Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 39
Emoções e Furacões


Notas iniciais do capítulo

Mereço ser xingada, socada, e mereço ameaças, eu sei ://// MIL DESCULPAS A TODAS VOCÊS, SÉRIO. Bem... Aproveitem o capitulo e Ah, vai ter a primeira vez deles, como ja disse, mas nada muito insinuante. Quem não quiser ler, da pra pular.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/121321/chapter/39

38. Emoções e Furacões

– I wanna see you peacock... peacock... peacock...

Eu me remexi na cama não acreditando que o vizinho estava novamente escutando Katy Perry na maior altura. Ele adorava fazer isso nos finais de semana porque era quando estava de bom humor por passar seus dias mais felizes com a namorada. E pelo que a vovó me falou, hoje ele estava ainda mais feliz porque iria para o show da Katy Perry.

Show da Katy Perry... Hoje...

Senti uma vertigem na boca do estomago lembrando que hoje as meninas também iriam para Seattle assistir ao show e só voltariam domingo a noite. E Carlisle e Esme haviam ido ontem para a tal convenção de médicos, voltando no mesmo dia. Também que ficaríamos apenas Emmett, Rosalie, Edward e eu na casa. Edward e eu.

Balancei a cabeça querendo diminuir o frio na barriga que eu estava sentindo e levantei em um pulo, já seguindo para o banheiro para tomar um banho e fazer minha higiene matinal.

– Bom dia, família! - falei animada ao entrar na cozinha.

Charlie sorriu para mim, vovó falou mais animada que eu e Renée me lançou um olhar desconfiado. Ignorando o olhar dela me sentei a mesa, já servindo meu prato com ovos e bacon. Charlie criou uma conversa agradável entre nós, falando da delegacia e uma coisa engraçada que seu ajudante fez. Quando terminamos, ele levantou para ir trabalhar, e eu vi que era hora de falar com ele. O segui até a garagem, sob os olhares de Renée e vóvó ao sair da cozinha.

– Pai? - o chamei quando estávamos sozinhos.

– Sim?

– Er... Hoje eu posso... Dormir nos Cullens?

Charlie me encarou com uma sobrancelha erguida, meio desconfiado. Claro, porque era a primeira vez que eu pedia para dormir nos Cullens depois que comecei a namorar com Edward. Antes não era problema algum pois eu "odiava" e ia só para me divertir com Alice, agora era diferente.

Mordi o lábio inferior vendo que Charlie estava avaliando demais o meu pedido, e nervosa de receber um não dele. Mas para meu alivio Charlie sorriu, o que percebi que isso era bom.

– Tudo bem. - assentiu. - Só tome cuidado, hein, Bella.

Ao falar isso ele entrou no carro e saiu da garagem. Soltei um suspiro e sorri comigo mesma, sabendo que a parte mais difícil era meu amado pai não deixar, passar. Voltei para dentro da casa e a cozinha estava vazia, então segui rumo ao meu quarto. Lá peguei minha mochila preta e comecei a colocar roupas e meus produtos pessoais.

– Alguém vai dormir fora de casa hoje?

Me assustei com a voz de Renée vinda da porta. Ela sorriu para mim e eu retribui.

– Vou dormir na casa dos Cullens. Charlie deixou. Você deixa? - me virei para ela, a olhando ansiosa.

– Claro. - assentiu.

Abri meu sorrindo ainda mais para ela e continuei colocando minhas roupas na bolsa, tentando ter paciência de colocar tudo certo. Renée andou pelo meu quarto, os olhos sempre em mim.

– Bella, você lembra de tudo que já lhe falei, certo?

– Hm. Sim. - assenti, sem entender realmente sua pergunta. - Porque?

– Não estou falando na vida, Bella. Estou falando... Daquela noite.

Tentei pensar em qual ela se referia até lembrar daquela em que ela queria me ensinar o que era sexo e tudo. Meu rosto esquentou de forma absurda, e eu constrangida abaixei a cabeça e apertei as mãos.

– Lembro. - murmurei baixinho.

– Tudo bem, então. - ela deu de ombros e seguiu para dentro do closet.

Soltei uma lufada de ar, querendo rir da estranheza de Renée hoje. Voltei a arrumar minha mochila, indo até a penteadeira para pegar uns cremes. Ouvi um assobio e quando me virei para Renée, ela atacou algo azul na minha direção. Sem reflexo, o pedaço de pano bateu no meu rosto. Peguei ele, olhando e vendo que era nada mais nada menos que um pijama de seda e rendas.

– Mas... O que... O que é isso, mãe? - questionei, confusa. - De onde você tirou isso? Foi do meu closet?

Ela assentiu indo se sentar na minha cama.

– Mas como? - perguntei, avaliando o que estava na minha mão.

Era um short - muito curto por sinal - com rendas na barra. A blusa tinha um decote em forma de coração, era de alças e a renda ficava no decote. Eu nunca tinha visto isso no meu closet, nunca.

– Comprei para você na vez em que fui para Londres. - deu de ombros. - Acho que está na hora de deixar os pijamas infantis de bichinhos.

Olhei para ela, sem saber o que pensar ou falar. O que Renée queria dizer com deixar os pijamas infantis? Ela... Ela...

– O que você sabe? - perguntei tentando controlar meu tom de voz.

– Nada demais, apenas que Alice e Renesmee vão para um show de uma cantora famosa. - falou com uma voz mansa e de descaso. - Ah, e que Esme e Carlisle estão indo para Seattle.

Esbugalhei os olhos e abaixei a cabeça rapidamente, querendo esconder o rubor dela entender tudo já. Mas é claro que Renée saberia de Esme, elas trabalham na mesma empresa de revista, só não são do mesmo setor. Como eu não pensei nisso?

– Não se preocupe, Bella. Sei que você é esperta, garota. - ela levantou e veio até mim, levantando meu queixo para que eu pudesse encara-la. - Não vou mais lhe impedir de viver, fiz isso demais. Você já tem uma mentalidade de uma adulta sendo que é apenas uma adolescente. Está na hora de fazer coisas da sua idade, se arriscar. Acho que poucas mães ficam confortáveis sabendo que a filha está a ponto de crescer, e eu não sou uma delas, mas lhe fiz perder muitas coisas e está na hora de recompensar. Só tome cuidado, querida. Estou confiando em você mais do que nunca.

Renée me deu um beijo na testa e saiu do quarto, me deixando ali estática e sem palavras.

Será essa a prova de que mamãe realmente mudou? Yeah, era essa.

Balançando a cabeça e sorrindo comigo mesma, eu coloquei o pijama em cima da cadeira para ficar na minha vista e não esquecer, e fui para o banheiro buscar minha escova de dentes.


– Olá, senhorita! - Emmett atendeu a porta.

– Hey, Grandão.

Nós trocamos toque e eu entrei na casa, dando com Esme e Carlisle parados em frente ao sofá e Edward e Alice sentados neles. Rosalie estava sentada nas escadas. Os cinco viraram para mim e sorriram, que eu retribui. Segui para a escada também, já entendendo o que acontecia ali. Emmett foi para o sofá.

– E mais uma coisa: nada de festas. Nem pense nisso, Emmett e Edward. Não quero chegar e encontrar minha casa destruída.

Eles assentiram.

– E nada de sair e chegar muito tarde também. - Carlisle completou. - Me ouviram?

Os três concordaram.

– Muito bem, é só isso. Agora venham aqui me dar um abraço de tchau. - Esme pediu.

E foram isso que eles fizeram.

– Quantas regras? - perguntei para Rosalie, que soltou uma risadinha.

– Quase vinte e cinco.

Arregalei os olhos, o que eles poderiam ter colocado regras ali? Aliás, o que adolescentes poderiam fazer para precisar de tantas regras?

Esme e Carlisle vieram se despedir de nós duas, e depois foram embora. Assim que ouvimos o ronco baixo do carro se afastar, Emmett correu até o topo da escada e levantou os braços para cima.

– UHU, A CASA É SÓ NOSSA POR DOIS DIAS! DOOOOIS DIAS!

– Yeah! - Edward e Alice apoiaram, alegres.

– SEM PAIS, SEM RESPONSABILIDADES, E...

– COM VINTE E CINCO REGRAS NAS COSTAS! - Edward gritou para lembrar Emmett.

Esse fez uma careta de desanimo, mas depois sorriu.

– QUE REGRAS? NÃO VAI TER REGRAAAAAAS!

– UHU! - novamente Edward e Alice gritaram.

Eu gargalhei e fui até meu namorado, o abraçado pela cintura. Edward passou os braços por mim, me dando um abraço e um beijo.

– Bom dia, meu amor. - murmurou no meu ouvido.

– Bom dia. - sussurrei.

– Alice, não sei porque está tão feliz, você nem vai está aqui. - Emmett cortou o barato da baixinha.

Essa fez beicinho e subiu as escadas resmungando. Mas já lá em cima ela se lembrou do porque não iria estar, jogou na cara de Emmett e foi para o quarto dela. Nós rimos da expressão de perplexidade do grandão.

– Calma, Emm, nós ainda vamos no show da Katy. - Rosalie o consolou e ele assentiu.

Edward e eu subimos para o quarto dele para guardar minha mochila, e depois voltamos para a sala que estava vazia. Emmett então apareceu com uma tigela de biscoitos e nós acabamos com ela enquanto assistia desenho animado. Jasper apareceu, expulsando Edward e eu do sofá para que ele pudesse deixar. Disse que estava morto pois passou muito tempo conversando com Alice no telefone porque ela não conseguia dormir de ansiedade.

– Qual os planos pra nós, gatão? - perguntei, empurrando Edward na parede para ficar mais afastada do pessoal.

– Você não vai dormi hoje, Bella. - Edward sussurrou no meu ouvido e eu senti meus pelinhos da nuca e do braços se arrepiarem.

– Edward... - sussurrei também, sem saber como continuar.

Meu rosto estava esquentando de forma absurda.

– Sim?

– Isso que você falou... Er... Foi em tom malicioso?

Edward se afastou de mim rápido, seus olhos se conectando aos meus por alguns segundos, até então um sorriso divertido e um tanto malicioso, diferente do de antes, se abriu em seu rosto, repuxando mais para um lado. Eu não sabia o que fazer além de suspirar com aquele sorriso de canto que tanto amava.

– Você quer que seja malicioso, Bella? - perguntou baixinho, olhando para os lados.

Percebi que Jasper, Emmett e Rosalie nos encaravam com a curiosidade de saber o que falávamos estampados nos rostos. Emmett então nem se fala, só faltava se esticar mais um pouco para quem saber ouvir. Eu me estiquei na ponta dos pés para ficar ainda mais perto dele. E com uma coragem que eu não sabia de aonde havia surgido, sussurrei:

– Sim.

Edward arregalou levemente os olhos para minha surpresa, mas com um sorriso brincando nos lábios. Eu dei um tímido, sentindo todo o sangue do meu corpo se concentrar no meu rosto - especificamente nas bochechas - e no pescoço. A campainha tocou, fazendo a atenção dos três curiosos irem para a porta, assim como a minha. Emmett levantou na mesma hora, indo atender, e eu me voltei para Edward novamente.

– Não sei pra que tudo isso, Renesmee! - Jacob entrou falando, e nas mãos trazia uma bolsa grande - muito grande para uma bolsa normal.

– Cala a boca e carrega, cachorro. - Nessie mandou, usando o que Alice uma vez o chamara, e nós contamos para ela, que riu muito. - E você não entende, é coisa de mulher.

– Você não entende, é coisa de mulher! - Jake a imitou com a voz fina. - Mulher ou não, isso é um exagero!

– O que está acontecendo, povo feio? - perguntei para os dois, que seguiram cada um para um lado.

– Renesmee que está levando uma mala pesada e essa bolsa enorme que cabe uma casa! - Jacob mostrou a bolsa. - Bem que ela poderia ser discreta como a da Hermione de Harry Potter, e nem pesasse!

– Haha, muito engraçado da sua parte! - Nessie bufou. - Está vendo, Bella? É um grande absurdo ele achar que eu devo levar apenas uma mochila grande como a dele. Eu sou mulher!

– Concordo com você! - Rosalie apoiou.

– Se Nessie está levando isso, agora eu fiquei com medo... - Jasper murmurou com a voz perdida.

Edward, Emmett e eu gargalhamos alto sabendo muito bem o que ele queria dizer com isso. Nessie exagerava, mas Alice exagerava dez vezes mais que ela. Eu só esperava, para o bem do loiro, que essas dez vezes mais não fosse dez malas a mais também.

Rosalie, para acabar com a discussão do casal, decidiu ligar a grande TV, colocando em um canal de música. Ficamos por ali uns dez minutos entre conversas até ouvir os saltos de Alice no andar de cima.

– Jasper, meu amor, você pode me dar uma ajudinha aqui? - ela perguntou com uma carinha de falsa inocência.

Jasper, com os olhos arregalados de medo, assentiu e subiu as escadas, sussurrando um "Que Deus me ajude" ao passar por mim e por Edward. Nós apenas rimos e o encorajamos. Eles dois sumiram pelo corredor, e quando voltaram Jasper trazia uma mala e uma bolsa, e Alice trazia outra mala. E falo, só de olhar, que elas pareciam muito pesada. Pobre Jasper que tinha que passar por isso.

Edward, com dó da irmã para descer a mala, foi ajuda-la. Quando ele e Jasper as colocaram no chão, Emmett bateu palmas loucamente.

– Vocês merecem premio pela habilidade e pela força de pegar essas toneladas! - falou e acabou recebendo uma bolsada da Alice. - Ai!

– Cala a boca, Emmett!

– Agora que Alice está pronta, vamos? - Jake perguntou, olhando divertido para Emmett que ainda resmungava algumas coisas e alisava a cabeça.

– Vamos, sim, amor! - Nessie falou toda carinhosa e foi até ele.

Ninguém se importou com a mudança de comportamento entre os dois, porque sempre era assim. Eles brigavam e depois voltavam as pazes rapidamente de forma mais estranha possível. No começo achávamos que não iria durar muito isso, mas depois percebemos que era isso os fazia até um casal concreto. Os desentendimentos bestas que logo eram resolvidos com amor.

Jasper pegou uma mala e Edward a outra, seguindo para o lado de fora. Jake seguiu eles, falando que era para nós todos morrermos de inveja porque eles iriam ver Katy Perry e nós não. Rosalie atacou uma almofada na cabeça do moreno e falou que também iria na Califórnia, e isso o fez virar para mim, com a mesma brincadeira de "Eu vou e você não". Eu procurei algo para atacar nele, e como não achei nada, tirei meu all star e ataquei, acertando em cheio. O moreno virou para mim com uma carranca, passando a mão no lugar que acertou.

– Porra, Bella, que violência. - resmungou.

Katy Perry - Firework (http://www.youtube.com/watch?v=5TI18KxwbMk)

– Na próxima não meche com ela, mané. - Edward disse ao passar por ele e bater o ombro nele. - Agora, vaza!

– Seus malvados! - Jacob saiu falando e resmungando que a vida dele era dificil comigo e com Edward nela.

Nessie revirou os olhos e se despediu de nós, seguindo para fora. E sabe o que é pior, cantando:

– Do you ever feel... Like a plastic bag...

– Antes de eu ir, quero repassar as regrinhas... - Alice falava, apontando para cada um. - Nada de festa, bebida e convidados, me ouviram? Nem sair e chegar muito tarde. Hoje vocês estão sendo res... HEY, ME SOLTA, EMMETT!

– Ta! Ta! Allie, você já falou demais. - o grandão disse empurrando a baixinha em direção a porta. - Vai aproveitar o show e tome cuidado para não se perder na multidão.

– Espera, Emmett! Falta mais! - ela tentava voltar, mas ele ainda a empurrava.

– Não tem mais nada não, você já disse tudo.

Ele a empurrou para fora da porta, e ia fecha-la na cara dela, mas Alice impediu.

– Só mais uma coisinha: não façam nada que eu não faria. - sorriu maliciosa antes de Emmett fechar a porta na cara dela. - SEU SEM EDUCAÇÃO! - ainda gritou.

– Seu sem educação... Blá! - Emmett revirou os olhos. - Ela fala mais que Esme.

– Acho que não... - Edward murmurou.

– Ah, dane-se isso agora, porque... A CASA É NOSSA, UHU!

Emmett, de pantufas, correu até o sofá que Rosalie estava sentada e subiu em cima, jogou as mãos pro alto e começou a rebolar. A namorada dele, também de pantufas, ficou em pé e o acompanhou, gargalhando. Os dois pareciam loucos fazendo aquilo.

– You just gotta... Ignite the light...And let it shine...Just own the night... Like the 4th of July... Cause baby you're fiiiiiiiiiiiiiirewoooooooooooooooooork... - Emmett berrou bem alto, entrando no clima Katy Perryano que todos estavam envolvidos hoje. - VAMOS BAGUNÇAAAAAAAAAAAAAR!

– UHUUUUUUUUUUUU! - Rosalie berrou também.

– Make 'em go "Ah, ah, ah!"... As you shoot across the sky "Ah, ah!"... Baby you're fiiiiiiiiiiiiiiiirewooooooooooooooork!

– Meu Deus... - sussurrei de olhos arregalados. Me virei para Edward, que ria. - É sempre assim quando a casa é de vocês?

– As vezes é pior porque Alice está junto. - ele deu de ombros depois me pegou pela mão e me rodou me jogando para frente, em um dança. - Agora, que tal comemorar um pouco também?

Ao som de Rosalie e Emmett cantando Firework, nós também entramos no clima, dançando de forma engraçada e nada haver com o que eles chamavam o que os dois cantavam musica. Eu ri tanto fazendo aquilo que chegou uma hora que não me aguentei e cai no chão com dor na barriga. Edward se sentou ao meu lado, também rindo.

– Ah, nada disso, sem descanso hoje!

E não tivemos mesmo descanso aquela tarde. Emmett pediu pizza para almoçarmos e depois ligou o Xbox em um jogo de dança. Competimos em casal, depois meninas contra meninos, e então individualmente. Eu ganhei apenas uma vez, e foi de Emmett que era mais desengonçado que eu. Assim que as pizzas chegaram nós almoçamos, e voltamos para o videogame, agora em um jogo de futebol-americano, futebol, luta de kinect. Eu já estava exausta quando eles decidiram parar de jogar, mas Emmett disse que era bom eu tomar energético pois ninguém iria ficar cansado. Ele estava ligado na tomada, tinha tomado todas as energias da Alice, só podia.

Falando na baixinha, lá pelas seis horas da tarde ela nos ligou falando que já estavam hospedados em um hotel e a caminho do estádio do show. A animação em sua voz mostrava que ela iria berrar muito aquela noite, e que provavelmente ficaria sem voz por uma semana - Nessie também no embalo.

Emmett, então, decidiu jogar banco imobiliário, e passamos quase duas horas naquele jogo. Ele era um bom jogador. Na verdade, ele e Edward, dois grande empreendedores, como se chamavam. Homens de negócios que teriam futuros brilhantes. Rosalie já não aguentava ver eles aumentarem seus próprios egos e brigarem entre si por território. Foi hilário ver ela jogar tudo pro alto e acabar com a brincadeira. Emmett primeiro emburrou, mas logo perdoou a loira dele e tudo ficou bom e bonito.

(song off)

Com fome, nós atacamos a dispensa dos Cullens, pegando todos os tipos de besteira que havia por lá. Primeiro iriamos descansar - porque finalmente Emmett também cansou - e depois nos preparar para a seção filme de terror que os meninos haviam planejado. Jogada no sofá com meu namorado, nós tínhamos um enorme pacote de cookies e copos enormes de refrigerante, assistindo a uma reprise de F.R.I.E.N.S, que era algo que todos ali gostávamos. Era o episódio em que o Chandler fez a proposta de casamento para a Monica, e adivinha quem chorava loucamente? Rosalie e eu.

– Não se preocupe, Ursinha, vamos ser mais lindos que eles! - Emmett disse a abraçando e sorrindo cheio de orgulho.

Edward apertou minha mão com a dele, e eu bem sabia o que significava aquele aperto. Não precisava de palavras para nós, sabíamos nosso futuro e apenas um singelo gesto dizia tudo. Eu sorri para meu namorado, que assentiu com a cabeça.

– Eu espero mesmo, Emmett, que você me surpreenda! - Rouss falou com a voz autoritária. - Quero algo que fique marcado para poder contar para nossos filhos. Temos que ser um casal com muitas histórias animadas para contar.

Eu ri com as palavras dela.

- Nem precisa se preocupar, Rosalie, porque você só vai precisar falar de nós todos que suas histórias vão ser emocionantes.

– Isso é verdade! - Edward concordou arregalando os olhos. - Falar do jogo de futebol americanos que participamos é algo que seus filhos vão gostar de ouvir ao saber que o padrinho gostoso deles, que sou eu - apontou para si, dando um sorriso de canto sedutor. -, teve que fazer uma coisa dessas.

– Eu até vou contar essa história, Edward... - ela levantou com o pote vazio de sorvete e se aproximou de nós. -, mas não vai ser sobre seu grande sacrifício em ajudar. - ironizou com uma voz engraçada - E sim sobre como a Bella fez isso acontecer, em como Alice botou um dos jogadores adversários pra correr, ou em como o ultimo touchdown foi feito. - ela mandou um beijinho para Edward e foi para a cozinha.

Emmett estava no outro sofá gargalhando estrondosamente com as mãos na barriga, e piorava a cada vez que olhava para a cara de abestado do Edward que não tinha acreditado em como Rosalie o deixou de fora sendo que ela dizia que ele era seu cunhado preferido - e único, vamos lembrar, claro.

Eu prendi uma risada também e passei a mão no rosto de Edward, em forma de consolo.

– Não se preocupe, meu amor, eu vou contar aos nossos filhos toda a sua coragem, ok? - sussurrei para ele que assentiu com um beicinho.

Sem me controlar, mesmo estando na frente de Emmett, eu me estiquei e dei um beijinho ali, depois uma mordida. Sabia que isso seria motivo de piadas do grandão, só que era uma coisa impossível de controlar quando Edward fazia aquilo.

– Ai, que nojo! - Emmett se pronunciou.

– O que foi? - Rosalie voltou da cozinha.

– Esses dois no mela-mela bem na minha frente, Rose. Que falta de consideração com o irmão mais velho aqui.

Eu me virei para ele com uma sobrancelha erguida.

– O que tem você ser o irmão mais velho? Edward é homem, não uma garotinha que o irmão tem que ficar de olho para não fazer nada... Adulto. - decidi usar termos que usaria com uma criança.

– Eu não estava me referindo ao Edward, Bella. E sim a você. Agora você é da família e minha irmã, não quero vocês dois ai de agarra, por favor. - fez a melhor expressão dele sério. - Controlem os hormônios, adolescentes.

– Ah, vai se foder! - Edward atacou uma almofada no irmão, os dois rindo. - E então, que horas vamos começar a seção filme de terror?

Emmett abriu a boca para responder, mas Rosalie a tampou antes disso.

– Depois que eu tomar um banho porque suei demais jogando todos aqueles jogos.

– Isso mesmo. - concordei.

Então decidido que iriamos começar tudo depois de limpos e cheirosos, nós subimos para o andar de cima. No quarto de Edward eu peguei minha mochila e coloquei em cima da cama, logo procurando meu pijama.

– Ah, droga... - resmunguei tirando todas as roupas de dentro procurando as peças. - Que burra! - bati a mão na testa ao lembrar que havia deixando-as em cima da cadeira da escrivaninha, e que irônico: com a intenção de não esquecer de colocar na mochila.

– O que foi, amor? - Edward saiu do closet trazendo nas mãos peças de roupa.

Sentei na cama, encarando com raiva a mochila. Ele, sem entender as minhas ações, se aproximou com a testa franzida.

– Esqueci meu pijama. - murmurei.

Edward pegou minha mão com as dele e me fez ficar de pé. Ele estava sorrindo divertido, e eu torci os lábios.

– Você fala como se ninguém aqui usasse pijama também.

– Edward, você não entendeu exatamente porque estou assim. - revirei os olhos. - Eu sei que posso pegar uma roupa sua, com também um pijama da Alice. O problema de eu ter esquecido é que... - abaixei meu rosto, sentindo-o esquentar, dessa vez de leve. - Você ia gostar do pijama, entende?

Ele ficou me encarando por uns cinco segundos, as sobrancelhas franzidas sem entender realmente qual era o significado das suas palavras. Eu jurava que podia ouvir as engrenagens de sua cabeça funcionando e depois de ver o tom das minhas bochechas, ouvir também o clique que fez ao entender.

– Oh! - soltou, surpreso.

– MAS... - aumentei meu tom de voz, me afastando dele e seguindo para o closet. - Como eu não o trouxe, vai ficar para a próxima vez. - dei de ombros.

Entre as roupas de Edward eu achei uma regata azul minha, que uma vez eu deixei ali ao trocar de roupa para sair com o pessoal - coisa de Alice -, e peguei uma samba canção preta dele, já que era uma das coisas que tinha cordão para eu apertar na minha cintura.

– Bella, você pode me dizer como é exatamente esse pijama? - Edward perguntou assim que voltei para o quarto.

Peguei minha mochila, seguindo na direção do banheiro, mas parei e me virei para ele.

– Hm... Exatamente porque você quer saber?

– Para ver se vale muito a pena nós irmos buscar. - deu um sorrisinho torto, meio inocente e meio malicioso como só ele conseguia fazer.

Eu gargalhei alto.

– Desculpa, Edward, mas vai ficar na sua imaginação. - segui de costas para o banheiro até ficar dentro. - Só saiba que ele não era nada infantil como os de bichinhos que você já viu. Ah... E é de seda... Azul...

Edward arregalou levemente os olhos, e eu, rindo, pisquei um olho e fechei a porta do banheiro. Já familiarizada com tudo do Edward, eu tomei meu banho calmamente, apreciando que ficaria com o cheiro do sabonete dele na minha pele. Assim que terminei e me sequei, passei creme corporal, escovei meus dentes, dei uma ajeitada no meu cabelo prendendo ele em um coque e por fim passei perfume. Qual é, eu gostava de perfume, e muito ainda!

Arrumei as coisas dentro da mochila e no time perfeito assim que sai do banheiro Edward entrou no quarto. Ele estava com uma samba canção também, só que azul escura, e uma regata branca. Vamos se dizer que tínhamos trocado as peças, mas estávamos da mesma cor. Secava os cabelos com uma toalha. Quando me viu, e também minha roupa, deu um sorriso de canto.

– Vamos cantar aonde, parceira? - perguntou em um sotaque que ele achava parecer texano, puxando bem o primeiro R do parceira.

– Não sei você, mas eu vou cantar na sala. - dei de ombros.

Edward jogou a toalha molhada em cima da cama e me puxou para ele, colando nossos lábios demoradamente, para então descer eles pela minha bochecha até a parte de trás da minha orelha, aonde depositou um beijinho.

– Eu ainda estou tentando imaginar como é esse pijama, mas... - puxou o ar lentamente, como se absorvesse meu cheiro, e soltou também devagar. Engoli em seco com o arrepio que correu pela minha espinha e fez meus pelinhos eriçarem. - até que você ficou sexy com essa roupa.

Eu precisei de quase vinte segundos, de tão inebriada que me encontrava, para entender que ele estava fazendo uma brincadeira. Rindo, eu o empurrei, o que o fez também rir.

– Você é muito besta, Edward. - disse, negando com a cabeça. - Vamos descer?

Edward levantou o dedo pedindo um segundo e correu até o closet, trazendo de lá uma manta. Eu peguei o travesseiro dele, fiz um OK com as mãos indicando que já tínhamos tudo e então descemos para a sala, que estava vazia. Nos ajeitamos nos colchonetes que estavam ali, para esperar o casal descer. Eu estava com a cabeça no peito de Edward, assistindo a TV.

– Acha que já deveríamos pedir as pizzas, Edward? - perguntei, me virando para ele.

– Não, Emmett quem faça isso. - ele deu de ombros e sorriu de canto. - Vamos aproveitar esse pouco tempo sozinhos aqui.

O sorriso malicioso de Edward foi o espelho do meu, antes de ele colar seus lábios aos meus. No começo era até lento, só então as coisas foram ficando mais intensas, e quando percebi Edward já estava por cima de mim e minhas mãos iam rápidas se dividindo entre sua nuca e seus ombros largos. Eu me encontrava sem fôlego, mas realmente não queria parar aquele beijo. Foi quando eu senti alguém pegar minhas mãos e descerem elas até a bunda de Edward, aonde me fizeram apertar. Arregalei os olhos, dando com Emmett e Rosalie acima de nós, e era ele quem estava fazendo aquela graça. Parei na mesma hora, querendo reclamar com ele. Emmett foi mais rápido, não querendo estragar a brincadeira, e fez eu apertar novamente, só que dessa vez mais forte. Edward, que já tinha começado a estranhar, me olhou com uma expressão de dor e confusão.

– Bella? - me chamou.

Eu indiquei com o queixo para que ele olhasse para cima, e assim que o fez, também arregalou os olhos.

– Hm, que bumbum gostosinho, Eddie. A Bellinha concorda comigo, não é? - Emmett falou com a voz manhosa e cheia de malicia com divertimento.

Eu puxei minhas mãos das dele, tentando regularizar minha respiração.

– Emmett, seu filho da puta! - Edward avançou em cima do irmão, que se contorcia de rir.

Rosalie era outra, que estava sentada no chão com as mãos na barriga e descabelada. Ela chegava a lacrimejar de tanto que ria. Olhei dela para os dois que estavam em algo que poderia ser julgada de briguinha infantil, e não me aguentei também, rindo da cena patética que Emmett tinha feito.

Depois que consegui fazer Edward parar de tentar socar o irmão - de leve, eu acho - nós nos ajeitamos para assistir os filmes. Emmett pediu as pizzas, já que era o único alimento que era rápido de chegar. Eu estava até com medo de amanhã nosso café ser também pizza por causa da preguiça deles em fazer algo para comer. Começamos a assistir o filme, que eu nem sabia o nome, até a pizza chegar, e não demorou muito. Nós comemos entre brincadeiras nojentas da parte de Emmett e Edward, que só pararam quando Rosalie deu um tapa nos dois.

Foi no final do segundo filme que bateu a fome de novo e nós fizemos pipoca, e Emmett decidiu abrir uma garrafa de vinho de Carlisle. Era estranho, mas admito que gostoso misturar pipoca e vinho. Ficamos conversando por algum tempo sobre tudo, até então todo mundo ficar mais... Alegre por causa do álcool. Vinho bom era uma coisa engraçada, subia rápido para a cabeça. Passou meia noite... Uma hora da manhã... Já era uma e meia.

Edward e eu estávamos entretidos com o jogo de adivinha que ele propôs e eu me divertia muito - mais pelo alegria do álcool do que porque era engraçado a brincadeira. Nós riamos como se tudo fosse muito divertido, quando um ronco algo, como uma serra elétrica, nos assustou. Eu olhei para Emmett e Rosalie, e ri com a cena deles jogados no sofá e dormindo. A motosserra humana era Emmett.

– Caramba... - murmurei, em um sussurro, rindo baixinho. - Rosalie parece já está acostumada com isso.

Edward riu comigo.

– Tem que estar pra quem vai morar junto com ele.

Eu coloquei a mão na boca para abafar a risada, até teria dado certo se Emmett não tivesse dado outro ronco monstruoso. Edward, desesperado para não acordar Emmett, fez "shi" para mim colocando o dedo em meus lábios, e eu me segurei para obedecer. Ouvimos um resmungo de Rosalie e outro ronco de Emmett, e rimos daquilo.

– Não quero que eles acordem... Para dormir depois vai ser difícil. - sussurrou.

– Ok. - assenti.

– Agora... - Edward começou, se aproximando lentamente de mim. A cada sentimento que diminuía entre nós, eu sentia meu coração acelerar. - Eu posso me aproveitar da minha namorada... - ele tocou meu rosto de leve. - Sem meu irmão apertar minha bunda.

De um clima romântico em que eu me encontrava, tive que parar um segundo para rir sendo acompanhada por ele, mas logo paramos. Eu me ajeitei de uma forma que pudesse ficar ainda mais próxima dele, tocando com a ponta dos dedos seu braço. Era definido de leve por causa dos anos de treino que ele teve com Emmett, para ajuda-lo a ficar bom como é hoje no futebol.

– Isso é bom... - murmurei, assentindo.

Edward terminou o restinho de espaço que restava entre nós, depositando um singelo beijo no canto da minha boca, que estava entreaberta para eu poder respirar, ou tentar. Ele desceu, roçando de leve seus lábios pela minha mandíbula, até chegar no meu ouvido.

– É? - perguntou baixinho, de forma provocante.

Senti o ar ficar preso em alguma parte do meu corpo, e meu coração perder uma batida, logo voltando com tudo. Eu tentava encontrar a voz para poder responder a Edward, nem que fosse apenas um "É", mas essa tarefa parecia difícil de ser feita quando ele estava dando leves beijos no meu pescoço.

– Respira, Bella. - ele sussurrou, fazendo seu hálito quente bater na minha pele, que se arrepiou automaticamente.

– Hm. - fiz, com muito esforço fazendo o que ele tinha pedido.

Ouvi sua risada baixa, e sorri, me sentindo anestesiada do mundo a minha volta. Minha mente, meu corpo, tudo parecia apenas se focar em Edward e no momento em que estávamos. Respirar, mesmo que fosse algo que fazíamos sem pensar, eu ali estava tendo um esforço e tanto para fazer com a adrenalina percorrendo por cada partezinha de mim.

O calor que emanava de seu corpo estava se fundindo com o meu, fazendo o cômodo parecer estar acima do que o normal. E quando ele se afastou de mim, mesmo que apenas alguns centímetros, eu senti falta do calor.

– Ficar aqui não acho que seja muito bom. - murmurou indicando com os olhos o casal barulho que dormia na outro sofá.

Olhei para eles, que continuavam do mesmo jeito de antes, e depois para Edward, assentindo. Ele sorriu para mim e levantou, pegando minha mão e me puxando para ficar de pé também. Começamos a ir para a escada, e no caminho Edward bateu o joelho na mesinha de telefone, praguejando um palavrão, o que me fez rir. As vozes da TV me fizeram perceber, só aquela hora, que estava alta demais e isso poderia acordar o casal.

– Espera. - pedi, voltando no sofá e pegando o controle remoto. Apertei o botão de volume, e mais rápido do que deveria ele ficou ainda mais alto, em uma parte que as pessoas gritava e batiam palma. - Merda! - murmurei, rindo e virando o controle para ficar do jeito certo.

– Bella, abaixa isso! - Edward pediu, também rindo.

– Estou abaixando!

Fui mais esperta dessa vez e apertei o botão do mudo, logo o cômodo sendo preenchido pelo silêncio.

– Hmmm... - Emmett resmungou alto, se virando no sofá e acolhendo Rosalie em seus braços.

Olhei para Edward e nós rimos. Ele me estendeu a mão e perguntou:

– Vamos?

Eu olhei em seus olhos verdes, e depois para a sua mão. Mais certa do que nunca da minha decisão, escorreguei minha palma sob a dele, apertando-a com a minha. Seu sorriso pareceu aumentar, sabendo do meu ato de confiança, e a passos rápidos nós subimos as escadas. Nem preciso dizer que tropeçamos, o que nos fez rir.

No topo, Edward me agarrou pela cintura, me virando de frente para ele, e desesperado, buscou meus lábios com os dele. O beijo era rápido, desejoso.

– Por favor, se protejam, crianças! - ouvi Emmett falar do andar de baixo, e ao invés de ficar constrangida como em meu estado normal eu ficaria, eu apenas ri sob os lábios de Edward, que também fez o mesmo.

Edward me empurrou até a parede, me prensando contra ela. Suas mãos apertavam minha cintura, por dentro da blusa. Eu subi minhas mãos pelos braços dele, passando por seus ombros até chegar a sua nuca, logo tomando os fios dali e enroscando em meus dedos. Dei um leve puxão, e Edward soltou um pequeno gemido.

Suas mãos, quentes na minha pele, desceram até chegar nas minhas coxas, e sem nenhum esforço ele me levantou, fazendo eu prender minhas pernas em sua cintura e ficar na sua altura. Cambaleando, Edward seguiu pelo corredor, por nenhum segundo separando nossos lábios. Senti minha costas encostar em algo duro e reto, que logo percebi ser a porta do quarto dele.

Por falta de ar, tivemos que nos separar. Sorri de forma matreira para Edward quando ele fechou a porta atrás de mim, trancando-a. Carinhosamente passei minhas mãos por seus cabelos, bagunçando-os ainda mais. Com o rosto tão perto do dele, eu podia ver em seus olhos verdes todo o amor, o carinho, o desejo que ele sentia por mim naquele momento, e mesmo eu já tendo a certeza do que queria, aquilo só me deu mais confiança de era certo. De que era Edward, o homem da minha vida.

Eu o beijei novamente, dando finalmente o sinal para continuarmos com aquilo. Senti Edward caminhar pelo quarto, e logo a superfície macia da cama estar abaixo de mim. Assim que seu corpo estava sob o meu, reiniciamos outro beijo ainda mais intenso. Suas mãos corriam livremente pelo meu corpo, querendo me tocar em todos os lugares possíveis, como ele fazia quando as coisas sempre esquentavam entre nós. Mas dessa vez não íamos apenas ficar nos beijos. Iriamos além. E saber disso fazia uma ansiedade crescer em meu peito e estomago. Esse apertava como se estivesse sendo retorcido, e congelando ao mesmo tempo. Uma coisa que eu ignorava completamente, pois era normal sentir isso quando estava com ele.

Tudo, com Edward, era como se fosse a primeira vez. Todos os beijos que trocávamos eram como o primeiro que trocamos na minha casa. Ou quando ele dizia que me amava, eu sentia uma euforia tomar conta de mim que não me cabia, sempre igual a primeira vez no mirante. Ele tinha esse poder sobre mim, e as vezes eu tinha a certeza que nunca me acostumaria com nada que ele fazia.

Suas mãos estavam na minha cintura, por dentro da minha blusa, e bem lentamente Edward começou a levanta-las, levando junto o tecido. Levantei meus braços para ajuda-lo, logo voltando a como estávamos antes. Já sem ar, ele separou nossos lábios e desceu os beijos para minha clavícula, vez em quando dando leves sugadas na minha pele. Eu desci minhas mãos pelos braços dele, apertando, até chegar na bainha de sua regata. Toquei com a ponta dos dedos sua barriga, sentindo-o se arrepiar em reação a minha mão fria com sua pele extremamente quente. Sorri, adorando. Subi minhas mãos, apertando-as em sua pele, até Edward levantar os braços para eu tira-la.

Ele passou carinhosamente as mãos pelas minha coxas, hora na parte interna hora na externa, até subir e chegar ao cós da samba canção. Lentamente começou a desce-la, e logo eu estava apenas de roupa intima. Ele também tirou a dele, ficando igualmente a mim, e eu pude ver o volume em sua boxer. Seus lábios, que estavam na minha pele, voltaram para meus lábios e então estávamos naquele beijo intenso e mãos perdidas. Com a falta de folego, Edward separou nossas bocas, ficando com o rosto apenas a alguns centímetros do meu. Ele me encarou, seus olhos verdes mais brilhantes do que nunca.

Tão lentamente como se quisesse prolongar qualquer momento que viveríamos ali naquele quarto, ele me ergueu para que pudesse abrir a parte de trás do meu sutiã. Ele escorregou as alças pelos meus braços, logo tirando. Depositou singelos beijos nos meus ombros, enquanto suas mãos me acariciavam.

Eu ainda me sentia ansiosa, mas a ansiedade agora era diferente. Estava ansiosa por Edward, para que pudéssemos ficar ainda mais próximos. Para nos unirmos.

Quando ele me deixou completamente nua, seus olhos me olharam de uma forma que fez qualquer timidez que eu pudesse sentir, sumisse. Eu estava me sentindo desejosa como nunca antes, e também amada apenas com o olhar. Edward sabia me fazer sentir isso de uma forma surpreendente. Ele também já não tinha mais nenhuma roupa, e eu pude ver a perfeição que era Edward.

Ele se deitou sob mim, e com uma mão fez um carinho na minha bochecha.

– Você é linda, Bella. - sussurrou baixinho, sorrindo.

Eu inclinei meu rosto em direção a sua mão, apreciando o carinho. Sorri para ele e assenti, querendo logo que ele fosse meu ali.

Edward se posicionou em cima de mim, seu corpo se encaixando perfeitamente ao meu. Eu tinha prendido o folego, aproveitando as sensações.

– Eu te amo. - murmurou no meu ouvido. - Mais do que qualquer outra pessoa ou coisa. Minha Bella.

Quando seu corpo começou a se mover sob o meu, a explosão de coisas que Edward me fez sentir era indescritível. Eu não saberia explicar para ninguém, apenas que a cada segundo ali com ele eu o amava cada vez mais - como se isso fosse realmente possível. Tudo que eu conseguia me concentrar era em Edward junto de mim, dizendo que me amava. A cada suspiro, gemido ou sussurro eu percebia o quão certa eu estava. Nunca tinha estado mais certa no vida como me sentia ali. Era realmente para ser Edward e Bella, e ninguém no mundo poderia mudar isso. Assim como ele disse, eu o amava mais do que qualquer outra pessoa.

Nada nunca pareceu tão próximo e intimo como o que aconteceu ali no quarto. Nada nunca pareceu tão certo e convicto do quanto eu amava Edward e queria que ele fosse o amor da minha vida.

Quando chegamos junto ao clímax, ofegante, eu o beijei, querendo depositar naquele beijo tudo que eu havia sentido e ainda sentia. Eu estava anestesiada do mundo, e apenas existia nós dois. Ele retribuiu o beijo de forma intensa, e eu podia sentir que ele também fazia o mesmo. Assim que nos separamos, eu colei minha testa na dele, procurando regularizar a respiração.

– Eu também te amo, meu amor. - sussurrei para ele, sorrindo. - E seu irmão tem razão, você tem um bumbum gostosinho.

Edward arregalou os olhos e gargalhou alto, me fazendo rir também. Ele deitou do meu lado, me puxando para que pudesse deitar em seu peito. Ele ainda soltava algumas risadinhas, mesmo que tivéssemos parado de rir.

– Eu acho que só você para fazer graça depois de se declarar. - murmurou e eu ri.

– Não gosto de coisas muito melosas. - dei de ombros e me virei para ele, lhe beijando novamente. - E só falei a verdade.

Edward riu novamente e me abraçou, me aconchegando em seus braços. Nós dormirmos um pouco, mas logo acordamos e a noite rendeu muito ainda.


– Eles acordaram de madrugada. - falei para Edward quando olhei lá de cima a sala vazia. - Isso é bom?

– É péssimo. - ele riu e me puxou para descer as escadas.

Nós seguimos para a cozinha e Edward me colocou sentada no balcão porque ele iria fazer nosso café-da-manhã. Eu até me proporia a ajuda-lo se minhas habilidades culinárias não fossem tão péssimas e desastrosas como eram. Então apenas me ofereci a assisti-lo se mover ali com segurança, sabendo exatamente o que fazia. Nós conversávamos coisas banais, como os valores energéticos e calóricos das comidas - isso porque estávamos vendo o que Emmett iria poder comer hoje e não ficar elétrico como ontem a noite.

– Bom dia, flor do dia!

– Falando no diabo... - Edward revirou os olhos.

– Ouch, mano. - Emmett veio para meu lado. - Achei que hoje seu humor estaria melhor, sabe... - me lançou um sorriso malicioso e mexendo as sobrancelhas.

– O que? - perguntei, sem entender.

– Não liga para ele, Bella.

Edward me tirou do balcão e nós fomos nos sentar a mesa. Ele tinha preparado panquecas enormes, suco de morango e colocado a calda de chocolate ali em cima também. Graças a Deus algo forte, preparado rápido e que eu gostava muito.

– Vocês dois são muito sensíveis. - Emmett resmungou vindo se juntar a nós.

– Bom dia, família! - Rosalie apareceu ali com uma toalha enrolada na cabeça e de roupão.

Nós tomamos café falando bem pouco, por causa do sono ainda que rondava tudo. Edward e eu tentávamos nos controlar o máximo nas caricias trocadas porque sabíamos que isso resultaria em piadinhas infames de Emmett, que hoje parecia com a língua mais afiada que nunca. E eu estava tão legal hoje que poderia atacar um prato na cabeça dele e rir muito.

– Estava com muita fome, hein, Bella. - Emmett falou sorrindo e olhando para meu prato que só tinha calda agora.

– Você nem imagina. - murmurei e tomei o resto do suco que havia no copo.

– Caramba, Edward! - ele gargalhou alto.

– Emmett, deixe-os em paz. - Rosalie pediu entediada.

– Não dá, amor, é engraçado ver a cara de raiva controlada do Edward e a de inocência da Bella.

– Como assim? - perguntei.

– Bella, esquece o Emmett. - Edward pediu sob um suspiro. - Ele hoje não vai falar nada com nada.

– Estou vendo.

Rosalie apoiou a cabeça nas mãos e ficou nos encarando. Eu ergui uma sobrancelha para ela.

– Preciso concordar com você, amor, é mesmo engraçado a reação dos dois sobre o assunto.

– Estou falando.

– Bella parece cansada, não acha, querido? - ela se virou para ele, que assentiu. - E Edward... Realizado.

– Vai se foder, Rosalie. - Edward rosnou para ela, que soltou uma risadinha. - Estou falando sério.

– Estou vendo. - riu novamente. - Já se olharam no espelho?

Eu me lembrei do meu reflexo e automaticamente senti meu rosto esquentar. A pele mais corada, os olhos mais brilhates, coisas que eu previra que iria acontecer... Tentei disfarçar dando atenção ao copo vazio, mas não foi uma ação que passou despercebida aos olhos de Emmett e Rosalie. Esses dois riram alto, entendendo muito bem, o que me fez ficar ainda mais vermelha. Edward levantou com tudo e me puxou para a sala com ele, deixando os dois se divertindo as nossas custas.

Depois que eles cansaram vieram se juntar a nós na sala para fazer... Nada. Eu estava cheia, me sentia pesando dez quilos a mais do que estava quando entrei na cozinha. Era normal eu comer muito, mas dessa vez fui até mais além. Não tinha culpa, estava mesmo com fome. A ultima coisa que tinha comido foi um pedaço de pizza ontem a noite, e pior, com vinho. Álcool depois dava fome, ok?

Me deitei no colchonete que ainda estava lá, e Edward se deitou comigo. Emmett e Rosalie estavam no sofá, o que me fez lembrar de o quanto eles eram silenciosos enquanto dormia. Não me aguentei, rindo.

– Ainda lembrando dos momentos sórdidos, Bella? - Emmett perguntou, desviando a atenção da TV para mim.

– Você nem imagina de quais. - pisquei um olho para ele, que fez uma careta.

– Ugh, sua nojenta! - tremeu de leve. - Não é pra você entrar na brincadeira assim.

– Ah, então é assim que você para? - Edward despertou, sorrindo abertamente. - Bom saber!

– E você achou que era como? Edward, eu não quero saber o que vocês fizeram exatamente lá naquele quarto. Se foi muito quente ou não o problema é de vocês.

– Foi muito, muito quente, Emmett. - falei com a voz rouca de propósito.

– Para com isso, Bella!

– Nossa, você nem imagina como seu irmão é... - me abanei, suspirando.

– ARGH! - ele colocou a língua para fora. - Eu não quero saber!

Eu acompanhei Edward e Rosalie nas gargalhadas, enquanto Emmett murmurava algo como "pense em bichinhos, pense em bichinhos", isso só me fez rir ainda mais. Era bom saber uma forma de fazer ele parar com as gracinhas antes que elas ficassem tão fortes que eu ficaria vermelha pelo resto da vida. Apesar que... Emmett ainda zombaria de mim e de Edward pelo resto da vida mesmo eu parando agora.

– Mas se você quer saber exatamente o que eu estava pensando, eu vou...

– Eu não quero saber!

– ... Lhe contar, grandão. - fingi que ele não me interrompeu. - Eu estava pensando...

– Cala a boca!

– ... que em uma parte da madrugada, nós...

– Eu sou inocente de mais para ouvir isso!

– ... ouvimos você e Rosalie roncar.

– Ai Deus, meus ouvi-O QUE?! - ele se virou desesperado para mim. - O que vocês ouviram?

Rosalie, que ria, parou na mesma hora e me encarou com olhos arregalados. Sua boca ainda estava aberta.

– Isso mesmo que seus ouvidos de menino inocente escutaram. Nós estávamos aqui assistindo TV quando alguém ligou a motosserra que existe em você. E meu Deus, Emmett, que motosserra louca, hein!

– Isso é mentira!

Edward se contorcia de rir ao meu lado. Eu até o acompanharia se não quisesse brincar mais um pouco com a cara do grandão. O feitiço tinha finalmente virado contra o feiticeiro. Era minha vez de ter algo para rir dele, não o contrário.

A hora da minha vingança chegou!, pensei maldosamente e rindo malignamente na minha consciência.

– Nonononono. - balancei meu dedo. - Não é mentira não! Eu até me assustei achando que era algum monstro vindo nos matar. Mas não era nada disso, apenas você dormindo.

– N-não é ver-verdade!

– Deixa de ser bobinho, negando. Eu não minto, Emmett. E olha, não sei como Rosalie não acordou, porque, realmente, a coisa era muito alta. Aliás...

– Ta, ta, ja chega! - Rosalie me cortou e eu prendi uma risada. - Não precisa ficar falando sobre isso, ok?

– Ué, mas porque não? Se você e Emmett ficam falando da minha vida sexual... - ergui uma sobrancelha.

– Tudo bem, nós paramos! - os dois falaram juntos fazendo Edward e eu gargalharmos alto.

Finalmente eu tinha conseguido me livrar das piadinhas daqueles dois.


– Almoçar pizza de novo? É isso que vamos fazer? - perguntei vendo Emmett ir até o telefone.

– Qual é, pizza é gostoso!

– Claro que é, mas não no almoço, na janta, no almoço de novo. Edward, meu amor - me virei para ele, que estava com uma careta. -, que tal fazer aquele espaguete que você faz muito bem?

– Só o espaguete, Bella?

– Vai se ferrar, Emmett. - o ignorei e continuei olhando para Edward.

Ele negou com a cabeça e eu balancei a minha, querendo convence-lo apenas com expressão de cachorrinho abandonado.

– Por favor. - implorei baixinho.

Edward ficou me encarando por alguns segundos até soltar um suspiro de desistência e levantar. Animada eu fiquei em pé no sofá e pulei em suas costas, prendendo minhas pernas na sua cintura.

– É hoje, Rose, que vamos engordar. - Emmett comentou indo todo feliz deitar no sofá. - Vai lá, Eddie, capricha!

Eu mostrei a língua pra ele em defesa de Edward, que só fez ignora-lo. Na cozinha, ele me colocou sentada nos bancos e foi até o armário para pegar as coisas que iria usar. Inclinei a cabeça para o lado, assistindo ele ser hábil ali, sabendo o que fazer.

– Acho que vou manter você na cozinha mais tempo. - eu disse.

Edward, que estava no outro balcão mexendo nos ingredientes, virou para mim sorrindo divertido.

– Ah é? E porque?

– Porque você fica sexy sério e concentrado dessa forma.

Ele gargalhou e veio até mim, ficando no meio das minhas pernas.

– Só assim? - perguntou, aproximando o rosto do meu.

– VOCÊS DOIS, É PRA FAZER O ESPAGUETE, NÃO SE AGARRAR!

Empurrei Edward, que resmungou algo que não deu para entender. Emmett ainda iria nos perturbar, mesmo eu tendo contra ele piadas de motosserra humana. Dessa vez ajudei Edward, coloquei o macarrão na água fervente. OK, nem é tanta ajuda assim, mas ele pediu e disse que estava ótimo, então não vou discutir. Edward fez o molho dele sob eu o chamando de "Rei do Molho". Quando as coisas estavam já pela metade meu celular tocou. Olhei no visor e vi o nome da Esther nele.

– Oi, Esther. - atendi, sorrindo.

– Isa, somos nós! Eliza e Emily.

– Eliza? - enruguei a testa, olhando para Edward que virou para mim ao ouvir o nome da pestinha. - Aconteceu alguma coisa?

- Ai, estou com tanta saudades, Isa. Eu também! – Emily falou ao fundo. – E aconteceu sim. Nós queremos ver você e o nosso namorado.

Sua voz era chorosa, e eu imaginei as duas fazendo biquinho naquela hora.

– Eu também estou com saudades, meninas. Já faz um bom tempo. - sorri ao pensar em reve-las de novo. - Cadê Esther?

– Mamãe foi trabalhar hoje e nós estamos com a babá. Vem buscar nós, por favor? É Bella, vem! – Emily novamente no fundo.

Mordi o lábio inferior e olhei para Edward, que me encarava com curiosidade na expressão. Passar o dia com as gêmeas? Eu não me importava com isso, nem um pouco, mas o único problema era que ninguém tinha falado com Esther, e se ela não gostasse da ideia? Claro que seria difícil, mas mesmo assim, eu não tinha como pedir sua permissão...

– Não sei, meninas. E a mãe de vocês? Como vamos pedir para ela?

– Nós damos um jeito, Bella. Vem nos buscar, vem? Por favor. Por favor. Por favor.– elas falavam juntas. -Por favorzinhoooooo, Isa.

Pensei em formas em que eu pudesse falar com Esther e pedir permissão de sequestrar as pirralhas loiras dela até lembrar de Renée falando que também trabalharia hoje. Sorri, já me sentindo excitada com o dia divertido e maluco que aquelas garotinhas me proporcionariam.

– Por favor, Isaaaaa. Só hoje. Vaaaaaai, não custa nada. Isaaaaaaaaa.

– Ok, ok, já chega de implorar. - interrompi elas, que ficariam quietas. - Vou dar um jeito, então arrumem suas mochilas porque vocês vão dormir comigo.

– O QUE? AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH QUE LEGAL! VAMOS DORMIR COM A BELLA! FESTINHA NA ISA!

Afastei o aparelho do ouvido enquanto elas comemoravam. Edward já entendendo e também ouvido a euforia delas, riu e negou com a cabeça, voltando a atenção para as panelas no fogo. Me despedi das pirralhas e fui até Edward, o abraçando por trás.

– Preparado para enfrentar o melhor furacão? - encostei minha cabeça em suas costas.

– Com certeza. - riu e eu o acompanhei. - Vamos que horas?

– Quanto mais rápido melhor, pois elas estão doidas para vir me ver.

Edward virou de frente para mim com uma expressão de deboche.

– Essa eu duvido muito. E o namorado delas? Sou mais importante que você. Desculpe dizer a verdade, Bella.

– Rá, essa eu duvido. - revirei os olhos. - Edward, aquelas garotas me amam mais que tudo. Se não duvidar, é capaz de ser assim a lista: Primeiro a mãe, depois o pai e então euzinha. Desculpe eu lhe dizer isso, mas você só é o namorado delas, e eu sou tipo a irmã.

Foi isso uma vez que a Eliza me disse no telefone, que eu era a irmã mais velha delas pois as compreendia. E admito que meu peito pareceu inflar de orgulho da vampirinha e da bonequinha, pois eu também as considerava muito. Via nelas crianças que nunca habitaram minha infância. Com certeza se naquela época elas tivessem minha idade e estudassem aonde eu estudei, eu não teria sofrido tanto quanto sofri na mão das outras crianças.

Edward estava com a cabeça um pouco inclinada, me olhando. Um sorriso genuíno nos lábios.

– O que? - perguntei, sem entender.

– Nada, só percebi que elas não são as únicas a considerarem isso. - deu de ombros. - Sabe o que percebi?

– Não, o que?

– Que eu sou algo como namorado/cunhado seu e das gêmeas. Sabe, namoro as três... - ele olhou para a frente, com o cenho franzido. - Isso não é bem estranho?

– Amor, entenda, tudo que tem eu, você e as gêmeas vai soar estranho. Comece com o primeiro dia que as conhecemos, aquilo soa normal contado? Claro que não. E também o festival em Port Angeles. Nada, mais nada mesmo, vai soar normal com nós envolvido.

Edward soltou uma gargalhada alta com minhas palavras, concordando comigo. Nós decidimos deixar Emmett e Rosalie olhando o molho - que faltava pouco para ficar pronto - e fomos buscar as gêmeas no Volvo. No caminho eu telefonei para Renée e pedi para ela me passar o número da sala de Esther, e ela já deduzindo o que era, me passou. Falei com Esther, que foi amável e disse que eu podia pegar as gêmeas, mas que tomasse cuidado pois essa semana elas estavam atacadas. Eu apenas ri, porque elas sempre estavam atacadas. Ao chegarmos lá, Edward apenas buzinou e as duas criaturas pequenas e loiras saíram pela porta correndo - com suas enormes mochilas nas costas e uma babá descabelada, carregando sacos de dormir, atrás delas. Nós saímos do carro, e elas vieram nos abraçar. Eliza pulou no meu colo, quase quebrando a minha coluna com a força que fiz para que nós não caíssemos. Já Emily abraçou minhas pernas, e se não fosse por Edward ali do meu lado, eu teria caído com as duas ali. Ele me segurou para que eu ficasse em pé.

– Hey, minhas garotas. - as cumprimentei, sorrindo. - Também estava com saudades de vocês.

Elas começaram a falar ao mesmo tempo em o quanto sentiram minha falta, que quer fazer muitas coisas hoje e amanhã e várias outras coisas que não entendi. Edward pigarreou, chamando a atenção delas, e quando elas o perceberam ali gritaram "Namorado" e foram para o lado dele. Depois delas nos cumprimentarem, entraram no volvo, já sabendo exatamente o que fariam, dividiram o lado para poderem olhar para Edward. A babá me entregou os sacos de dormir, que eu guardei no porta-malas e finalmente voltamos para a casa dos Cullens. O caminho inteiro as duas falando sem parar sobre como iam na escola, com Esther, e as aventuras que viveram.

Ao chegarmos na casa, eu olhei para a janela da cozinha e vi duas silhuetas lá de olhos arregalados. Assim que viram o Volvo, eles sumiram rápido.

– Er... Edward, porque eu sinto que aconteceu alguma coisa enquanto estávamos fora? - perguntei para ele.

Edward soltou um suspiro longo como de quem se preparava para o apocalipse. Nós quatro saímos do carro, e levando os sacos de dormir, Edward e eu fomos na frente para o caso de que algo explodisse, acertasse nós primeiro. ele abriu a porta devagar, tomando o máximo de cuidado, e colocou apenas a cabeça dentro, olhando para os lados. Quando viu que estava tudo seguro, nos deixou entrar.

– Tio Emm? Tia Rose? - as meninas chamaram alto.

Nada.

– Acho que eles estão na cozinha. - sugeri.

Jogamos os sacos de dormir no sofá e seguimos para lá. Edward na frente, novamente. Assim que passamos pela entrada, dois gritos estridentes soaram. Eu puxei as meninas para trás de mim e me escondi atrás de Edward.

– EDWARD, NOS PERDOA! DESCULPA! FOI SEM QUERER! - Emmett e Rosalie falavam ao mesmo tempo, enquanto apertavam Edward e o puxavam.

– Qual o problema de vocês? - Edward empurrou eles, com uma expressão de medo. - O que aconteceu?

Os dois começaram a falar ao mesmo tempo, e eu só conseguia entender "molho" "distraímos" "janela"

– CALEM A BOCA! - Eliza e eu gritamos ao mesmo tempo. Nós sorrimos uma pra outra.

– Obrigada, meninas. - Edward agradeceu. - Agora, um dos dois, me explique com calma o que aconteceu.

Eles dois se entreolharam e Emmett deu um passo a frente.

– Bem... Er... Você pediu para nós ficarmos de olho no seu molho, certo? Então, nós até viemos para a cozinha para não deixar queimar. Só que...

– Só que...? - Edward o incentivou a continuar.

– Nóscomeçamosanospegaretudopegoufogo.

– O que? - perguntei, sem entender.

Emmett abaixou a cabeça, culpado. Olhei para Edward, e ele estava começando a ficar vermelho. Sem entender, desviei para o fogão e esse estava todo branco, assim como os balcão do lado, mas nada da panela.

– O que aconteceu, alguém pode me explicar? - pedi.

– Bella, Emmett e Rosalie deixaram a comida queimar. - Edward falou com os dentes cerrados. - E fizeram bagunça, como sempre.

– Mas a culpa não foi nossa! - Rosalie protestou. - Não dava para saber quando ia ficar pronto.

Edward puxou o ar com força, e fechou os olhos.

– Ok, e cadê a comida queimada? Talvez, sei lá, não queimou tanto. - eu tentei manter a calma ali.

Emmett olhou para Rosalie, que fez uma careta. Sem saber o que tinha acontecido, mas já imaginando que eles fizeram alguma merda. Fui até o fogão e toquei naquela espuma branco - que tinha até no chão - vendo que era aquela de extintor de incêndio. Procurei a panela naquela bagunça, e dei foi com o pequeno extintor.

– Cadê a panela? - me virei para eles com as mãos na cintura.

– Er... Hum... - gaguejaram juntos, até Emmett apontar para a janela que eu vi eles.

Caminhei até lá, com o cenho franzido. No gramado eu vi a panela preta, totalmente preta, com espuma branca e uma coisa preta grudada nela - praticamente fundida. Quanto tempo eles demoraram para perceber que estava queimando? Meu Deus, aquilo ali estava mais que queimado.

– OK, isso é surpreendente. - falei lentamente me voltando para eles. - Não dá pra aproveitar nada.

– ÓTIMO! - Edward falou alto, assustando os dois. - E agora, vamos almoçar o que? Pizza?

– Ah não. - choraminguei. - Qualquer coisa, menos pizza, por favor.

Nós todos nos encaramos ali, sem saber o que fazer. As gêmeas estavam encostadas no Edward, olhando atentamente para tudo, sem nada para falar também. Ficamos quase trinta segundos ali no silêncio até Emily levantar a mão.

– Que tal irmos para o McDonald's? Todo mundo aqui gosta.

Edward me olhou e eu assenti, concordando com ela. Então, ele pegou a mão das duas gêmeas e as levou para fora do cozinha, mas antes de ir, virou para Emmett e Rosalie.

– Vocês dois, limpem tudo para irmos logo.

Eles assentiram e correram para a lavanderia. Eu fui para a sala também, indo me sentar ao lado de Edward. Enquanto aqueles dois davam um jeito na cozinha, nós ficamos ali conversando e rindo com as gêmeas. Tudo pronto e certo, fomos para Port Angeles, aonde acharíamos um McDonald's. As gêmeas decidiram que iriam no Jipe de Emmett e que voltariam com nós. Lá, pedimos nossos lanches, os maiores sendo o de Edward, Emmett, Eliza e o meu. Rosalie e Emily ficaram horrorizadas quando nos viram comendo os maiores lanches, a batata grande, bebendo o refrigerante grande, e também o milkshake. Fora o sorvete depois. Vai entender nossa fome?

– E agora, aonde vamos? - Eliza perguntou animada, pulando.

Ela estava segurando minha mão.

– Que tal no cinema? Preciso assistir Resident Evil 5! - Emmett propôs mais animado que Eliza.

Então nós todos concordamos e fomos para o cinema. A sessão de Resident Evil, para a nossa sorte, estava quase pra começar, então Rosalie e Emily decidiram ficar na fila porque elas eram comportadas demais para ir com nós comprar pipoca, chocolate e refrigerante. Nós fomos comprar, e lá tomamos os três atendentes. Edward estava pedindo o dele e da Emily, Emmett o dele e de Rose e eu estava com a Eliza.

– Eu quero jujuba! - Eliza pediu, agarrada a barra da minha jaqueta. - E tubinhos de chocolate.

– OK. - assenti, me virando pro garoto. - Quero duas pipocas da grande, dois refrigerantes grande e... Muita jujuba, tubinhos de chocolate, salgadinhos... Ah, todos os doces que tiver. - dei de ombros.

O garoto ficou me encarando com a boca levemente aberta, e ele não piscava. O ignorando, me virei para Eliza, que prendia uma risada.

– Nós vamos comer tudo, certo? - perguntei e ela assentiu freneticamente. - OK, então. Algo mais?

Ela olhou para o vidro a nossa frente, procurando algo mais. Eu adorava Eliza e eu buraco negro no estomago, porque dividíamos tudo.

– Isa, eu já sei o que eu quero! - ela começou a pular, seus olhos brilhando. - Eu quero o pote de pipoca da Alice! Eu quero! Eu quero! Eu quero!

Olhei para aonde ela estava apontando e meus olhos também brilharam, pois era o pote de pipoca com a foto mais perfeita que eu já tinha visto. Alice estava simplesmente divina ali. Eu era apaixonada por aquela mulher, pois ela simplesmente linda e perfeita, e muito, muito foda. Fui até a parte em que estava as amostras do pote, quase colando meu rosto no vidro, e ao meu lado estava Eliza.

– Nossa, é lindo... - sussurrei.

– É maravilhoso... - Eliza sussurrou também.

Levantei em um pulo, dando de cara com o atendente.

– Eu quero três desse pote. Pode colocar os doces dentro deles, eu não me importo. OK?

Ele assentiu e foi pegar as coisas. Olhei para Eliza, que ainda estava admirando o pote. Acho que achei uma mini fã de Resident Evil e Alice. O garoto voltou com os três potes cheios de doce, outros dois de pipoca e dois refrigerantes grande. Dei um pote de doces e de pipoca para Eliza, e peguei o dois de refrigerante e o meu de pipoca. Quando fui pegar os outros dois de doces, o garoto segurou. Franzi as sobrancelhas, puxando, mas ele continuou segurando.

– Qual é o seu problema, garoto? - questionei.

– Nada, além de você. - arregalei os olhos para o tom que ele falou aquilo. Era algo como... "Vou tentar de seduzir". - Que tal se depois do seu filme, e do meu turno, nós saíssemos?

Fiz uma careta para ele.

– Olha aqui, garoto...

– Ela não vai poder ir porque vai sair comigo. - Edward apareceu do meu lado, passando um braço por cima do meu ombro. - Que sou o namorado dela.

– O que está pegando, cara? - Emmett apareceu. - Alguém mexendo com a minha irmã?

– Oh... - o garoto arregalou os olhos.

Puxei os potes de doce, dessa vez ele soltou numa boa, sua atenção voltada para Edward e Emmett, que estavam do meu lado. Eliza, grudada nas minhas pernas, estava se contorcendo de rir enquanto eu nem sabia o que fazer, pois rir seria muito constrangedor... Para o garoto.

– Er... Me... Me desculpe. - ele gaguejou.

– Não, não desculpo. Você devia parar de querer bancar o galã e ir trabalhar, idiota.

Edward jogou algumas notas de dinheiro em cima do balcão - sem nem contar - e me arrastou dali. Se eu não tivesse com as mãos cheias, teria passado o braço pela cintura de Edward e dado um sorrisinho para o garoto, só pra ele ficar com mais cara de idiota, mas eu tinha muitas coisas na mão, então fiquei na minha. Eliza andava ao meu lado, rindo histericamente. E Emmett ao lado dela, com a cabeça virada pra trás e a expressão fechada.

Quando chegamos na fila, Rosalie e Emily reclamaram pela demora, mas esqueceram isso quando viram o estado em que estávamos. Emmett tinha três potes de pipoca e dois de doces na mão, assim como refrigerantes grande. Fora também o pote do Resident Evil lotado de barras de chocolate. Ele entregou para Rosalie um de doce, um de pipoca e um refrigerante, e ficou com todo o resto. Edward tinha menos que nós ali, porque ele não pegou mais pois estava de olho no garoto. Ele entregou as coisas de Emily, que era o mesmo que o de Rosalie, e ficou só com um refrigerante e uma pipoca. Dei um pote de Resident para Emily, afinal ela também deveria gostar.

Assim que a fila começou a andar, as gêmeas e Emmett foram pra nossa frente, querendo pegar os melhores lugares. Entreguei para Edward meu pote de Resident Evil. Ele estava com um bico fofo nos lábios, ainda aborrecido com o que tinha acontecido. Eu o cutuquei com o ombro, sorrindo, e ele bufou.

– Eu já disse que você fica lindo com ciúmes, amor? - brinquei e ele bufou novamente. - Se não disse, vou dizer agora: você fica lindo e gostoso com ciúmes. - pisquei um olho pra ele, que riu. - Finalmente, homem!

Edward revirou os olhos e passou um braço pela minha cintura, me dando um beijo na bochecha.

– É melhor voltar ao normal do que fazer uma bagunça como da ultima vez.

– Ugh, não lembra. - fiz uma careta ao lembrar do dia catastrófico que foi aquele. - Tive muitos pesadelos de eu como Lady Gaga.

Edward gargalhou alto, me empurrando para que eu andasse com a fila. Nós conseguimos pegar bons lugares, e ao meu lado estavam Eliza e Emily, ao lado dela Emmett e Rosalie. Primeiro passou os trailers dos próximos lançamentos, e então finalmente começou o filme. Eu me aconcheguei ao lado de Edward, comendo pipoca. A primeira vez que Alice apareceu Eliza, Emmett e eu começamos a gritar loucamente, Eliza a chamando de gostosa. Olhei para ela de olhos arregalados e ela deu de ombros. Emily balançava a cabeça em negação e decepção.

Até metade do filme tudo ocorreu muito bem, ótimo e perfeito. Consegui prestar atenção mesmo Emmett fazendo os "Nossa!", "Corre, o zumbi" e "Não vai por ai, sua burra!", e Eliza o mandando calar a boca. Mas então, a maior parte do tiroterio começou, e eu só vi pipocas acertando em mim. Olhei para o lado, querendo saber quem foi, e dei com Emmett e Eliza, que eram os bagunceiross dali.

– Nem comecem!

– Mas foi ele!

– Foi ela!

Eles falaram ao mesmo tempo, apontando de um para o outro. Soltei um rosnado, não querendo saber quem foi, mas sim que eram pra parar. Voltei a atenção para o filme, e novamente fui acertada por pipocas. Com raiva, ataquei nos dois, e então a guerra de pipocas começou, e nós começamos a rir. Algumas pessoas reclamavam, mas nem me importávamos. Não até um ofender e Eliza se estressas.

– CALA A BOCA, SEU IDIOTA! - ela atacou o refrigerante no garoto, o acertando bem na cabeça.

Emily gargalhou alto, junto de Emmett, Edward e eu. Vimos apenas na sombra ele se levantar, e do lado dele uma sombra menor.

- Quem você acha que é pra fazer isso com meu pai, sua pirralha? - uma voz fininha, que pertencia a sombra menor, falou.

– Uma pessoa menos babaca que você e seu papai. - ela ironizou no final com a voz grossa. - Agora senta sua bunda ai, moleque, antes que eu mande minha gangue te pegar.

– CALA A BOCA, AI!

– NINGUEM MERECE BARULHO NO MEIO DO FILME!

– ALICE!

As pessoas começaram a reclamar do barulho que estávamos fazendo, assim como o filme que continuava rodando. Eliza subiu em cima do banco, com a expressão de raiva.

– Rá, não se a minha te pegar antes, feiosa.

De repente o clima ficou tenso, e tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Com os olhos arregalados me virei para Eliza, que parecia tremer. O pirralho intrometido tinha a insultado da pior forma possível, pois Eliza se achava a garotinha mais linda do mundo - o que eu concordava, junto dela Emily também - e quando falavam que ela era feia, ela ficava possessa.

– Bella... - Edward sussurrou.

– EU VOU TE PEGAR, SEU CRIANÇÃO!

Antes que eu pudesse pegar a garota, ela pulou os bancos querendo chegar no garotinho. Esse deu um grito e saiu correndo, com medo. Eu joguei meu pote de doces para Edward e comecei a pular os bancos também. As pessoas brigavam com nós, Eliza gritava xingando o garoto e esse gritava de medo. Passei pelo pai do pirralho, que girtou que eu não bateria no filho dele, só por cima do cadáver dele. Aquela sala de cinema virou uma bagunça.

– ELIZAAAAAAAAA, PARAAAAAAAA! - eu grite para ela. - SUA VAMPIRINHAAAAAA!

– SOCORRO, PAPAI! SOCORROOOOO!

– CORRE MESMO, SEU BOBÃO! QUANDO EU TE PEGAR, VOCÊ VAI VER A FEIOSA DO MEU PUNHO!

– SUA MAGRELA, DEIXE MEU FILHO EM PAZ!

Nós corremos por aquela sala de cinema toda, pulando os bancos e pessoas, sendo acertados por pipocas. O garoto correu para fora da sala, passando pelas portas duplas, e Eliza atrás dele. Assim que passei, olhei para os dois lados do corredor e vi que eles seguiam para a parte de fora.

– ELIZAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - gritei para ela, que me ignorou. - Deus, porque eu não posso ter um dia calmo com elas?! - olhei para cima e suspirei.

– AI ESTÁ VOCÊ! - o cara saiu pelas portas, e eu arregalei os olhos. Ele estava pingando de refrigerante. - Escuta aqui, garota, se você ousar encostar o dedo no meu filho eu vo...

O cara não pode terminar a frase porque Emily abriu as portas com força, fazendo as baterem no homem e ele cair de cara no chão. Ela olhou dele pra mim.

– Cadê minha irmã? - perguntou.

Atrás dela saiu um Edward com uma expressão desesperada e nas mãos trazendo o meu pote Residente Evil, e os das meninas. Ele olhou para o cara, jogos as coisas no chão e pegou o homem pela roupa.

– Qual é o seu problema de ameaçar a Bella? - perguntou, raivoso.

– Bella, a Eliza! - Emily me tirou a atenção dos dois.

Eu decidi ir atrás das crianças, sem saber para aonde eles tinham ido. Corri na mesma direção que eles e cheguei bem a tempo de vê-los passar por debaixo do balcão e entrar na parte de pipoca e etc. No impulso me joguei por baixo e entrei naquela parte, fazendo os atendentes começarem a gritar com nós.

– Agora você me pega, seu pivete. - Eliza disse para o pirralho que estava encostado na parede. - Você vai aprender a nunca mais me chamar de feia.

– Me des-desculpe. - o garoto gaguejou. - Você não é feia. Vo-você é lin-linda.

– Eliza! - a chamei, mas fui ignorada.

– Ah, você acha? - a voz dela suavizou. - É o que mamãe sempre me diz.

– É-é-é.

– Hey, vocês não podem ficar aqui! - o atendente que tinha tentado me cantar apareceu do meu lado e tocou meu braço. - Vou chamar a segurança!

Eu fui me soltar dele e ir atrás da Eliza, mas as coisas aconteceram rápidas demais. Emily apareceu ali também, pulando em cima de Eliza, que caiu no chão. E eu ouvi um "Bella, eu salvo você!" que não era de Edward, mas sim de Emmett. Quando me virei para ver o que acontecia, ele tinha pulado o balcão e estava caindo na nossa direção. De olhos arregalados, vi Emmett cair em cima do garoto e esse cair em cima de mim. Minha cabeça bateu no chão, e dois pesos enormes me esmagar.

- OH MEU DEUS! - Rosalie gritou junto do resto das pessoas.

– Ai. Ow. Uh... - eu resmungava de dor, com a mão na cabeça e tentando respirar.

– EMMETT, SEU FILHO DA PUTA, SAI DAI! - Edward rosnou.

Abri os olhos, dando com o atendente, que me encarava com um sorrisinho malicioso. Fiz careta quando percebi que ele se aproximava, mas antes que pudesse fazer alguma coisa, ele foi levantado por Edward, que deu um soco na cara dele, o xingando de vários nomes e o ameaçando se tentasse mais alguma coisa, sequer encostar o dedo em mim. Depois que jogou o garoto no chão, ele se virou para mim, e se ajoelhou ao meu lado.

– Você está bem, meu amor?

– Não. - choraminguei, me sentindo mole. - Minha cabeça está doendo de mais, Edward.

Ele me fez sentar, e tocou a parte de trás. Soltei um leve gemido pela pressão. Ele me olhou com uma expressão triste.

– Acho melhor irmos ao hospital, você deve ter batido a cabeça muito forte.

– Ah não. - murmurei, encostando a cabeça no peito dele e fechando os olhos. - Hospital não, por favor.

– Bella, não dorme, querida. Bella!

Edward me balançou, fazendo eu resmungar. Eu estava me sentindo mole, e queria dormir um pouco para ver se a dor na cabeça passava. Mas Edward não deixou de forma nenhuma, me balançando a cada cinco segundos. Vi o pai do garoto aparecer e leva-lo embora, falando que nunca mais entraria naquele cinema que só tinha loucos. Emily e Eliza se juntaram a Edward, ficando do meu lado, e Emily falando que eu tinha que ir para o hospital porque talvez devo ter tido uma concussão. E assim meu namorado fez, me pegando no colo e me levando pro carro. A segurança não o impediu, talvez pelo meu estado.

Assim que chegamos no hospital, comigo ainda tentando dormir e sem deixarem, os enfermeiros me levaram para a sala de radiográfica e depois para a sala de emergência, aonde Edward estava. Os exames não apresentaram nenhuma concussão, e a minha sonolência foi por causa do susto e talvez porque quando caíram em cima de mim eu perdi o ar. O médico me examinou, e vendo que eu estava bem, pediu que eu ficasse apenas mais um pouco ali apenas por precaução. Então tive que ficar deitada naquela maca chata e sem nada pra fazer. Minha cabeça já não doía tanto, apenas uma leve dor incomoda, mas nada mais que isso.

– Eu sou muito azarada. - murmurei baixinho.

Edward, que estava sentado do meu lado, passou a mão no meu cabelo.

– Queria poder negar. - nós rimos. - Mas a culpa foi do Emmett dessa vez, ele quem exagerou.

– Todos exageramos. Aliás, quando não somos exagerados?

– Nunca.

Nós ficamos conversando um pouco, até sermos atrapalhados por gritos e as portas duplas serem abertas por uma Eliza e uma Emily sentadas na cadeira de roda e um Emmett empurrando elas, fazendo barulho de carro, e elas rindo. Ele passou por todas as macas, e elas deram tchauzinhos quando passou por nós. Eu esbugalhei os olhos, não acreditando que eles não davam paz nem no hospital.

– EMMETT, PARA COM ISSO!

Rosalie atravessou as portas também, sendo seguida por dois seguranças e enfermeiros. Ele virou com tudo, quase fazendo elas caírem, e voltou correndo na direção da porta. Os enfermeiros e Rosalie tiveram que sair do caminho para não serem atropelados.

– Ah não. - choraminguei escondendo o rosto nas mãos. - Ele vai matar essas garotas.

Edward soltou um rosnado como algo em "eu vou matar esse filho da puta" e saiu correndo atrás daqueles três, junto da muvuca que já os seguia. Eu levantei da cama, cambaleando um pouco, e fui atrás também, sabendo que se algo acontecesse eu quem era a responsável por elas, então teria que impedir. Passei pelas portas duplas, olhando para os dois lados do corredor, e vendo nenhum movimento. Prestei atenção no barulho, e percebi os gritos vindo do lado direito. Corri naquela direção.

Eu iria matar Emmett assim que conseguisse colocar minhas mãos nele, porque ele estava me colocando em uma situação pior da qual eu já me encontrava. Se não tínhamos sido presos no cinema, com certeza nós seriamos aqui no hospital, pois brincar nesses lugares era mais do que errado. Ele não tinha consciência disso? Podia pelo menos uma vez na vida ser mais maduro e responsável e parar de agir como uma criança.

Virei em um corredor a tempo de ver todos virarem em outro, que eu sabia que daria como um quadrado. Entrei em outro e virei no que dava para ao qual eles vinham, e dei de cara com Emmett correndo com as gêmeas.

– ISAAAAAAAAAA!

– BELLAAAAAA!

– SAI DA FRENTEEEEEEEE!

Eu não sabia em quem prestava atenção, mas quando percebi eu estava sendo puxada por alguém que me colou na parede a tempo de não ser atropelada. Olhei para o lado e vi que era Edward, que estava ofegante.

– Você... Está... Bem? - perguntou e eu assenti. - O que está fazendo aqui?

– Vim atrás das gêmeas. - respondi o óbvio. - Edward, seu irmão é um cara morto.

– Faço das suas palavras as minhas. Ele vai me pagar quando eu consegui pega-lo.

As pessoas passaram correndo por nós, ainda atrás do louco. Eu as acompanhei, e depois de quase mais cinco minutos correndo de um lado para o outro, o encontramos sentado na sala de espera com as gêmeas. Ali, tudo estava calmo, e eles sorriam inocentemente. Com isso, nós fomos expulsos do hospital - eles falaram que Edward e eu podíamos ficar caso eu não me sentisse bem, mas negamos. Com certeza essa bagunça chegaria aos ouvidos de Carlisle, porque todos ali conheciam Edward e Emmett, filhos do Dr. Cullen, o melhor médico de Forks. Essa fofoca pra passar de um hospital pra outro era muito fácil.

Do lado de fora, desolados, nós sentamos todos na calçada. Emily e Eliza estavam em extasiadas pela aventura que tinham vivido hoje, falando que deveriam passar mais tempo com nós. Rosalie, cansada de dar sermões em Emmett, apenas encostou a cabeça nas pernas e ficou quieta. Edward tinha me aconchegado ao lado dele, perguntando de vez em quando se eu me sentia bem.

– É, hoje foi um dia e tanto. - Emmett falou sorrindo. - O que vamos fazer ainda?

Eu resmunguei, cansada demais para falar alguma coisa ou sequer manda-lo ir pro inferno. As gêmeas começaram a falar coisas que poderiam ainda fazer, mas eu as calei falando que iriamos todos para casa. Elas perguntaram o que iriamos jantar, e eu disse com uma expressão enjoada "Pizza e ninguém fala mais nada". O caminho pra casa foi calmo.

Lá na frente da casa dos Cullens, estava estacionado o carro de Jacob, que foi o que eles tinham ido para Seattle. Com tudo que aconteceu eu tinha me esquecido que eles chegariam hoje a noite. Seguimos todos para dentro, encontrando já eles na cozinha com uma mesa pronta e cheia de comida que eles tinham pedido. As meninas, felizes, foram falar com eles. Edward sentou em uma cadeira e eu me sentei em seu colo, colocando o rosto no vão do seu pescoço. Rosalie se jogou em outra, enterrando a cabeça na mesa.

– Nossa, o que aconteceram com vocês? - Alice perguntou abraçada a Eliza. - Parecem até que enfrentaram um furacão.

Nós três choramingamos, não querendo falar sobre nosso dia. Dessa vez as coisas foram muito mais animadas e exaustivas que das últimas.

Como os quatros já tinham tomando banho e estavam prontos pra dormir, nós fomos fazer a mesma coisa. Coloquei Emily no banheiro da Alice e Eliza no de Edward para tomarem banho, e deitei com meu namorado na cama dele.

– Sua cabeça ainda está doendo? - perguntou.

– Não pela batida, mas sim por tudo. - suspirei fechando os olhos. - Finalmente paz.

Ele começou a fazer um carinho nos meus cabelos.

– Três pessoas são muito poucas para Emmett, Eliza e Emily.

– Dez talvez sejam poucas. - sorri. - É ruim na hora H, mas depois que passa e tudo está calmo, da vontade de escrever um livro com essas loucuras. Pensando agora, foi tudo muito divertido. - rimos.

– Foi mesmo. Rosalie queria histórias pra contar pros filhos dela, bem... Hoje ela teve uma.

Continuamos conversando até as gêmeas terminarem de tomar banho e descer para ficar com Alice, Jasper, Nessie e Jacob. Edward foi tomar banho e eu fui para o banheiro da Alice pra poder tomar também. A água quente foi boa pra relaxar os músculo e poder respirar um pouco do dia cansativo. Vesti um pijama da Alice, que ela me entregou, e depois voltei para o quarto de Edward, encontrando ele. Nós não saímos do quarto, ficamos ali descansando um pouco e ouvindo a bagunça do andar de baixo. Logo ouvimos a voz de Esme e Carlisle, então descemos.

Eles estavam animados, e ficaram ainda mais ao conhecer as gêmeas, que amaram eles dois. Quatro pessoas adoráveis se conhecendo, só podia resultar nisso. Os dois trouxeram presente para nós, e até para as gêmeas, o que estranhei. Explicaram que tinham ligado mais cedo e falaram com Emmett, que disse que Edward e eu tínhamos ido buscar as gêmeas para ficar com nós. Então, eles deduziram que elas estariam e trouxeram, acertando porque Emmett explicou o jeito de cada uma.

Depois de conversarmos um pouco, o pessoal decidiu assistir filme porque eles ainda tinham pique para isso, e Carlisle e Esme subiram para o quarto deles. Eu finalmente pude dormir em paz, e antes de caísse realmente no mundo dos sonhos, vi Edward me levando no colo para o quarto dele, aonde me deixou confortável ao seu lado. Com um singelo beijo nos lábios, ele me deu boa noite e eu dormi.

– Bella? Bella?

– Isa, acorda...

Abri um olho com os sussurros que preenchiam o quarto silencioso.

– Isaaaaaa. - Eliza balançou meu pé e eu olhei para ela.

– Hey, meninas. - murmurei com a voz rouca. - O que aconteceu?

As duas estavam paradas no pé da cama, com travesseiros no braço e para minha surpresa Eliza estava com seu crocodilo na mão e Emily com o panda. Os mesmo que Edward tinha ganhado para elas no dia do parque.

– Nós queremos dormir com você. - Emily explicou.

Eu bocejei e bati a mão no colchão, chamando elas. Animadas, subiram na cama e engatinharam, deitando entre mim e Edward. Esse resmungou algo e passou o braço por cima delas, mas sem acordar. Elas riram, e me encararam.

– Parece o papai quando vamos dormir com eles. - Emily sussurrou para mim.

– E o que a mãe de vocês faz? - perguntei também em um sussurro.

– Ela pega a mão do papai e abraça nós. Da a sensação de que ela nos protege do mundo. - Eliza quem explicou.

Então, eu peguei a mão de Edward e cruzei nossos dedos, fazendo o que ela tinha dito. As duas riram, mas se aconchegaram ali entre nós e fecharam os olhos.

– Boa noite, minhas loirinhas. - murmurei para elas.

– Boa noite, Super Isa.

– Obrigada, Bella, por hoje. - Emily, que estava do meu lado, sussurrou no meu ouvido. - Você é a melhor.

Com um beijo na bochecha, ela também fechou os olhos. Passou alguns minutos e logo a respiração delas ficou lenta e ritmada, assim como a de Edward. Eu sorri para eles, sabendo que quem mais deveria agradecer ali era eu, por ter pessoas tão maravilhosas em minha vida.

(...)



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que vocês acharam do capitulo? Será que deu pra me desculpar com ele? E O QUE ACHARAM DA PRIMEIRA VEZ DO CASAL? *---* Eu não sabia como escrever, foi minha primeira vez escrevendo algo assim, então... BEM, ME DIGAM O QUE VOCÊS ACHARAM. Consegui fazer ser o que vocês esperavam? Só não fiz algo mais... quente pq não ia combinar com a fic, como muitas de vocês disseram.
E a volta das gêmeas, a vampirinha e a bonequinha??? Ai eu sou apaixonada por elas ♥33333
RN está chegando na sua reta final, se deu pra vocês perceberem. Eu vou terminar no capitulo 40 ou 41, estou pensando em algo mais pra aumentar kkkk Acho que esse final é que esta me prendendo e me dando bloqueio, porque sinto que chegou a hora, mas me dói ter que terminar :'( Espero que vocês compreenda.
Queria agradecer as gatinhas
AnaCarolCD, Nicolly Dalpra, DayFerreira pelas maravilhosas recomendações, saibam todas que guardo elas no coração, e que amo cada uma. Vocês são demais.
Vou responder todos os reviews que estão atrasados, prometo :)
é, isso, espero que ainda tenha leitoras, e comentem *--*
beijoos :*