Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 34
Emmett Sumiu?


Notas iniciais do capítulo

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, eu só estou postando cedo porque eu percebi que hoje faz um ano de fic *comemora*
Me desculpem qualquer erro, é que eu estou postando correndo por causa da chuva, então desculpa mesmo.
Aproveitem o capitulo maluco.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/121321/chapter/34


33. Emmett sumiu?

– Acorda agora, Edward! - Alice falou alto demais batendo a porta com força, o que me fez dar um pulo na cama.

Eu soltei um gemido enquanto me virava na cama. Minha cabeça parecia pesada e meu estomago parecia querer sair do meu corpo e ir para o banheiro poder colocar para fora todo o álcool que tomei ontem. Fora as dores no corpo que eu já imaginava que teria. Eu estava acabada, literalmente!

– Aiiii. - ouvi a voz fina de Alice vir de algum lugar do comodo. - Eddie, me ajuda!

– Vai embora. - Edward falou, me embalou ainda mais perto dele.

Já podia ver através das minhas pálpebras uma vaga claridade, o que estava me incomodando, então enterrei ainda mais meu rosto no peito dele.

– Não faz isso comigo. - ela choramingou. - Eu estou muito mal.

Passou um minuto de silêncio, até se ouvir um pequeno soluço. Edward suspirou.

– O que você tem? - perguntou.

– Estou... Com um problema! - senti a cama afundar do meu lado e ela soltou um suspiro. - Emmett sumiu.

Com essa tive que bufar. Alice fez todo aquele alvoroço de nos acordar para dizer que Emmett tinha sumido? Desde quando isso era um problema e ela se preocupava tanto assim com ele? Eu sabia que Alice, apesar de ser gêmea do Emmett, era mais apegada a Edward, que cuidava dela para tudo, que traduzindo era o que mais tinha paciência quando dava seus ataques. Em uma tarde que eu estava com Edward eu vira uma foto dos dois juntos, e perguntei para ele como era ter irmãos como Alice e Emmett, e Edward em explicou a relação dele com os dois. Era uma união tão diferente dos dois lados, porque Emmett sabia se cuidar, e quando eles eram mais novos, era ele quem ajudava Edward com as garotas, por ele ser tímido demais. Quase que não acreditei naquilo. Já com Alice, Edward falou que mesmo ela sendo um ano mais velha que ele, a baixinha parecia menor, então ele fazia o papel de irmão mais velho e muito das vezes até pai. Um pai muito possessivo, por sinal.

Agora que eu convivia mais com os dois - por Alice ser minha melhor amiga e Edward meu namorado -, vinha a casa dos Cullens e percebia como eles eram. Antes, com nossas brigas, eu não andava muito por aqui, para não acabar numa discussão com Edward. Como as coisas mudaram, eu podia ver mais sobre os dois, e ver que era para Edward que Alice corria toda vez que algo acontecia. Ele me contou que ela, quando pequena, ia dormir com ele quando tinha um pesadelo ou estava chovendo e tinha trovões e raios. Nada de Carlisle ou Esme, era para Edward. Eu sabia que não era só em mim que ele dava aquele sentimento de proteção.

– Deve está com Rosalie, na casa dela, Alice. Não sei porque está se preocupando com Emmett... - Edward voltou a me apertar nele, fazendo sua respiração bater no meu rosto. - Agora saí daqui e me deixa dormir em paz.

– Não é isso, Edward! Eu não estou brincando, Emmett realmente sumiu e nós não sabemos aonde encontrá-lo.

– Alice, para de fazer drama. Primeiro procura por ele em todos os lugares, depois vem me dizer se é mesmo um sumiço... - ele parou de falar na mesma hora. - Quando você disse nós, estava se referindo a quem?

– A mim, Jasper e a Rosalie.

– Ele não está com Rosalie?

– Não! - senti quando ela pulou da cama. - É isso que eu quero dizer. Emmett não está com Rosalie, nem aqui em casa, e não atende o celular. Eu estou sentindo que a coisa é séria, Edward.

Com essas palavras eu não tive também como não me preocupar. Se nem Rosalie sabia aonde o grandão estava, era por que a coisa era séria, como Alice disse. Emmett não era de sumir assim, ele estava sempre mandando mensagens quando saía ou estava com Rosalie. Eu bem sabia disso porque comecei a conviver mais com ele, e o grandão ficava me importunando com mensagens. Ele não era o tipo de pessoa que conseguia viver sozinho, precisava estar com alguém em algum momento.

Edward se moveu abaixo de mim, afrouxando um pouco a aperto em volta da minha cintura. Eu me movi, saindo de cima dele, e me apoiei em um cotovelo, olhando para Alice encostada perto da porta da varanda. Ela nos olhava com olhos arregalados, uma expressão dramática dela. Edward sentou na cama e passou as mãos nos cabelos, bagunçando-os.

– Quantas vezes você tentou ligar para ele? - perguntou.

– Não sei, já perdi as contas... - ela deu de ombros. - Só cai na caixa postal, com aquela mensagem escrota dele: Olá, aqui é o Emmett,– engrossou a voz - mas você sabe, porque ligou para mim. Agora não posso atender, talvez porque esteja com minha loira fazendo coisas para menores de dezoito anos, ou talvez em algo ilegal e proibido de ser falado. Não importa, e também não importa o que você quer falar, mas a todo caso, deixe sua mensagem apos o bipe ou o toque, tanto faz.– suspirou e revirou os olhos. - Nunca vi uma mensagem tão longa como a dele, faz você gastar seus créditos sem nem deixar a mensagem.

Soltei uma risadinha, sabendo que era verdade. Se fosse uma noticia importante que tivesse que deixar para ele, e seus créditos estivessem acabando, só iria dar tempo de falar Emmett, porque logo cairia.

– Ai, Emmett... - Edward resmungou, com uma careta. Sua expressão já não era mais de quem acabara de acordar, e sim de preocupação. - Como você percebeu que Emmett sumiu? Se é que ele sumiu...

– Quando Rosalie entrou aqui em casa perguntando dele. Ela acordou e não encontrou ele lá, então tentou ligar, mas não conseguiu, e por isso ela decidiu vir até aqui para ver se ele estava, mas não. Ela disse que por ter bebido demais, não se lembra de nada. - soltou um suspiro antes de olhar para baixo. - Pode parecer loucura, mas eu sinto que Emmett está aprontando alguma.

– Aprontando alguma como...? - Edward perguntou com receio.

– Eu não sei, mas eu sinto, sabe... Coisa de gêmeo.

Os dois ficaram em silencio, e eu só tinha uma pergunta na minha mente:

– Então é sério esse lance? - perguntei.

– Que lance? - a baixinha ergueu as sobrancelhas.

– De gêmeos que sentem as coisas. Sabe, eu assistia os filmes, e eles sempre sentiam, mas eu não acreditava. Lembra daqueles dois irmãos que quando tocam as mãos acende uma luz?

Edward e Alice me olharam como se eu fosse uma retardada. Mas eu não era, só estava matando uma curiosidade, pô! Dei um cutucão na costela do meu namorado, que saiu do que parecia ser um transe.

– Esse filme que você falou não é o E.T?

– Não! É um que quando eles eram pequenos, acho que foram separados, e então se reencontraram, e quando tocaram as mãos, uma luz dela. É uma coisa de louco. - balancei a cabeça. - Faz tanto tempo... Era um filme que passava nas tardes chatas.

Alice prendeu uma risada, e Edward soltou um gemido antes de deitar e colocar o travesseiro no rosto. Eu não entendia aquela reação dos dois, porque o que eu tinha falado não era nada demais, só queria saber se essa coisa de gêmeos sentir era realmente verdadeira.

– Edward, dá um jeito na sua namorada, pelo amor de Deus. - Alice pediu, seguindo em direção a porta. - Tira essa ressaca dela, pois se Renée a encontrar com essa pira ai, vai é acabar com nós. - piscou um olho e saiu, nos deixando a sós.

Eu abri minha boca para perguntar a ela novamente, só que Edward me puxou para ele, me fazendo deixar para lá.

– Eu não besteira. - resmunguei, fechando os olhos ao sentir a droga de dor de cabeça. - Edward?

– Hum? - fez, distraído.

– Não estou me sentindo bem. Minha cabeça dói, estou enjoada, e parece que um caminhão passou por cima de mim. Fora que estou me sentindo uma reclamona por está falando tudo isso para você.

Edward soltou uma risada, antes de sentar, me colocar no colo dele, depois levantar e seguir para o banheiro. Tudo isso com extrema agilidade. Ele me colocou sentada em cima da pia e como se fosse um médico, me avaliou, tirando os fio de cabelo que caíam no meu rosto. Me deu um beijo na testa e outro na ponta do nariz, o que piorou ainda mais a sensação de me sentir uma criança.

– Acho melhor você tomar um banho para essa ressaca passar. - falou calmamente. - Vou pegar umas roupas com Alice para você, e depois eu te dou um remédio.

Soltei um muxoxo, passando meus braços em torno do seu pescoço e o prendi pela cintura com minhas pernas.

– Eu estou te dando trabalho, não é? - perguntei, enterrando meu rosto em seu peito. - Não precisa se preocupar assim, eu sei me virar.

– Deixa disso, Bella. - passou as mãos no meu cabelo, desembaraçando eles. - Eu estou acostumado a fazer isso, porque Alice quando saí, no outro dia fica com assim. Não é novidade cuidar de uma garota com ressaca. - se afastou um pouco para me olhar. - Aprendi isso com Carlisle.

Eu sorri para ele, antes de soltá-lo. Edward encostou rapidamente seus lábios nos meus antes de sair, avisando aonde estava as coisas que eu podia usar para minha higiene pessoal. Eu tirei aquela roupa desconfortável e entrei no chuveiro, quase soltando um gemido de prazer quando a água quente e relaxante bateu nas minhas costas. Eu não estava acostumada a beber, então com toda certeza aquilo tudo estava sendo mais que horrível. Sem contar as dores no corpo por causa da queda. Eu sempre odiava o outro dia, pois era sempre o pior. Assim que terminei, me enrolei em uma toalha e fui para o quarto, que estava vazio. Em cima da cama tinha uma calça jeans, uma blusa de mangas longas e minhas lingeries. Eu me vesti e penteei meu cabelo. Quando estava para sair, Edward entrou com uma cartela de comprimidos na mão. Ele foi no banheiro, encheu um copo com água e me entregou um, falando que mais tarde me daria outro. Eu não sabia se ficava surpresa ou encantada com todo aquele cuidado que ele estava tendo sob mim.

Depois disso, ele foi tomar banho e eu fiquei ali deitada na cama, esperando-o. Edward não demorou muito, quando terminou nós descemos para a sala, aonde estava apenas Jasper e Rosalie. A loira estava com a cabeça baixa e com as mãos nos cabelos. Ela parecia desesperada e desolada ao mesmo tempo. Já o primo estava despreocupado, olhando entediante para a TV e passando os canais, sem prestar atenção.

Eu fui para a cozinha atrás da Alice, deixando Edward na sala. Ela estava sentada em cima da mesa, olhando distraidamente para o bule que estava no fogão. Eu me sentei ao seu lado.

– Cadê seus pais? - perguntei.

– Foram ter um dia longe de nós. - ela respondeu, me encarando. - Está melhor?

– Melhor não, mas da pra suportar. - dei de ombros. - Eles sabem de Emmett?

– Não. - fez careta. - Não quisemos preocupá-lo com nada ainda. Primeiro vamos tentar achar Emmett, depois, se não o encontrarmos, vamos avisá-los.

– Entendi. - concordei com a cabeça. - Rosalie não parece muito bem...

– E não está. Rosalie está com ressaca, perda de memória e preocupada com o burro do meu irmão. Ela realmente não se lembra de nada. - olhou para a bule, que começava a chiar. - Estou fazendo um chá para ela, pra ver se a acalmo.

– Hm. - fiz. - Será que Jake e Nessie não sabem de nada? Digo, ontem eles foram com os dois embora, talvez saibam de alguma coisa.

– É mesmo! - ela sorriu, seus olhos brilhando. - Como eu não pude pensar nisso?

– Deve ser porque a inteligente daqui sou eu. - brinquei e com isso ganhei um soquinho no ombro. - Ai.

– Você anda muito cheia de si, Isabella. Está andando demais com Edward, e isso não está lhe fazendo bem. - rimos.

Alice colocou a água quente em um copo, colocou um sache de chá e nós voltamos para a sala. Edward, assim como Jasper, também estava despreocupado. Ele estava deitado no sofá, aonde eu me sentei, colocando as pernas dele sobre mim. Alice sentou no braço da poltrona, ao lado do namorado.

– Bella nos lembrou de uma coisa, Rose. - Alice começou. - Ela disse que Nessie e Jake foram embora com vocês ontem. Talvez eles saibam para onde Emmett tenha ido.

– Isso! - Rouss pulou do sofá e já tirou o celular do bolso, discando para algum número. - Alice, liga para Renesmee. - mandou, antes de voltar sua atenção para o celular. - Alô, Jake? Hey, garoto, desculpa te acordar, mas preciso saber uma coisinha importante... Não, não é sobre o jogo... Eu só quero saber sobre o Emmett... É, o meu namorado... - ela revirou os olhos. - Cara, vamos lá, acorde!

Eu soltei uma risada, vendo que Jake estava assim como eu quando Alice entrou no quarto. Parece que a ressaca atacou a todos dali. Eu olhei para Edward, que também me encarava.

– Até parece que estamos no filme Se beber... Não case!– comentei, fazendo ele rir.

– Eu espero que Emmett não esteja sem um dente, ou com uma tatuagem, e pior, com um bebê! - eu gargalhei com essa.

– Ele ficaria legal com uma tatuagem tribal. Até lembraria Mike Tyson. Sabe, todo musculoso, de dar medo, só que branco. - nós rimos e Jasper nos acompanhou, prestando atenção na besteira que falávamos.

– Até que seria divertido isso. - o loiro concordou. - Apesar de que Emmett deveria deixar para fazer graça outro dia, pois hoje a coisa está realmente feia. - ele fez uma careta.

– Ressaca. - eu e Edward falamos juntos, rindo.

Só meu namorado não parecia estar em uma situação critica como a minha ou a dos meninos. Ou ele sabia se dar muito bem com aquilo e escondia de forma teatral perfeita, pois não tinha nenhum vestígio de estar passando mal.

– Jacob está vindo para cá. - Rosalie falou, olhando para nós. - Disse que também não sabe do Emmett, mas que lembra de algumas coisas que aconteceram ontem.

– Estou me sentindo em um filme do FBI. - falei, fazendo eles gargalharem. - É sério, com toda essa coisa de procurar, de informações, esquecimentos.

– Bella, eu acho que você deve parar de assistir filmes. - Alice apontou para mim e eu arregalei os olhos. - É sério garota, tudo que acontece aqui você relaciona a algum filme.

– Pior que é verdade. - Edward concordou e eu dei um tapa na perna dele.

– Cala a boca. - mandei, fazendo ele rir. - O que Renesmee falou? - mudei de assunto.

– Disse que não sabia de nada, pois dormiu no carro. Ela falou também que está vindo para cá. Vamos saber o que Jake tem para falar, e assim vermos o que conseguimos.

Eu estava começando a perceber a proporção do problema que nos rodeava. Antes eu achava que era apenas drama da Alice com essa coisa de Emmett ter sumido, mas depois de ver ela e Rosalie ligando direto para ele e só cair na caixa postal, eu via também que não era brincadeira, e que Emm estava mesmo sumido em algum lugar, sem ninguém saber, e os pais dele mais desinformados ainda.

– Se Jake não nos der uma informação boa, o que vamos fazer? - Jasper fez a pergunta que ninguém queria fazer.

– Procurar! - Rose respondeu de prontidão. - Eu não vou deixar meu Emmett perdido por ai. Nunca. Não seria nada bom... - ela olhou para baixo, triste. - Eu não aguentaria.

Eu senti meu peito doer, entendendo muito bem Rosalie. Ela gostava tanto de Emmett que seria mesmo doloroso para ela que isso acontecesse. Eu me imaginei na situação, e isso fez eu sem perceber, apertar minhas mãos em torno das pernas de Edward. E também me fez lembrar de vovó, que eu quase fiquei sem ela. Eu estava torcendo para que Emmett aparecesse, pois não queria aquela dor para Rosalie.

– Calma, Rosalie, nós vamos achá-lo. - Edward disse, dando um apoio a ela. - Emmett talvez tenha dormido no carro, sabe como ele é. Vocês estavam muito bêbados, então...

– É, vamos pensar assim. - assenti. - Eu acho que não vamos nem precisar avisar a Esme e Carlisle, e muito menos a policia.

– Isso será resolvido antes mesmo deles notarem. - Alice ajudou na força.

A campainha tocou e Alice foi atender, era Nessie, e essa estava com uma expressão de acabada que nem nós. Minutos depois Jake também tocou a campainha, e não estava nem um pouco diferente de todos ali, tirando Edward.

– Vamos lá, fale o que você lembra de ontem. - Rose pediu, desesperada.

– Oi, gente. - ele fez questão de irritar a loira, que parecia querer pular no pescoço dele em busca de respostas. - São poucas coisas, porque depois que nós saímos da praia, fomos juntos para um bar e enchemos a cara. - deu de ombros. - Lembro de no bar Emmett e você darem um show em cima do palco, cantando e dançando, depois eu e Nessie tiramos você de lá. No carro, você tocou em um assunto de universidade sobre que tinha escolhido aonde iria fazer seu curso.

– Sim, eu me lembro... - Rouss murmurou, olhando para o chão. - Falei para Emmett que tinha sido aceita em Stanford.

– E foi quando Emmett ficou estranho. Ele ficou triste, começou a murmurar coisas ilegíveis e chorar.

– Chorar? - perguntei, sem entender. - Porque Emmett choraria sabendo de uma coisa dessas? Ele ficou feliz?

– Duvido muito. - Edward falou e eu me virei para ele. - Emmett ficou triste.

– Porque? - dessa vez Nessie quem perguntou.

– Emmett falou que iria entrar para Yale. - Alice começou a explicar. - Ele falou que o time de lá era o que ele queria ingressar. E talvez, saber que Rose ia estar do outro lado do país, Emmett tenha pirado.

Ficamos em completo silêncio.

Eu sabia que o grandão era mais do que apaixonado pela Rouss, mas não era assim que as coisas seriam? Cada um iria para a universidade que achasse melhor e talvez, quem sabe, depois de quatro anos, se reencontrassem depois de anos separados, vivendo um amor a distancia, se comunicando por Skype ou celular, de vez em quando indo se visitarem, passar os feriados juntos. Se não fosse assim, eu não imaginava como seria, porque cada um tinha um sonho, e esse sonho era melhor em uma só universidade, então as coisas funcionavam desse jeito. E se o relacionamento não desse certo a distancia, então não deu, pronto. Cada um para o seu lado, construindo a sua vida.

Bem... Era assim que eu pensava antes. Antes quando Renée me controla, antes de começar a gostar de alguém como eu estava. Agora, eu não conseguia saber ao certo como seriam as coisas. Eu sempre quis viver logo a minha vida, fugir da minha mãe maluca, ser eu mesma em um lugar que não teria ninguém mandando em mim. Iria fazer meu trabalho que era me formar, começar uma vida, e dali para frente seria uma coisa incerta. Mas agora, com todos esses sentimentos mudados, direcionados para Edward, eu não conseguia imaginar as mesmas coisas, os mesmos planos. E isso me assustava, porque eu não sabia como as coisas seriam quando chegasse a nossa vez. Por agora, apenas Alice e Jasper, e Emmett e Rosalie tinham que se preocupar com isso, mas eu não conseguia evitar tais pensamentos, mesmo que eu não soubesse como seria daqui a um ano.

– Mas porque ele sumiu assim? - Jasper perguntou, me tirando dos meus pensamentos dolorosos.

– Eu não sei. - a pixel suspirou. - Emmett é sempre tão previsível, mas agora... Não faço a menor idéia.

– Talvez ele precise de um tempo para se acostumar com a ideia. - falei, sabendo como eram esses momentos. - Nós todos sabemos o quanto ele é apegado a Rosalie, e agora saber que vai ficar sem os pais, os irmãos e sem a namorada, deve ser mais do que difícil.

Todos assentiram, concordando comigo. Claro que eu não tinha tanta certeza das minhas próprias palavras, mas eu queria acalmar Rosalie, que parecia desesperada para saber do namorado.

– O que devemos fazer agora? - Alice perguntou. - Digo, mesmo que ele esteja precisando de um tempo, nós ainda não sabemos dele e se Esme e Carlisle chegar...

Acho que achamos a pior parte de tudo aquilo: Carlisle e Esme. Nós não sabermos do Emmett era uma coisa, mas os pais eram outra. Sabia que isso envolveria policia, choro e drama. Tudo da minha querida sogra, que amava mais do que tudo os filhos.

– Então acho melhor irmos atrás dele. - Edward se pronunciou. - Sai rodando por Forks e La Push, porque ele não deve ter ido muito longe.

– Sabe o que eu estou pensando... - Nessie murmurou baixo, e negamos. - E se Emmett tiver sido sequestrado? - arregalou os olhos. - E se agora estiverem torturando ele para saber qual é a próxima e especial jogada no jogo que vai haver? OH MEU DEUS, E SE JÁ TIVEREM MATADO ELE?

Renesmee não tinha o que fazer. Nãooooooooooo, ela não tinha mesmo o que fazer, só dar um ataque no meio da sala, gritar coisas sem sentidos e fazer Alice e Rosalie cair no choro achando que podia ter mesmo acontecido isso com Emmett, pelo simples fato dele não atender o celular. Bem... Se o sequestraram mesmo, ou já teriam jogado para longe ou matado, porque aguentar o Emmett não é para qualquer um não.

– Alice, isso é brincadeira da Nessie... - Jasper tentava acalmar a namorada, que já soluçava.

– Mas... Mas e se for verdade, Jazz? E se meu maninho gêmeo tiver em perigo? OU MORTO?

– Ohhhh, meu Emmettzinho. - Rosalie choramingou no canto dela.

Edward, Jacob e eu lançamos nosso melhor olhar de "Valeu, Renesmee" para ela, que arregalou os olhos.

– O que eu fiz? - perguntou.

– Soltou suas paranoias. - respondi. - Alice, Rose, nada disso é verdade. Emmett está bem, se não... - olhei para os lados, procurando alguma desculpa que fizesse aquelas dramáticas pararem de chorar.

– Se não...? - as duas me incentivaram.

– Se não... Se não... - olhei para Alice, já sabendo a idiotice que precisaria falar para acabar com aquilo. - Se não Alice já não sentiria mais a presença do irmão, afinal... Eles são gêmeos!

– É verdade! - Edward me ajudou. - Você não diz ter uma ligação com o anta do Emm?

– Vocês tem razão... - Alice sorriu. - E eu ainda sinto ele aqui.

– QUE DEMAIS! - Rosalie pulou no sofá. - Será que se saímos por ai com Alice, ela vai sentir se estamos perto do meu amor ou não?

Uma coisa é falar que ela sente que ele está vivo, outra é usá-la como pauzinho localizados de petróleo. Era só da corda que o povo já começava com a maluquice. Eu tinha que começar a ficar com a boca fechada quando estivessem com essas pessoas sem noção.

– Talvez... - Jasper murmurou indeciso.

– Então vamos fazer isso! - Rose pegou Alice pelo braço e começou a arrastá-la para o lado de fora.

E bem na hora, o telefone tocou.

– É O EMMETT! - as três histéricas gritaram.

Edward revirou os olhos e se esticou para pegar o celular em cima da mesinha. Eu via que era a única garota normal ali, pois as três agora estavam roendo as unhas e com lágrimas nos olhos. Era assim que elas ficavam quando estavam com ansiedade e expectativa?

– Alô. - Edward atendeu, com a voz extremamente entediada. Isso que é preocupação com o irmão. - Hey, fala ai, Emmett. - sorriu para mim e eu retribui.

– Deixa eu falar com ele! Deixa eu falar com ele! - Rose pediu, só que Edward a ignorou.

Tadinha da bichinha, toda desesperada e todo mundo louco para irritá-la. Com toda certeza, depois de tudo aquilo, Rosalie iria se vingar de forma cruel e fatal.

– É, estamos todos aqui em casa, só falta você... Ir te buscar? Ué, você não está com o Jipe? - pegou minha mão com a dele, brincando com meus dedos. - Como assim não sabe aonde o carro está? Carlisle vai te matar se você o perder... Ok, não precisa fazer esse drama...

– Pergunta aonde ele está, Edward. - Alice mandou, em um sussurro.

– O que passou agora? - ignorou também a Alice. - Era loira? Assobia por mim.

– EDWARD! - dei um tapa na perna dele e o garoto se encolheu de dor. - Espero que Emmett não tenha feito isso... - rosnei.

– Não... Ele não fez. - deu um sorrisinho nervoso.

– Eu vou matar o Emmett! - Rosalie mudou de humor na mesma hora, saindo do desesperada para o raivosa. - Se ele estiver olhando para alguma vadia na rua...

– Edward... - apertei minhas unhas na coxa dele, e ele fez uma careta. - Acaba logo com isso e pergunta aonde ele está.

– Emmett... - chamou com a voz sufocada. - Cara, aonde você está? A Rosalie está preocupada com o seu sumiço.

– Não estou mais! - falou, cruzando os braços no peito. - Ele tem as vadias de rua para cuidar dele.

Ihhhhh, ataque de ciumes começando.

– Aonde? - Edward perguntou, rindo. - Eu não acredito... - seu sorriso foi morrendo as poucos. - QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO EM UMA BOATE DE STRIPPER EM SEATLLE?!

Além dos olhos arregalados de todos na sala, ainda teve o desmaio da Rosalie.

– Que injustiça, nós aqui todos preocupados com Emmett e ele aproveitando a vida. - Jacob fez bico e eu gargalhei.

– Não sei como você pode achar isso engraçado. - Alice falou indo ajudar Rosalie, mas antes que pudesse chegar perto, a loira já estava em pé novamente.

Ela não tinha desmaiado?

– EU VOU MATAR O EMMETT! - rugiu como uma leoa e saiu pisando duro para fora.

– A coisa ficou preta para o Emmett. - falei, ainda rindo. - Para onde ela vai? Não sabe nem qual boate é...

– Ok, ok, eu estou indo para ai. - Edward encerrou a ligação e olhou para nós. - E então, eu ajudou ou não a Rosalie chegar no Emmett? Porque ele me passou o endereço... - balançou o papel com sua caligrafia feia. Era tão ou pior que a minha.

Todos nós nos encaramos, apenas ouvindo o motor da BMW sendo ligada do lado de fora. Ela estava mesmo furiosa...

– VAMOS! - falamos juntos, loucos para ver Emmett apanhar.

Alice foi quem saiu primeiro, correndo até o lado de fora para impedir que Rosalie saísse que nem uma louca pronta para atropelar o primeiro viadinho que aparecesse na rua. Ainda mais se ele tiver uma semelhança com Emmett. E mesmo que não tivesse, ela acharia. E como acharia.

– Rose! Rose, esperaaaaaaaaaaaaa. - Alice se jogou na frente do carro, quase sendo atropelada. - Vamos juntas, pois também quero matar ele!

– ENTRA LOGO!

– Eu não! - Alice arregalou os olhos. - Não estou afim de morrer, então vamos é no meu.

– ENTRA LOGO, ALICE, OU EU ATROPELO VOCÊ!

– Ah, já que você está pedindo com toda essa educação... - a baixinha deu um sorrisinho nervoso e entrou no banco do passageiro, colocando o cinto e a bolsa na frente. - Vai que o arbeg não esteja tão bom. - murmurou.

– Alice, eu não vou deixar você morrer sozinha! - Jasper estufou o peito todo corajoso e entrou no banco de trás. - Se você vai morrer, eu morro junto.

– Aiii. - a baixinha suspirou.

Só foi preciso um segundo que Alice virasse para frente para Jasper fazer uma careta de medo e implorar que impedíssemos aquilo. Eu não me aguentando caí na gargalhada, até me dobrando de tanto rir. E olha que Emmett ainda nem apareceu...

– Rosalie, vá com cuidado! - Edward falou e loira assentiu, saindo cantando pneu. - Ela nem percebeu que não sabe o endereço.

Pronto, aquilo foi o meu máximo, eu voltei a rir, sendo seguida por Jacob e Renesmee. Nós fomos para o Volvo, o casal sentando atrás totalmente relaxados. Edward até colocou uma musica para nós irmos ouvindo no caminho.

– Acha que ela vai se tocar disso que hora? - perguntei para ele.

– Hum... Quando estiver saindo de Forks Alice vai lembrá-la, eu tenho certeza. E é por isso que Rosalie vai desacelerar, pois sabe que estamos seguindo-a e então ela vai ter que andar em um ritmo lento porque eu não vou dar nem que ela me ameace.

– Nossa, com ele é corajoso. - brinquei, fazendo os de trás rirem. - E se ela ameaçar bater no seu Volvo?

Edward de repente parou de respirar e eu até podia ver um balãozinho crescendo acima da cabeça dele e a cena acontecendo, com muito mais drama que um filme, tendo até ele chorando. Yeah, eu conhecia muito bem a cabeça do meu namorado.

– O-ok. - gaguejou, engolindo em seco. - Ai a coisa fica mais pessoal.

Eu gargalhei e dei um beijo no ombro dele, falando que não precisava se preocupar que era apenas uma brincadeira minha.

Como Edward previra, na saída de Forks, Rosalie estava com o carro estacionado e encostada no capô. Ela, assim que viu o Volvo, levantou em um pulo e veio até nós, ficando do meu lado na janela.

– Edward, me da o endereço para eu matar aquele desgraçado. - mandou.

– Ah, sabe como é Rouss, por mais que eu ame você, cunhadinha, eu não posso fazer uma coisa dessa com Emmett, Alice e Jasper. - deu de ombros.

– O que aqueles dois tem haver? - perguntou, confusa.

– Estou poupando eles de morrerem cedo, sabe como é... - suspirou teatralmente. - Então, Rose, meu amor, vai ter que me seguir.

– O QUE?! - ela se afastou do carro. - EDWARD, EU VOU MATAR VOCÊ E ELE!

– Nem pense nisso. - arregalei os olhos. - Só matar o Emmett está bom demais.

– É isso ai. - Edward me apoiou e eu revirei os olhos. - Ou é assim, Rose, ou você vai ter que ir em todas as boates stripper que tem por Seattle. Isso é, se ele estiver lá...

Rosalie rosnou e deu as costas para nós, indo para o carro dela aonde Jasper e Alice estava aos beijos no banco de trás. Só dava para ver os pézinhos deles lá. Eu me virei rápido para meu namorado, vendo sua expressão de blefe.

– Isso é errado de se fazer, ficar enganando ela. - Nessie falou e eu concordei.

– Você querem perder sua amiga em um acidente de transito causada por uma loira raivosa de ciumes? - Edward perguntou e ela negou.

– Mas também não precisa enganar ela! - bati o pé. - Rosalie já está desesperada demais apenas por saber o lugar que Emmett está, então... Não venha ficar tentando proteger Emmett sendo que ele pode ter traído ela com uma qualquer. Isso não é certo, Edward Cullen!

Edward arregalou os olhos e voltou a atenção para a estrada, logo acelerando e sendo seguido por Rosalie.

– Sabe o que eu acho, cara? - Jake colocou a cabeça entre os bancos, com um sorriso travesso nos lábios.

– Não, o que? - Edward perguntou.

– Que seus dias vivos estão contados. Bella está ficando de TPM.

Duas reações e uma ação para o comentário de Jacob. A primeira reação foi arregalar os olhos e corar violentamente diante do seu comentário, pois ele não estava nem um pouco errado. A outra reação foi olhar para Edward, que me lançou um olhar de medo por saber que aquele era um bom palpite. E a ação foi:

– AHHHH, EU VOU TE MATAR, BLACK! - me soltei do cinto, fiquei de joelhos e me virei para trás, tentando acertar um soco no moreno, que se esquivava, rindo. - É SÉRIO, EU VOU TE MATAAAAR!

– TPM. - cantarolou, gargalhando e sendo acompanhado por Nessie. - Essas suas mudanças de humor, virando da água pro vinho só pode se isso, Bella. Eu bem sei...

– Bella, volta o seu lugar, por favor! - Edward pediu, tocando minha perna.

– CALA A BOCA! - o ignorei, me concentrando em Jacob. - VOCÊ NÃO SABE DE NADA, E... - parei, olhando com o cenho franzido para Jacob. - Como você sabe? Por acaso é mulher que se disfarça de homem?

Renesmee começou a tossir loucamente e Edward a gargalhar tanto que até chorava. Já Jacob estava ficando vermelho, e eu sabia que não era de vergonha.

– VIRA ESSA BOCA PRA LÁ, BELLA! EU SOU HOMEM, E MUITO AINDA. RENESMEE BEM SABE! - ele aproximou o rosto do meu. - Eu só disse isso porque Renesmee também fica louca nessa época.

– COMO É?! - a ruiva arregalou os olhos.

– Na-nada, amor. - ele gaguejou.

– SEU FILHO DE UMA PUTA, COMO FALA UMA COISA DESSAS?! VOCÊ SABE O QUE É TER UMA CÓLICA? SABE COMO É TER METADE DO SEU SANGUE SAINDO PELA...

– HEEEEEY! - Edward gritou, impedindo que ela continuasse. - Dá para vocês pararem com isso? O carro está balançando mais do que quando Bella e eu...

– CALA A BOCA! - tampei a boca dele, que assentiu. Depois me voltei para Jacob, que agora estava encolhido em um canto. - É hoje que você morre, indiozinho.

– Ah, morre mesmo! - Renesmee concordou.

Nós duas avançamos em Jacob, que implorava por piedade e socorre. O carro estava a maior bagunça, eram gritos vindo de todos, Edward pedindo para que parássemos, Jacob quase chorando, e Nessie e eu xingando ele por achar que era fácil ser mulher. Eu já tinha visto aquela cena meses atrás... Parecia tão distante e surreal a época em que fomos para a convenção e brigamos pelo maldito bolinho. Deus, parecia mesmo de outro mundo aquela época.

– AHHH, PAREM COM ISSO, POR FAVOR! EU JURO QUE NÃO FALO MAIS QUE VOCÊS SÃO O CÃO EM FORMA DE PESSOA NA TPM!

– CALA A BOCA, JACOB, OU NÃO TEM MAIS NADA DESSE CORPINHO PARA VOCÊ!

– NUNCA MAIS OUSE FALAR DA MINHA INTIMIDADE ASSIM. SE EU VOU FICAR DE TMP O PROBLEMA É MEU E DO EDWARD, QUE VAI TER QUE ME AGUENTAR...

– DÁ PARA VOCÊS PARAREM COM ESSA MALUQUISSE! VÃO PENSAR QUE ESTÁ ACONTECENDO UMA FESTA OU COISA PIOR AQUI DENTRO!

Sim, aquilo era pior que uma creche cheia de crianças que comeram doce o dia inteiro. E apesar de toda aquela bagunça e da raiva que eu estava sentindo de Jacob, eu gostava, pois fazia um tempo que não acontecia essas coisas com meus amigos malucos.

Uma buzina do lado de fora que nos fez parar. Era Rosalie, que abaixou lentamente o vidro do carro e olhou nossa situação pelos vidros já abertos do Volvo. Eu percebi que não era nada boa, porque Nessie segurava os cabelos de Jacob e ameaçava colocar a cabeça dele para fora, já que estava segurando - ou empurrando - os ombros dela para que fizesse aquilo mesmo. E Edward... Bem, ele tinha aproveitando a situação para pegar na minha bunda. Não sei se proposital ou sem querer, porque até aquele momento eu não tinha percebido aquilo. Mas suas outra mão estava na minha perna, como se me puxasse...

– Que... Porra... Está... Acontecendo ai dentro? - Rosalie perguntou me tirando das minhas duvidas.

Logo a cabeça de Jasper e Alice apareceram na janela de trás e os dois estavam descabelados.

– Caralho... - murmuraram juntos.

– Isso é uma suruba ou uma festa? Porque da forma que o carro se mexia... - Rosalie negou com a cabeça.

– NÃO É NADA DISSO! - eu falei, me sentando direito no lugar. - Só... Não é nada! - repeti, enfiando a cara no ombro de Edward e soltando um choramingo. Meu rosto estava pegando fogo.

– Quem começou isso tudo foi Jacob. - Edward falou. - Agora, esquecendo isso, vamos logo.

Ouvi o vidro sendo fechado e finalmente levantei minha cabeça, ainda me sentindo constrangida com a forma que tinham nos flagrado. Tudo bem que não estava acontecendo nada daquilo que Rosalie citou, mas mesmo assim, olhando de fora iria parecer mesmo!

O resto do caminho até Seattle - que era loooooooooooongo - não foi nem um pouco calmo. Ainda teve uma DR da Nessie com o Jacob, depois uma aula sobre menstruação para ele nunca mais falar nada e ainda teve até sobre como um bebê é gerado. Não vou mentir falando que essas besteira só vieram do casal do fundo, porque veio de mim e do Edward também, nós nos juntamos aqueles assuntos. Não teve um segundo de paz dentro daquele carro. Até assustamos a mulher do pedágio quando Edward abaixou o vidro para entregar o dinheiro e ela ouviu Nessie falando que ia ensinar o filho dela a ler ante de nascer. Estranho. Foi uma graça quando finalmente chegamos a cidade, com Rosalie no nosso encalço.

– Edward, eu estou com fome. - falei, sentindo meu Rex rugir.

Sim, Rex, porque aquilo era pior que o Tiranossauro quando estava com fome. E agora ele estava com muita. Brigar com Jacob tinha feito eu gastar muita energia e também desde ontem a tarde que eu não comia nada. Era uma filha de Deus, precisava de comida.

– Somos dois, meu amor. - ele fez uma careta. - Tudo culpa do animal do Emmett!

– Claro que é. - revirei os olhos. - Vamos procurar um Mc Donalds porque eu não vou aguentar. Ou é isso, ou vou virar uma canibal aqui. - olhei para Nessie e Jacob, que arregalaram os olhos. - E não estou brincando.

– EDWARD, PELO AMOR DE DEUS, PROCURA UM MC DONALDS. - Jake pediu desesperado, agarrando os cabelos do meu namorado.

– Claro, se você me soltar! - Edward fez uma careta.

– Er... - Jake soltou lentamente, com um sorrisinho constrangido.

Edward desviou do caminho que iria dar na tal boate e seguiu por outro, falando que estávamos perto de um. Mesmo que tenhamos andado de carro dez minutos, para mim pareceu uma eternidade. Sem querer perder tempo, ele entrou no drive-thru e nós quatro fizemos nossos pedidos. Nem preciso dizer que o da Nessie foi o menor, sendo tudo do pequeno: refrigerante pequeno, batata pequena e até o menor hambúrguer. Se é pra pedir isso, pede logo um Mc Lache Feliz, que ainda vinha o brinquedinho que ela podia me dar! Jake, Edward e eu pedimos tudo dos grandes. Acho que do jeito que eu me encontrava, iria era comer nem era por dois como as grávidas, era por cinco mesmo.

Assim que pegamos nosso pedido, o carro de Rosalie apareceu no nosso lado, e ela estava furiosa.

– Eu não acredito nisso! - ela se indignou. - Vocês pararam para comer?!

– Rosalie, senta e relaxa. - eu falei, fazendo a loira rosnar. - O que? Por culpa do seu namorado eu não tomei café, então é melhor fazer o que eu mandei.

– Hey, eu também quero! - Alice falou, saindo da BMW e vindo até nós.

– Nem chegue! - Edward falou e dessa vez quem imitou um rosnado para a baixinha fui eu. - Viu?

– Meu Deus! - ela arregalou os olhos. - Vamos lá dentro, Jazz, pedir o nosso.

Alice saiu arrastando Jasper, que ainda estava descabelado. Acho que Rosalie estava tão cega de raiva que nem se importava que o primo e a baixinha fizesse algo no banco de trás.

Minutos depois todos estavam com o tanque abastecido e seguíamos novamente para a tal boate, que não foi nem um pouco difícil de achar. Emmett estava parado ao lado de fora, e com uma roupa estranha, como a de um... Cafetão? Sem brincadeiras, Emmett estava com um terno rosa e no chapéu tinha uma pena colorida, assim como via nos filmes e desenhos.

As coisas aconteceram muito rápida para que alguém impedisse, mas em câmera lenta para assistir. Rosalie saiu do carro furiosa com a bolsa da Alice na mão e foi até o namorado, que antes de ver a expressão assassina no rosto dela, abriu os braços e um sorriso, mas depois que viu e viu também a bolsa - que todos nós sabíamos que Alice colocava coisas pesadas e de ferro -, arregalou os olhos e entrou correndo na boate, sendo seguido por ela.

– Eu acho que isso não vai acabar bem. - Edward falou, já saindo do carro.

Eu também sai, indo para o lado dele e pegando a sua mão. Nós fomos todos lá para dentro também, só para arregalar os olhos com o que vimos. O lugar mais parecia um parquinho infantil do que uma boate de stripper. Falando nelas, cadê? Pois eu só via garotas vestidas com roupas coloridas e de babá. No bar não parecia vender bebida, e sim suco e leite. E não tinha velhos ali, TINHAM CRIANÇAS! Crianças essas que corriam e gritavam como loucas, brincando nas barras de pole dance e nos sofás com estofados vermelhos.

– Ai, Rose, para com isso! Por favor, para com isso! Essa bolsa dói!

Nossa atenção foi atraída pelos pedidos suplicantes de Emmett, que levava bolsadas de Rosalie. Eu me segurei para não rir da situação dele, pois não queria piorar aquele momento ainda mais.

– Seu cachorro, como teve coragem de fazer isso comigo?! Hein?! Some e ainda aparece em um... Em... NÃO ME DIGA QUE UM DESSES É SEU FILHO?

– O QUE?! - ele arregalou os olhos.

– Eu sabia Emmett, eu sabia assim que vi você estranho! Agora eu não consigo acreditar como... - ela parou de bater nele e arregalou os olhos, que logo ficaram úmidos. - Emmett...

– Que foi, meu amor? - ele se preocupou.

– O que você fez, seu desgraçado?! - e ela explodiu novamente, voltando a bater nele. - Eu não sabia que era esse tipo de importância que você dava para mim!

– Para com isso, Rose, por favor! Me deixa explicar! - Emmett se esquivava das bolçadas.

Algumas crianças - as curiosas - tinham se aproximado para ver o que era aquilo, e começaram a rir, sendo acompanhadas por mim e Edward.

– Bate nele, tia! Bate no tio! - um ainda se atreveu a falar.

– É isso ai! - incentivei.

– Bella! - Nessie e Alice me repreenderam, e eu só fiz enfiar meu rosto no peito de Edward e abafar uma risada.

– OK! - Rosalie parou de bater no Emmett, totalmente ofegante. Ela arrumou o cabelo para depois cruzar os braços. - Vamos lá, comece a explicar o porque de estar nesse... Nesse... O que quer que seja isso e porque sumiu.

Emmett assentiu, esperando levar mais alguma bolçada, mas nenhuma veio para o alivio dele e minha tristeza. Ele pediu que nos sentássemos naquelas mesas contornadas com luzes de neon e chamou uma daquelas mulheres com roupa engraçada, pedindo que trouxesse bebida para nós. E as bebidas vieram rápido, e como eu previra, eram sucos. Nesse tempo Alice falou para Emmett que ela se sentia conectada com ele, e os dois ficaram feliz com isso. Algo estranho.

– Estou esperando... - Rosalie cantarolou, sem paciência.

– Er... Rose, eu não falei para você antes, mas quando decidimos que iriamos para Yale, eu providenciei um apartamento. - todos na mesa arfaram. Emmett sendo responsável?! - Era por isso que eu estava diferente, como você disse, porque eu queria fazer uma surpresa, mas você sabe como eu sou... Não consigo esconder essas coisas. Eu fiz o meu máximo, só que ontem você soltou a bomba e, desculpa minha loira, mas eu pirei. - ele pegou a mão dela e Rosalie ainda o olhava sem piscar, mas agora a sua expressão era de surpresa não de raiva. - Queria o mais rápido que podia cancelar a compra do apartamento em New Haven e procurar um na Califórnia. Foi por isso que sumi.

O silêncio que se instalou na mesa foi tenso. Ao fundo tinha as criancinhas gritando e as babás - se é que elas eram isso - chamando por elas. Eu não sabia o que falar, porque o que Emmett estava fazendo era... Merda, era tão maduro e responsável que eu cheguei a olhar nos olhos do Grandão para ver se ele não era um E.T ou algo do gênero. Mas eu enxerguei algo ainda pior, eu enxerguei sinceridade e amadurecimento. Yeah, como eu não imaginava, mas esperava, Emmett não iria para a universidade parecendo um adolescente idiota. Ele iria como deveria ir.

Edward me tirou dos meus pensamentos quando pegou minha mão e me puxou para longe daquela mesa. Eu ainda tive uma visão que poderia se tornar a mais perfeita diante dos meus olhos: Rosalie e Emmett se abraçando, e a loira com lágrimas rolando pelo rosto. Eles não falavam nada, e eu de longe sentia que não precisava. Eu os via agora como um filho olha para os pais em um momento romântico e intimo, com um orgulho de saber que aquilo era um exemplo de que ainda poderia existir casais que se amam de verdade, e que desde adolescentes poderiam viver para sempre. Mesmo que algo tão evidente como a morte os separasse, a alma daqueles dois estaria ligada eternamente. Nem se Emmett ficasse do outro lado do país os dois terminariam. Era de forma tão simples e complexa ao mesmo tempo aquilo que os unia. Lembro quando Alice disse que foi algo rápido de evoluir o que eles sentiam, e como foi único. A baixinha louca assumida por um romance até falavam que eles eram o casal super-heróis dela.

Me senti ser erguida e quando percebi estava sendo sentada em cima de um dos vários pequenos palcos que havia ali. Edward estava parado na minha frente, e uma mão acariciava meu rosto. Coloquei minha mão junto a dele, sentindo certa umidade ali. Foi então que percebi que eu tinha deixado algumas lágrimas escaparem. Eu não acredita naquilo, de que estava passando aquela vergonha por ver nada mais que um casal juntos. Só podia ser a TPM mesmo, Jacob tinha total razão.

Voltei minha atenção para Edward, que tinha um minimo sorriso nos lábios. Será que ele sentia o mesmo que eu? O orgulho de ver Emmett agindo daquela forma, e o sentimento dele e de Rouss? Porque se fosse só eu, estava virando uma idiota intensa demais, algo que eu nunca tinha sido. Ele aproximou lentamente o rosto do meu, até seus lábios irem de encontro minha testa. Eu fechei os olhos e soltei um suspiro, apertando a mão de Edward no meu rosto. Ele foi rocando os lábios pelo meu rosto, até parar na minha têmpora e dar mais um beijo, e logo parar novamente no meu ouvido, aonde ele soltou um suspiro.

– Isso sou eu que fiz ou é culpa da TPM? - Edward perguntou e eu soltei um risinho.

– Estou com medo de que seja você. - admiti, fazendo ele rir. - Porque se for você, vou ser sensível todo o tempo, e se for TPM é apenas uma vez por mês.

Edward acariciou meu rosto e desceu a mão pelo meu ombro, até parar na minha cintura.

– Agora estou confuso entre se preferir isso ser TPM ou sensibilidade. Você fica com raiva quando está sensível? - assenti, sorrindo. - Ah, que seja TPM. - olhou para cima, como se implorasse a Deus, me fazendo gargalhar.

– Deixa de graça. - lhe dei um chute na perna e Edward fez uma careta. - Gatinho, aonde nós estamos realmente?

Eu ainda não sabia que espécie de lugar era aquele, uma mistura louca de boate com berçário cheio de crianças malucas e barulhentas e babadas. Argh!

– Vocês estão na Babys Stripper. - uma mulher loira apareceu do nada, nos assustando.

– Er... Aonde? - Edward perguntou com medo da mulher, que tinha um sorriso estranho no rosto.

– Vocês estão em uma creche.

– Hm... - olhei para os lados. - Então essa é a nova decoração das creches modernas?

– Não, mas até que é legal. - ela olhou para o lugar e depois sorriu daquela forma estranha para nós. - Bem... Essa decoração é um disfarce para esconder as nossas crianças do Sr. Sequestro.

Edward ao meu lado soltou uma tosse com uma risada, e acabou se engasgando com sua própria saliva. Eu não sabia se ria dele ou do que a maluca tinha acabado de falar.

– Esconder as pestinhas? - perguntei, batendo nas costas do meu namorado.

– Isso. - ela assentiu e olhou para os lados. - Tem um cara sequestrando as crianças aqui para vender ela para traficantes de órgãos. Então, decidimos camuflar nossa creche com uma boate. E aqueles dois - apontou para Emmett e para um cara que estava encostado na parede, vestido da mesma forma que o grandão. Ele era estranho... - são nossos seguranças. E eles também ajudam no disfarce. - ela deu de ombros.

– Ah sim, entendi... - balancei a cabeça, não entendendo porra nenhuma. - Bem... Isso foi inteligente da parte de vocês...

– Fui eu quem tive a ideia! - ela sorriu triunfante, olhando para Edward, que já havia se recuperado. - Mantemos não só a fachada da frente da antiga boate, como também por dentro. É claro que não tem nenhuma stripper aqui, mas se você quiser uma... - ela passou a linguá nos lábios, se achando sensual.

Como ela tinha a cara de pau de fazer aquilo? Por acaso não percebia que Edward estava acompanhado, e que a companhia dele estava bem ali, AO SEU LADO! Depois dizia que não tinha nenhuma stripper vadia naquele lugar. Pois eu estava vendo uma na minha frente, e se oferendo para o MEU namoradoooooo.

– Er... Não, obrigado. - Edward falou, apertando a minha mão.

– Uma pena... - ela fez um biquinho FEIO e passou a mão no braço da droga do meu namorado, que estava mais preocupado em segurar a minha mão. - Pois eu adoraria fazer esse trabalhinho para você.

AQUILO ERA DEMAIS PARA MIM! Eu não admitia nem Tânia, que sempre pareceu ter algo com o MEU Cullen, imagina essa babá que pensa que é sensual como aquelas stripper de filme. Nunca! Até eu sabia ser mais sensual que aquilo, e olha que eu não era nem um poço de sensualismo com toda a minha falta de coordenação e de jeito. Eu não ia deixar aquilo barato.

Pigarreei, chamando a atenção dela para mim.

– Como você percebeu, querida babá, ele não está afim, porque tem alguém que faz esse trabalhinho para ele. Então... - me aproximei dela, vendo que era mais alta que eu. Mas isso não importava, eu iria dar meu aviso. - TIRA A PORRA DO SEU CAVALINHO DA CHUVA E DEIXA O MEU NAMORADO EM PAZ! Vai procurar criança pra trocar fralda que é o seu trabalho. Isso é, se elas não correrem dessa sua... - a olhei de cima a baixo.

– O que você quer dizer com isso, garota? - fechou a cara na mesma hora.

– Isso que você entendeu, sua babá stripper– ironizei a palavra - de quinta. É impressão minha ou a tinta comeu seu cérebro?

– Argh! - a garota fez. - Como ousa falar assim comigo?

– Eu quero é saber como você ousa dar em cima do meu namorado na minha frente, isso sim. E não venha dizer que não sabia porque eu acho que isso aqui - levantei a mão dele que estava junto da minha - significa muita coisa.

– Não signi...

– OLHA, É O SR. SEQUESTRO! - a voz de Emmett soou pelo lugar inteiro e até por cima dos gritos das crianças.

Todos nós olhamos na direção de onde veio o berro, e Emmett estava em cima do palco maior, apontando para o bar. Então olhamos para lá e vimos o segundo segurança - Emmett tinha arranjado um trabalho? - colocar uma criança dentro de um saco. Sério mesmo que ele estava fazendo aquilo? Não percebia que não era nada discreto?

– PEGA ELE! - a babá ao meu lado berrou me assustando e saiu correndo em direção do cara, que ainda tentava colocar a criança dentro do saco, só que agora mais desesperado.

– AHHHH, NADA DISSO. VOCÊ NÃO VAI FUGIR DE MIM! - eu falei, me soltando da mão de Edward e indo atrás da loira feia.

– BELLA! - Edward gritou no meu nome, mas eu não me importei.

Ela quem pensasse que iria chegar daquele jeito. Ninguém dava em cima do meu Cullen assim, na minha frente,e ainda acha que pode sair ilesa, sem ouvir umas boas, porque eu não falei nem metade das coisas que estavam entaladas na minha garganta. Vi pela minha visão periférica Emmett sair correndo para o meio da muvuca que tinha se formado em volta do Sr. Sequestro. Logo eu também estava lá, querendo acertar a babá loira, só que tinham tantas usando aquela roupa colorida e com o cabelo pintado de loiro que era até complicado saber qual era. Decidi ir em todas! Seria porrada para todo o lado.

– CHAMEM A POLICIA! CHAMEM A POLICIA! - alguém gritava desesperada.

Só dava para ouvir os gritinhos histéricos das babás, os meus, os palavrões de Emmett e o choro irritante das crianças. Eu não me importava com aquilo, dava socos e tapas para tudo que era lado.

– BELLA, VEM COMIGO! - ouvi a voz de Edward perto e logo os braços dele já circundavam minha cintura, me tirando daquele meio.

– ME SOLTA, EDWARD. ME SOLTA QUE EU VOU ACABAR COM ELA! - esperneei, me sacudindo para que ele me soltasse.

– PARA COM ISSO! Eu já entendi que não é pra ninguém mexer comigo. - gargalhou no meu ouvido e eu senti vontade de dar um soco nele. - Agora vamos embora que a policia está vindo ai.

– EMMETT, EU VOU SALVAR VOCÊ! - Rosalie falou se jogando naquela muvuca atrás do namorado.

Eu deixei Edward me levar para fora daquele lugar, aonde Alice e Jasper estavam perto da BMW. Edward me soltou e eu tentei voltar, só que ele me prendeu no carro.

– Cadê o resto do povo? - Alice perguntou, desesperada.

– Pegamos o Emmett, vamos embora! - Nessie e Jacob traziam Emmett, que estava com a cabeça abaixada.

Era impressão minha ou ele estava maior e mais bronzeado nas mãos?

Edward abriu as portas do carro e nós cinco entramos, deixando Alice e Jasper para irem buscar Rosalie. Enquanto Edward acelerava, eu me olhei no espelho, vendo que eu estava o caos. Meu cabelo parecia uma juba, e meu rosto estava vermelho e arranhado. Renée com toda certeza iria querer uma explicação para aquilo, e eu não tinha nenhuma. Será que ela pensaria besteira? Não, quem teria que pensar besteira de arranhados era Esme, que era mãe de um menino.

– Só você mesmo Emmett para nos meter em uma dessa. - Edward começou a falar, rindo e sendo acompanhado por nós. Teve uma risada estranha naquele meio... - Uma creche com fachada de stripper, uma babá tarada e um sequestrador de crianças.

Nós entramos na avenida que estava lotada de carros. Caramba, era um domingo, será que aquilo não podia estar mais vazio? Ainda bem que não tinha transito.

– Isso que é desespero para ter dinheiro... - Nessie comentou, se aconchegando em Emmett.

– Eu quem o diga.

Nós todos olhamos na direção de Emmett, que estava com uma voz estranha. Mais grossa...

– Porque eu sinto que esse não é o Emmett? - perguntei e o suposto "Emmett" começou a rir.

– Talvez seja porque eu não sou o amigo de vocês? - levantou a cabeça, se revelando ser o Sr. Sequestrador.

– AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH. - nós todos berramos, até o cara grandão.

Edward se assustou tanto que acabou rodando o volante, fazendo o carro ir parar do outro lado da estrada. Vários carros, que tiveram que que desviar, buzinaram, xingando nós de tudo que era nome. Nem nos preocupávamos, porque... O SR. SEQUESTRO ESTAVA DENTRO DO CARRO.

– EU NÃO QUERO SER SEQUESTRADA. EU NÃO POSSO SER SEQUETRADAAAAAAAAAAA! NÃO ME LEVE SR. SEQUESTRO! LEVE MEU NAMORADO! - Nessie empurrou Jake na direção do cara.

– HEY! - o moreno fez.

– OH MEU DEUS! OH MEU DEUS! É O SR. SEQUESTRO, ELE VAI QUERER LEVAR MEUS LINDOS ÓRGÃOS. - berrei também, histérica. - ABRE AS PORTAS, EDWARD! ABRE AS PORTAS!

– CARALHO, MANDA ESSAS MENINAS CALAREM A PORRA DAS BOCAS DELAS! - o Sr. Sequestro berrou, levando as duas mãos a cabeça. - Eu sou sensível a som...

– É AGORA QUE ELE VAI NOS MATAAAAAAAAAAR! - Nessie berrou e Jake tampou a boca dela, que começou a falar coisas ilegíveis.

– NÃO FAZ ISSO, JACOB! ELE VAI NOS MATAR E VOCÊ FICA SUFOCANDO ELA? - me virei para o moreno, que me olhava de olhos arregalados.

– SUA GAROTA HISTÉRICA, CALA A BOCA. OHHHH, HOMEM, CONTROLA ESSA MATRACA! - apontou para Edward, que arregalou os olhos.

– NÃO FALE ASSIM COM ELE! SÓ ESME E EU PODEMOS GRITAR COM EDWARD!

– VOCÊ QUE SONHA, EU GRITO COM QUEM EU QUISER! ATÉ COM O SEU NAMORADO.

– NEM A PAU! - levantei o punho para o cara, que me olhou cético. - Não tem medo de morrer?

– JA CHEGA! - Edward berrou, nos assustando. - Vocês acham que meu carro é o que? Bella, meu amor, se acalma. - mandou e eu assenti. - E você, Sr. Sequestro, CAI FORA!

– Hey, não faz isso comigo. - o cara fez bico. - Eu não vou ser largado aqui no meio do nada. Pode me levando de volta para aquela droga de lugar que eu ainda tenho um trabalho a fazer.

Nessie, que não estava mais sendo segurada por Jacob começou a chorar e soluçar.

– O que foi? - perguntei para ela.

– Ele quer... Quer... Ma-matar as criancinhas! - ela caiu em um choro histérico e Jake teve que ampará-la.

– Eu não quero fazer essa barbaridade não! - o cara se fez de ofendido. - Foram aquelas malucas que começaram a falar isso e agora eu estou sendo chamado assim.

– EHHH, TIRA ESSE CARRO DO MEIO DA RUA! - um carro passou por nós, o motorista buzinando e gritando.

– Nós temos que voltar para aquele lugar. - falei e Edward concordou, ligando o carro novamente e já pegando o caminho.

– Se você não está fazendo nada disso, porque tentava sequestrar a criança? - Jacob perguntou.

Percebi que ele tentava a todo custo manter a namorada longe do cara. Nessie ainda chorava que chegava a soluçar. Tadinha...

– Eu estava querendo levá-la para a MINHA creche, que é muito melhor que aquele muquifo feio e fedido. - fez careta. - Não aguento mais ver as nossas crianças naquele lugar de maluca.

– E assanhadas! - completei, ainda me lembrando da loira.

– Isso mesmo! - ele assentiu. - Só que as malucas começaram a me chamar assim, então tive que optar para o sequestro. Depois eu levava as crianças para as mães delas e dizia sobre minha creche. Era por isso que as crianças não voltavam para aquele lugar.

– Olha, Sr. Sequestro - me virei para trás - , se você quiser, eu te ajudo a sequestrar as crianças daquelas pervertidas... - me impus, e o cara sorriu junto comigo.

– Nada disso. - Edward me fez sentar direito no meu lugar. - Pode ficando quietinha ai, Sra. Isabella.

– Ok.- bufei.

No caminho o cara foi explicando o porque daquilo tudo e desde quando começou aquela rixa. Eu nem me importei em ouvir, estava mais preocupada em chegar lá naquele lugar novamente e encontrar aquela loira. Se a visse com toda certeza iria dar um belo de um soco nela. Nunca vou esquecer aquela ousadia toda!

– Chegamos. - Edward falou e eu logo procurei por ela do lado de fora ou o carro de Rose, mas não tinha nada. - Agora pode descer.

– Valeu pela carona. - o cara agradeceu antes de descer. Ele veio para a minha janela. - Se quiser um emprego, garota histérica, liga para esse numero. - me entregou um cartãozinho. - Nós podemos ser uma bela de uma dupla. - ele piscou um olho e depois foi embora.

Olhei para o cartão, vendo o nome da creche, que era uma coisa estranha e sem sentido. Balancei a cabeça, rindo.

Metade do caminho foi até um pouco calmo. Rosalie ligou para o celular do Edward avisando que estava com o Emmett verdadeiro e ainda mandou ele me avisar que acabou com a cara da loira porque ela era uma pervertida que tinha pegado na bunda do Emmett. Eu comemorei aquilo, e muito! Aquela vadia bem que merecia muito mais, mas Rosalie deve ter feito um ótimo trabalho. Com aquela felicidade, eu até estava pensando em ir dar uma ajuda no Sr. Sequestro a levar a falência aquele muquifo, como o próprio chamou.

– Nem pense nisso, Bella. - Edward falou, tomando o pequeno papel das minhas mãos.

– Hey! - reclamei. - Eu não estava pensando em nada! - menti, tentando pegar o papel dele.

– Eu lhe conheço, Swan, e sei que esse sorrisinho é de quem vai aprontar. Ele muita das vezes foi virado para mim. - Nessie e Jacob gargalharam. - Agora, se aquieta ai que não vou deixar você trabalhar com aquele louco.

– Ele não é louco! - bufei. - Está fazendo mais do que um ótimo trabalho levando aquela vadia a falência.

– Sinto cheiro de ciumeeeees. - Jacob cantarolou e eu mostrei meu dedo do meio para ele.

Depois que eu conheci esse sentimento, ele andava colado em mim como uma praga, fazendo eu agir sem pensar. Era horrível a sensação de perder alguém e eu não queria perder Edward. Bem, era isso que eu falava para mim para explicar tanta obsessão diante de uma pessoa.

– Edward, me devolve esse papel! - pedi, me esticando para pegar o papel.

– Não. - ele negou e jogou o papel pela janela, mas com o vento, felizmente, ele voltou. O problema foi que caiu nos pés do Edward. - Nem pense nisso...

– Já era! - falei e antes que ele pudesse protestar eu estava abaixada, procurando pelo papel.

– Bella, não faz isso, por favor... - Edward pediu com um choramingo, colocando a mão no meu ombro para me impedir.

Eu só ouvia Nessie e Jacob gargalharem e sussurrarem.

– Cala a boca, Edward. Droga, aqui está muito escuro. - levantei um pouco a cabeça piscando os olhos rapidamente e depois me abaixei. - Você bem que podia me ajudar afastando um pouco mais as pernas, assim seria mais fácil.

– Bella... - Edward falou meu nome de forma suplicante e tirou a mão do meu ombro, o que eu não entendi.

Levantei minha cabeça para dar com a mulher do pedágio me olhando de olhos arregalados. Então era daquilo que Jacob e Renesmee riam? Que belos amigos esses! Como uma garotinha constrangida, eu voltei para o meu lugar, dando um sorrisinho nervoso para a mulher, que tentou sorrir também, mas saiu uma careta.

– Não é nada disso que a senhora está pensando. - falei, me remexendo desconfortável no banco. - Eu só queria... Só queria garantir meu novo trabalho.

Assim que soltei essas palavras me arrependi amargamente, porque é claro que quem estivesse fora daquele carro entenderia errado. Porque eu não podia falar que estava procurando um papel? Porque eu era uma tonta e soltava essas merdas! Sério que aquilo saiu da minha boca?

– Aqui está seu troco... - a mulher falou lentamente para Edward, entregando as moedas. - Tenham juízo...

Edward assentiu, mais vermelho que um tomate. Deus, meu namorado estava vermelho, o que significava que a situação era mesmo constrangedora.

– Edward, pelo amor de Deus, ARRANCA LOGO COM ESSE CARRO! - bati no painel, vendo que o tonto estava parecendo um débil mental.

Edward saiu do transe e acelerou o carro. Eu afundei no banco, ainda não acreditando no mico que havia passado. Só comigo acontecia essas coisas. Só comigo! Por mais que eu tentasse botar na minha cabeça que nada daquilo aconteceu, as risadas e piadas de Jacob e Nessie não deixavam.

– Bella, você não sabe como foi hilaria a cara que a mulher fez quando ouviu você falando para Edward afastar mais as pernas. - Nessie gargalhou alto.

– Não é nada disso que a senhora está pensando. - Jacob me imitou, com uma voz afeminada. - Eu só queria garantir meu novo trabalho.

Soltei um gemido de desgosto, vendo aquela frase foi mesmo uma péssima ideia de usar. Eu nem precisava de trabalho! Era tudo culpa daquela loira, ela iria me pagar quando eu a visse. Com certeza deve ter jogado alguma maldição em cima de mim. EU ODEIO ELA!

– Parem com isso. - Edward mandou, soltando um suspiro.

Ele pegou minha mão e eu tentei afastar - estava constrangida demais para olhar na cara dele -, só que Edward apertou firmemente. Continuei olhando pela janela, pensando em como eu era idiota.

Quando chegamos na casa dos Cullens, demos com o grande e monstruoso Jipe de Emmett parado lá, ao lado da BMW da Rosalie. Edward só soltou minha mão quando tivemos que sair do carro, porque logo ele já a segurava. Nessie e Jacob iam na nossa frente, loucos para contar o meu mico. Abriam a porta com tudo e entraram.

– VOCÊS NÃO SABEM O QUE... Opa, eu quero pizza! - Jake parou de falar bruscamente, logo mudando a frase.

Edward e eu entramos na casa, vendo todos sem tandos na sala rodeados de caixa de pizza, garrafas de coca cola e conversando animadamente. Nos juntamos a eles, esquecendo completamente da cena constrangedora a qual passei.

Emmett nos contou como foi virar segurança de uma creche, que foi aonde ele acordou e como estava vestido, e também que ele conseguiu, antes de chegarmos lá, mudar a papelada dos apartamentos, agora esperando uma resposta para outro na ensolarada Califórnia, perto de Stanford. Ele contou também que só ficou porque as crianças precisavam de outro segurança aquele dia, e ele estava disposto a ajudar. Aquilo fez Rosalie, já mole que nem gelatina, derreter. E falou aonde achou o Jipe, que era escondido atrás de uns arbustos perto da tal boate. Loucura.

Ficamos um bom tempo lá, até Carlisle e Esme chegarem, totalmente sorridentes. Edward me levou para casa, e nós ficamos um tempo no carro. Era nosso único momento a sós aquele dia. Eu ainda não havia esquecido o que passamos com a mulher do pedágio, o que fazia Edward rir hora ou outra.

– Ah, para com isso... - pedi, enfiando meu rosto no peito dele. - Já não basta o que eu vou ter que ouvir pelo resto da minha vida.

– Pelo resto da vida? - gargalhou.

– Claro! - olhei para ele de olhos arregalados. - Acha que o que? Que minha amizade com Alice é apenas de colegial? Edward, sinto lhe informar, mas com Alice as coisas vão durar anos. Ela vai sempre ter que ouvir minha voz, ver minha cara e saber das minhas reclamações, assim como também vou ter que saber das dela.

– E tem o fato que meu molho é a sua comida preferida, então vou estar sempre com você. Isso torna a conexão com vocês duas ainda mais acessível.

– Oh, é verdade, meu rei do molho. - concordei, e ele gargalhou.

Edward aproximou seus lábios dos meus, me dando um daqueles beijos de tirar o folego. Eu levei minhas mãos a sua nuca, fazendo com que Edward se aproximasse. Ele segurou minha cintura com delicadeza, da forma que fazia eu me sentir uma coisa sensível e quebrável. Nos separamos quando ficou impossível não respirar. Encostei minha testa na dele, tentando fazer minha respiração voltar ao normal.

Quando eu iria me acostumar com aqueles beijos?

Ele fez todos os meus pensamentos desaliarem quando começou a distribuir beijos pelo meu rosto, começando na minha testa, depois passando pelas bochechas, maçãs do rosto, passou pela boca e deu um beijinho no queixo, seguido de uma mordida. E finalmente voltou para os lábios, onde me fez ficar sem ar novamente com um beijo pra lá de quente.

Suas mãos apertaram minha cintura e ele, com uma facilidade impressionante, fez com que eu fosse para o seu colo, com minhas pernas dos dois lados dele. Peguei o rosto dele, sentindo minhas mãos tremerem e meu coração bater no meu peito a mil. Era sempre assim que eu me sentia quando as coisas com Edward começavam a ir mais além do simples beijos. As coisas estavam começando a ficar mais intimas de um tempo para cá, e não era algo que eu conseguisse controlar. Só iam fluindo e quando percebia... Edward não me forçava a nada, e eu acho que nem ele percebia quando as coisas começavam a ficarem quentes.

Passei minhas unhas na pele sensível de seu pescoço e ele se arrepiou sob meus dedos. Agarrei-o em um abraço, puxando ele para ainda mais perto de mim. Quando não deu mais para ficar sem respirar, nos afastamos um pouco.

– Está... Calor, não é? - perguntei, arfante.

Edward assentiu, sorrindo de modo travesse, e subiu suas mãos da minha cintura para o zíper do meu capuz, o desceu até embaixo e depois o tirou, jogando para o banco de trás.

– Está melhor, garotinha sensível? - perguntou no meu ouvido, enquanto suas mãos subiam e desciam pelas minhas costas.

– Ahh, não me lembra daquilo. - pedi, enterrando meu rosto no pescoço dele. - Acho que hoje foi o dia em que eu fiquei mais constrangida em todo a minha vida.

– Ainda me pergunto porque você ficou daquele jeito. - me olhou pensativo.

– Ah... - olhei para baixo. - Foi por ter visto a forma que Emmett e Rosalie estavam. Sabe... Era tão intenso. Já dava para saber que eles iam casas e ter muitas crianças antes mesmo disso chegar. Eu não sei explicar... Só que vi um sentimento verdadeiro ali. - dei de ombros.

Edward sorriu de canto para mim e eu retribui, me deixando ser abraçada por ele. E então foi como se eu sentisse ser abraçada por aquela cena que presencie do Emmett e da Rosalie. Eu vi passar diante dos meus olhos uma vida da qual eu não planejava, e nela estava Edward. Na verdade, nós dois juntos, e depois de muitos anos. E ver isso fez eu me abraçar ainda mais a ele.

– Tem uma coisa que Emmett sempre me diz quando pode. - Edward começou, enquanto dava beijos no meu pescoço. - Que os Cullens só se amam uma vez na vida. Eu não acreditava naquilo, mesmo tendo de exemplo ele e meu pai, mas agora... - ele se afastou para me encarar, com um sorriso brincalhão. - Até que da para acreditar.

– Ohh, eu também te amo, Eddie. - falei e ele fez uma careta, mas depois riu e me beijou.

Novamente estamos sendo levador por aquele beijo. Edward me empurrou contra o volante, prendendo meu tronco ali, o que foi uma péssima ideia, porque apertei a buzina, assustando nós dois. Sentindo que aquele não era mesmo meu dia, eu comecei a gargalhar, sendo acompanhada pelo meu Cullen.





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

MALUCOS! E então, o que vocês acharam? Parece que toda a doidera deles voltaram, kkkk. E que coisas mais constrangedoras a Bella passou, hein.
Esse capitulo serve como um presente para todas vocês, que estão fazendo essa fic crescer. Muito obrigada a todos os comentários, recomendações, TUDO! Não sabem como essa fic é importante para mim, e assim que todas vocês começaram acompanhar, se tornaram também importantes. Sei que estou sendo melosa, e nem me reconhecendo, mas é isso ai, RUN. *evita o choro*, KKKK.
Bem, é isso ai, gatinhas. Eu torço para que tenham gostado. Eu estou muito feliz, mas também um pouquinho triste. Senti falta de tantas leitoras no ultimo capitulo :( Então, POR FAVOR, APAREÇAM! Ou então vou ter que colocar o FBI atrás de vocês!
Ah, está postado o novo capitulo de AQUELA GAROTA, quem quiser ler é só ir na minha conta.
Beijoos, obrigada e PARABÉNS PARA REVISTA NERD!