e pontos negros tomavam a minha visão.

– Alice? Alice? – a voz de Jasper soou perto de mim. – Ela está prestes a...

E então eu apaguei.

#Parada no ponto de vista da Alice#

– Espera ai, você estava na frente da Katy Perry e desmaiou? Eu não acredito nisso! – exclamei. – Você foi uma idiota, Alice.

– Hey!

– Qual é! Você podia ter abraçado ela, ter pedido autógrafo e até roubado uma calcinha dela e você fez foi desmaiar? Isso foi muito idiota.

– Porque tia Alice roubaria uma calcinha da Katy Perry? – Eliza perguntou com uma careta. – Você está com falta de calcinha, tia Alice? Porque se quiser eu pego meu cofrinho pra te ajudar a comprar pra você não precisar roubar.

Alice negou rápido com a cabeça e Nessie caiu na gargalhada sendo seguida por mim.

– Não seja tonta, Liz. – Emily revirou os olhos. – Por ser fã ela poderia guardar a calcinha como lembrança ou quem sabe colocar em leilão na internet. Renderia muito dinheiro constando pelo fato de Katy Perry ter muitos fãs. Tanto feminino quanto masculino. E se for usada, ela poderia ganhar ainda mais.

– Eca. – Eliza colocou a linguinha rosa pra fora. – Eu não pagaria nem um dólar em uma calcinha usada. Existe louco pra tudo nesse mundo.

Eu concordei com ela, também não pagaria por isso.

– Bella, eu desmaiei porque eu estava de frente com a Katy, ok? – Alice voltou a falar.

– Mas foi uma boa Alice ter desmaiado. – Nessie disse sorrindo. – Isso fez nossa noite ser ainda melhor. Quando ela caiu dura no chão todos se assustaram e foram tentar ajudar. Katy pediu para que chamassem algum médico ou enfermeiro daquelas ambulâncias que ficam lá, sabe? A espera que alguém passe mal ou desmaie, como Alice. Então veio um médico, ele disse por que Alice desmaiou que foi de surpresa e que só precisávamos dar um tempo para ela acordar. E foi o que fizemos.

– Yeah, me deixaram lá deitada no sofá e ficaram aproveitando para conversar com a Katy e pedir autógrafo. Então eu comecei a recordar a consciência...


#Voltando ao ponto de vista da Alice#

– Hm. Ai. – soltei um gemido levando a mão à cabeça ao sentir uma dor incomoda.

– Alice! – Jasper apareceu acima de mim, abrindo um sorriso. – Finalmente você está acordando.

– Nossa Jazz. Eu tive um sonho estranho... – pisquei os olhos. – De que eu estava no camarim da Katy Perry.

– Então não deveria ser um sonho estranho e sim maravilhoso...

Eu arregalei os olhos para a voz que ouvi.

– Eu ainda estou sonhando? – perguntei para Jasper, que negou com a cabeça. – E nem sonhei? – negou novamente. – OK, eu acho que vou surtar.

– Não, por favor. Não surta! – Jacob pediu de algum lugar de onde estávamos.

Eu levantei rápido olhando para todos os lados e constatando que não estava em nenhum lugar conhecido por mim. Aquilo era um... Camarim. Então meus olhos captaram pessoas e quando vi uma perdida entre Renesmee e Jacob, meu coração deu um salto.

– É... É... É... – eu apontava para ela, que estava com uma careta linda. – É a Katy Perry! – berrei. – Oh meu Deus! Oh meu Deus!

Empurrando Jasper para o lado eu levantei em um pulo e corri até ela, empurrando Renesmee e Jacob para longe. Parei na sua frente e minha boca se abriu em um “O” tamanha perfeição que eu presenciava.

– Você é a Katy Perry. – sussurrei e ela abriu um sorriso.

– É assim que meus fãs me chamam quando estou no palco.

Eu senti que podia desmaiar novamente, mas me controlei. Precisava manter o controle porque aquele momento era muito especial para mim.

– Você... É perfeita. Posso... Te dar um abraço?

– Com toda certeza.

Eu passei meus braços em volta dela e a apertei, querendo sentir que ela era real. E parecia. Katy era cheirosa. Não conseguia acreditar que a estava abraçando e que ela retribuía, rindo. Era a coisa mais perfeita de todas que eu já havia passado na minha vida. Não havia palavras para explicar aquilo.

Relutante, me afastei dela. Eu precisava de um autógrafo antes que nós fossemos embora.

– Katy, você pode me dar um autógrafo? – perguntei para ela.

– Eu já peguei o seu, Alice. – Jasper balançou uma foto dela e atrás tinha escritas. – Precisávamos economizar tempo então...

– Economizar tempo? Por quê?

De repente Renesmee estava na minha frente e pulava sem parar.

– Você não vai acreditar! A Katy nos convidou para ir a uma festa com ela!

– O que? – arregalei os olhos. – Isso é verdade? – me virei para Katy que assentiu. – Oh meu Deus!

Então Renesmee e eu começamos a gritar de tão animada que estávamos. Um carinha adentrou o camarim e nos chamou para ir, e nós fomos numa uma limusine. Yeah, uma limusine e como acompanhante de Katy Perry. Isso não tinha como se tornar mais perfeito.

Quando chegamos ao local ele era simplesmente perfeito, cheio de luzes e lotado de pessoas lindas e elegantes. Eu estava me sentindo no paraíso ali. Katy Perry nos apresentou aos amigos delas, alguns famosos que algum de nós conhecia. A noite foi passando e logo já tínhamos perdido Jasper e Jacob, que ficaram conversando com as pessoas. Katy era animada e brincalhona.

– Vira! Vira! Vira!

Um coro de pessoas gritava para mim, Renesmee e Katy que estávamos fazendo uma aposta de quem aguentava mais beber. De alguma forma nós conseguimos burlar o pessoal para não se importarem com a nossa idade. Eu já havia perdido as contas de quantas tínhamos bebido, mas estava me divertindo muito. Tinha um karaokê lá e no que deu?

– California gurls, we're unforgettable… Daisy dukes bikinis on top... Sun kissed skin, so hot, will melt your popsicle… Oooh...

Nós três cantávamos rindo entre caretas. A nossa voz estava embolada por causa das bebidas. Renesmee tropeçou em seus próprios pés e quase caiu do palco improvisado, mas se segurou em mim e nós nos equilibramos juntas.

Eu estava me divertindo mesmo.

Espera...

E tinha como não se divertir estando com Katy Perry?

#Fim do Ponto de Vista da Alice#

– Depois Katy fez com que nós nos hospedássemos no mesmo hotel que ela estava já que tínhamos saído da espelunca ladrona e de manhã quando ela foi embora se despediu de nós, adivinha deixando o que? – Alice mexeu as sobrancelhas de forma divertida.

– Calcinhas de presente? – brinquei e ela atacou um travesseiro em mim.

– Alguma lembrança? – Emily supôs.

– Não. – Eliza negou. – Katy Perry deve ter deixado um carro importado junto de uma mala de dinheiro porque ela é muito rica.

– Quem me dera. – Renesmee soltou rindo. – Ela nos deixou...

– Parem de fazer suspense e falem logo! – mandei.

– O número de telefone dela! – as duas falaram juntas e soltaram gritinhos.

– Nossa, e eu achando que era algo legal. – suspirei.

– Bella, isso é fantástico! – Alice soltou ofendida. – Nós trocamos mensagens, se você quer saber. Ela disse que amou nos conhecer e que quer conhecer você, o Edward, o Emmett, a Rouss e... As gêmeas!

– Mentira! – as duas falaram juntas.

– Verdade. – a baixinha assentiu. – Quem sabe um dia nós não saímos com ela quando ela acabar a turnê?

– Vai ser fantástico! – minhas gêmeas falaram mais uma vez juntas.

Então as quatro começaram a fazerem planos para quando virem a Katy Perry novamente. Era cada coisa mais louca que eu duvidava muito que a Katy iria aceitar, mas era engraçado as ver imaginarem. Elas tinham realizado o sonho de todo fã. Conhecer o ídolo e poder manter uma amizade com ele.

Eu as deixei lá no quarto da Alice sonhando e fui para o de frente, que era o de Edward. Bati uma vez e entrei, encontrando ele deitado na cama e ouvindo musica. Estava de olhos fechados. Tranquei a porta fui até a cama e engatinhei, ficando por cima dele e sentando em sua barriga. Edward apenas sorriu, sem abrir os olhos. Tirei seu fone para que pudesse me ouvir.

– Eu espero que você esteja preparado para ouvir as loucuras que o pessoal passou em Seattle. – falei e ele abriu o olho rápido, arregalando-os.

– Eles aprontaram muito? – assenti. – Mas nada que envolvesse a policia, certo?

– Hm... Quase. Mas não, só chegou perto. – dei de ombros ele soltou o ar aliviado.

Eu deitei minha cabeça em seu peito e comecei a alisar seu braço, soltando um suspiro.

– Isso só me faz perceber cada vez mais que vou sentir muito a falta deles quando todos não pudermos mais passar tanto tempo juntos.

– O bom é pensar que ainda vamos nos ver. – ele começou a alisar minhas costas. – Que ainda vamos ter um pouco deles por telefone, Skype, mensagens, qualquer meio de comunicação.

– Yeah, serve de consolo. – apoiei meu queixo nele e o encarei. – Eu não vou querer me separar de você. Aonde você for... Eu quero ir junto. Se com meus amigos já é difícil essa sensação de separação, imagine com você?

– Nós não vamos nos separar, Bella. – Edward puxou delicadamente meu rosto para o dele, encostando nossos lábios.

– Promete? – perguntei em um sussurro sob seus lábios.

– Eu prometo.

Então desesperada procurei seus lábios juntos dos meus, querendo sentir não só em palavras àquela promessa, mas também nele. Não podia suportar a ideia de me separar dele, era doloroso e sufocante. Eu tinha necessidade de Edward, de estar com ele e ter que me separar dele por coisas da vida não era algo que eu deixaria acontecer. O que eu pudesse fazer para que ficasse juntos eu faria.

E quando eu percebi todo aquele sentimento de desespero tinha nos feito se entregar um ao outro novamente e eu estava sentindo aquele turbilhão de sentimentos da noite passada. Sendo amada e amando Edward.


– Sabe o que é legal de fazer? – perguntei para Edward, que sorriu malicioso para mim. – Depois disso. – o cutuquei com o cotovelo, rindo.

Edward me aconchegou mais em seus braços. Nós estávamos cobertos e eu ao seu lado, com minha perna sobre a dele, encarando o teto.

– O que então? – perguntou.

– Imaginar o futuro dos nossos amigos, sabe? Algo como... Como você acha que vai estar Emmett e Rosalie daqui seis anos?

– Aqueles dois? – Edward soltou uma risada. – Vão estar ainda parecendo dois adolescentes que brigam e se reconciliam no mesmo dia. Rosalie vai ter a mente um pouco avançada já, claro, e vai tentar fazer o mesmo com Emmett, mas ele é um caso perdido. Todo dia Emmett vai pedir para Rosalie um panda pra criar já que ele assistiu desenhos com algumas crianças da vizinhança, pois Emmett faz amizade com esses seres pequenos. E ela vai negar porque é contra a lei criar um panda, mas ele vai continuar insistindo e ela o distrai com sexo. É, é isso.

Eu já estava gargalhando quando Edward terminou porque podia ser uma loucura, mas era bem a cara de Emmett e Rosalie isso.

– Certo, boa imaginação, Edward.

– E você, como acha que vai ser daqui seis anos para Alice e Jasper?

– Hm... Alice ainda vai ser hiperativa e puxar Jasper para todos os lados. Como os dois vão fazer jornalismo eles vão viver no mundo dos famosos. Ah, claro, ela vai ser melhor amiga da Katy Perry! – me lembrei de Alice me falando da troca de mensagens. – Mas o relacionamento deles vai ser a coisa mais leve e boa de viver. Eles vão estar prontos para iniciar a vida de família: trabalhar, casar, ir morar juntos. Vai ser algo certo. E toda semana Alice vai tirar Jasper do sofá e de algum jogo que ele estava assistindo para coloca-lo de frente ao notebook e falar com nós. E também, quem sabe, para ver o panda de Emmett que de alguma forma vai conseguir um porque Rosalie deu?

– Que ela deu, mas que na verdade é um gato gordo com a pelagem preta e branca parecendo a de um panda. – Edward completou, rindo.

– Yeah, bem isso mesmo.

– Vamos para Nessie e Jake. Eu imagino os dois daqui a seis anos, com Jacob protegendo Renesmee de tudo e todos. Ele vai evitar ela ter mais trauma, mas ainda vai ter alguns porque essa é Renesmee. – nós rimos. – E Renesmee vai impedir Jacob de ser um bobão com piadinhas ruim. Claro que ele ainda vai apanhar dela por causa disso, ainda mais quando estiver de TPM.

– E ela vai colocar a cabeça dele pra fora da janela. – Edward fez uma careta. – Ela já fez isso duas vezes.

– Sério?

– Sério. – assenti. – É bem provável que o carro deles vai ter alguma proteção contra isso. Uma proteção inventada pelo próprio Jacob e que vai ficar famosa entre maridos e mulheres que sofrem da mesma situação. E é assim que Nessie e Jacob vão ficar milionários e nos mandar presentes.

– Muitos presentes.

– Vai nos convidar para passar as férias na casa de praia deles. Também na casa de campo e até no iate deles.

– Yeah. Eles vão ser mesmo muito, muito ricos. Bilionários.

Nós dois nos encaramos e rimos dos nossos devaneios. Esses que podiam mesmo ser verdade contando com tudo que nós já passamos eu não duvidava de mais nada. Claro que algumas coisas nós podíamos estar exagerando, mas a verdade era que combinavam com a personalidade dos nossos amigos. Eles mereciam aquilo. O Emmett merecia um panda.

– E nós? – me virei de frente para ele. – O que você imagina para nós?

Edward me olhou nos olhos e foi como se eu visse toda a nossa futura vida passar ali. Nossos próximos anos juntos, vivendo uma vida há qual algum tempo atrás nenhum de nós dois imaginávamos que aconteceria. Algo típico e clichê, mas com um acréscimo só nosso. Nossos amigos faziam parte, eles sempre estariam ali. E eu sabia que seriamos felizes, mais do que eu poderia planejar e isso pelo fato de estarmos juntos e com as pessoas que amamos. Seria perfeito, eu via e sentia. Eu sabia.

Edward abriu um sorriso torto para mim.

– Nós já temos planejado, Bella.

– Temos? – ergui uma sobrancelha não me lembrando de termos planejado algo.

Nós sempre vivemos.

– Claro que sim. Quando começamos a ficar juntos. Você não lembra?

Eu arregalei os olhos lembrando-se de nós dois no carro e do que tinha falado.

– Vamos passar pela fase de namoro por alguns anos, vamos brigar, se reconciliar e voltar. Vai ter ciúmes também, é claro. E... Você tinha falado da parte de descobrirmos estarmos grávidos e casarmos a força, mas como nós dois sabemos que somos cuidadosos e que não precisamos ser forçados a casar, apenas esperar o tempo certo, acho que vamos passar ainda por muitas coisas antes. Essa parte nós não planejamos. – deu de ombros.

Eu soltei uma risada com a expressão infantil que ele fez.

– E quando precisamos planejar alguma loucura na nossa vida? Tudo vai ficar marcado.

– Um dia alguém vai publicar um livro com o título de “Sobrevivência do grupo Revista Nerd” – ele passou a mão na frente como se visualizasse ali. – Que vai ser bastante famoso.

– E vai nos render dinheiro.

– Tanto que nem vamos precisar trabalhar. Eu vou tirar minhas fotos, você vai resolver alguns casos e conseguir ser design. Nossa vida vai ser perfeita, Bella.

Ele me puxou para junto de si, e eu me aconcheguei nele, moldando nossos corpos perfeitamente. Encostei meu nariz na pele do pescoço dele, sentindo seu cheiro.

– E mesmo que não seja assim, ela vai continuar sendo perfeita porque vamos estar juntos. – murmurei. – Muito obrigada, Edward, por estar comigo nesses momentos. Eu te amo. – beijei sua pele. – Muito.

– Eu também te amo. – sussurrou, me apertando ainda mais. – Mais do que qualquer outra pessoa ou coisa. Minha Bella.

Meu Edward. Para sempre.


(...)

O tempo passou mais rápido do que nós podíamos imaginar ou querer. Era como se ele estivesse contra nós, mas isso não abalava nosso grupo. Ao mesmo tempo em que nos divertíamos, ficávamos cada dia mais tristes porque isso significava que se aproximava o dia D de despedidas. Alice, Jasper, Emmett e Rosalie decidiram irem ao mesmo dia para assim sofrermos de uma só vez naquele aeroporto do que duas e já sermos conhecidos. Rosalie na verdade quem deu a ideia, querendo evitar que passássemos vergonhas lá quando nos vissem pela segunda vez todos feios chorando e com o nariz escorrendo.

Com a decisão de que não teria um dia que não estaríamos juntos naquelas férias, de manhã ou depois do almoço Edward passava em casa para me buscar, no banco de trás Nessie com Jake e no Jeep atrás Emmett e Rosalie com Alice e Jasper. Tínhamos feito uma tabela perfeita do que faríamos a cada dia, às vezes sendo só uma coisa outras sendo duas, e tínhamos que fazer até a hora certa, sem mais nem menos. Agora me diz, se mesmo que todo mundo fosse calmo era difícil, imagine com os bagunceiros que vivíamos? Era impossível! Só que a certinha da Alice, toda regrada, disse que teríamos que cumprir nossas próprias regras e assim foi.


# Um Dia Qualquer Daquelas Férias #

Eu tentava arrumar a minha roupa e ajusta-la ao meu corpo, só que ela estava apertada por causa dos meus apetrechos de segurança. Prendi meu cabelo em cima, o suficiente pra aguentar o dia inteiro. Passei bastante protetor solar, pois hoje o dia tinha um pouco de sol, e com uma pele como a minha toda precaução era pouco. Me encarei no espelho e assenti para mim mesma, vendo que estava em ordem e pronta para aguentar o que quer que aquele pessoal tinha pensado para hoje.

Ouvi a buzina do carro de Edward e logo depois a voz da vovó me gritando. Com um suspiro de coragem para o que teria que enfrentar, eu fechei a porta do meu quarto e fui para a sala. Quando apareci nas escadas, vovó, que estava rindo de alguma coisa, parou na mesma hora ao me encarar.

– Be... Bella? – gaguejou.

Fiz o máximo que podia para não cair nas escadas, descendo devagar e uma perna de cada vez. Por causa da minha roupa, eu tinha que abrir um pouco mais minhas pernas, me fazendo parecer um ursinho ambulante. Já nos últimos degraus eu dei um grande sorriso por conseguir chegar ali sem cair, mas foi só ouvir a voz de Edward vindo lá de fora que meu coração acelerou e eu quis ir vê-lo logo, e com a minha pressa acabei tropeçando nas minhas pernas e caindo de cara no chão.

– OW. AIIIIII. – choraminguei me virando de barriga para cima.

Vovó gargalhava audivelmente, sem nem se preocupar comigo e com a minha queda. E se eu tivesse um osso quebrado?

– Impossível você ter algo quebrado com essa roupa! – vovó falou, ainda rindo, e eu gemi por ter falando alto meus pensamentos.

– Vovó, para de rir e vem me ajudar!

Demoraram uns dez segundos para ela tentar – tentar – parar de rir e vir me ajudar. Foi um pouco difícil ficar em pé quando era difícil dobrar os joelhos, mas eu consegui. Respirei fundo e limpei minha roupa. Vovó ainda estava rindo e eu me questionei quanto tempo levaria até ela perder todo o folego, mas minha velha já tinha corrido maratonas e o folego dela era longo.

Sem ter tempo para esperar, eu fui até ela e lhe dei um beijo na bochecha, ela disse um "se divirta" no meio da risada, que quase não saiu, e eu sai de casa a ignorando. Já estava até imaginando ela contando essa história para Charlie e Renée e quando eu chegasse eles dariam a mesma gargalhada gostosa que ela.

Quando sai de casa o sol atingiu meu rosto e eu tive que fechar um pouco os olhos. Ainda bem que eu tinha passado protetor solar.

– Aquilo ali é a Bella?! – Alice berrou exagerada como era.

– Não pode ser! – Nessie também berrou.

– É ela sim!

– HAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHAHA CARALHO A BELLA ESTÁ PARECENDO UMA... HAHAHAHHAHAHAHAHAH

Todos eles estavam rindo de mim e eu bufei. Emmett nem conseguia fazer uma piada sobre o que eu estava parecida. Vi Edward se aproximar de mim, com seu cabelo ruivo beirando para o tom mais ferrugem por causa do sol. Ele estava com uma sobrancelha erguida e a boca torta para o lado, me olhando estranho.

– Para com isso. – pedi baixinho.

– Parar com o que, meu amor?

Ele enlaçou minha cintura e me puxou para um beijo, depois se afastou ainda me olhando daquele jeito.

– Você está me olhando daquele jeito como se eu fosse um ET. Não gosto desse olhar, então para. – minha voz estava fina.

Edward então soltou uma risada e eu bufei. Ainda podia ouvir a risada de todos lá atrás, mas ignorei.

– Você não é um ET, Bella.

– Mas você está olhando como se eu fosse.

Ele me olhou nos olhos e deu um sorriso de canto, que me fez suspirar e esquecer o que porque de eu estar emburrada com ele.

– Bella, o que é isso? – Alice perguntou alto.

Edward começou a me puxar para perto deles, e quando viu que eu estava andando de forma engraçada, prendeu uma risada. Eu pude perceber isso.

– Cara, que roupa é essa, Bella? HAHAHAHAHAHAHHAHA. – Emmett ainda estava rindo descontroladamente de mim.

Eu olhei para mim e dei um sorriso prepotente.

– Isso é uma forma de sair viva do que vocês vão aprontar. – respondi os fazendo rirem ainda mais.

– Dicas de sobrevivência de Bella Swan Cullen. – Jasper então fingiu que tinha um microfone e se aproximou de mim. – Vamos começar pelos pés. Bella Cullen está usando um All Star de cano alto que... – ele se abaixou e puxou meu tênis, verificando. – Que tem espumas internas. Nos joelhos ela usa joelheiras de skatista, da cor preta com vermelho, e adesivos de alguma banda que só ela e o namorado conhecem. E também maiores que os joelhos dela. Subindo mais um pouco encontramos Bella usando um short jeans claro, mostrando ao mundo que se acabar a luz, ela pode brilhar. – isso as fez rirem e eu bufar. – Da para ver que ela também colocou espumas dentro do short.

– Bella ganhou bunda. – Alice cantarolou.

– Hey! Eu tenho bunda!

– Não tem não. – Rosalie, Renesmee, Emmett e Jake falaram juntos e eu rosnei para eles.

– Deixem a bunda da minha namorada em paz, ok? – Edward pediu.

– Então... – Jasper pigarreou, fazendo a atenção voltar para ele. – Bella está usando uma camiseta de mangas curtas e coladas, mostrando que ela também tem espuma. – apertou minha barriga, confirmando isso. – Usa cotoveleiras da mesma forma que as joelheiras, e também maiores que ela. Por fim, ela usa munhequeiras. Agora o porquê, apenas ela pode responder. – me encarou com os olhos em duvida.

– É pra socar a cara de vocês que estão tirando uma com a minha cara. – levantei um punho e eles pararam de rir na mesma hora.

– E a minha Bella marrenta voltou. – Edward me puxou para perto dele. – Agora vamos logo porque a viagem é longa.

Cada um foi para seu carro. Edward veio abrir a porta para mim, eu toquei seu braço o fazendo me encarar.

– Para aonde nós vamos?

– Para o mesmo parque que levamos as gêmeas. – ele piscou um olho para mim.

Eu esbugalhei meus olhos.

– O QUE?!

Eu não podia acreditar que eles queriam mesmo ir para aquele parque. Era o ultimo lugar que eu queria estar depois do que aconteceu quando fomos com as gêmeas. Desde a última vez – antes daquela – eu tinha passado anos longe de parques e esperava passar novamente mais anos longe. Voltar agora não estava nos meus planos.

– Porque temos que ir lá? – perguntei para Edward.

– Porque foi o que Alice planejou. Ela lembrou que nunca fomos juntos e quer ter todas as experiências antes de partir.

– Mas justo lá? – choraminguei.

– Amor, me desculpe. – ele me lançou um olhar de desculpas e tocou minha mão, que estava na minha perna.

Eu assenti com a cabeça, sabendo que ninguém ali teria culpa de o problema ser comigo. Alice era uma força indomável e quando queria uma coisa, conseguia. Claro que ela tinha pensado de forma legal querendo que passássemos por experiências antes de ficarmos afastados, e ela não sabia do meu pequeno problema com montanhas-russas. Não a culpava. Eu só teria que pensar em algo que convencesse a todos a não me obrigarem a ir. Algo que não precisasse falar do meu trauma.

– Porque Bella não gosta de parques? – Jacob colocou a cabeça entre os bancos.

– Por nada. – Edward e eu respondemos juntos.

– Ela tem medo, é isso? – Jake riu. – Uma garota desse tamanho tem medo de altura?

– Cala a boca, Jacob. – Edward mandou.

– E eu não tenho medo. – murmurei.

– Você tem medo sim. – ele cantarolou.

– Não, eu não tenho medo.

– Tem sim.

– Não tenho.

– Tem sim!

– Eu não tenho! – rosnei. – E se você continuar com isso quem vai jogar sua cabeça para fora do carro vai ser eu, não a Renesmee.

E foi como se eu tivesse falado a palavrinha mágica porque Jacob sentou no lugar dele e ficou quietinho. Nessie e Edward riram.

Quando chegamos ao parque cada um queria ir para algum lugar. Rosalie colocou ordem e definiu do primeiro ao ultimo brinquedo que iriamos. Como as gêmeas escolheram quando vieram aqui, ficou decidido que iriamos primeiro no Barco Viking. Depois quiseram ir ao carrinho de bate-bate. Fomos ao carrossel também, o que foi a parte mais engraçada dali porque eles pareciam crianças zoando um com o outro. Nós aproveitamos todos os brinquedos de lá, paramos pra comer, pra tirar fotos belas e bonitas porque foi meu namorado quem tirou. Alice queria fazer um álbum e “contratou” o irmão. Foi divertido até chegarmos à parte que fez minhas pernas tremerem.

E lá estávamos nós oito parados em frente a ela, a enorme montanha russa. A mesma que eu tive um ataque quando fui.

– Certo... – Rosalie falou. – Aqui é nosso penúltimo brinquedo, depois jantamos e por fim vamos à roda gigante.

– Eu esperei tanto por esse momento... – Emmett murmurou.

– Eu também. – Jacob e Jasper concordaram.

– Vamos logo então? – Alice perguntou e eles assentiram, já correndo para a fila e deixando apenas Edward e eu para trás.

Edward passou o braço por cima dos meus ombros e carinhosamente fez um carinho no meu braço.

– Você sabe que não precisa ir, certo? – perguntou.

Mordi o lábio. Ele parou e me virou de frente para ele, esperando uma resposta.

– Eu sei... Mas é que... Como vou explicar que a Bella que parece que não tem medo de nada morre de medo de uma montanha-russa? Eu nunca contei para ninguém meus medos, Edward. Renesmee descobriu meu medo de crianças porque ela conhece como é, mas apenas isso. Meus pais sabem por que eles que estiveram comigo. E tem você também, que foi a única pessoa a qual eu consegui falar sobre o assunto. Não me sinto bem falando isso... E eu sei que eles são nossos amigos, que vão entender, mas é uma fraqueza minha que eu nunca vou saber lidar.

Constrangida por falar aquilo eu encostei minha cabeça em seu peito, procurando controlar minha voz que tinha ficado rouca. Edward em forma de consolo passou a mão nas minhas costas.

– Eu vou te ajudar, Bella. – ele falou, me puxando para me abraçar.

Soltei uma risada seca.

– Às vezes superar isso parece impossível.

– Não é impossível. – me empurrou um pouco para fazer com que eu o olhasse. – Você não conseguiu superar seu medo de crianças quando Emily lhe mostrou que ela não fazia mal? – eu assenti. – Então não é impossível. Só tem que achar a forma certa.

– Hey, Bella! Edward! Vocês não vêm? – Emmett nos gritou.

Eu olhei dele, que estava na fila, para Edward, que abriu um sorriso companheiro.

– Não, Emmett. – Edward respondeu.

– Por quê? Nós já guardamos seus lugares...

– Não vai entrar ninguém aqui não, camarada! – um garoto atrás dele falou.

– Vai sim! – Alice virou para trás. – Nós guardamos o lugar deles porque eles são lerdos pra chegar aqui.

– Problema é seu e deles. Eu não vou deixar ninguém entrar aqui!

E então todos ali começaram a discutir sobre o meu lugar e de Edward. Esse, ignorando a bagunça, pegou minha mão e me levou para a praça de alimentação. Nós nos sentamos em uma mesa, de frente para o outro.

– Parece que conseguimos fugir. – eu murmurei constrangida.

Eu sentia vergonha de mim mesma por ter esses traumas e não conseguir superar. Odiava ser corajosa para tantas coisas, mas para isso ficar sempre com um pé atrás e não conseguir.

– Você disse àquela vez que viemos que achou que tinha superado esse medo, o que ele fez?

– Você sempre se lembra de tudo que eu falo? – brinquei e ele riu, assentindo.

Abaixei meus olhos para a mesa, mordendo o lábio.

– Charlie achou que iria me ajudar me mostrando segurança. Ele me fez reparar em como era seguro e quando fomos num carrinho ele apertou minha mão.

Depois que falei isso Edward mudou de assunto e nós ficamos ali conversando até o pessoal voltar animado ainda por causa da adrenalina que haviam passado. Eles se sentaram e no mesmo momento Edward ficou de pé e estendeu a mão para que eu pegasse.

– Aonde vocês vão? – Jasper perguntou com uma careta.

É eu também me perguntava isso.

– Vamos andar. – Edward respondeu já me puxando.

– Edward, você está se tornando um antissocial e levando a Bella junto. – Alice reclamou.

Ele a ignorou e continuou a me puxar. Eu o segui sem perguntar nada porque confiava em Edward. Mas quando ele parou de frente a montanha-russa eu travei minhas pernas.

– O que... Estamos fazendo aqui? – perguntei com a voz engasgada.

Edward então soltou um suspiro, ficou na minha frente e abriu um sorriso que eu conhecia ser reconfortador.

– Alice disse que essa semana iriamos passar por experiências que nunca passamos.

– Eu já passei pela experiência de ir à montanha-russa e nenhuma delas foi boa.

– Eu sei. Mas você nunca passou pela experiência de ir e gostar.

– Eu nunca vou gostar. – falei com um gemido.

Edward deu um passo para se aproximar mais de mim e aproximou nossos rostos, olhando nos meus olhos.

– Bella, confia em mim. Eu não vou deixar que nada aconteça com você, nunca e só quero que você tenha uma coisa a menos para te deixar infeliz. Não gosto de te ver assim. Quero que passe por essa experiência. A primeira vez eu não sabia, mas agora eu sei e vou estar ainda mais com você. Eu prometo.

Eu olhei dele para a montanha-russa, que naquele momento o carrinho descia e as pessoas gritavam. Não conseguia me imaginar indo lá e fazendo aquilo, gostando, mas saber que estando triste eu também deixava Edward só fazia eu me sentir pior. A necessidade de deixa-lo feliz sempre ultrapassava qualquer coisa, e por alguns momentos parecia também ultrapassar meu medo.

– Eu... Eu não sei se consigo. – admiti.

– Você consegue sim, Bella. Eu acredito em você.

Olhei novamente para a montanha-russa sentindo um calafrio na espinha. Eu poderia tentar, assim como tinha feito com Charlie. Confiava em Edward mais do que em mim mesma, que sabia dos meus próprios pensamentos. Fechei os olhos, respirando devagar e fazendo um mantra de “eu consigo”. Quando abri, olhei para Edward e assenti com a cabeça. E vi ali abrir um dos sorrisos mais lindos que tinha presenciado.

Nós seguimos para a fila, em silencio. Eu estava nervosa, ansiosa e com medo, mas confiava em Edward. Minhas mãos suavam frias e muitas vezes Edward quem secou. Quando chegou nossa vez ele me levou até o carrinho do meio e nós nos sentamos, colocando as travas de segurança. Meu coração batia tão forte no peito que podia ouvir o sangue bombeando nos ouvidos.

– Vai ficar tudo bem. – Edward falou, chamando minha atenção para ele. – Não vai acontecer nada, Bella. E sabe aquelas crianças que foram más com você? Elas são idiotas e sempre serão e agora não devem saber a pessoa maravilhosa que perdeu de conhecer. Todas as pessoas que fazem isso com as outras perdem coisas valiosas porque esse é o castigo e as que sofrem são as que ganham.

Eu peguei a mão dele com a minha e levei aos lábios, dando um beijo. Mesmo ainda me sentindo nervosa, eu abri um sorriso.

– Obrigada, meu amor. – murmurei.

– E também não tem como já que você está toda protegida. – ele brincou e eu lhe dei uma cotovela, ou tentei, também rindo.

– Idiota. – murmurei e ele piscou um olho para mim.

Então as travas foram acionadas e o carinha mandou ligarem os carrinhos e com um tranco ele começou a se movimentar, subindo. Parecia que a cada centímetro que ele se movia meu coração acelerava, chegou um ponto a doer nas costelas. Eu começava a me arrepender de estar ali, de ter me deixado ser levada pelas emoções, mas quando isso aconteceu, eu me lembrei do sorriso de Edward e aquilo foi como uma força. O medo era grande, mas aquilo era ainda maior.

Com os olhos fechados eu podia ver pelas pálpebras a fraca claridade da noite quando o carrinho saiu para o lado de fora e a escuridão quando entrou novamente no túnel. Sabia que estava perto e minha tensão aumentava ainda mais. Edward apertou minha mão, e ao fundo daquelas batidas no meu ouvido eu deva ter ouvido um “eu te amo” ou “acredito em você”, mas não entendi realmente.

O carrinho então parou e eu puxei o ar com força, soltando quando ele desceu com o tranco. As pessoas gritando, o barulho do carrinho passando pelos trilhos era tudo que eu conseguia me focar naquele momento. E tudo isso me trazia imagens trágicas de acidentes. Eu tentei me controlar, mudando a linha de pensamentos. Me focando na mão de Edward com a minha e de que ele estava ali do meu lado, para mim e comigo.

Eu podia sentir. A tensão. O medo. E lá no fundo uma sensação prazerosa. A adrenalina correndo pelo meu sistema. Dava para sentir cada vez que eu me focava mais apenas em Edward, quando eu mandava meu medo para um canto escuro. Ainda não continuava sendo bom, mas era suportável. Eu não sentia que poderia desmaiar e não pensava em algum acidente. Era apenas a emoção de subir e descer rapidamente, o corpo sendo jogado para os lados.

E parou. O carrinho, não meus batimentos cardíacos. Eu abri os olhos, olhando para os lados e constatando que tínhamos parado. As pessoas já desciam, falando excitada sobre o que sentiram. Então olhei para o meu lado. Edward me lançava um olhar de preocupação.

– E então? – perguntou.

Eu dei de ombros e abri um sorriso para ele que logo entendeu que aquilo significava um “não foi tão ruim”. E se eu achava aquele sorriso lindo é porque não tinha visto o que ele abriu agora. Era perfeito. Ele sorria com orgulho. De mim. E isso também me contagiou fazendo eu também sentir orgulho de mim mesma.

– Isso quer dizer que vai ter próxima? – ele brincou enquanto seguíamos para encontrar o pessoal na roda gigante.

– Talvez. – dei de ombros e passei um braço pela cintura dele. – Mas não tão cedo, por favor.

Edward deu uma risada e beijou meus cabelos.

– Tudo bem. Do jeito que você quiser, meu amor.

Nós encontramos o pessoal e fomos para a fila, que estava pequena. As cabines cabiam quatro pessoas, e ficou Alice, Jasper, Rosalie e Emmett. E Jacob, Renesmee, Edward e eu. O primeiro minuto foi uma coisa calma porque todos estavam absortos na bela vista do parque que tínhamos dali. Como já era noite, todas aquelas luzes coloridas estavam acesas. Era perfeito. E continuou até...

– PORRA, EMMETT, PARA DE BALANÇAR ISSO! – Alice berrou.

– VAI CAIR! VAI CAIR! SOCORRO, ALICE! – Emmett gargalhou.

– PARAAAAAAAAAAAAAAAAAA! OH MEU DEUS, NÓS VAMOS MORRER SE CAIR! EU VOU VOMITAR!

Eu olhei para baixo e vi Emmett todo divertido balançar a cabine enquanto Alice berrava palavrões ao vento e ameaças de morte. Rosalie e Jasper gargalhavam dos dois, e nós também. Foi quando eu senti a minha cabine balançar. Olhei rápido na direção do Jacob, e Renesmee estava grudada no banco com medo.

– Nem ouse! – murmurei para ele e Jacob ergueu uma sobrancelha dando mais uma balançada. – Eu estou avisando.

Ele gargalhou e começou a balançar a cabine. Renesmee soltou um grito e grudou ainda mais no banco implorando para Jacob parar.

– JACOB! – gritei para ele.

– Está com medo, Bella? – perguntou gargalhando.

– Ah, cara, eu vou te matar!

Eu avancei em cima dele e Edward me segurou pela cintura. Tentei em soltar enquanto Jacob continuava balançando aquela cabine. Renesmee gritando, Alice gritando, eu gritando com os dois idiotas que não paravam de balançar a cabine. Mas quando nós descemos...

No final do dia resultou com todos mortos de cansados e Emmett com a canela roxa e Jacob com um olho roxo. Por quê? Porque dei um chute em Emmett e porque eu dei um soco no Jake aproveitando que Edward me soltou. Agora Jacob ia passar pelo menos uma semana das férias dele com um olho roxo que apareceria nas fotos. Alice até falou que quando fizesse o álbum iria circular o olho e escrever “presente da Bella” ali. O que só fez Jacob bufar e se afundar no próprio ego ferido.


# Outro Dia Qualquer Daquelas Férias #

Esse dia não foi mais normal que o outro. Não mesmo. Começou igual, comigo toda protegida e com o pessoal indo me buscar. Quando me aproximei cumprimentei meu namorado e depois me virei para Jacob, bastante séria.

– Hey, Jake, eu acho que vou ter que falar. É que... – apontei para minha região do olho. – Parece que tem está sujo aqui... Oh, não, espera isso é uma mancha. É, é uma mancha. E está parecendo uma macha de alguém que levou um soco. Foi isso mesmo que aconteceu?

– Vai se ferrar, Bella. – ele rosnou e todos gargalharam alto.

Claro que esse mau humor de Jake não durou muito e logo ele estava lá novamente me enchendo com as piadinhas sem graça deles. O plano dessa vez era ir para um boliche em Port Angeles e claro que não prestou.

Tínhamos nos dividido Emmett, Rosalie, Jacob e Renesmee. E Alice, Jasper, Edward e eu. Com os times montados foi então que a palhaçada começou.

– Certo, vamos decidir quem vai começar primeiro tirando cara ou coroa. – Rosalie falou sendo novamente a porta voz. Ela tirou uma moeda do bolso e apontou para Edward e Emmett que ficaram um de frente para o outro. – O time do Emmett vai ser cara porque ele é muito cara de pau e o do Edward vai ser coroa.

– Porque todos são príncipes e princesas? – Jacob soltou rindo e eu lhe dei um tapa na cabeça. – Hey!

– Cala a boca e deixa Rosalie continuar.

– Obrigada, Bella. – ela agradeceu e voltou à atenção para os irmãos Cullen. – Vamos lá.

Rosalie jogou a moeda para cima e pegou com a parte de cima da mão, tampando. Ela olhou para todos depois tirou a mão mostrando que tinha dado coroa.

– Que droga! – Emmett resmungou indo se sentar.

Edward então foi o primeiro a jogar e como meu namorado é perfeito e habilidoso fez um strike perfeito. Era a minha vez e a grande atrapalhada que sou fiz a bola ir para a canaleta.

– Desse jeito o jogo já está ganho. – Jacob falou para Emmett que gargalhou concordando.

Olhei para os dois lançando meu olhar mais furioso, e depois voltei a olhar para a pista, determinada.

– Não dê atenção para esses dois, Bella. – Edward falou.

– Yeah, são babacas. – Jasper concordou.

– Vai lá, Bella! – Alice incentivou.

Olhando para os pinos, eu ergui a bola atrás de mim e impulsionei para frente, jogando-a. E por causa de Emmett e Jacob aquela foi a jogada perfeita porque eu fiz um strike.

– Yeah! – eu joguei as mãos para cima comemorando. – Então, aonde mesmo que eu ouvi que o jogo ia estar ganho? – ergui uma sobrancelha para os dois bobões que fazia careta.

Alice e Jasper jogaram, consecutivamente. E eles também eram bons. Depois foi a vez do time de Emmett. O jogo foi feito basicamente de muita competição por causa dos meninos. Rosalie parecia ser uma viciada em boliche porque só sabia fazer strike assim como Edward. Os dois sempre quando jogavam algo junto eram os melhores. Não tinha como ter algum palpite de quem iria ganhar porque a competição estava acirrada.

As coisas iam bem com piadinhas, xingamentos e tudo, até que...

– O negocio é que tudo que Edward sabe foi porque aprendeu comigo. – Emmett falou estufando o peito enquanto meu namorado tentava jogar.

Edward, com a expressão divertida olhou para trás.

– Ele só está jogando perfeitamente hoje porque aprendeu com o irmão mais velho aqui. Assim como ele só namora a Bella porque aprendeu comigo.

– Ah, claro. – Alice soltou irônica. – Tenho até pena do Edward por ter aprendido coisas com você.

Se Edward aprendeu mesmo alguma coisa com você, Emmett, ele aprendeu muito bem. – eu falei caminhando até a TV que mostrava os pontos e alisei a parte em que mostrava os de Emmett. – Porque até agora eu não vi você fazer nenhum strike.

Jacob e Jasper gargalharam alto por causa da verdade e Emmett bufou. Edward piscou um olho para mim e jogou a boca, fazendo Ah! Advinhem... Outro strike. Ele, que já nem comemorava mais, veio até nós e parou do meu lado.

– Emmett tem razão, eu aprendi muita coisa com ele. Claro que eu fiquei melhor que ele. – nós rimos e Emmett resmungou. – Mas acho que só tem uma coisa que Emmett é melhor do que todos.

– O que? O que? – Emmett perguntou todo animado.

Não era ele quem deveria saber?

– Aceitar um bom desafio.

– Isso é verdade! – Emmett ficou de pé e sorriu se sentindo. – Eu aceito qualquer desafio e sempre cumpro.

– Isso eu tenho que concordar. – Renesmee falou. – Lembram-se da vez em que Jake desafiou Emmett a ir à casa vizinha e nadar pelado lá e ele fez?

– Como esquecer esse dia? – eu fiz uma careta. – A velha quase teve um ataque cardíaco.

Nós todos rimos ao lembrar-se da cena. Impossível de esquecer porque tivemos que chamar a ambulância para a vizinha dos Cullen.

– Gente, eu acho que estou tendo uma ideia... – Alice chamou nossa atenção. Sua expressão era uma mistura de psicopata e criança que iria aprontar.

– Qual? – Rosalie fez a pergunta que ninguém ali queria fazer.

– Eu tenho um desafio para o Emmett. – ela olhou para o irmão que também abriu um sorriso. – Só que para esse desafio nós precisamos esquecer esse jogo.

– Droga, só porque estamos ganhando. – Edward suspirou. – Vamos lá, manda.

Então Alice contou qual era o desafio. Enquanto ouvia achei que Emmett não iria aceitar por ser uma loucura, mas quando ela terminou de falar ele aceitou de primeira sem nem pensar. Acho que era exatamente isso: Emmett não pensava. Ele só agia. E nós íamos atrás, claro.

(...)

Parada de frente a ultima pista do boliche, eu olhei para meu lado. Edward estava na pista do lado, sentado todo largado e conversando com a família dali. Do outro lado dele estava Renesmee e Jacob, abraçados e assistindo ao outro casal que jogava. E do lado deles Rosalie mascava um chiclete e encarava a TV. Jasper estava na pista do lado dela, com Alice. Os dois seguravam cada um uma bola de boliche, a dele verde e a dela rosa. Estávamos todos em nossos postos, apenas esperando Emmett aparecer e Alice dar o sinal.

Eu ainda não conseguia acreditar que iriamos mesmo fazer aquilo. A ideia era boa e nos traria diversão, mas depois de hoje nunca mais poderíamos pisar naquele boliche.

Senti meu celular vibrar no bolso com a mensagem e olhei para a primeira pista, vendo Emmett aparecer ali como quem não quer nada. Ele olhou para os lados e quando viu que ninguém prestava atenção nele, ele correu para a pista e escorregou com os pés, indo até o final e derrubando todos os pinos.

– STRIKE! – gritei para eles.

Edward levantou do banco – assustando a família – comemorando e Alice soltou um gritinho. Todos então prestavam atenção em nós. Assim como as pessoas que trabalhavam ali. Quando eles viram Emmett na pista correram.

– Hey, garoto, saia dai! – um homem berrou.

– Pessoal! – Emmett começou a pular e balançar as mãos. – Olhem onde eu estou!

– SAIA DAÍ! – o homem falou mais uma vez.

– Não. – Emmett bateu o pé e cruzou os braços. – Se está achando ruim, venha me tirar.

O homem tremeu a cabeça e correu pela canaleta. Emmett esperou ele chegar perto para correr para a outra pista e foi quando Alice e Jasper jogaram suas bolas tentando acertar ele, mas Emmett foi mais rápido e passou para a outra. Quem acabou se ferrando foi o homem porque foi lerdo e as bolas bateram nele, o derrubando.

– STRIKE! – Alice e Jasper comemoraram.

Eu só conseguia rir da cena. O outro cara que tinha aparecido ali fez a mesma coisa, indo pela canaleta. Rosalie fez uma bolinha com o chiclete, piscou para o namorado e jogou a bola. Ela rolou reto indo na direção do Emmett que dançava de forma sensual para Rosalie. Quando o cara estava perto e a bola também, Emmett pulou para a outra pista e foi um strike de Rosalie.

– CHUPA ESSA, EDWARD! – ela apontou para meu namorado que olhava animado para tudo.

Apareceram dois seguranças e a menina que trabalhava ali os mandou irem buscar Emmett. Renesmee e Jacob, que já tinham se soltado e estavam com as bolas nas mãos mandaram o casal imita-los. Emmett parecia imitar um leão ou algo assim, chamando os seguranças e assim que eles se aproximaram os quatros jogaram as bolas e Emmett pulou para a outra pista. Foi tiro na certa.

– STRIKE! – os quatro gritaram.

– Amor, se prepara! – falei para Edward que fez um sinal de positivo para mim.

Os dois primeiro que foram acertados ficaram de pé e correram pelas pistas para pegar Emmett. Edward pegou a bola preta – a mais pesada de todas – e se colocou no lugar, com os olhos fixos em Emmett que rebolava de costas, zombando de todos. O cara estava se divertindo com aquilo. Quando os dois chegaram perto Emmett pulou para a minha pista e Edward jogou a bola. Ela foi em linha certa e acertou os dois de uma vez.

– STRIKE! – a família gritou para meu namorado.

– Parabéns, amor! – pisquei para ele que sorriu.

Olhei para minha frente e Emmett me encarava com uma sobrancelha erguida.

– Está pronta, Swan? – perguntou para mim.

– Mais do que pronta, Cullen.

– Do jeito que você joga eu duvido muito que me acerte.

– Vamos ver.

O negocio agora era entre mim e Emmett, já que tínhamos acabado com todos os corajosos que se atreveram a entrar na pista. A menina berrava sem parar que ia chamar a policia para nós e não tinha coragem de vir. Emmett apoiou o pé e colocou o corpo para frente, se preparando para correr. Eu apertei a bola entre meus dedos e me posicionei também, olhando determinada para ele, como tinha feito na primeira vez que joguei.

Assim que Alice o desafiou a passar por todas as pistas de boliche, Emmett me desafiou a fazer um strike com um obstáculo na frente. Eu teria que fazer a bola passar por debaixo das pernas dele e acertar todos os pinos. Claro que aceitei, pois tinha o instinto competitivo dentro de mim. E agora estávamos ali. Ele tinha feito o desafio dele e era a hora de eu fazer meu desafio.

– É agora. – Emmett falou.

– Está demorando... – cantarolei.

Então Emmett impulsionou o corpo para frente e como pode ele correu na minha direção. Eu joguei o braço para trás e depois para frente, soltando a bola. As coisas se tornaram câmera lenta. Emmett correndo, a bola indo. Os dois chegando cada vez mais perto... E mais perto... Mais perto... E a bola passou por debaixo das pernas dele. Levei as mãos à boca, sorrindo por conseguir uma parte. Enquanto Emmett continuava vindo eu vi a minha bola ir à direção dos pinos. Emmett começou a balançar os braços, mas eu não dei muita atenção. Tudo se voltava a minha bola que chegou perto dos pinos e acertava o primeiro da frente, logo acontecendo o efeito dominó, todos caindo menos um pino que balançava ameaçando fazer.

Três coisas aconteceram depois disso. A primeira foi que o pino filho da mão caiu e eu fiz um strike. A segunda foi que Emmett, que tinha perdido o equilíbrio e por isso balançava os braços desesperado, veio na minha direção e me acertou, derrubando nós dois no chão. E a terceira foi que tudo voltou ao tempo normal.

– BELLA! – todos gritaram.

Eu estava sem ar e com o corpo todo dolorido. Também queria o que com Emmett em cima de mim? O cara pesava uma tonelada de músculos. Procurava ar desesperadamente quando vi o rosto de Edward acima de mim. Ele tirou brutalmente Emmett e se abaixou ao meu lado, me fazendo sentar.

– Bella, meu amor, está tudo bem? – perguntou.

Eu assenti com a cabeça ainda me sentindo meio sem ar. Enquanto procurava respirar direito me lembrei de tudo e comecei a rir, fazendo meu namorado abrir um sorriso de canto.

– SÃO ELES, SENHOR POLICIAL! – a menina que trabalhava ali apontou para nós.

Oh, deu merda!

Tudo bem, não tanta merda assim. O policial só nos deu uma bronca e disse que nunca mais poderíamos pisar naquele boliche – o que nós já imaginávamos. Nós nos despedimos da família que meu namorado faz amizade e também do casal que nos ajudou. E então fomos pra casa.


E aquelas férias foram basicamente assim, com nós tendo que passar por várias situações que ficaram bastante marcadas. Uma delas foi quando fomos ao zoológico e sem ninguém entender como, o Emmett foi parar na jaula dos macacos. Nunca tinha o visto ficar com tanto medo como ele ficou daquela vez. E nós só fomos descobrir que ele conseguiu chegar ali por maldade dos meninos que queriam se vingar de todas as piadinhas. Com certeza Emmett nunca mais faria alguma. Claro que depois disso também fomos proibidos de pisar de novo no zoológico.

Nós também decidimos fazer “festa do pijama” a pedido da Alice. Trocamos as casas todas as noites até passar por todas. Não prestou e deixamos nossos pais com olheiras por não conseguirem dormir. Fomos novamente ao Ringue de Boxe com Vovó Swan e Tio Aro, mas dessa vez levamos todo mundo e eles se surpreenderam ao ver o Diretor Hell lá. Tio Aro nos levou para cumprimentar ele depois e nós todos fomos tomar leite no mesmo bar que Vovó me contou de Renée.

Não teve uma semana que nós ficamos parados ou longe um do outro. E a melhor parte foi que ninguém enjoou de ninguém ali, e por isso aproveitamos mais. Entre risadas e furadas que nos metemos, chegou sexta-feira. Um dia antes do voo de Alice, Jasper, Rosalie e Emmett. Prometemos a nós mesmo que não ficaríamos tristes e agiríamos como se ainda faltasse muito. Tomamos café da manhã juntos na Starbucks e a tarde a pedido de Emmett nós passamos por todos os lugares que foram importantes para nós e tiramos fotos. Quando anoiteceu Alice e Rosalie decidiram que deveríamos “cair na gandaia” e comemorar pela nossa amizade que duraria por anos.

– Vocês já estão prontos? – Alice colocou a cabeça para dentro do quarto de Edward.

– Ainda não. – ele respondeu. – Preciso apreciar mais um pouco minha namorada de vestido preto e curto. – me olhou de cima a baixo e eu corei.

Alice revirou os olhos e nos puxou para fora do quarto, resmungando que não era saudável ficarmos tanto tempo trancados no quarto.

Na sala, o pessoal todo já estava lá, prontos para sairmos. Assim que chegamos todos ficaram de pé e seguiram para a garagem. Ficou que os meninos iriam com o Volvo de Edward e nós meninas iriamos no Porshe de Alice. No caminho Alice decidiu ligar o som e adivinhem o que começou a tocar? É, isso mesmo, Katy Perry.

Com Alice dirigindo, Rosalie no banco do carona e Renesmee e eu no banco de trás, o pequeno show delas começou. Ou eu o comecei porque era Teenager Dream. Qual é, eu gostava dessa musica.

– You think I'm pretty without any makeup on… You think I'm funny when I tell the punchline wrong… I know you get me so I let my walls come down, down… – eu cantei com a voz enjoada para elas que estavam de olhos arregalados por ser eu quem cantava. – Só estou incentivando a loucura de vocês. – dei de ombros.

Elas riram e começaram a cantar bem alto, soltando a franga. Eu só sabia rir das caretas e da voz delas. Quando nós chegamos à balada encontramos os meninos. Edward veio para o meu lado e me abraçou pela cintura.

– Era impressão minha ou você estava ouvindo Katy Perry? – perguntou.

– You make me feel like I'm livin' a teenage dream... The way you turn me on, I can't sleep…
Let's run away and don't ever look back… – cantei para ele que riu. – Estava no carro da Alice, o que mais você esperava, meu sonho adolescente?

Edward abriu um sorriso e me puxou para um beijo, fazendo meu coração disparar e me esquecer de tudo e todos. Mas como sempre alguém tinha que estragar, Emmett nos puxou brutalmente para entrar logo. O local escuro com aquelas luzes colorida piscando estava lotado de pessoas dançando e bebendo. Eu fiz uma careta porque não curtia muito lugares assim, mas como hoje era praticamente nosso ultimo dia juntos eu não neguei nada.

– Vamos curtir! – Nessie jogou os braços para cima e depois saiu puxando Jacob para a pista de dança.

Cada um seguiu para um lado. Edward e eu fomos para o bar que tinha ali, e ele pediu uma bebida para nós. E ali ficamos conversando e namorando já que dançar não era muito para nós dois. Só que Alice era Alice e ela nos arrastou para se juntar a eles na pista. Como estava alegre e queria me divertir, acabei me soltando como fiz no luau. E mais uma vez Emmett e eu fomos à atração dali com nossa forma peculiar de dançar. Mas quem se importava naquela hora?

Mais dança e mais bebida vinha. Já havia se passado um tempo e estávamos todos sentados em uma mesa com bebidas e conversando.

– Sabe o que poderíamos fazer? – Jasper perguntou e todos prestaram atenção nele. – Nós deveríamos beber bastante e se soltar para fazer algo que nunca faríamos sãos. Porque isso sim é legal.

– Cara, você está assistindo muita série e filme adolescente. – apontei para ele que apontou para Alice. – Mas concordo contigo.

– Bella! – Renesmee arregalou os olhos. – Você concordando com algo irresponsável?

– Qual é, hoje pode. – Edward me abraçou pelos ombros. – Algum dia ela tem que fazer isso.

– Amor, eu faço. Quero dizer, quando nós entramos em uma fria.

– Ah, é verdade.

– Certo, nós vamos fazer isso então. – Emmett falou animado. – Vamos beber, mas não o suficiente pra esquecer, apenas ficar soltos. E seja o que Deus quiser. Vou buscar a bebida que é tira e queda pra isso.

Ele pegou Jacob pelo ombro e o arrastou até o bar, depois voltou com uma bandeja com copos pequenos e uma garrafa.

– Tequila! – Rosalie e Alice falaram juntas em sotaque mexicano.

Emmett encheu os copinhos e cada um pegou um.

– Antes, vamos brindar. – Edward propôs.

– Um brinde a essas férias que fomos expulsos e proibidos de entrar em oito lugares! – eu comemorei e nós batemos os copos para depois beber.

Emmett encheu de novo.

– Um brinde aos próximos lugares que vamos ser expulsos e proibidos de entrar nos próximos anos. – Jacob falou e brindamos de novo.

E mais copos ficaram cheios.

– Um brinde a essa noite que não vai ser a ultima, mas a mais demorada para o reencontro. – Rosalie disse.

Outro brinde e mais copos.

– Um brinde á nossa amizade que vai durar anos e anos. – Nessie falou.

Brinde e copos cheios.

– Mas o principal de tudo. – foi à vez de Emmett. – Um brinde para eternizar todos os sentimentos que temos aqui nessa mesa. Amizade, amor, companheirismos, alegria, confiança. A todas as bagunças que passamos juntos. A nosso crescimento, as risadas e as lágrimas também que enfrentamos. O que começou com uma união para trabalho vai muito além do que imaginamos. Quero brindar a Alice, que teve a grande ideia. – a baixinha sorriu. – E brindar a Revista Nerd, que nos trouxe as melhores coisas das nossas vidas.

Nós brindamos concordando com Emmett e bebemos.

Eu olhei para todos naquela mesa, sorrindo e sabendo que aquele grupo que tinha começado por um jornal era mesmo uma das melhores coisas da minha vida. Revista Nerd tinha nos trazido muita coisa. Amizades novas, pessoas com histórias que nunca poderíamos esquecer. Ylsa, Tony, Daniel... Olhei para Edward, que tinha um braço por cima do meu ombro. Ele era a melhor coisa da minha vida. Eu sempre seria grata aquele grupo do jornal.

– OK, tudo lindo e perfeito, mas temos que fazer coisas. – Jasper sorriu maquiavélico. – Que tal roubarmos a pista para nós?

– Do que você está falando? – perguntei.

– Vamos dançar! – ele levantou em um pulo. – Bella, vá até o DJ e peça alguma coisa. Edward e Jacob, vocês consigam uma roda livre no meio da pista. Renesmee ajude Alice e Rosalie a retocarem a maquiagem. E você, Emmett, vem comigo.

Jasper não estava no juízo normal dele e isso era engraçado demais. Cada um foi fazer o que ele mandou. Eu fui até onde o DJ ficava e cutuquei o ombro dele.

– Hey. – falei alto por causa da musica.

– Hey! – o carinha sorriu para mim.

– Amigo, posso te pedir uma musica?

– Claro, mas vai ter que esperar eu tocar as outras que já pediram...

Droga, isso não estava nos planos. Eu teria que apelar para o que Edward havia me ensinado. Eu fiz minha melhor expressão de garota desolada e um biquinho, como meu namorado fazia quando queria algo.

– Por favor. Por favor. Coloca a minha musica primeiro? – pedi novamente.

– Er... – pisquei os olhos os fazendo encherem de lágrimas. – Tudo bem, eu vou colocar pra você.

Abri um sorriso.

– Obrigada, amigo.

Eu olhei para a pista e Edward e Jacob abriam uma roda, expulsando as pessoas. O DJ então escureceu um pouco a pista e deixou apenas a parte vazia mais clara. A música que tocava acabou e a que eu pedi começou a tocar. Era da Shakira, uma que se chamava Rabiosa. Jasper não tinha falado qual musica era para colocar então já que era algo que tinha que ser loucura, aqui estava.

Logo os dois casais apareceram e foram para o meio da pista, começando a dançar no ritmo. Meu queixo caiu porque eu não fazia a menor ideia de que eles sabiam dançar salsa ou lambada, seja lá o que era aquilo. O pior era ver Emmett dançando tão bem quando ele dançava tão mal como eu. As pessoas em volta começaram a incentivar os malucos enquanto Edward, Jacob, Renesmee e eu riamos deles. Logo se empolgavam todos e iam para o meio da pista. Pedi para o DJ colocar Thriller do Michael Jackson só de sacanagem e todos gritaram gostando daquilo e já começando a dançar.

A noite ocorreu assim. As coisas começaram a passar rápido. Nós dançando. Bebendo. Edward e eu tentando se agarrar, mas o pessoal atrapalhando. Emmett arranjando briga por ciúmes da namorada dele. Jacob sendo perseguido por um gay. Tudo foi uma loucura.

E finalmente o pessoal decidiu ir embora. Na volta eu fui no carro de Edward com ele, Rosalie e Emmett. Alice, Jasper, Jacob e Renesmee foram com o Porshe. Eles saíram na nossa frente, com Nessie dirigindo porque era a que tinha bebido menos. Edward tinha parado de beber um tempo e podia dirigir.

Estávamos todos quietos porque o clima estava meio tenso entre o casal atrás de nós já que Rosalie ficou muito nervosa por Emmett arranjar uma briga. Esse silêncio durou apenas alguns minutos até...

– Rosalie, a culpa não foi minha. – ele repetiu aquela frase pela milésima vez. – A culpa foi daquele babaca por olhar descaradamente para suas pernas!

– Mas você não precisava partir pra agressão, era só ignorar.

– Eu não consigo! E não levo esse desaforo para casa!

– Isso mesmo, Emmett, haja assim e um dia você vai se ferrar.

– Parece que está havendo algo errado com o paraíso. – meu namorado decidiu brincar na hora errada.

Muito errada.

– Cala a boca. – sussurrei para ele.

– O que você está falando ai, Edward? – Rosalie se encostou no banco dele. – Que eu saiba você também tem problemas no paraíso, não é? Bella já tentou te matar!

– Hey! Eu não tentei matar ele, foi um acidente. – fiz bico. – E não vamos voltar assuntos do passado.

– Não. Podem continuar, eu deixo! – Emmett desesperado incentivou.

– Cala a boca, Emmett. Porque fugindo ou não do assunto ainda vamos conversar sobre o que aconteceu!

– MAS EU NÃO TIVE CULPA!

– Olha a gritaria no meu carro! – Edward brigou.

– CALA A BOCA, EDWARD! – Rosalie mandou.

– EU NÃO VOU ME CALAR!

E então os três começaram a discutir ali. Teve uma hora que Rosalie se estressou e bateu em Emmett e Edward. O carro foi para a outra pista nessa hora, mas eu puxei o volante. E foi quando ouvimos a sirene.

– Fodeu... – murmuramos juntos.

Edward parou o carro a pedido do policial que vinha no carro com a sirene atrás. Estávamos todos tensos, mas eu tinha algo em mente.

– O que vamos fazer? – Rosalie perguntou.

– Deixem que eu fale com ele. Apenas tentem entrar na história e se precisar façam coisas... Pra convencer.

– O que? – perguntaram juntos.

– Shi. – fiz quando o policial apareceu na janela. – Boa madrugada, Sr. Policial.

Edward me olhou de forma engraçada.

– Boa madrugada, senhorita. – o policial me cumprimentou da mesma forma e Edward piorou ainda mais a careta.

– Então, Sr. Policial, qual é o motivo de ter nos parado?

– Vocês estavam acima da velocidade permitida.

– Não, não, não. – neguei, balançando a cabeça.

– Como não? O cronometro mostrou que vocês estavam acima da velocidade. Está vendo? – ele me mostrou o aparelho e a verdade: sim, estávamos.

Era agora que meu plano começava. Eu peguei o aparelho da mão dele e olhei, estalando a língua e negando com a cabeça. Isso os distraiu das minhas mãos.

– Está quebrado. – falei. – Olhe. – mostrei para o policial que arregalou os olhos.

O aparelho agora trocava os números, não deixando um exato.

– Pior que é verdade.

Edward me olhou como se perguntasse o que eu tinha feito com o aparelho e eu dei de ombros.

– Agora nós podemos ir? – perguntei para o policial.

– Hm... Antes me expliquem o motivo de o carro ter ido para a outra pista. Algum de vocês está bêbado? – ergueu uma sobrancelha para Edward.

Eu senti meu corpo ficar tenso, mas não demonstrei.

– Não... Não é exatamente isso. É que... Foi uma brincadeira. – me lembrei do bafômetro e que se mentíssemos ele iria saber caso mandasse nós fazermos. – Bebemos um pouco, mas por que... – eu respirei tentando parar de gaguejar.

– É que estamos vindos de um casamento. – Rosalie falou e nós olhamos pra ela.

– Casamento? – ele ergueu uma sobrancelha.

– Sim. – eu concordei rápido me lembrando de outra tática boa para usar.

– De quem? Porque hoje não houve casamento na cidade.

Merda de cidade pequena!

– Er... – eu cocei a cabeça e olhei pra todos nós. – Estamos vindos do casamento... MEU E DELE! – apontou para o Edward que arregalou os olhos. – Isso! Nós casamos e estávamos indo, sabe... Comemorar.

– É que eles são roqueiros. – Emmett explicou quando o policial olhou confuso. – E você sabe que os roqueiros gostam de coisas diferentes.

– Aham. – o policial fez aquele “aham” que eu faço quando estou desconfiada.

– É verdade. – eu afirmei. – Não é, amor? – lhe lancei um olhar para ele concordar.

– É. – ele concordou. – Com toda certeza, querida.

– E as alianças?

Mas que policialzinho mais curiosos do inferno! Porque ele não podia simplesmente nos liberar? Por quê?!

– Er... Odiamos anéis?! – saiu mais uma pergunta do que uma resposta e eu senti vontade de me chutar por causa disso. Tinha que melhorar. – Olha Sr. Policial, nós casamos escondidos porque meus pais não queriam aceitar, então foi meio que corrido, e estávamos indo comemorar para depois comprar os anéis. Esse dois aqui – apontei para Emmett e Rosalie. – são nossos padrinhos. Sabe, eles nos ajudaram, porque nós nos amamos e... – eu solucei e comecei a chorar. – E... Meus pais não aceitam que eu goste dele. – apontei para o Edward que assentia com a expressão triste. – Falam que ele não serve pra mim, e...

Eu comecei a chorar compulsivamente e falar coisas sem sentido até para mim mesma. Edward me puxou para um abraço, murmurando coisas que me consolasse. O policial olhou triste para nós dois e fungou.

– Tudo bem, senhorita, hoje eu vou deixar passar porque não quero atrapalhar sua felicidade, mas na próxima...

– Muito obrigado, Sr. Policial. – eu agradeci fazendo um biquinho. – Você foi muito gentil comigo e com meu marido.

– Não foi nada. Agora podem ir, vão se divertir. – ele sorriu. – E parabéns.

– Obrigado. – Edward agradeceu.

O policial voltou para o carro dele e foi embora. Nós ficamos ali parados com o pessoal fingindo me consolar. Depois que o carro sumiu que nós respiramos novamente.

– Ufa. – Edward e eu falamos juntos.

– Bella, como você fez aquilo? – Rosalie perguntou.

– Por meu pai ser policial eu já ouvi muitas historias e eles sempre caem nessas tristes. – dei de ombros. – Ele me explicou uma vez como desregular o cronometro sem ninguém vê, foi só porque eu estava muito curiosa. E nenhum deles suporta vê uma garota chorando.

– Ah, sim. – ela assentiu.

O caminho até minha casa foi extremamente calmo. Sem mais brigas, sem mais carros indo para a outra pista e ser parados por policiais. Quando chegamos lá só fomos dormir.


(...)

– Mas eles não vão embora para sempre, não é, Isa? – Eliza me perguntou enquanto andávamos pelo aeroporto de Port Angeles.

Eu olhei para ela com uma careta e neguei. Emily vinha mais atrás com Edward e o pessoal. Eu estava em um estado que não conseguia ficar muito perto deles porque era tomada por uma tristeza enorme e isso me matava. Eliza, percebendo isso, pegou a minha mão e ficou do meu lado. Ela também não estava muito alegre e acho que compreendi que era assim como eu, preferia ficar longe de coisas tristes.

O momento que eu menos queria enfrentar estava chegando e eu ainda não sabia como lidar com isso. Talvez nunca soubesse.

Por termos ido dormir muito tarde, ou cedo eu devo dizer, nós acordamos atrasados e chegamos aqui atrasados. Foi tudo feito às pressas e agora nos dirigíamos ao portão de embarque. Até Seattle o pessoal iria junto, depois lá pegariam cada um para seu lado. Alice e Jasper para a grande Nova York e Rosalie e Emmett para a ensolarada Califórnia. Eles já haviam se despedido de seus pais. Vi com tristeza Esme chorar por seus gêmeos estarem indo crescer, mas ela ainda teria o Edward. Foi o que ela falou para si mesmo. E claro, Renesmee, Jacob e eu. Também passamos na casa do Tio Aro para eles se despedirem, e de ajuda vovó estava lá.

Atenção, senhores passageiros, chamada para o voo 354. Dirijam-se para o portão de embarque 3.

Assim que a mulher terminou de falar eu parei de frente ao portão, olhando a fila para as pessoas entrarem no avião. Suspirei fundo e me virei para trás, quando o pessoal chegou.

– Eu queria ter mais tempo para fazer isso. – Emmett resmungou com uma careta. – Não é como se não fossemos nos ver mais, só vai demorar um tempo.

– Ainda sim vai ser estranho. – Renesmee fungou.

Ela, Rosalie e Alice já estavam em lágrimas e quando começassem a se despedir de todas elas iriam abrir o berreiro. Eu não as culpava por serem assim, pois só a pessoa mais fria não ficaria triste com esse momento. Eu tentava me controlar ao máximo.

– Vamos partir logo pros abraços! – Jasper falou e foi até Renesmee.

Eliza apertou minha mão chamando minha atenção. Ela tinha uma expressão triste. O pessoal queria que as nossos nenéns miniaturas estivessem aqui também, e Esther não se opôs.

Percebi que alguém se aproximava de mim, era Rosalie. Ela me abraçou com força e fungou no meu pescoço, falando que ia sentir minha falta. Eu já não consegui prender as lágrimas, deixando algumas escaparem. Logo depois veio Jasper que me prometeu que iria cuidar bem da minha pixel e que sempre estaria nas chamadas de vídeo quando precisássemos. Então Emmett me pegou em um abraço de urso e mais lágrimas vieram. O cara era um mané que amava me irritar e essa seria uma das coisas que eu mais sentiria falta dele. Naquele momento eu só conseguia pensar no tempo que todos ficaríamos afastados e era isso que mais me matava.

Rewind – Stereophonics

E chegou a hora mais dolorida para mim. Alice se aproximou toda tímida e parou na minha frente. Eu peguei sua mão com a minha, cruzando nossos dedos.

– Eu sempre quis que você tivesse a minha idade pra ir junto comigo pra faculdade. – ela falou soluçando. – Queria que a minha melhor amiga estivesse comigo nesses momentos, que a distancia não fosse um problema. Eu adoro isso de ter você por perto. De que quando eu precisasse era só ir correndo ou chamar que você vinha correndo. É uma das coisas que mais vou sentir falta. De seu jeito marrento e inverso de mim, mas que nos fez combinar tão perfeitamente e nossa amizade ser tão verdadeira.

Então Alice começou a soluçar. Eu a puxei para meus braços, acolhendo-a e chorando junto com ela. Antes de toda essa coisa do jornal começar eu não sabia como seria com Alice quando ela tivesse que partir. Eu tinha medo e ficava triste. Medo porque ela iria sozinha e triste porque não a teria mais comigo no meu dia-a-dia. E agora apenas uma dessas coisas havia passado porque ela tinha Jasper, mas eu ainda ficaria triste. Estava tão acostumada a ter minha pixel todos os dias.

– Eu vou sentir sua falta. Muito, Alice, e todos os dias. – sussurrei para ela. – Mas vamos voltar a ficar perto e mais rápido do que imaginamos. Vamos todos morar juntos e fazer ainda muitas loucuras. – rimos. – Só me prometa que vai me ligar quando precisar de mim, e se for possível eu vou ao seu encontro pra qualquer coisa, é só pedir. E que nós vamos nos falar toda semana.

– Eu prometo, Bella.

Eu a apertei em meus braços, não querendo deixar Alice ir. Nunca iria esquecer quando ela me parou no corredor e falou que iria me dar um trato, sem saber o porquê de eu me vestir tão mal. Ela foi como um bote para eu ter amigos de verdade, pois com ela veio Renesmee e todo o pessoal. Eu sempre seria grata a minha baixinha porque de alguma forma ela me deu uma chance de fazer as coisas diferentes.

Quando todos nos despedimos em abraços, Emmett ainda falou que deveríamos tirar os sábados para fazer as chamadas de vídeos ou ligações e disse que iria mandar carta também porque ele gostava de mandar cartas. Ele também falou algumas palavras bonitas que só me fizeram chorar ainda mais. O carinha tinha talento pra discursos bonitos.

– Pessoal, só quero que saibam que o que aconteceu esse ano foi a melhor coisa da minha vida. Todos vocês. – Alice apertou a mão de Jasper. – Eu estou levando as fotos comigo para revelar e fazer álbuns para nós que vou mandar depois para vocês. Só para cada um ter as lembranças que passamos juntos. Com as que estão para vir. Nós sempre vamos ser uma família, e vamos ficar todos juntos de novo.

Então a mulher fez a última chamada e eles tiveram que partir. Quando vi meus amigos irem para começarem uma nova vida, meu coração doeu, mas ao mesmo tempo ele estava feliz também porque eu sabia que eles seriam felizes. E que nós todos estaríamos juntos novamente sim.

As gêmeas grudaram nas minhas pernas e nas de Edward, assistindo também aquela cena. Nessie, chorando, estava com Jacob, ao nosso lado. Abraçada a Edward, eu tive a certeza de que o tempo estaria ao nosso favor e nenhuma distancia acabaria com o que construímos em um ano, mas que parecia ser por uma vida. Seria triste e doloroso esse tempo, claro. Porque era assim a despedida e a saudade que ficava, mas ter na mente de que não seria por muito tempo era o que fazia amenizar – não acabar.

Me abracei mais a Edward e ele deu um beijo meu cabelo, acariciando meu braço. Eu já sabia como seria o meu futuro e as pessoas que estariam nele. Essa era a outra maior certeza da minha vida além da morte. Nós todos só teríamos que viver esse tempo para quando ficássemos juntos, passássemos nossas melhores lembranças que virariam histórias. E boas histórias. Que seriam as melhores para se contar quando juntasse nossas famílias no feriado de ação de graça ou natal. Enfrentaríamos muitas coisas ainda, mas seriamos felizes. Eu sabia e eles também.



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Notas finais do capítulo

AI MEU DEUS EU ESTOU CHORANDO AQUI PORQUE ESSE FOI O ULTIMO CAPITULO GRANDE DE REVISTA NERD. Claro que ainda tem o epilogo que eu vou postar mais tarde pra encerrar realmente, MAS MESMO ASSIM.
Bem, sou pessima com despedida (ainda mais de madrugad) e essas coisas por isso vou enrolar também para o epilogo. Eu vou postar junto um link pra download da fic pra vcs guardarem, ok?
Mas o que voces acharam das encrencas que eles se meteram? E do tamanho do capitulo? Me desculpem todos pela demora.
Pessoal ultimo capitulo comentem e recomendem da tempo muito tempo ainda. Mostrem como voces amam essa fic tanto quanto eu.
É isso, nos vemos no epilogo. Beijos