Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 35
Ciumes: O Inicio do Assassinato?




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 34. Ciumes: O Inicio do Assassinato?

 - Boa noite, Bella. - Renée me cumprimentou assim que eu entrei em casa.

 Olhei para o lado dando com Renée sentada em uma poltrona, e ela segurava um livro de capa dura e bem grosso. A TV estava ligada, mas no mudo, e passava um programa de entrevista que eu lembro ter assistido alguma vezes nas minhas férias quando estava entediada, só que agora o nome tinha sumido da mente. A casa estava silenciosa, e o andar de cima com as luzes todas apagadas. Até a cozinha, o que significava que Mary já tinha ido para casa e Charlie estava com a vovó.

 - Oi, mãe. - sorri para ela, mas meu sorriso foi morrendo aos poucos quando vi sua expressão séria. - O que foi, aconteceu alguma coisa com a vovó?

 - Não. - ela soltou um suspiro. - Sua avó está ótima.

 - Ah. - assenti e me aproximei da poltrona que ela estava sentada. Parei atrás dela. - Então porque toda essa seriedade, hein? - coloquei minhas mãos em seus ombros e comecei a massagear.

 Renée ficou em silencio, o que estranhei, mas não falei mais nada também, apenas continuei a massagem. Eu sentia a atenção em seus ombros, e imaginava que as coisas na editora não estavam tão boas. Eu sabia um pouco como eram essas coisas, só que com menos responsabilidade, claro. E se o chefe de Renée era como Alice, eu tinha dó da minha pobre mãe.

 - Bella... - ela se remexeu no lugar e me puxou para sentar no braço do sofá. - Eu... Bem, eu sei que não fui uma boa mãe em todos esses anos, fui ausente em vários pontos, e...

 - Hey, hey, espera ai... - pedi, levantando as mãos. - Porque você está falando isso?

 - É que... Talvez você não queira conversar isso comigo, pois apesar de termos mudado, tem coisas que ainda ficam na parte negativa da balança...

 - Conversar sobre o que?

 Ok, ou Renée tinha acabado com o estoque de bebidas que havia ali, ou ela estava tomando remédios que não deveria, porque todo aquele assunto não estava fazendo o menor sentido para mim. Qual era a do "não fui uma boa mãe" e do "talvez você não queira conversar comigo"?

 Renée levantou da poltrona, colocou o livro aonde ela estava, e me puxou para o outro sofá, fazendo nós duas ficarmos frente e frente. Ela parecia ansiosa, pois piscava os olhos rapidamente e mexia as mãos, suas manias que apareciam quando ficava nesse estado. E também a que nós tínhamos em comum: morder o lábio inferior. E era isso que ela fazia naquele exato momento, o que me deixava ainda mais confusa sobre o que ela queria falar.

 - Eu... Eu não sei como falar isso. - ela admitiu, olhando para o lado. Vi suas bochechas pálidas ganharem um tom rosado.

 Eu sorri, vendo que até parecíamos que tínhamos invertido os papéis ali. Era como se ela fosse a filha querendo contar algo a mãe e não conseguisse por causa do constrangimento. E eu era a mãe confusa e ansiosa, pensando mil coisas, e uma delas era que a filha estava grávida.

 Será que era isso?

 Nãoooooo. Não podia ser, porque ela disse que eu que não iria querer conversar com ela, então o assunto era sobre mim, não sobre ela. Mas o que?

 - Mãe, pode falar. - peguei sua mão com a minha. - Eu não vou, er... Fazer o que quer a senhora esteja pensando que vai ser minha reação.

 Ela deu uma risada nervosa, o que me fez rir também. Renée estava engraçada toda insegura daquele jeito. Era a segunda vez que a via assim tão insegura, como se estivesse com medo de mim. Eu não era de dar medo assim, ou era? Não, claro que não! Ou então Edward, Alice e Nessie teriam medo de mim. Eles tinham tudo, menos medo.

 - Er... Bella, eu queria falar com você, sobre... Oh Deus, como isso é dificil... - passou a mão no rosto e eu ergui uma sobrancelha para aquilo.

 - É tão ruim assim? - perguntei.

 - Não! - ela arregalou os olhos e depois fez uma careta. - É só... Constrangedor demais.

 Senti o sangue subir pelo meu pescoço e se concentrar no meu rosto, entendendo sobre o que ela queria falar. Agora éramos as duas coradas e sem saber o que falar. Eu nunca pensei que Renée um dia chegaria em mim para falar sobre... Aquilo, mesmo depois de nos resolvermos e tudo. Não porque ela não fazia esse tipo de mãe, pois Renée fazia sim, e muito. Mas sim porque para ela, era como se fosse uma lei, que eu tivesse relações sexuais depois de ter feito minha vida toda. Mesmo que eu tivesse trinta anos e não ter construído nada, eu teria que continuar sendo virgem.

 - Er... Hm... - comecei, olhando para baixo. - Acho que... - soltei uma risada esganiçada.

 Eu queria rir de tão constrangida que estava. Eu não sabia se era mais constrangedor falar com Renée do que se fosse com meu pai, porque como ela disse, ainda não estávamos tão intimas a ponto de falar sobre isso. Eu tive pena das garotas que não tinham mãe e o pai queriam fazer papel de uma, pois se com a minha mãe, que era mulher e sabia tudo sobre isso estava sendo vergonhoso desse jeito, imagine se fosse um homem. Falar sobre essas coisas, se vai doer, se isso e aquilo...

 Pensar nessas coisas não estava ajudando de nada, porque piorou ainda mais meu constrangimento, que eu sentia a ponta das minhas orelhas esquentar. Eu não deveria estar diferente da Renée, que estava completamente vermelha, pois nós duas éramos pálidas e ficávamos envergonhadas rápido. Eu não sabia se ria ou se chorava do estado que estava, pois eu sentia vontade fazer as duas coisas.

 Fui tirada dos meus pensamentos quando Renée deu um suspiro longo. Eu a encarei e vi em seu olhar a determinação. Ela estava pegando a pose de durona de antes para falar sobre aquilo! Agora eu não sabia qual era o pior: a Renée mamãe-constrangida ou a Renée você-só-vai-fazer-sexo-com-trinta-anos.

 - Isso está sendo complicado de falar, porque... - Renée me olhou. - eu nunca falei com nenhuma menina sobre isso. Não faço nem idéia de como começar. Quando era jovem também não conversei com ninguém, então realmente não sei o que falar aqui... Mas Bella, eu sinto que você precisa ter essa conversa.

 - Co-como? - arregalei os olhos.

 Será que Renée tinha visto Edward e eu no carro? Mas os vidros eram escuros! Não tinha como ela saber dessas coisas, porque não fazíamos nada na frente dela ou de qualquer outro que pudesse dar essas dicas. Aquela coisa que aconteceu com Esme foi apenas um incidente que nós nos empolgamos, e isso porque eu tinha dado uma noticia boa que precisava de comemoração - não tão exagerada, mas tudo bem. Então porque Renée "sentia" que precisávamos conversar sobre isso?

 - Eu vou entender se você não quiser falar comigo sobre isso. - ela se apressou em dizer. - Mas é que acho que chegou a hora de você ter mais noção sobre isso, se é que me entende. Se quiser, converse com sua avó, com Mary ou até com Charlie. - arregalei os olhos e me engasguei com minha própria saliva, fazendo Renée ficar ainda mais nervosa. - Bella, não complica. - pediu em um choramingo.

 - Não dá! - falei. - Eu... Eu nunca falaria isso com Charlie.

 Ela começou a rir e eu fiquei sem entender.

 - Tudo bem, tudo bem. - balançou a cabeça, ainda rindo. - E eu achando que você falaria sobre isso com ele...

 - De onde você tirou isso?! - me espantei. - Charlie é... É meu pai! Ele não precisa saber quando... Quando... Eu vou... Isso seria mil vezes pior do que minha mãe saber.

 - Eu sei. - ela assentiu, entendendo. - Bella, eu não me importo com quem você sente confiança em falar, apenas que você fique instruída sobre o que vai acontecer depois que você tiver... Relações sexuais.

 Abaixei a cabeça envergonhada com a palavra que ela usou.

 Eu sabia que Renée estava certa em querer conversar - mesmo sem saber de onde ela tirou isso agora -, mas não conseguia me controlar em ficar daquela foram diante dela. Agora eu percebia que passar anos sem ser tão intima da minha mãe tinha um problema. Tinha algumas coisas que não davam para só ir levando com a barriga como fazíamos, precisavam de mais conversa. E isso era uma delas. Eu ainda não tinha depositado confiança em Renée para falar sobre meu namorado como falava com a vovó. Conversávamos muito pouco sobre minha vida pessoal, o que era deveria ser estranho, por sermos mãe e filha. Mas com nós não era tanto, pois estávamos acostumadas com essa distancia e privacidade que tínhamos uma com a outra. Enquanto para algumas filhas e mães serem fechadas era estranho, para nós era mais do que normal. O estranho era quando dividíamos um momento de conversa intima, isso sim.

 Mas eu sabia que ela estava se esforçando ao máximo para fazer aquilo sair da melhor forma possível, e eu só continuava encolhida na meu constrangimento, aumentando ainda mais aquilo. Só que eu não sabia como agir quando conversar sobre relações sexuais com a minha mãe era a mesma coisa que conversar com meu pai. Tinha como aquilo ficar pior? Digo, algo que fizesse aquilo se tornar ainda pior?! Talvez Charlie entrar naquela hora, ou quem sabe Renée falar alguma coisa... Não! Era melhor não pensar assim ou as coisas seriam muito piores.

 - Eu sei que preciso estar cientes das coisas, mãe. - murmurei e ela assentiu. - Mas fique calma, porque eu já sei.

 - Sabe? - ela arregalou os olhos. - Você já... Teve essa conversa com alguém antes?

 Dei de ombros.

 - Mãe, eu ando com Alice e Renesmee, elas são adolescentes normais, gostam de revistas, e você sabe como são as revistas teen, elas falam sobre isso. As duas discutem sobre o assunto, e como eu estou perto, acabo ouvindo e comentando. Não é nada demais.

 Ela concordou, ainda de olhos arregalados. Porque pare Renée era tão anormal eu já saber disso? Por tamanho e minha certidão de nascimento eu tinha dezessete anos, e acho que isso era uma coisa normal para uma adolescente. Era nessa idade que começava tudo, algumas até começavam mais cedo! Será que Renée achou que por me prender eu seria inocente? Minha mãe era mais ingênua em relação a mim do que eu podia sequer imaginar. Era como se ela não tivesse tido adolescência... O que era bem verdade, sendo que passava trancafiada estudando igual a uma louca e depois virou mãe, tendo apenas dezoito anos. Ela não teve adolescência, não soube ser uma tendo várias responsabilidade.

 E se eu não tivesse me rebelado, teria seguido pelo mesmo caminho, só que sem a parte de ser mãe.

 - Eu entendo. - ela murmurou e depois balançou a cabeça. - Mas sabe sobre tudo de tudo? Digo, sobre os remédios, a preservação, o que acontece...?

 Agora dava para perceber todo o seu desespero sobre eu estar mais atenta as coisas. Renée estava dando seus ataques novamente, e - graças a Deus - não era algo como me prender. Ela apenas queria que eu fosse mais esperta que ela, soubesse mais sobre as consequências. Como se saber o que sua mãe passou quando soube que estava grávida não fosse uma lição suficiente que me deixasse com um pé atrás em relação a isso. Não que eu fosse descuidada e essas coisas, mas... Nunca se sabe.

 Eu queria de alguma forma acalmar Renée sobre a sua paranoia, mas não sabia como fazer aquilo sem ficar acanhada com o que viria. Eu também queria acabar logo com tudo aquilo, só que estava com medo de magoá-la, porque eu sabia que isso iria acontecer. Renée estava tentando ser uma mãe... Normal, que quer conversar com a filha sobre o namorado, e eu não ajudava em nada em ficar com vergonha disso na frente dela. Se eu conversasse sobre aquilo com outra pessoa, seria uma forma de dizer que eu não "confiava" nela o suficiente para me abrir. E eu não queria passar aquilo. Não queria dar um passo para trás em nossa relação, e sim um a frente. E se para dar esse passo eu precisasse passar pelo constrangimento que eu sentia, eu iria passar. 

Tudo pela nossa mãe, era o que vovó iria falar.

 - Er... Não tudo de tudo... - sussurrei, sentindo minha garganta seca. - Só... Algumas coisas.

 Renée deu um sorriso e vi nos seus olhos passar uma felicidade sem igual. O papel de ser uma mãe normal finalmente estava vindo para ela. E eu quem estava proporcionando tal sentimento nela, o que me deixou também feliz.

 - Ah, mas você tem que estar ciente de tudo, Bella. - falou mais confiante. - Eu sei bem o que essas revistas adolescentes falam e sei que elas não dizem muito sobre o que é mais importante: a proteção. Falam sobre a garota se sentir segura, não ter vergonha, mas esquecem da parte mais importante.

 - Você tem razão. - assenti.

 - Bella, eu sei que você é responsável para tudo o que faz, e sei que será ainda mais quando chegar a hora, mas eu acho que terei que marcar... Ginecologista para você. - ela ponderou.

 - Mãe... - fiz uma careta. - Ok, como eu vou falar? Er... Eu sei que a senhora está extremamente preocupada porque agora eu tenho um namorado e tudo, mas... Nós ainda não chegamos assim para ir tão longe, então...

 - Bella, eu só estou me preocupando. E também, está na hora de você fazer uma visita lá. - arregalei os olhos. - É só questão de começar uma rotina.

 Balancei a cabeça lentamente.

 - Ok. - murmurei.

 Renée começou a me dar aulas sobre sexo, e eu tive que escutar tudo com meu rosto por todo aquele tempo vermelho e quente. Eu tive uma hora que pedir licença para ir ao banheiro passar uma água no rosto e na nuca, porque o calor da vergonha começava a me incomodar. Mas apesar disso, eu continuei ouvindo o que Renée tinha para falar, sobre os remédios, as precauções e tudo que uma mãe preocupada com a primeira vez da filha poderia explicar. Até chegar a pior e mais constrangedora parte, em que eu achei que nunca iria passar.

 - E também... Eu sei que Edward é de confiança, mas nunca se sabe esses meninos descuidados. - ela revirou os olhos. - Você tem que aprender a como colocar um preservativo.

 - O QUE?! - pulei do sofá na mesma hora. - Renée... Mãe... Eu acho que...

 - Bella, relaxa. - ela falou mais uma vez. Já tinha perdido as contas de quantas vezes ouvi aquilo. - E então, prefere que eu ensine com uma banana ou um pepino? Qual você acha melhor? - levantou e seguiu para a cozinha.

 Eu cai sentada no chão e apoiei minha cabeça no joelho, sentindo o enjoo que a vergonha estava me fazendo sentir. Eu achei que não poderia ser tão ruim, mas estava puramente e idiotamente enganada. Ela tinha se empolgado, isso dava para perceber e agora eu tinha que arcar com as consequências. 

 Deus, me salva, por favor!

 Renée voltou minutos depois com a fruta e o legume que ela citou. E eu tive que ouvir ela explicando com fazia, e ainda tive que pegar a camisinha que ela me ofereceu. Eu queria um buraco para enfiar minha cara, mas não aparecia. E a salvação que eu pedi, não apareceu. Pelo menos não na meia hora mais constrangedora de toda a minha vida.

 Depois que Renée terminou de explicar, ela foi guardar as coisas, e a porta da frente abriu. Charlie apareceu naquela hora, e o único sentimento que eu pude sentir foi o de alivio, porque ele chegou na hora certa: depois que Renée parou de explicar, e antes que ela pudesse continuar. Eu até o cumprimentei com um beijo na bochecha, e ele estranhou minha animação, mas não comentou nada. Renée voltou e perguntou porque ele não estava no hospital, e ele disse que Tio Aro apareceu lá e deixou ele com a vovó.

 Renée então teve a ideia de assistirmos um filme, e assim fizemos. Ela fez as pipocas e eu arrumei a sala, enquanto Charlie ia tomar um banho. Depois, nós três, como uma família, nos juntamos e fizemos uma maratona com três filmes de ação e aventura. E o preferido de Renée: Austrália. Ela era apaixonada por aquele filme. Nosso domingo terminou sem nada constrangedor - GRAÇAS! - e bem animado.

 Uma semana se passou depois daquela noite catastrófica. E apesar da  noite ter passado, os olhares estranhos de Renée não passaram nem um pouco. Aonde ela me via, me lançava um olhar misturado com preocupação, segurança e diversão; mas é claro que ela se divertia com toda vergonha que eu passava. Era por causa disso que eu passava mais tempo com Edward, ou Alice e Nessie do que em casa. Eu ainda tinha sorte dela não ter falado nada com Charlie, ou então seria pior ainda.

 Mas tirando isso, eu estava vivendo um momento feliz da minha vida. Vovó finalmente saiu do hospital e como uma adolescente no corpo de uma mulher da terceira idade, ela reclamou com Charlie que podia andar sozinha quando ele insistia em levá-la até o carro na cadeira de rodas. Ela brigou com ele e Renée quando os dois ficavam em cima dela fazendo várias e várias vezes a mesma pergunta: "Você está se sentindo bem mesmo?" e me chamou para sair em uma noitada. Eu não neguei, porque adorava sair com a vovó, e esse era um dos meus planos de fazer com ela quando saísse do hospital.

 Então, eu deixei ela tirar uma folga em casa de uma semana e no sábado a noite saímos nós todos, como havia planejado. Alice e Jasper, Rosalie e Emmett, Nessie e Jake, Tio Aro e vovó, e Edward e eu. Fomos em um barzinho em Port Angeles aonde estava tendo uma banda qualquer de indie rockque até curtimos. Depois teve karaokê em que Alice e Edward se arriscaram, depois sendo seguidos por Emmett e Nessie. Rosalie conseguiu arrastar Jacob que não queria ir, e Edward me arrastou e arrastou Jasper. Tio Aro fez um solo para vovó, que estava toda bobinha como uma garotinha apaixonada - da forma que ela ficava tirando uma com a minha cara. Nós todos nos divertimos muito lá, o que foi bom para vovó, que disse que já estava ficando entediada naquele hospital. Ela disse que tinha planos de pular de Bungee Jump, mas nós duas sabíamos que ela não podia mais fazer isso. O problema no coração evitava a qualquer custo uma adrenalina que acelerasse ele. Nenhum esforço ou qualquer coisa do tipo. Até um susto poderia fazê-la ter novamente um ataque cardíaco. Então, ela só falava aquilo por não ter se acostumado ainda com a ideia de que a idade estava batendo na porta e a impedindo de ser radical como foi por muitos anos.

 Por volta daquelas duas semanas, Edward e eu dividimos nossa frustração e tristeza por causa de Alice, Emmett, Rosalie e Jasper. Suas cartas de admissões deles finalmente haviam chegado na primeira quinzena de fevereiro, depois de dois meses que eles fizeram a prova do SAT. Todos eles conseguiram passar nas universidades que queriam. Rosalie, como nos tinha falado no dia do sumiço de Emmett, que iria para Stanford, estava em êxtase por saber que o namorado ia junto com ela. Por sorte de Emmett, ele conseguiu uma bolsa de estudos para defender o time da universidade. Ele, por agir mais com os sentimentos, trocou a compra do apartamento antes de saber se iria para lá, mas depois que soube, foi festejar com Rosalie.

 Alice e Jasper estavam tão ou piores que Rouss e Emmett. Os dois conseguiram passar na Columbia University, e iriam fazer Jornalismo juntos. Era tão esperado dos dois, que eles não estavam tão nervosos em saber se iriam ou não. Alice tinha me falado que se Jazz não fosse aceito ou ela, eles iriam para uma universidade que pudessem estar juntos. Não importando qual seja.

 E era toda essa euforia dos dois casais que nos matava. Porque além de ser só o assunto do momento, era também um aviso prévio de que eu teria que me separar da minha pixel. Que estava chegando cada vez mais perto a nossa despedida que eu não estava nem um pouco preparada para fazer. Edward era outro que não gostava nem um pouco de saber que seus dois irmãos iriam embora, e ele ficaria sozinho sem a presença dos gêmeos. E apesar de não gostarmos muito, estávamos felizes por eles, acredite. Não falávamos ou demonstrávamos os sentimentos negativos. Ao contrário de Nessie, que toda vez que Alice contava os dias, ela choramingava que não estava nem um pouco afim de saber e saia de perto com lágrimas nos olhos. Ela era mais emotiva que a Alice, a Rainha do Drama.

 Também, naquele tempo, eu percebi a mudança de Tânia Denali. Ela não estava mais causando humilhações as pessoas, e parecia um pouco mais amiga de todos. Com as "seguidoras" dela, as coisas pareciam boas realmente, já que essas não pareciam mais seguidoras. Na mesa dos populares, eu via de longe, Tânia estava sempre de bom humor, sorrindo para todos. Algumas vezes ela se juntava com outras mesas, ou trocava palavras com outras pessoas na sala, quando tínhamos algumas aulas juntas eu via. Ela toda vez que me via, dava um sorriso pequeno e me cumprimentava com um Oi. Era legal ver toda aquela simpatia dela, assim evitava que eu ficasse temerosa em ser atacada por elas e suas amigas. Com Edward e elas as coisas pareciam ter ficado mais leves também - Edward me contou que ela foi na casa dele no dia da briga, eles conversaram e ela pediu desculpas. Os dois se mostravam amigos, como a loira descrevera para mim na praia. Mas mesmo sabendo que a loira tinha desistido de Edward, isso não acabava totalmente com o sentimento de ciumes. Desculpe, mas eu descobri que era uma ciumenta do caramba. Mas eu me controlava, e não demonstrava, claro.

 Um mês se passou, e já estávamos no final de abril - faltando apenas menos de um mês para o final das aulas. Eu tentava ao máximo não pensar nisso, pois queria evitar ficar triste e mostrar para Alice, para não deixá-la ainda pior. Ela estava feliz, mas não queria deixar Nessie e eu. Falou que se pudesse, nos esconderia na mala gigante dela, e nos levaria para Nova Iorque, assim vive riamos juntas para sempre.

 Além de ter que me controlar com os pensamentos tristes - e ainda evitar ficar triste junto do meu namorado, que também se esforçava para nos distrair -, eu tinha que me controlar em casa. Renée ainda me perseguia com aquele olhar, e eu não conseguia não ficar corada, o que fez Charlie muita das vezes perguntar porque eu estava daquele jeito. Eu sempre falava que não era nada, e Renée gargalhava alto. Vovó, que estava sempre animando a casa, ria junto dela, o que significava que ela bem sabia qual era o verdeiro motivo de toda a minha vergonha. E a traidora ainda a ajudava, me fazendo ficar ainda mais vermelha quando soltava alguma de suas frases com segundas intenções que só eu bem entendia. Elas me adoravam...

 Então, no primeiro final de semana de maio, eu não aguentei mais e pedi ajuda para quem eu sabia que não iria negar: Alice. Eu podia recorrer a Edward, mas ele com certeza iria querer saber o motivo, e como uma péssima mentirosa que sou, não conseguiria enrolar ele, o que acabaria comigo contanto o verdadeiro motivo e nós dois morrendo de vergonha. Vovó estava impossível aquele dia - como uma criança que acorda com uma super empolgação e precisa extravasar - sempre me perseguindo para fazer alguma piada ou algum comentário. Ela não ajudava em nada! Foi por isso, que escondida embaixo da mesa no escritório de Renée, eu peguei meu celular e liguei para Alice, que atendeu no terceiro toque.

 - All, ela está me deixando louca! Louca! - sussurrei quando a pique atendeu.

- De quem você está falando?

 - Da vovó, ué. A velha agora que sabe um pouco mais... Er... Sobre Edward e eu, está de piadinha, como uma boba e irritante criança. - fiz careta para a madeira a minha frente.

- Como assim?

 - Alice... - soltei em um gemido, também não querendo entrar em detalhes. - Ela está soltando comentários com duplo sentido sobre Edward e eu, e... Bem na frente de Charlie.

 Precisou de quinze segundos para Alice entender meu desespero.

 - Sua avó é doida, Bella. - gargalhou e eu soltei outro gemido de frustração. - Mas não estressa, garota. Ela só está se divertindo.

 - Não tem como eu não me estressar, pixel. Se você quer saber, o que parece que não, eu estou escondida debaixo da mesa do escritório.

 - O que? - ela riu ainda mais. - Bella, agora você que é louca.

 - Eu não estou exagerando, Alice. O que eu faço? Me mato?

 - Deixa de ser dramática, amor da minha vida. - imaginei ela revirando os olhos. - Seu problema não é tão grande quanto o meu.

 - Não? E qual é o seu?

 - TIO ARO, NÃO COME ISSO! - ela berrou, me fazendo afastar o aparelho do ouvido. - Viu o meu problema?

 - Seu tio está ai?

 Eu comecei a ver uma ideia se formando na minha cabeça... Até se lembrar que vovó e Tio Aro tiveram uma discussão sobre ela não ser muito fã de leite, e ele não aceitar isso. Os dois estavam a dois dias sem se falar, e eu quem pagava o pato de tudo, com ela me irritando porque estava irritada.

 - Sim, para me infernizar. - ela resmungou. - Edward já correu. Emmett sumiu. E meus pais saíram para comprar alguma coisa, mas eu sei que é para fugir do Tio Aro em seu estado atacado. Acredita que ele está comendo a torta de pêssego que mamãe preparou para o papai?

 - Sim, acredito.

- Então... TIO ARO, TIRA A MÃO DESSA ESCOVA QUE SEU CABELO JÁ É LISO!

 Eu comecei a rir só de imaginar Tio Aro tentando fazer escova no cabelo escorrido dele. O cara é louco, isso é um fato, mas ficava pior quando passava tempo longe da vovó. Agora que os dois namoravam, a vida de Edward e Alice estavam ficando um pouco piores, porque quando Tio Aro não via vovó, ia para a casa dos Cullens e prendia meu namorado e minha amiga lá, falando que era para eu ir tirá-los e ainda levar reforço, que é a vovó. Eu já estava acostumada com ele fazendo essas coisas estranhas, e também com o buraco negro que ele tinha dentro da barriga. Ele come, come e come e não engorda. Fico me perguntando se eu vou ser assim...

 - Alice, eu não quero ficar escondida debaixo dessa mesa para sempre. Renée não está e nem Charlie. Sou uma ilhada com uma adolescente em TPM com TOC de tirar piada de algum lugar para me fazer ficar louca.

 Alice gargalhou com as minhas palavras e eu bufei.

- Vem para cá, então.

 - O que?

 - É, vem me fazer companhia. Já que não tem ninguém além do Tio Aro. Mas ele não conta. 

 - Eu... Eu vou tentar sair sem ela me vê.

- Ok, mas... Cuidado.

 - Pode deixar.

- Tchau, minha Rock Girl maluca.

 Ela desligou antes que eu pudesse xingá-la. Eu guardei meu celular no bolso e sai debaixo da mesa, caminhando na ponta dos pés até a porta. Olhei por uma brecha e vi que não tinha ninguém, e nenhum barulho. Respirei fundo antes de sair e começar a correr pelo corredor, logo descendo as escadas.

 - Bella?! - vovó apareceu no topo de escada e eu estanquei na porta, soltando um muxoxo. Ela riu. - Aonde você vai? É ver o Edward? - o tom da malicia na voz...

 - Er... Não. - me virei para ela. - Eu vou ver a Alice, sabe... Ela precisa de mim.

 - Ah, sim. - ela balançou a cabeça lentamente. - Então... Quer que eu te leve?

 - Ahm... Seria legal, mas eu aviso que Tio Aro está lá.

 Ela fechou o sorriso na mesma hora.

 - Você sabe dirigir. - falou. - Eu sei que se aparecer lá ele vai querer voltar a discutir e eu estou sem paciência para...

 E então ela sumiu pelo corredor. Soltei uma risada com sua súbita mudança de humor e sai, indo logo pegar meu carro. Vire a rua da casa dos Cullens e vi Alice sentada na calçada, olhando na direção que apareci. Ela levantou em um pulo e parou na frente do meu carro, quando estacionei.

 - Ainda não entendo porque você não ligou para o Edward. - Alice resmungou quando eu sai do carro.

 Mostrei a língua para seu tom ciumento e tranquei o carro, finalmente indo até ela.

 - Eu sei que você me ama, Alice. - falei, apertando sua bochecha. - E eu só não liguei porque não queria falar o motivo de estar fugindo de Renée. Já pensou como seria constrangedor? - levei a mão a boca. - O que poderia falar? Hey, amor, então... Eu posso ir até aonde você está, porque minha mãe está pirando sobre aulas de relações sexuais, e ela me praticamente está querendo saber até que ponto já chegamos. - senti corar e Alice gargalhou. - É sério, não seria nada legal. Tenho certeza que seu irmão teria uma aneurisma.

 - Edward? - Alice me olhou de forma estranha e depois começou a rir ainda mais. - Com toda certeza ele teria.

 - É? Porque? - desconfiei.

 - Ah... Por nada. Mas esquece isso e vamos lá para dentro, porque eu não quero Tio Aro aqui fora.

 Alice começou a me puxar na direção da casa.

 - Ué, porque? Ele só é anormal no jeito, porque fisicamente ele é mais que normal. - dei de ombros.

 - Ahm... Bem... É por isso mesmo. Eu acho que Tio Aro tem que ficar dentro de casa para não contaminar todos com aquele jeito. - fez uma careta e eu revirei os olhos. - Mas deixando o meu tio de lado, me conta o que aconteceu exatamente com Renée.

 Quando entramos na casa dos Cullens, Tio Aro estava sentado no sofá - todo esparramado - e assistindo TV. Ele me cumprimentou de forma estranha com a mão, e perguntou da sua adorada e amada namorada. Depois de lhe responder, Alice e eu subimos correndo para o quarto dela, e por lá ficamos conversando. Eu vi algo estranho no quarto que não fazia parte dali, era um taco de beisebol, e quando perguntei para a baixinha o porque de estar ali, ela disse que tinha pegado no quarto do Edward para matar o Emmett e esqueceu de devolver. Com um dar de ombros, contei as coisas constrangedoras que passei com Renée querendo me explicar sobre como fazer, e até dela ensinado a colocar preservativos. Alice riu até chorar quando falei que ela me fez escolher entre uma banana e um pepino.

 - Você deveria ter mandado ela ir buscar um vibrador. - falou, ainda rindo.

 - Não tem graça, Alice. - coloquei o travesseiro dela no rosto e soltei um gemido. - Será que se eu fosse menino, eu não teria que passar por isso?

 - Er... - Alice pigarreou e soltou uma risadinha. - Sim, você teria.

 - Porque diz isso? - tirei o travesseiro da frente do rosto e ergui uma sobrancelha. - Porque você diz isso? - repeti.

 - Por nada! - respondeu rápido. - Mas então, ela está certa em querer explicar como funciona tudo ou não? - sorriu maliciosa e eu franzi o cenho. - Ah, Bella, conta, por favor...

 - Alice... - soltei em um gemido frustrado. - Não faz isso comigo. - abaixei a cabeça, constrangida.

 Ela ficou em silêncio, e eu a olhei por baixo dos cílios. Alice estava pensativa, e eu até podia ouvir as engrenagens dela funcionando enquanto entendia muito bem minha reação.

 - Eu.Não.Acredito. - soltou lentamente. - Vocês já...?

 Mordi o lábio inferior e neguei com a cabeça, olhando para qualquer lugar, menos para Alice. Eu a tinha como melhor amiga, confiava nela os meus maiores segredos, mas isso não significava que não ficava constrangida em tocar em assuntos íntimos. Apesar de tudo isso, eu ainda era fechada em mim mesma, e só por agora estava me soltando mais. Contava também o fato que Edward era o irmão da Alice, o que deixava as coisas um pouco mais... Vergonhosas para mim. Poxa, ela saber das intimidades do irmão mais novo? Não rolava. E ela me entedia, eu sabia disso.

 - Uau. - murmurou, balançando a cabeça. - Então são só... Provocações?

 - Por ai... - sussurrei.

 Ela balançou a cabeça, concordando. E então ficamos em silêncio constrangedor. Alice com toda certeza deve ter pensado o mesmo que eu - sobre serem irmãos - e então não perguntou mais nada.

 - Bella... - me chamou para que eu me aproximasse, e assim fiz. - Eu e Jazz também estamos assim. - sussurrou. - E... Quase.

 - Oh meu Deus. - sussurrei e sorri maliciosa. - Alice bem rapidinha, hein.

 - Cala boca, idiota. - me empurrou, rindo. - Você é uma besta.

 - Eu nada. - gargalhei, sentindo o clima mais leve.

 - Bella, er... - ela olhou para os lados. - Você não acha que... Estamos indo rápido demais? - fez uma careta.

 Eu dei de ombros, sem saber o que responder. Fazia quanto tempo que Alice e Jasper estavam juntos? Uns cinco meses por ai. Bem... Eles eram adolescentes, tinham hormônios a flor da pele no corpo, era uma coisa um tanto... Normal em um relacionamento que os dois praticamente viviam juntos. E apesar de parecer rápido, Alice com certeza era cabeça, ela sabia o que estava fazendo, e sabia quando seria o momento certo. Mesmo que agora mostrasse toda essa insegurança. E eu usava essas palavras para mim também, porque eu sabia que mesmo que o clima com o Edward tenha esquentado um pouco, eu não estava querendo dar mais um passo. E a preocupação de Renée era um pouco desnecessária agora.

 Continuamos conversando sobre qualquer coisa até ouvirmos a porta na sala bater e alguns segundos depois, passos no corredor. Olhamos para a porta e então surgiu a cabeleira ruiva que eu adorava passar a mão. Edward sorriu maroto ao entrar, vindo se sentar ao meu lado.

 - Tio Aro está comendo a torta. - ele falou para Alice, que rosnou.

 - Eu vou matar ele, é sério! - levantou da cama em um pulo. - Bella, pode conversar com a vovó e convencê-la a amar leite, porque eu não aguento mais a abstinência desse velho por ela.

  A baixinha saiu do quarto resmungando várias outras coisas que não deu para entender, o que fez Edward e eu rimos. Depois dele me contar que só fez aquilo para tirar Alice dali, eu ri ainda mais, o puxando para um beijo. Edward quando ouviu a voz da Alice, indicando que ela subia novamente, ele me puxou para o quarto dele - ignorando os protestos dela, mas eu o parei e falei que a bichinha ia ficar sozinha, e que tínhamos que aproveitar o tempo com ela. Então ficamos os três no quarto dele assistindo as reprises de Family Guy.

 - Casal, sabe o que eu nunca reparei em vocês? - Alice se virou para mim e para Edward. Ela estava deitada nos pés da cama. - Que vocês nunca discutiram.

 Eu arregalei os olhos, não acreditando que ela tinha falado aquilo. Era tão... Idiota que me fazia querer rir.

 - Claro que já discutimos. Milhares de vezes. - Edward falou. - Você não se lembra? Era a que mais parava as nossas brigas.

 - Não, não quando vocês eram... "Inimigos" - fez as aspas com as mãos. - Eu quero dizer como namorados. Nunca tiveram uma discussão, ou uma aversão. Eu sempre os vejo calmos, juntos, nunca um dia brigados...

 - E isso não é bom? - abracei Edward, que riu. - Ou você prefere que nós sejamos como antes?

 - Não é isso. - ela engatinhou e deitou entre nós dois, nos separando. - É só que eu fico me perguntando quando é que vocês vão parar de ser o casal perfeito que são. É sério, até Rosalie e Emmett que sempre dizem se amar incondicionalmente brigam algumas vezes. E vocês nada.

 - Você e Jasper já discutiram? - Edward perguntou para ela.

 - Claro que sim. Algumas vezes, mas logo no resolvemos. Olha, até vovó e Tio Aro brigaram por causa de leite, e vocês nada mesmo.

 - Edward é calmo. - dei de ombros. - Ele me aguenta.

 - Edward aguenta tudo, Bella. Acredite. - ela me olhou com tédio. - Nunca vi pessoa mais calma que ele. Mas também só com as pessoas que ama. Apesar que... Eu não sei porque antes ele não te aguentava, se ele gostava de você.

 - Gostava? - perguntei para ele, que deu de ombros e confirmou ao mesmo tempo.

 Alice estava nos deixando confusos, isso sim.

 - Acho que era porque estava encubado o amor de vocês dois, e por não gostarem de ninguém ficavam irritados... É, é isso mesmo. - ela concordou com a cabeça, sorrindo consigo mesma. - As vezes eu preferia que vocês se irritassem ao mesmo tempo, só para ver como seria uma discussão dos dois... Será que vocês iriam aprontar um com o outro como faziam antes? Ou... - Alice se interrompeu quando ouviu o barulho alto vindo do andar debaixo. - Ah não. - soltou um gemido. - Tio Aro está novamente tentando fazer escova naquele cabelo...

 Ela levantou da cama e saiu do quarto, gritando alto que iria matar o Tio Aro se ele estivesse com o secador dela. Eu me aproximei de Edward, me aconchegando ao lado dele.

 - Acho que Tio Aro está enlouquecendo Alice. - falei, fazendo-o rir.

 - Qualquer um, ele está enlouquecendo. Vovó faz falta para ele.

 - E ele faz para ela, acredite. Mas minha velha está irredutível com a história de leite, até se negou vir me trazer aqui. Ela não quer mais discutir sobre não ser fã numero de 1 de leite.

 - Todos tem que ser para Tio Aro. - Edward mexeu no meu cabelo, rindo. - Até nós somos.

 - Sério? - o encarei. - Você é fã numero 1 de leite?

 - Não, mas para ele sim. - gargalhamos. - Agora vem cá, que eu ainda não pude me aproveitar de você.

 Eu o olhei indignada, mas não pude falar nada, porque Edward me puxou para um beijo. Começou calmo como todos os outros, mas logo foi aumentando, e quando percebi, Edward não estava mais do meu lado, estava era em cima de mim. Eu o agarrei em um abraço, cruzando minhas pernas com as dele. Eu estava tão envolvida, que as vozes da Alice e do Tio eram apenas barulhos ilegiveis. E só fui perceber que estava sem folego quando Edward separou nossos lábios para distribuir beijos pelo meu pescoço. Ele foi subindo os lábios os lábios até encostar no lóbulo da minha orelha, aonde ele mordeu e eu estremeci. Edward soltou uma risadinha.

 - Tem algo vibrando na minha perna. - sussurrou.

 - Hã? - fiz debilmente.

 Não deveria ser o contrário?

 - Bella, acho que é seu celular.

 Fiquei alguns segundos olhando atônita para o teto, processando suas palavras. Eu fui juntando letra por letra, silaba por silaba e palavra por palavra até entender que ele disse o motivo de ter algo vibrando na minha perna também, e que isso era meu celular. Levei a mão até ali, pegando o aparelho e sem olhar atendi.

 - Alô? - minha voz saiu rouca e falha, por causa que estava ofegante.

 - Bella, você está bem? - uma voz masculina perguntou do outro lado da linha, e eu não consegui identifica.

 Edward sorriu de canto para mim e voltou a distribuir beijos pelo meu pescoço e minha clavícula, só para me provocar.

 - Estou? - o que era para ser uma confirmação, saiu mais como uma duvida. O garoto do outro lado da linha riu, e eu soltei uma risada nervosa, fazendo Edward soltar uma risada também.

 - Tem certeza? Porque não parece.

 - Eu estou... Ótima. - ofeguei quando Edward sugou o lóbulo da minha orelha. - Er... Quem está falando?

 - Eu não acredito que se esqueceu de mim! - a voz do garoto estava divertida. Eu fiquei em silêncio. - Bella, sou eu... Tony.

 - OH MEU DEUS, TONY! - empurrei Edward e sentei na cama. - Garoto, você sumiu!

 Tony gargalhou do outro lado e eu o acompanhei. Eu era muito idiota por não ter percebido a voz rouca dele ou sua risada engraçada. Tudo bem que com Edward me provocando daquele jeito e tirando qualquer tipo de raciocínio meu também não ajudava, mas... Ah, bem, o importante era que eu agora eu sabia quem era, e que estava conseguindo pensar.

 - Eu quem sumi? Você que não me ligou mais. Se esqueceu dos amigos que moram longe...

 - Eu não esqueci de ninguém! - sorri. - Impossível esquecer alguém legal como você.

 Ouvi um bufar ao meu lado e olhei para Edward, que não estava com uma expressão muito boa. Em uma pergunta muda, o questionei do porque, e ele resmungou algo ilegível.

 - Claro, claro. - Tony zombou. - Eu estava com saudades, e tive que ligar, porque se fosse por você, acho que nunca mais seu numero iria aparecer no meu celular.

 Eu gostava de conversar com Tony, porque ele sempre falava com uma diversão que me fazia rir. Renée - antes de ficar legal - brigava comigo quando eu estava no celular com ele, perguntando se eu estava ligando para um disk piada, porque só ria. Mas ela não sabia como ele era legal e divertido, e me fazia sumir com qualquer deprimência que existia. Era ainda melhor falar com ele quando eu também estava de bom humor, porque os assuntos fluíam ainda melhores.

 - Ahh, eu também estava com saudades, besta. - falei.

 Eu me assustei quando Edward levantou rápido e saiu pisando pesado em direção ao banheiro, aonde bateu a porta. Fiquei olhando para lá, sem entender, e também sem ouvir o que Tony falava. Que bicho tinha mordido aquele menino? Até agora estava normal e então faz uma cena dessas.

 Voltei a me concentrar no celular com Tony quando ouvi a risada dele, e acompanhei, mesmo sem saber sobre o que ele falava - era apenas para disfarçar minha distração. Eu fiquei por pelo menos uns quinze minutos com Tony, conversando sobre o que tinha acontecido com nossas vidas durante os meses que nos falamos. Ele contou que estava ficando com a amiga da irmã dele - a qual ele falou que gostava quando nos encontramos em Port Angeles um tempo atrás. Eu lhe falei de Edward, o que deixou ele bem surpreso. Nós matamos um pouco a saudade, e mesmo eu entendendo tudo o que ele falava, e respondendo certo, minha cabeça estava concentrada no banheiro, aonde Edward estava tomando banho. Eu ainda não entendia o porque dele ter agido daquela forma, com uma expressão feia na minha direção e depois sair como se estivesse com raiva. E quando o ouvi desligar o chuveiro, me despedi de Tony com a desculpa de que precisava resolver umas coisas e que ligaria depois.

 Assim que desliguei, joguei o celular em cima da cama e fui até o banheiro, batendo na porta repetidas vezes, até Edward abri-la.

 - O que é? - perguntou rude, o que me fez ficar com raiva.

 Até agora estava calma, mas eu odiava quando a pessoa agia de forma raivosa pra cima de mim sem motivos.

 - Qual é o seu problema?!

 - Nenhum. - ele me empurrou para o lado e seguiu na direção do closet.

 - Nada disso! - o peguei pelo braço e fiz virar para mim. - É claro que tem alguma coisa. Quase agora estava tudo bem, e depois você ficou... Começou agir assim!

 Edward me lançou um olhar raivoso, que se eu não tivesse com raiva, teria recuado.

 - Bella, não enche, ok? Porque não volta a falar com seu amigo Tony. - soltou um sorriso cínico e me deu as costas.

 É, agora eu estava me sentindo ainda mais idiota do que realmente era. Eu deveria ter percebido que Edward mudou de humor assim que falei o nome do Tony. Eu era uma desligada e desatenta por não ver que meu namorado estava com ciumes de mim. E agora que eu percebia, sentia um sentimento de... Ser amada. Ele sentia ciumes de mim! Quando você sentia da pessoa era chato, mas quando a pessoa sentia de você... Eu sei, sou idiota, mas poxa, eu gostava de ver aquele Edward com ciumes.

 Segui para o closet, o encontrando só com uma calça jeans. Ele estava de costas, e por isso o abracei por trás.

 - Então quer dizer que alguém está com ciumes aqui? - perguntei divertida e ele soltou um grunhido. - Qual é, amor, você sabe que Tony só é um amigo.

 - Claro. - ele bufou. - Um amigo que já te beijou e que você está com saudades.

 - Espera ai. - eu me separei dele para ele se virar de frente. - O que você quer dizer com isso? Está desconfiando do que eu sinto por você, Edward? - ele deu de ombros, e eu o encarei perplexa. - Você é um idiota, sabia? Era eu quem deveria estar fazendo cena aqui!

 - Eu não dou motivo. - cruzou os braços.

 - Ah não, não. - neguei ironicamente. - E você e Tânia? Pelo que eu me lembre, Tânia até alguns tempo atrás estava me ameaçando para eu ficar longe de você. Como eu posso saber que esse tal arrependimento dela não é apenas uma farsa para ela pegar você de mim? E você, caindo como um idiota, está cada vez mais se aproximando dela? - ergui uma sobrancelha e também cruzei os braços.

 Eu sabia que agora estava pegando pesado, e que Tânia estava mostrando mesmo que havia mudado. Mas podia pairar uma duvida, certo?

 - A sua imaginação é muito fértil, Bella. - balançou a cabeça. - Tânia mudou mesmo, e nós só somos amigos.

 - Da mesma forma que eu e Tony. E ele não te ameaçou. Então, você não tem direito de falar nada ou sequer duvidar do que eu sinto por você, Edward. Eu não lhe dei nenhum motivo para isso, e não é porque eu sinto saudades de um amigo que eu gosto dele de outra forma. Eu já disse que te amo, e se isso não entrou na sua cabeça. E... Se você pensa isso, acho melhor ir pensar mais um pouco sobre seus conceitos.

 Lhe dei as costas e sai do closet, apertando minhas mãos com força. Se eu não estivesse magoada eu com toda certeza voltaria lá e lhe daria um belo de um soco para ver se ele deixava de ser tão idiota. E sabe aquele sentimento legal que se tem quando alguém sente ciumes de você? Ele é legal até certo ponto, quando as coisas se resolvem. Mas quando não, é um sentimento idiota, estupido e que merece sumir. Naquela hora eu estava odiando me sentir amada, querida e tudo que isso traz. Preferia apenas se sentir assim quando ele dizia que me amava.

 - Caramba, Bella, você tem que entender! - ele falou quando eu já estava no corredor. - O que acha que eu vou pensar quando você diz que sente saudades para o garoto que você beijou?

 - Que ele é meu amigo, imbecil! - rosnei, parando em frente ao quarto da Alice. - Você é idiota, eu já disse! E se pensa alguma coisa, é melhor ficar de boca fechada e ver se tem razão de sentir isso. E quer saber o que vai dar fim a essa discussão? - rodei o dedo entre nós. - Quando você parar de desconfiar do que eu sinto por você, vem falar comigo.

 - O que está acontecendo aqui? - Alice apareceu na escada ofegante.

 Ela estava mais pálida do que já era, e trazia na mão o taco de beisebol.

 - Nada. - falei rápido, lançando um olhar frio para Edward.

 - O que você está fazendo com esse taco, Alice? - Edward me ignorou completamente e se virou para a irmã.

 - Er... Na-nada. - ela gaguejou. - Tem certeza que não está acontecendo alguma coisa?

 - Argh! - resmunguei e entrei no quarto dela, deixando os dois para trás.

 - O que deu nela?

 - Alice, me da esse taco aqui. - Edward falou e segundos depois a porta do quarto dele bateu com força, o que me fez ter vontade de me morder.

 Ele era um idiota! Um completo e imbecil idiota! E se eu não gostasse tanto dele, iria torturá-lo lentamente e dolorosamente só para ele aprender. Eu juro, eu estava com um instinto assassino dentro de mim.

 - Eu hein. - Alice murmurou, entrando no quarto e fechando a porta. - Alguma coisa mordeu vocês dois?

 - Cala a boca, Alice! Cala a boca! - eu comecei a andar de um lado para o outro no quarto. - Eu odeio essa sua boca santa, então é melhor ficar quieta.

 - Mas o que eu fiz? - ela se encolheu no canto quando eu lhe lancei um olhar mortífero.

 - Vem com aquele papo de que nunca discutimos. Parabéns! Fique feliz, porque acabamos de ter uma discussão. Argh! - controlei novamente a vontade de me morder. - Eu não sei como uma pessoa consegue ser tão idiota! Eu não fiz porra nenhuma e ele fica com frescura. Eu deveria dar uns bons socos naquela cabeça grande dele e ver se entra algum juízo e esperteza lá, porque só Deus mesmo! Só! Eu... Eu... Ele é um imbecil, idiota, um filho de uma... AH! - me joguei na cama e choraminguei, enterrando meu rosto no colchão. - Eu odeio ele, Alice.

 - Oh, Bellinha. - ela se sentou ao meu lado e passou a mão no meu cabelo. - O que aconteceu?

 - Seu irmão é um idiota, eu já disse. - me virei de barriga para cima. - E eu odeio ele.

 Ela soltou uma risadinha, mas logo parou quando viu meu olhar.

 - Desculpa. - murmurou.

 - Mas eu não quero falar sobre isso. - bufei e ela assentiu com a cabeça. Nós ficamos alguns minutos em silencio, e eu repassei toda a briga na minha cabeça, até perceber o quanto ela foi idiota e também, a forma que encontramos Alice. - All, o que você estava fazendo lá em baixo?

 Alice arregalou os olhos e caiu na cama, fingindo um desmaio. Eu revirei os olhos, sabendo da farsa dela. Eu a conhecia como a palma da minha mão, e não adiantava nada ela fingir perto de mim. Por isso, a sacudi com força até fazer seu cabelo desarrumar, e ela resmungar.

 - Não fiz nada, Bella, eu juro! - ela me olhou desesperada. - Eu só... Eu estava com raiva, entende? E...

 - E... - a incentivei a contar, já sentindo o nervosismo me tomar.

 Alice estava desesperada, e isso não era bom.

 - Eu... Bati na cabeça no Tio Aro com o taco.

 - VOCÊ O QUE?! - senti meus olhos saírem das órbita ao ouvir suas palavras. - Alice...?

 - Bella, eu não sabia mais o que fazer. Ele continuava insistindo em comer a torta de pêssego do papai, sendo que a mamãe falou que não era para ninguém comer. Eu mandei ele parar, mas Tio Aro é teimoso, então eu peguei o taco do Edward e acertei a cabeça dele.

 Eu pisquei os olhos rapidamente, imaginando a cena toda de Alice batendo na cabeça do Tio. E foi então que eu me lembrei que quando Alice queria, ela tinha uma força tirada de algum lugar desconhecido. E decidi fazer a pergunta principal de todas, e a mais temida.

 - O que aconteceu com... Tio Aro?

 - Aiii. - ela se jogou na cama e cobriu o rosto com as mãos. - Ele... Ele apagou.

 - VOCÊ MATOU SEU TIO?! - pulei da cama, caindo no chão. - Alice, por favor, diz que não fez isso!

 - Eu não sei, Bella! Ele caiu no chão na mesma hora que eu bati. Eu fiquei lá parada com medo, e então ouvi sua voz e a de Edward, e corri para saber o que acontecia.

 Yeeeeeah, hoje o dia estava ficando cada vez pior. Primeiro vovó de mal humor que escondia isso me tirando sério. Depois minha briga com Edward. E agora a suposta morte do Tio Aro - pois pelo que Alice falou podia muito bem ter um cadáver no andar debaixo. Eu me perguntava o que mais poderia piorar, mas eu sabia que quando fizesse essa pergunta, as coisas iriam ficar ainda mais catastróficas Era como uma praga em cima de mim, e a melhor forma de mantê-la afastada é evitar essa pergunta do mal.

 - E agora? - perguntei apenas em um sussurro. - E se ele tiver morrido...?

 - Não fala isso, Bella. - Alice desceu para o chão e engatinhou até mim. - Se Tio Aro morrer, Carlisle, Esme e vovó Swan vão me matar.

 Soltei um gemido, sabendo que vovó piraria ainda mais se Tio Aro morresse. Ele não podia morrer! Não mesmo!

 Um barulho alto veio do andar debaixo, e Alice soltou um grito, me fazendo também soltar um grito.

 - O que foi isso? - coloquei a mão no peito, sentindo meu coração querer sair pela garganta.

 - Eu... Eu não sei. - ela negou rápido com a cabeça. - Bella... Edward não saiu do quarto, e... Não tem ninguém em casa. Tio Aro está morto. Isso só pode significar que...

 Arregalei os olhos, olhando para Alice e esperando que ela terminasse aquela frase de outro jeito. Mas eu vi nos olhos dela que ela ia terminar a frase da pior forma possível.

 - Alice... Isso não existe, ok? Não tem...

 - Fantasma! - levou a mão a boca. - Tio Aro virou um fantasma e vai puxar meu pé!

 Alice começou a chorar desesperadamente, e eu não sabia se chorava com ela ou se tentava acalmá-la. Optei por a segunda opção, que era a mais sensata e menos desesperadora. Consegui fazer Alice se acalmar, falando que fantasmas não existem e que Tio Aro não estava morto. Mas o barulho alto que vinha do andar de baixo não ajudava em nada.

 Cadê o imprestável do Edward para ir ver o que estava acontecendo? Espero que esse silencio dele seja porque esteja pensando. E muito!

 - Bella, precisamos saber o que aconteceu. - ela murmurou.

 - Então vamos lá em baixo.

 Levantei e a ajudei a levantar também, depois seguimos para o primeiro andar. No fim das escadas, andamos lentamente - quase que na ponta dos pés - e me surpreendi com a mudança que tinha na sala. As coisas da Alice - secador, escova e os utensílios que ela usava e tinha deixado na sala - estavam agora em cima da mesinha de centro. Os sofás arrumados lado a lado, e em cima da poltrona haviam revistas. OMicro System estava ligado em uma musica chata e lenta, com uma voz feminina estridente saindo dela. Aquilo mais parecia um... Salão de beleza do que uma sala.

 - Olá, meninas!

 Tio Aro apareceu na nossa frente, o que fizemos nós soltarmos um grito. E ele também gritar. O cara tinha um gogó dos Deuses, porque Alice e eu paramos de gritar e ele continuou. Foram exatos três minutos até Tio Aro parar com aquela gritaria toda.

 - O que é isso? - perguntei, olhando-o de cima a baixo.

 Tio Aro estava com o cabelo liso escorrido dele preso na nuca, e usava um lencinho no pescoço com estampa de flores. Seus olhos castanhos avermelhados estavam parecendo com vermelhos com a luz. E ele sorria de forma estranha na nossa direção... Eu estava ficando com medo, admito.

 - Já estava na hora de vocês aparecerem. - ele falou, me puxando e puxando Alice pelo cotovelo. - Estão atrasada para a hora que marcaram.

 - O... O que? - Alice perguntou, confusa.

 - Minha sobrinha querida, sente nesse sofá que eu vou cuidar da sua amiga primeiro. - ele empurrou a pique, que caiu no sofá, com os olhos arregalados. - Bellinha, meu amor, você está precisando de uma repaginada. Esse cabelo... - pegou a ponta do meu cabelo. - Tem que tirar essas pontas duplas, querida. E também precisa de uma boa hidratação.

 - Hey! - me afastei dele, e passei a mão no meu cabelo. - Meu cabelo está ótimo, ok? Eu sempre faço hidratação nele. E o que aconteceu com você, Aro?

 - Comigo? Nada, ué. - ele deu aquele sorriso estranho. - E então, o que vai querer, querida?

 - Hm... - olhei para Alice, que ainda olhava para o tio de olhos arregalados. - Tio Aro, você pode esperar um pouquinho eu falar com a sua sobrinha querida?

 - Tudo bem. - ele deu de ombros. - Mas eu vou ficar esperando vocês aqui, para o corte de cabelo. E você - apontou para Alice. - Vou fazer mexas roxas no seu.

 Assenti lentamente, e puxei Alice para a cozinha. Ela estava em estado atônito, e me deixou guiá-la.

 - Alice, acorda. - balancei ela, que me olhou. - Seu tio pirou completamente.

 - Eu sei, Bella. Ele acha que é um cabeleireiro! Ele quer pintar meu cabelo de roxo. - soltou um choramingo. - Preferia ele morto a ter esse mal gosto.

 - Vira essa boca pra lá, maluca! - dei um tapa na cabeça dela. - Nós temos que fazer seu tio voltar... Ao que era antes.

 Ela assentiu com a cabeça, mas sem saber o que falar. Eu fui até o balcão e me encostei ali, enterrando minhas mãos nos cabelos. Eu não sabia se era mais fácil lidar com um cadáver ou uma mudança de personalidade. Eu já sentia minha cabeça doer com essas loucuras. Estava ficando velha demais para essas loucuras desse povo.

 - Bella, o que vamos fazer com ele?

 Eu nunca tinha lidado com uma pessoa que mudava de uma hora para outra por causa de uma batida na cabeça. Isso até parecia coisa de filme ou desenho...

 - Já sei! - sorri e Alice me acompanhou. - É só batermos na cabeça dele de novo!

 - Bella, eu estava falando da boca pra fora quando disse que o preferia morto! - ela me olhou horrorizada, como se eu quem fosse a assassina ali, e não ela.

 - Eu sei disso, Alice. Mas você nunca assistiu desenho? Quando bate na cabeça de uma pessoa e ela muda, é só bater de novo que ela volta ao normal. - dei de ombros. - Eu não sei se vai dar certo, mas vamos tentar. Já que tudo aqui é uma loucura.

 - Bella, isso é inteligente - ou não -, mas nós temos um problema.

 - E qual seria?

 - Edward pegou o taco de mim, lembra.

 Ah, ótimo! Obrigada, Edward, você ajudou muito! Além de não descer aqui em baixo para ver o que significava nossos gritos, sendo que poderia ser um assaltante, ou um estrupador, e pior, um estripador, ele fica intocado naquele quarto. Eu sinceramente esperava que ele estivesse pensando sobre o que eu falei...

 - Alicinhaaaaaa. - Tio Aro chamou. - Os produtos já estão prontos para pintar seu cabelooooo.

 - Ele precisa mesmo alongar a frase? - perguntei e ela deu de ombros. - O Emmett não tem um?

 - Emmett só gosta de futebol americano, e se nega a praticar outro esporte.

 Ótimo, mil vezes ótimo!

 - Ugh. - gemi. - Então vamos pegar o taco de beisebol do Eddie.

 Alice soltou um risinho e eu a fuzilei com o olhar.

 - Desculpa, ok? Só que é engraçado vocês dois brigados. - bufei. - Er... Bella, eu acho que ele não vai nos dar o taco assim... De boa.

 - Ah, ele vai. Pelo bem dele, ele vai me dar àquela droga de taco.

 Subimos para o segundo andar passando pela sala disfarçadamente. Tio Aro estava de costas, o que nos ajudou muito para que ele não nos visse. Seguimos pelo corredor para o quarto do Edward, e lá comecei a bater na porta. Ou melhor, socar. Mas não obtive resposta. Alice me ajudou, dando um chute, e nada também. Eu já estava para começar a gritar quando a porta foi aberta com força.

 - Porra, Emmett, vai derrubar a porta? - ele falou, mas quando viu que era nós duas, revirou os olhos. - O que foi agora? - se virou para mim. - Decidiu que não consegue viver sem mim? - sorriu e levantou as sobrancelhas.

 - Edward... - Alice murmurou, ouvindo o rosnado que eu dei.

 - Agora não, Edward. - pedi, fechando os olhos. - Agora não. - repeti, mais para mim mesma.

 - O que foi então, se não é isso? - sua voz assumiu o tom entediado.

 - Shiiii, fala baixo. - Alice pediu. - Tio Aro não pode nos ouvir.

 - Aliceeeeeeeeee. - o diabo do ouvido super sensível cantarolou. - O que você está fazendo ai em cima, querida?

 Ela me olhou desesperada, e eu suspirei.

 - Estamos chamando o Edward para participar da, er... Festinha. - falei alto o suficiente para ele ouvir.

 - Isso mesmo, querida, traga-o para nós arrumarmos esse cabelo que nunca viu uma escova ou um pente.

 - Hey, eu penteio meu cabelo todo dia. - Edward se defendeu.

 - Não penteia não. - Alice cortou o barato dele.

 - É verdade. - concordei. - Você só passa a mão. - ele me lançou um olhar de "cala a boca", que eu ignorei. - Mas essa não é a questão.

 - Então o que vocês querem? Porque eu tenho coisa mais importantes para fazer.

 - Como o que? Pensar nas idiotices que você fala? - cruzei os braços.

 - Ah, então sou eu o idiota?

 - Por favor, não comecem a discutir o relacionamento agora. - Alice pediu em um choramingo. - Eu não estou afim de ficar no meio.

 - Uhuuuu, o que está acontecendo ai em cima, crianças? - Tio Aro perguntou.

 Merda de ouvido super sensível!

 - Nada, Tio Aro. - nós três falamos.

 - Tuuuuuudo bem.

 - Entra ai, vocês dois. - Alice me empurrou, me fazendo empurrar Edward para dentro do quarto dele.

 Eu percebi que suas mãos estavam na minha cintura, e dei um passo para trás, olhando para os lados. Eu juro que não queria dar corda aquela discussão sem fundamento, mas ele me magoou ao desconfiar do que eu sentia por ele. E também, faria Edward engolir aquele orgulho dele e pedir desculpas. Então, SEM CONTATOS! Olhei na direção da cama dele, e vi ali o celular e os fones. Aquele era o motivo dele não ouvir a maldita gritaria e barulho que teve lá em baixo.

 - Olha aquilo ali, Alice - apontei para os fones e ela fez uma carranca. - Poderíamos ter morrido e ele nem iria se importar.

 - Duvido muito que alguém teria coragem de chegar perto de você. - Edward ergueu uma sobrancelha e eu semicerrei os olhos.

 - O que você quer dizer... Com isso? - perguntei. - Edward, não se esqueça que eu posso te matar.

 - Dá pra vocês dois pararem com isso? - Alice perguntou totalmente entediada. - Bella, nós temos prioridades agora.

 Eu sabia qual era a prioridade que Alice estava falando, mas ela sumiu completamente da minha mente e a única que eu via agora era eu batendo na cabeça do Edward para ver se ele parava de ser idiota e pedia logo desculpas.

 - Ok. - murmurei olhando pelo quarto.

 Segui para o closet, sabendo que ele colocava ali as coisas de esporte. Está vendo? Tem um lado bom conhecer o quarto dele como se fosse o meu.

 - O que vocês querem? - Edward perguntou, me seguindo.

 - O seu taco de beisebol. - dei de ombros.

 Olhei na parte de cima, mas não estava ali. Então me virei para sair do closet, mas Edward estava parado lá.

 - Pra que?

 - Pra quebrar na cabeça do seu tio, ué. - revirei os olhos.

 - Você ficou louca?! - me olhou como se eu fosse do outro mundo, o que eu tabmém duvidava as vezes. - Tudo bem que ele é maluco, e que está brigado com a sua avó, mas não precisa matá-lo assim tão brutalmente.

 - Mas nós não vamos matá-lo. - Alice empurrou Edward para o lado e me puxou para fora do closet. - É só para...

 - Para...? - ele nos seguiu.

 - Para trazê-lo de volta ao normal. - ela completou a frase, dando de ombros no final.

 - Tio Aro nunca foi normal. - lançou um olhar entediado para nós.

 - Mas agora ele está pior. - entrei na conversa dos dois. - Alice o deixou pior.

 - Não tem como ele ficar pior!

 - Ah, tem! - bati a mão no ombro dele. - Acredite, amorzinho, mas tem sim.

 Edward olhou de mim para minha mão, que eu tirei logo percebendo o que tinha feito. Sem contato! Sem contato! E sem falar carinhosamente, Isabella...

 Voltei a andar pelo quarto, ignorando o risinho idiota da idiota da Alice. Eu precisava achar logo aquele maldito taco de beisebol para bater na cabeça do maldito do Tio Aro e sair logo de perto do Edward para ele pensar. Eu não daria o braço a torcer, não mesmo.

 - Do que vocês estão falando? - ele voltou a perguntar.

 - Sua irmã bateu nele - comecei enquanto olhava debaixo da cama. - e agora ele acha que é um cabeleireiro profissional. - levantei a cabeça para olhá-lo. - Então vamos ter que bater novamente para trazer de novo ao... Que era antes, que também não é normal.

 - Isso mesmo. - Alice veio até mim e soprou um coelhinho de poeira do meu cabelo. - A ideia foi da Bella.

 - Aham. - sorri orgulhosa por lembrar dos desenhos animados.

 Edward ainda nos olhava como se fossemos loucas ou alienígenas. Eu ignorei ele e seu olhar e voltei a minha busca ao taco perdido, enquanto Alice me ajudava.

 - Vocês estão certas que foi a batida? - ele perguntou depois de um tempo.

 - Sim! - respondemos juntas com convicção.

 - Mas e se não foi?

 - Edward, não tem como alguém virar uma... Aquilo que ele virou assim do nada e... AHÁAAAAAAAAA, ACHEI! - berrei, tirando o taco de trás da estante de CDs.

 - Não! Você não achou! - Edward veio até a mim e tomou o taco da minha mão. - Eu não vou deixar vocês cometerem um assassinato aqui na minha casa.

 - Hey, não vamos matar ninguém! - ela se defendeu. - Se ele não morreu na primeira, duvido morrer na segunda.

 - É, você não vai mesmo, Alice, é muito pequena para isso. - Edward falou. - Mas a Bella sim. Ela é pequena, mas é capaz.

 - Eu não sou assassina! - o olhei horrorizada. - Você acha isso de mim, Edward? - perguntei com um bico.

 - Quem falou que podia me matar a poucos minutos?

 - A Alice! - apontei para ela descaradamente. - Agora me da esse taco aqui. - tomei das mãos dele. - Só vou dar uma batida para ele querer parar com a ideia maluca de cortar meu cabelo.

 - Devolve esse taco. - ele tomou de mim novamente. - Você não vai bater em ninguém!

 - Me dá! - peguei dele, puxando com bastante força.

 - Não! - ele tomou.

 E então começou o puxa-puxa de um lado para o outro.

 - Sim!

 - Não!

 - Sim!

 - Não!

 - Sim

 - Não!

 - Sim! Sim! E sim! - eu puxei dando alguns passos para trás. - Toma Alice, vai fazer o trabalho!

 Joguei o taco para ela, que teve que pular para pegar. Alice tentou correr pra porta, mas Edward foi mais rápido e fechou e trancou com a chave.

 - PEGA, BELLA! - ela jogou para mim quando ele a encurralou na parede.

 Eu peguei o taco e corri até a porta de vidro da varanda, com Edward atrás de mim.

 - Isabella, me devolve isso! - ele tentou impor com a voz de mandão.

 - Não. - sibilei. - Nós temos que trazer Tio Aro de volta para o bem dos nossos cabelos.

 Edward fez uma careta e negou com a cabeça, como se tudo aquilo fosse muita maluquice. Eu mostrei o dedo do meio para ele e a língua, o que o fez rosnar.

 - ME DÁ ISSO! - ele pulou em cima de mim para pegar o taco, mas eu fui mais rápida, jogando para Alice.

 - EDDIEEEEEEEE! - ela cantarolou balançando a chave e do lado da porta. - Você esqueceu de pegar a chave.

 - Merda. - ele murmurou. - Marie Alice Cullen, devolve essa droga de taco antes que eu...

 - Não. - ela o cortou. - Edward, isso é importante.

 - Matar o Tio Aro é importante? - nós dois perguntamos juntos.

 Qual é, não era tãooooo importante assim. Era só... Necessário. E sim, nós teríamos que matá-lo, porque senão Carlisle e Esme nos matariam quando descobrissem que batemos no Tio Aro. Ah, e não podíamos nos esquecer de matar Edward para ele não abrir a boca e contar. Apesar que... Eu o amava e não queria morto. Mas as circunstancias pediam. Então teríamos que fazer uma verdadeira matança por aqui, e nos tornar serial-killers conhecidas e procuradas por todo o mundo.

 - É! - ela respondeu.

 - Nada disso!

 Edward foi na direção da Alice, que arregalou os olhos e em um ato de pura burrice correu para o lado aposto da porta, ao invés de abri-la e sair. Eu, desesperada para acabar logo com tudo aqui, pulei em cima do Edward, mas ele já estava um pouco á frente, então a única coisa que pude fazer foi agarrar o pé dele e puxar, fazendo-o cair de cara no chão.

 - CORRE ALICEEEEEEEEEEEE! COOOOOOOOORRE! - berrei para a pique.

 Ela arregalou os olhos ainda mais e correu, só que eu não esperava que Edward me pegasse como eu eu não fosse nada e me jogasse na cama, depois ir na direção dela. Eu levantei num pulo e como um macaco pulei nas costas dele, o agarrando pelo pescoço.

 - MAS O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, SUA LOUCA?! - ele segurou minhas mãos.

 - ALICE, ABRE LOGO ESSA PORTA E MATA LOGO AQUELE ALIENIGENA QUE ESTÁ NO CORPO DO SEU TIO QUE FOI LEVADO POR ALIENS, PORRA! - mandei.

 É, eu acho que exagerei um pouco. Ou não?

 Alice correu para a porta e sumiu pelo corredor, com o taco de beisebol posicionado. Bem, e eu? Eu continuava agarrada que nem um macaco-aranha nas costas do Eddie, que lutava para se soltar.

 - ISABELLA, ME SOLTA! - ele gritou tentando colocar autoridade na voz.

 - Não, Edward. Primeiro Alice tem que acertar Tio Aro.

 Edward tentava a todo custo me tirar dali, mas não conseguia pois eu grudei bem pior que carrapato nele. Meus braços apertavam seu pescoço e eu podia sentir que o estava enforcando, e mesmo os dois desesperados, eu não podia parar, afinal, estava adiantando um trabalho, certo? Que era matar o meu Cullen Menor. E eu sabia também que estava fazendo uma loucura, mas eu podia tornar aquilo romântico como Romeu e Julieta, só que eu matava ele. E era melhor eu do que qualquer outra pessoa. Só eu podia fazer aquilo.

 - ME SOLTA, SUA LOUCA! ME SOLTA! - ele gritava.

 - Eu não sou louca! E Edward, você que é! Eu estou com raiva de você, ok? - fiz bico e dei um tapa na cabeça dele. - Você deveria controlar suas palavras, idiota.

 Ele soltou um gemido e um choramingo ao mesmo tempo.

 - Para de me bater!

 - Não! - murmurei e encostei meu queixo na cabeça dele. - Eu estou nervosa.

 Edward aproveitou meu momento de distração e se aproveitou, me puxando para frente - já que não conseguia me tirar de suas costas -, fazendo nós ficarmos de frente. Ela começou a me empurrar, mas minhas pernas tinham virado aço na cintura dele, junto com meus braços. Porque, agora, se ele me empurrar com força, eu vou cair como aconteceu naquele dia do luau. Fiquei com trauma.

 - Bella, amor, colabora. - ele pediu, tentando se soltar.

 - Oh! - exclamei de boca aberta. - Agora me chama de amor?

 Ele bufou e começou a andar para algum lugar. Eu me agarrei ainda mais nele, e podia sentir meus olhos arregalados de medo. O que ele vai fazer? Será que vai... Olhei para trás e vi que estávamos na varando. OH MEU DEUS, ELE VAI ME JOGAR?!

 - EDWARD, VOLTA PRO QUARTO! VOLTA! VOLTA! VOOOOOOLTA! – berrei descontrolada, batendo minhas mãos na nuca dele. – NÃO ME SOLTA! POR FAVOR!

 - Então desfaz esse laço de aço que você fez com suas pernas. – mandou.

 - NÃO! VOCÊ VAI ME SOLTAR! NÃO! – me apertei nele. Eu que não ia dar bobeira pra ele me soltar. Principalmente porque estávamos beeeem na “grade” da varanda, com meu corpo quase pra fora dela. – EDWAAARD! PARAAA! POR FAVOOOR!

 - Então. Me. Solta. – falou pousadamente.

 Se eu afrouxasse o aperto ele teria mais chances para me soltar ali e me fazer ficar toda quebrada. Igual a Lady Gaga no clipe Paparazzi, onde o cara solta ela da varanda e depois ela volta com gessos de ouro e começa a dançar quebrada. NAOOOOOOOOOOO. EU NÃO QUERO FICAR DAQUELE JEITO! NÃO QUERO PARECER UMA LADY GAGA!

 - NÃOOOOOOOOOOO. – berrei no choramingo. – EU NÃO QUERO FICAR IGUAL À LADY GAGA! POR FAVOR, EDDIE, NÃO FAZ ISSOOOOO.

 - Você o que? – ele me olhou daquele jeito que pareço uma mutação mal feita.

 Aiiii... Ele estava era revidando que eu tentava matá-lo. Edward pensou a mesma coisa que eu.

 - Er... – soltei um risinho nervoso. – Nada.

 - Bella, o que você está fazendo?

 Eu dei de ombros e me apertei contra ele, enfiando meu rosto em seu peito.

 - Eu estou com raiva de você, ok? - murmurei. - Você me magoou desconfiando de mim, e eu agi por impulso. Sabe como eu sou...

 Edward soltou um suspiro e passou a mão no meu cabelo. Eu soltei um choramingo e apertei meus dedos na camisa dele. Aos poucos, fui afrouxando minhas pernas em volta da sua cintura.

 - É, eu sei. - ele falou. - Você ia mesmo... Me matar?

 Soltei uma risada.

 - Era o plano. - falei, fazendo-o rir. - Você ainda vai me jogar?

 - Eu não ia te jogar, Bella. Era só para dar um susto e fazê-la me soltar. - me fez olhá-lo. - Me tira uma duvida... Toda vez que brigarmos, nós vamos...? - indicou com a cabeça nós dois.

 Eu não pude evitar gargalhar, porque era uma duvida bem certa a se ter. Até parecíamos aqueles casais que quando brigavam saiam na porrada. Mas... Eu não queria machucá-lo. Seria incapaz de fazer isso com Edward, só foi uma coisa do momento, e também por causa do delírio da Alice, que passou para mim. Eu tinha que começar a me manter afastada desse povo, porque eles não me fazia bem. Se bem que... Eu não sabia viver sem nenhum dos malucos que ficavam na minha circulo de contatos.

- Alice, querida, pra que esse taco? – ouvi Tio Aro perguntar.

 Olhei pro lado e dali, da varanda do quarto do Edward, dava para vê pela janela da escada, a Alice, com o taco de beisebol, caminhando lentamente na direção do Tio Aro.

 - NÃO VEM COM ALICE QUERIDA! – ela gritou o assustando. – EU SEI QUEM VOCÊ É E O QUE FEZ COM MEU TIO!

 - Do-do que você es-está falan-lando? – ele gaguejou.

 - EU SEI QUE VOCÊ É UM E.T E QUE SEUS AMIGOS VERDES LEVARAM MEU TIO!

 - Eu. Não. Acredito. – falei pousadamente.

 Alice não podia ter levado aquela história tão a sério. Eu só tinha falado aquilo porque... Nem sei o porque, mas foi apenas uma brincadeira. Ela não deveria ter acreditado.

 - Você está bem? – Tio Aro perguntou. – Que tal uma escova pra melhorar seu humor?

 - NÃO QUERO ESCOVA NENHUMA, SUA LARGATA CABEÇUDA VERDE! – ele arregalou os olhos. – AGORA EU VOU TE MATAR!

 - Ficou lou.... AHHHHHHHHHHHH! – Aro não pode terminar a frase porque Alice começou a correr atrás dele.

 - VEM AQUI SUA COISA VERDE! EU VOU TE MATAAAAAAR! DEVOLVE MEU TIOOOOOOO!

 - SAAAAI. SAAAAAAAAI! PARA SUA LOUCAAAA!

 - NÃOOOOOOOOOO.

 Os dois corriam pelo cômodo. Alice balançava o taco tentando acertar o Tio Aro Alien, mas ele se esquivava, fazendo ela acertas os vasos lindos da minha sogra. Aro continuava correndo, e ela atrás, berrando coisas sem sentido e muitos palavrões.

 - NÃO! NÃO! NÃO! PELO AMOR DO DEUS, NÃO FA...

 Tio Aro não pode completar novamente sua frase porque Alice acertou a cabeça dele. O alien caiu no chão totalmente apagadão. E Alice? Aquela parecia estar possuída, pois foi que nem um mini touro bufante pra cima dele pra lhe dar mais umas tacadas e matá-lo. Eu e Edward nos encaramos e voltamos a atenção para a Alice.

 - ALICEEEEEE! – nós gritamos chamando a atenção dela.

 - Edward? Bella? O que vocês estão fazendo ai? – olhei para baixo, onde Emmett estava com Rosalie e Jasper. – Estão se comendo na janela? Pô, não tem cama ai no quarto?

 NÃOOOOOOOOOO. Isso não pode estar acontecendo. Não comigo. Não agora. Não hoje. Não com essa bagunça. Não com Edward.

 - Cala a boca. – mandei para ele. – EDWARD, ME SOLTA AGORA!

 - Tudo bem. - ele me soltou e adivinha? Eu cai pra trás. – BELLA! – gritou desesperado, segurando minha mão

 - AHHHHH, EU NÃO QUERO MORRER! – berrei desesperada. – NÃO SOLTA, EDWARD, NÃO SOLTAAAA!

 - OH MEU DEUS! – ouvi Alice gritar lá de baixo. – EDWAAAARD, SEU IDIOTA! EU VOU TE MATAR POR TENTAR MATAR A BELLA!

 - SEGURA ELA! SEGURA ELA! – Rosalie gritava desesperada.

 - NÃO QUERO VÊ! NÃO QUERO VÊ! – Emmett repetia aos berros.

Bom, a minha situação estava critica ali. Eu, nova ainda, estou pendurava numa varanda, que é do quarto do meu namorado, que tinha em soltado e que agora está me segurando. Sabe, isso é muito a minha cara, porque isso só acontece COMIGO! Podia ser outra azarada aqui, mas não! Nãoooo. Não existe pessoa mais azarada que eu. Agora só me resta implorar por o bom Deus que me deixe viver ou ficar com os ossos inteiros.

- PUXA ELA, EDWARD! – Jasper gritou.

- É, ME PUXA! PUXAAA!

 Eu estava desesperada, droga. Não era uma pessoa com a garganta boa para gritos histéricos, mas essa situação pedia para isso.

 Edward me puxou com facilidade. Bem, a facilidade só veio depois que ele pegou minhas duas mãos, mas isso não importa. O importante é que eu não estava mais a ponto de cair da varanda. E também, quando chegasse a policia - meu pai - não iria brigar com meu namorado por eu estar no quarto dele; Edward me puxou para fora de perigo e nós dois caímos no chão, eu em cima dele, com a respiração bem escassa.

 - Isso... Isso foi muito... Louco. - falou.

 - Muito... Muito louco. - concordei. - E... você ainda... Não está... Desculpado.

 Nos encaramos e começamos a gargalhar. Mas a única e ultima coisa que eu me lembro depois da crise de risos foi quatro loucos e desesperados entrando no quarto e depois mais nada, porque apaguei igual ao Tio Aro Alien.


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Notas finais do capítulo

Helloooo, gatinhas! Como estão? Tristes como eu com a aproximação das aulas? Bem, a escola que eu estudo está perto, dia 1 de fevereiro ¬¬' Eu não sei a de vocês, mas torço para que não sejam tão perto também, kkkk.
E então, o que acharam do capitulo? Edward com ciumes e Bella querendo que o orgulho dele acabe. Isso não é bom, porque parece eles alguns meses atrás. Mas isso tudo vai se resolver no próximo capitulo, prometo. Que vai ter mais um pouco de Tio Aro, Bella impulsiva e Edward que se acha o dono da razão : )
Bem... Antes de tudo, eu queria fazer uma pergunta para vocês. Algumas meninas andam me perguntando se eu vou fazer a primeira vez do Casal 20. E eu queria saber o que vocês acham. Se eu devo ou não narrar, ou só falar. Sabe, eu não sei o que vocês pensam sobre isso, e é por isso que estou perguntando e querendo que vocês deem o caminho para essa questão da fic *.*
Ah, e quero avisar que eu criei um blog para minhas fics. Lá eu vou soltar alguns spoilers e falar sobre os planos que tenho na mente para fics que podem vir por ai.
http://sumleefanfics.blogspot.com/
Todas vão ser bem vindas lá *O*
Bem, é isso. O próximo capitulo vai ser de Aquela Garota, que está quase pronto, eu apenas tenho que arrumar algumas coisas. Então, até daqui alguns dias, gatinhas.
Beijooos :*