Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 32
Surtando




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31. Surtando

Suspirei pela décima vez enquanto via as árvores passarem rapidamente por mim. Mas elas não estavam rápidas o suficiente para mim, e eu quase pedi mais uma vez que Edward acelerasse o carro, mesmo sabendo que ele já estava o mais rápido que podia.

Senti quando Edward pegou minha mão e apertou em forma de conforto. Eu retribui o aperto, soltando outro suspiro.

- Ele não falou mais nada? - perguntou, para quebrar o silencio.

- Não, Charlie não queria falar por telefone. - me virei para ele. - Estou com medo, Edward. Estou realmente com muito medo.

- Vem cá, meu amor.

Edward me puxou para encostar a cabeça no ombro dele e ficou fazendo um carinho nos meus cabelos, enquanto mantinha a concentração na estrada. Ficamos daquele jeito até chegar em casa. Edward só soltou a minha mão quando precisamos sair do carro, mas assim que ficou ao meu lado, já estava novamente segurando minha mão. Era bom, porque eu me sentia mais calma. Ou pelo menos passava a sensação de estar mais calma, mas na verdade eu estava angustiada.

Charlie não quis dizer pelo telefone o que aconteceu com a vovó, o que fez minha preocupação aumentar ainda mais. Ele apenas disse para eu ir pra casa que Renée estaria lá e me explicaria tudo. E também disse que ele estava no hospital. Eu me corroía por dentro para saber o que tinha acontecido com a minha avó, se ela estava bem ou se... Não, eu não queria pensar o pior. Eu evitava ter esses pensamentos, porque eu não queria me sentir tão mal precipitadamente. Eu tinha que ser paciente, não podia perder a cabeça.

O celular do Edward tocou e ele soltou minha mão para atender. Era Alice, e ela queria saber onde estávamos. Eu não tinha tempo para esperar, então indiquei com a cabeça que estava entrando e ele assentiu, enquanto falava com ela. Eu passei pelo pequeno caminho de pedra e cheguei na porta, sentindo meu coração palpitar tão forte que parecia que iria sair pela boca. O ar entrava entrecortado pela minha boca, eu estava ofegante. Pequenas gotículas de suor se acumularam na minha nuca e nas palmas da minha mão. Eu suspirei profundamente antes de entrar.

Assim que passei pela porta meus olhos correram por todo o lugar, parando em Renée, que estava sentada no degrau da escada e sendo cuidada por Mary, que lhe entregava uma xícara de café e fazia um carinho nos cabelos. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Ela ergueu a cabeça com o barulho da porta, e quando viu que era eu, deixou a xícara ali e correu até mim, me apertando num abraço forte e desesperado. Ato que me deixou ainda mais aflita. O que tinha acontecido?

Eu a abracei forte também e encostei minha cabeça em seu ombro, puxando o ar. Não sabia o que fazer e estava com medo do porque daquele abraço significar alguma coisa realmente ruim.

- Ah, Bella... - murmurou, suspirando.

- O que aconteceu? - perguntei, minha voz saindo vacilante.

Renée se afastou de mim e segurou minhas duas mãos. Nos seus olhos ela já dava o aviso para eu me preparar para o baque.

- Bella, Anne já não estava nada bem, você mesma tinha percebido. E parece que os remédios que ela estava tomando não estavam tendo muito efeito, pois o que nós menos queríamos, aconteceu. Sua avó, Bella, teve um começo de ataque cardíaco.

- O... O que? - murmurei, espantada.

- É, querida, eu sei. - Renée passou uma mão no meu cabelo. - Foi tudo muito rápido quando Anne começou a gritar de dor, mas graças a Deus, Charlie foi mais rápido e a levou para o hospital. Agora ela está na UTI, e Bella... A situação não é boa.

Eu balancei a cabeça, negando. Não podia acreditar que minha avó tinha acabado de ter um ataque cardíaco e agora estava entre a vida e a morte. Eu não queria acreditar nisso! Agora eu entendia o que era aqueles remédios que ela tomava e todo aquele repouso que ela tinha, fora as tonturas e dores de cabeça. Sabia que remédios fortes acabavam com uma pessoa, principalmente quando o organismo era fraco. Mas mesmo assim isso não podia estar acontecendo! Era surreal imaginar que vovó, saudável como parecia ser, tivesse problemas cardíacos.

- Eu... Eu... - murmurei, sem saber como proferir mais palavras. - Vovó vai morrer? - perguntei o que estava entalado.

- Eu não sei, meu amor. Tudo depende de como as coisas vão. Charlie falou que os médicos estão cuidado dela, mas não sabemos ainda. Tudo depende da Anne.

Tudo dependia dela? Mas como podia depender dela se ela estava lá, na UTI. Os médicos tinham que fazer alguma coisa, eles tinham. Não podiam deixar ficar por conta da vovó, porque ela estava fraca, impossibilitada. Se dependesse dela... Não conseguia nem imaginar como seria.

Mas minha mente era malvada comigo, ela formava imagens da Vovó Swan deitada em uma maca cheia de agulhas em seu corpo e totalmente inconsciente. Era uma coisa dolorosa de se imaginar, fazia meu coração apertar de forma sufocante. Eu mais do que nunca desejei estar ao lado da minha avó, segurando sua mão e ouvindo sua risada. Eu senti necessidade de estar ao lado dela nesse momento, lutando junto com ela para viver.

- Eu quero vê-la... - murmurei, perdida. - Eu quero ver a vovó! - falei, mais alto. - Eu preciso ver a vovó!

- Bella, calma. - Renée pediu e eu a encarei. - Não se desespere agora.

- Não! - me afastei dela. - Eu quero ver a minha avó! Preciso vê-la, saber como ela está. Vovó não pode morrer! - minha voz saiu angustiada.

- E ela não vai, ok? Mas mantenha a calma. Eu vou pegar a chave do carro pra nós irmos.

Assim que ela terminou de falar três batidas soaram na porta.

- Eu vou com o Edward. - falei antes de correr até a porta.

Encontrei Edward de olhos arregalados quando abri a porta rápido. Peguei na mão dele e o puxei em direção ao Volvo.

- Bella, o que foi? - perguntou.

- Nós temos que ir pro hospital! - falei sem nem me virar. - Eu tenho que ver a vovó!

Entrei no lado do passageiro e Edward no do motorista, ligando logo o carro e acelerando. Antes de sairmos pude ver Renée sair com o carro dela da garagem. A viagem inteira eu fui impaciente, batendo o pé. Edward não falou nada, assim como eu. Na verdade eu não conseguia pensar em algo pra falar a não ser que eu tinha que ver minha avó e estar com ela. Minhas unhas já curtas estavam piores ainda por eu ter ruido elas, a minha antiga mania quando eu ficava muito nervosa. Não gostava dessa mania, fazia um bom tempo que eu a controlava, mas agora eu não estava nem ai!

Assim que Edward parou o carro na frente do hospital, eu pulei para fora e corri para dentro. Passei pela recepção e olhei para todos os lados, me perguntando aonde ficava a UTI dali. Eu estava desesperada, e não conseguia raciocinar direito. Caminhei para um lado procurando alguma placa que indicasse, mas não achei nada, então voltei até a recepção.

- Preciso saber aonde fica a ala da UTI. - falei para a enfermeira, que estava ali.

Era uma mulher velha de cabelos brancos e com uma cara nem um pouco simpática.

- E porque? - ela perguntou.

- Eu preciso ver alguém que está lá. - bufei, impaciente.

- Seu nome?

Eu olhei para cima e mordi meu lábio inferior. O que custava falar aonde ficava a UTI naquela droga de lugar?

- Deus, não dá apenas pra falar? - perguntei.

- Não, eu preciso de uma identificação.

- Mas que porra! - bati a mão no balcão.

- Bella! - Edward apareceu do meu lado.

- Edward, ela não quer me dizer aonde fica a UTI aqui. - falei, olhando para a enfermeira, que me encarava.

- Vem cá.

Ele pegou a minha mão e me puxou na direção do elevador, apertando o botão do sexto andar. Edward falou que sabia aonde ficava porque vinha as vezes falar com Carlisle e ele estava lá. Eu assenti, agradecendo que o pai do meu namorado trabalhava ali, ou senão aquela enfermeira não teria mais dentes aquela hora.

As portas se abriram e eu vi a porta que dava para a UTI. Impulsionei minhas pernas para andarem rápido naquela direção, porque eu ainda teria que saber qual era o quarto que ela estava. Só que antes de passar pelas portas eu fui impedida por braços, que me puxaram para longe.

- Bella, não pode entrar lá! - Charlie falou para mim, me virando de frente para ele.

- O QUE?! - exclamei. - Mas... Mas eu preciso ver a vovó!

- Só que ainda não pode entrar lá. - ele me abraçou. - Eu sei que você está preocupada, querida, eu também estou, mas temos que esperar.

Eu o abracei pela cintura e encostei minha cabeça no seu peito, fechando os olhos. Eu estava tão nervosa que não conseguia falar alguma coisa ou muito menos chorar. Apenas tremia dos pés a cabeça. Ficamos daquele jeito por alguns minutos, até eu me afastar.

- Como ela está? - perguntei.

- Nada bem. Os médicos não tem certeza de nada, Bella. Mas é bom que estejamos preparados.

Vi um olhar tão triste nos olhos de Charlie que senti a sua tristeza passar para mim. Ele parecia perdido, assim como Renée parecia. Eu não queria me deixar contagiar por aquele sentimento deles, ainda não tinha acabado para vovó, e isso demoraria muito para acontecer. Ela era mais forte que cavalo, aquilo era só uma coisa ruim que tinha acontecido, mas vovó viveria por muitos mais anos e se possível veria seus netos. E olha que esses planos para a minha vida estavam muito longe.

- Charlie. - Renée chamou e nós viramos para ela.

Eu dei espaço para os dois conversarem, e fui até Edward, que estava sentado em um dos sofás que tinham ali. Me sentei ao seu lado, ele abriu os braços para mim e eu me aconcheguei ali.

- E então, está mais calma? - perguntou, alisando meu braço carinhosamente.

- Não. - soltei em um suspiro. - Queria tanto vê-la, sabe... Eu quero ver com meus olhos que ela vai ficar bem. Não com os de Charlie e Renée, que parecem não ter nenhuma esperança.

Edward tremeu de leve.

- Ela vai ficar bem, meu amor.

- Eu sei.

Eu estava tendo esses pensamentos positivos, mas lá no fundo eu também estava com Charlie e Renée. E o mais frustrante de tudo isso era que eu não conseguia expressar aquilo, só conseguia falar que vovó ia ficar bem.

Ela ia.

Ficamos bom tempo ali, esperando alguma noticia. Quando o médico veio, ele disse que a situação da vovó estava na mesma, e que estavam monitorando tudo. Eu pedi para ele me deixar vê-la, o médico ficou com um pé atrás, mas acabou cedendo. Eu e Edward passamos por todo aquele processo de limpeza que tinha que fazer para não levar nenhuma bactéria lá para dentro, vestimos aquela roupa e então o médico nos levou até lá.

Eu senti meu coração vacilar uma batida quando vi o estado que minha avó se encontrava. Senti uma dor, muito pior do que quando eu apenas a imaginei, e uma louca vontade de puder trocar de lugar com ela, só para não vê-la daquele jeito. Todas aquelas agulhas enfiadas nela, a máscara de oxigênio e aquela máquina mostrando os batimentos cardíacos dela, que eram tão fracos fazia tudo se tornar pior. Eu não conseguia acreditar que era vovó ali, aquela mulher que eu conhecia cheia de vida, sempre sorrindo e que ia para shows pesados de rock, pudesse estar numa cama, na UTI. Era muito surreal.

Imagens dos vários momentos que passei com vovó preencheram minha mente, e a vontade de voltar no tempo cresceu ainda mais. Eu torcia que aquilo fosse apenas um sonho ruim, mas eu sabia que não era. Que era mais do que real, e que vovó estava por um fio.

Senti quando lágrimas grossas rolaram pelo meu rosto e ficou difícil de respirar. Minha mente pedia para eu parar de me torturar e sair dali, mas minhas pernas não me obedeciam. Eu apenas fiquei observando e ouvindo o baixo bip da máquina.

- Edward, ela vai ficar bem, não vai? - perguntei em um sussurro, sem tirar os olhos da vovó.

- Ela vai, Bella. - ele passou um braço por cima do meu ombro. - Sua avó é forte.

- Sim, ela é. - assenti. - Mas porque eu estou com todo esse medo? - me virei para ele.

Edward não falou nada, apenas me puxou para perto dele, num abraço apertado. Eu fechei meus olhos e deixei algumas lágrimas saírem sem piedade, falando para mim mesma que vovó ia ficar bem. Ela tinha que ficar bem.

(...)

Entrei em casa atrás de Renée, me sentindo cansada. Edward mais uma vez estava no celular, agora falando com Esme. Eu só estava ali porque Charlie tinha mandado, falando que eu tinha que descansar pois o dia foi exausto para todos. Bati o pé falando que não ia, o que ia gerar uma discussão, mas Edward interveio antes e me convenceu a vir, falando que ficaria comigo.

Eu sentei no sofá e puxei minhas pernas para cima, apertando-as o máximo que podia. Eu sentia as lágrimas vindo por causa da ardência nos olhos e o nós na garganta, mas eu não consegui colocá-las para fora. Elas pareciam presas na dor que eu sentia dentro de mim, parecendo devorar tudo que tinha ali. Eu me sentia perdida e solta no nada, como se eu fosse uma marionete e minhas cordas tivessem sido cortadas, me deixando ali no chão, sem nada que me segurasse em pé. Estava presa apenas em uma angustia, uma vontade louca de chorar e gritar. Mas eu não conseguia fazer isso, não conseguia expressar o que eu sentia. Estava em topor. 

Renée não falou nada, ela estava presa em sua própria angustia. E eu não me importava que ela não estivesse me reconfortando, porque eu queria era lhe reconfortar, mas eu também não conseguia isso. Ouvi quando deram três batidas na porta, depois murmúrios baixos e logo passos se aproximando de mim. Levantei minha cabeça quando uma silhueta parou na minha frente, e dei com olhos verdes. Olhos muito verdes, que me olhavam com compaixão.

- Edward... - murmurei, minha voz não saindo mais alta do que apenas um sussurro.

Eu levantei rápido e passei meus braços por sua cintura, enfiando meu rosto em seu peito. Ali eu sentia que pelo menos uma corda ainda me prendia, como um apoio. Mas mesmo assim isso não fez o choro preso em meu peito sair, eu estava começando a me sentir sufocada com tudo aquilo. Queria expressar, mas eu não conseguia! Era o que eu mais queria, só que não ia; Edward passou seus braços em volta de mim, me apertando contra ele de uma forma tão protetora e acolhedora, do mesmo jeito que Alice me dava quando eu eu não estava bem. Eram abraços assim que eu queria, que eu precisava naquele momento.

- Vamos sair daqui. - murmurei.

Com apenas uma mão em volta da cintura de Edward, eu o puxei para o meu quarto, aonde eu tranquei a porta. Sabia que estava parecendo uma insensível daquele jeito, porque... Poxa, era a minha avó que estava mal. Mas o que eu podia fazer se nada saía? Se depois de tanto Renée falar "Não se mostre fraca, não chore!", eu começasse mesmo a não fazer aquilo.

  Eu entrei no quarto e segui para a minha cama, deitando lá. Ouvi quando Edward fechou a porta e se aproximou, se deitando ao meu lado. Eu senti também quando seus olhos ficaram fixos em mim, enquanto os meus estavam mirados para o teto do quarto. Sabia o que encontraria no seu olhar, por isso estava evitando ele. Afinal, nem eu mesma sabia para poder responder para ele! Eu ainda procurava alguma reação dentro de mim, uma pontinha de desespero sequer, mas não havia nada além de medo. Eu estava sentindo muito, muito medo.

Não era o mesmo medo que eu sentia quando via um inseto ou quando fui na montanha-russa com Edward e as gêmeas, era maior que isso. Um medo de perda que se intensificava cada vez mais. Eu busquei a mão de Edward com a minha, querendo que a aquela sensação horrível passasse com seu toque, como tinha acontecido no parque. Mas era grande demais, forte demais e desesperadora demais. Sufocante que fazia eu perder o ar. Apertei a mão de Edward com força, e ele retribuiu da mesma forma, mas dava para perceber que não tão forte.

Me virei de lado ficando de frente para ele e o encarei. Edward parecia esperar. Ele esperava uma reação minha. Reação essa que eu não conseguia expressar.

- Eu não sei o que fazer. - confessei, sentindo minha voz falhar.

- Eu sei... - murmurou.

Edward me puxou para seus braços, me aconchegando ali de uma forma que nossos corpos se moldassem. Encostei minha testa em seu peito e suspirei, sentindo o cheiro inebriante de seu perfume invadir por minhas narinas e a dor no meu peito diminuir pelo menos um pouco.

- É tão estranho, sabe... - eu apertei sua roupa entre meus dedos. - Eu quero que isso passe logo.

- E vai. - ele alisou meus cabelos e deu um beijo ali. - Isso vai passar.

- Dorme comigo, Edward. - pedi, sentindo algumas lágrimas rolarem. Mas eram apenas isso, lágrimas. - Fica comigo.

- Até quando você quiser. - ele murmurou.

E foi assim que nós dois dormimos. Eu depois de horas tendo um choro silencioso, algo que não expressava nem metade da dor que eu sentia. E Edward me reconfortando.

Uma semana havia se passado, e as coisas não iam nada bem. O clima em casa não era o dos melhores, uma tristeza grande tinha se instalado por lá. Era difícil encontrar Charlie ou Renée juntos, porque um sempre ficava no hospital com vovó. Ela não estava mais na UTI, já tinha ido para um quarto, mas isso não significava que o caso dela não era grave. A qualquer momento o coração dela podia dar uma vacilada e então parar de bater. Mesmo os médicos tendo agora a situação sob controle.

Eu não sabia mais o que fazer, estava temerosa e sem saída. Ficava com medo de acordar e receber uma noticia ruim, e isso fez muitas das vezes eu preferir ficar na cama do que sair do quarto para ir sequer comer ou para escola. Se não fosse uma situação tão critica, Renée brigaria comigo, mas ela não falou nada, apenas me fazia comer. Edward ficava comigo sempre quando podia, só saia para ir dormir e ir para escola, mas depois voltava. E eu agradecia muito isso, porque com certeza sem ele as coisas seriam pior. Eu estive na escola naquela semana uma única vez, e acho que foi meu pior dia lá. O meu humor estava um caos, e acho que Alice e Nessie queriam me bater se pudessem.

Do mesmo jeito que tive o surto de não ir para escola, eu surtei e também não apareci no hospital. Depois de ver minha avó naquela cama e daquele jeito, eu fiquei com medo de encontrá-la pior do que já estava, e por isso não ia. Mesmo depois de Charlie falar que ela já tinha até conversado com ele, eu apenas pedi desculpa e falei que não ia. Sabia que estava sendo a pior neta do mundo fazendo aquilo, só que eu não conseguia. O medo era muito maior. E eu sabia que estava sendo muito, muito idiota agindo assim. Queria poder ser menos, mas eu não conseguia. E isso dava raiva de mim mesma.

Já era sexta-feira e eu olhava para o teto do meu quarto, criando coragem para levantar da cama e encarar o "mundo". Eu tinha uma prova importante naquele dia, e precisava ir para escola, mas não queria. Eu queria era ficar longe de lá por um tempo e longe de Tânia, que estava pior que antes, agora encarando descaradamente.

- Bella, levanta. - Renée mandou, batendo na minha porta.

- Já estou indo. - murmurei.

Levantei lentamente e segui rumo ao banheiro, onde tomei um banho e fiz minha higiene matinal. Voltei para o quarto enrolada apenas em uma toalha e fui até o closet, parando de frente para as minhas roupas. Suspirei antes de pegar uma calça jeans, e arregalei os olhos ao ver que era uma das minhas antigas. Em um surto eu vesti aquela calça e peguei uma camiseta qualquer, vestindo ela também, e um capuz. Prendi meu cabelo em cima e peguei os óculos que estavam no meu criado-mudo. Quando parei de frente para o espelho, eu me senti como se tivesse voltado ao passado.

Ali estava a antiga Isabella.

Sem me importar com isso eu peguei minha mochila e desci as escadas correndo, entrando na cozinha. Estava sem fome, então apenas peguei uma maça e dei uma mordida. Olhei para Renée, que estava sentada á mesa e me encarava de olhos arregalados.

- O que? - perguntei.

- Eu quem pergunto! O que aconteceu? - ela franziu as sobrancelhas.

- Nada. - dei de ombros. - Só estava sem paciência para me arrumar.

Ouvi a buzina já bem conhecida por mim e saí de casa, sem me despedir de Renée. Eu queria ir logo para escola, acabar com o dia infernal e então voltar pra casa. Entrei no carro do Edward e o cumprimentei com um encosto de lábios, que foi correspondido meio que em modo automático. Edward estava com a mesma expressão que Renée.

- Bella, você está bem? - perguntou e eu bufei. - Ok. - ergueu as duas mãos, em defesa.

Ele ligou o carro e saiu. No caminho inteiro nós não falamos nada, deixando o clima um pouco tenso. Foi quando estávamos entrando no estacionamento do colégio e que vimos Alice parada ao lado do carro de Jasper que Edward decidiu abrir a boca.

- Sabe que Alice vai te encher de perguntas, não sabe? - perguntou.

- Sei. - respondi contragosto. - Que eu não vou responder.

- Estamos falando da Alice. - ele se virou para mim quando estacionou o carro. - Ela vai ser chata, Bella.

- Do mesmo jeito que você está sendo? - me virei para ele, que estava de olhos arregalados. Foi então que eu percebi o que tinha falado. - Edward, eu...

- Tudo bem, Bella. - suspirou. - Eu entendo.

Eu o olhei mais uma vez antes de sair rápido do carro, com raiva de mim mesma. Como eu pude ser tão idiota? Mas que porra! É por isso que eu tinha que ficar de boca fechada, era por isso.

- Bella! - Alice me gritou, correndo para o meu lado.

- Agora não. - falei, sem parar de andar.

- Hey, que mal humor é esse? - ela perguntou, rindo. - Preparada para a prova?

Apenas me limitei a assentir, enquanto entravamos na sala de aula. Sentei no meu lugar e esperei o professor entrar também, me desligando do que Alice falava.

Foi fácil a prova, eu fui a primeira a terminar. E assim tive tempo para me xingar a vontade pela forma que tinha tratado Edward. Quando o sino bateu para a próxima aula eu corri, deixando Alice para trás. As outras aulas passaram rápido, com meus pensamentos perdidos. Então chegou a hora do almoço, e eu segui para o refeitório, decidida a pedir mil desculpas para Edward, mas então Alice apareceu.

- Ok, eu não estou gostando nada disso que estou vendo. - ela falou e eu ignorei. - Bella, para com isso!

- Alice, por favor.

- Que tal uma festa?

- O que?! - me virei para ela. - Ficou louca?

- Eu sei que você não está bem, Bella, mas vamos lá! - ela me cutucou e eu empurrei sua mão.

- Alice, não. - falei com minha voz mais fria. - Eu não quero sair pra lugar nenhum, então não começa. Meu estado não é o dos melhores, e eu aviso que não estou com paciência nem para conversar, o melhor que você pode fazer hoje é ficar afastada. - lhe dei as costas e comecei a me afastar.

Alice ficou ali parada, de boca aberta, em um estado estático. Eu não queria magoá-la, longe disso, mas eu sabia que quando meu humor não estava bom, não era nem um pouco saudável alguém ficar perto de mim. Eu poderia ofender, dar patadas - como tinha feito com Alice e Edward - e pior, falar algo que fosse irreversível. Eu sabia que esse meu lado era chato, mas o que eu podia fazer se eu ficava assim? Já tinha tentado me controlar, e em algumas vezes tinha conseguido com sucesso, só que em outras...

- Bella! - Alice berrou no corredor, mas eu não olhei para trás. - Você não pode fazer isso comigo! Eu sou sua amiga, quero te ajudar, e você tem que aceitar minha ajuda.

- Hoje não, Alice. - falei.

- Hoje sim! - ela correu e me pegou pelo braço, fazendo eu encará-la. - Eu tenho certeza que Anne não iria gostar nem um pouco se soubesse como você está agindo. Ela odeia quando você fica assim, e se souber que é por causa dela, vai ficar pior.

- E você quer que eu fique como, hein? Que eu saía cantarolando por ai, mandando beijos para todos enquanto a minha avó está na cama de um hospital entre a vida e a morte? Eu sei que ela não iria gostar de me ver assim, mas sei também que seria insensível se eu fizesse como se nada tivesse acontecendo... E pior, sair para uma festa.

- Mas eu não estou pedindo isso, Bella. Não estou pedindo pra você fazer como se nada estivesse acontecendo, longe disso. Eu só quero te animar um pouco, porque você parece uma morta viva andando assim. Se olha no espelho, vê a sua expressão. Anne não morreu Bella, ela está lutando pra viver, só que você não a ajuda. Está é piorando as coisas, se matando lentamente sem comer, beber e ficar trancada naquele quarto. Saco vazio não para em pé! Como você quer ajudar ela dessa forma?

Eu sabia que Alice tinha razão, eu realmente sabia, mas vai falar isso para uma mente teimosa que estava deprimida e pensando coisas horríveis? Ela não vai escutar, e ao contrário, vai tornar aquelas palavras "sábias" as piores do mundo, revertendo tudo.

E era isso que eu tinha feito, tinha revertido tudo e na minha cabeça, eu via Alice como a pessoa mais insensível do mundo. E foi por essa questão que eu lhe dei as costas e segui pelo corredor vazio.

- Isso mesmo, Bella! Faz como se nada tivesse acontecido agora, como se o que eu falasse fossem apenas palavras. - ela murmurou, chorosa. - Vamos lá, vai se esconder e ficar longe das pessoas que querem lhe ajudar.

Eu apressei ainda mais meu passo, querendo fugir do ataque de consciência que Alice estava querendo me dar. Eu me sentia... Bom, eu não me sentia "bem" fugindo de tudo aquilo, mas era melhor do que querer chorar e não conseguir. Pelo menos não estava sentindo o sufocadamente tão forte quanto ele era.

Assim que virei no corredor, eu me encostei nos armários, tentando regularizar minha respiração. Uma parte foi por ter andando rápido, mas a outra era por aquela sensação de querer chorar e nada sair. Fiquei alguns minutos ali até consegui me recuperar e depois me ajeitei, começando a caminhar na direção que me levaria para a frente do colégio. Foi um pigarrear que fez eu parar. Fechei os olhos e suspirei, não querendo começar uma discussão com Alice.

- All, é sério, hoje não... - murmurei, me virando de volta. Mas então arregalei os olhos vendo que não era Alice, e sim Tânia. - Ah! - fiz, surpresa.

- Olá, Isabella. - ela falou com sua voz enjoada. - Está brigando com a Alice?

- Isso não é da sua conta. - falei. - O que você quer?

Ela deu um sorriso largo, que parecia maldoso. Mas aquilo não me afetou, porque eu não estava nem ai para nada.

- Nós temos umas coisas para resolver. - Tânia se aproximou, parando na minha frente. - E acho que essa é a melhor hora para isso.

- É? - ergui uma sobrancelha. - Eu não concordo com você, Tânia, porque não estou tendo uma das minhas melhores semanas e...

- Eu não estou nem ai. - ela me cortou. - Eu digo que nós vamos resolver isso agora e nós vamos!

- Hey, abaixa o tom de voz ai. - mandei. - Eu não sou nada sua pra você ficar falando assim comigo. E olha, eu não quero ter conversa nenhuma com você.

Dei as costas para apenas pra me deparar com Jéssica e Irina no final do corredor, sorrindo. Não me aguentei e comecei a rir. O quanto uma pessoa podia ser tão baixa? Não, melhor: Quanto Tânia podia ser tão baixa?

- Eu dito as regras aqui, Isabella, e você vai ter que me ouvir. - ela disse.

- Não acredito nisso. - voltei a ficar de frente para ela. - Sério mesmo?

- O que?

- Sério que você finalmente vai perder a classe e me bater? Digo, Tânia, tem que tomar cuidado, você pode quebrar uma unha. - revirei os olhos.

- Eu não vou passar para agressão se você colaborar. - ela tocou meu ombro e eu olhei para sua mão branquela e ossuda. Não que a minha fosse diferente... - Olha, eu só vim aqui para dar um aviso antes que eu comece a me irritar.

Eu sabia o que Tânia iria falar, estava a muito tempo esperando ter essa conversa com ela. Mas tinha mesmo que ser justo agora? Eu não estava com cabeça para nada nem para ninguém, imagina então para ela, que era umas das pessoas que eu mais odiava em toda a minha vida. Ok, não era ódio, porque esse era um sentimento muito forte, mas chegava perto. Só que isso não importava no momento, porque a única coisa que eu queria era paz e sossego. E eu só teria isso se ouvisse o que a vadia tinha pra falar.

- Se eu ouvir, você vai rápido? - perguntei e ela assentiu. - Ok, então manda.

Ouvi Jéssica e Irina rirem junto de Kate, que estava do outro lado do corredor. Era para que? Evitar que eu fugisse? Merda, elas pensavam! E eu achando que teria isso ao meu favor...

- A única coisa que eu tenho pra falar é que eu quero você longe do Edward. E quando eu digo longe, é bem longe mesmo. Não quero que vocês sejam namorados, nem amigos e nem colegas. Porque ele é meu! - eu quis gargalhar quando Tânia falou aquilo, mas eu também queria saber até aonde ela iria com o discurso, então deixei a loira soltar tudo. - Sempre foi, só que depois que veio esse lixo desse jornal aonde vocês o chantagearam para participar e isso foi nos afastando tanto que Edward começou a se esquecer de mim. De todos os nossos momentos que passamos juntos! E você, Isabella, é tão idiota que achou que meu Edward olharia para você depois que começou a usar... Roupas de verdade. Deve ter feito alguma coisa de ruim para ele ficar com você, porque NUNCA Edward ficaria com uma nerd. Ele é como eu, ele gosta de popularidade, ele quer ser alguém aqui! Eu fiquei de olho em você, vi o quanto você é uma imbecil apaixonada por ele, e que a coisa ruim que você fez deu certo. Fui engolindo tudo, mas não ser chamada por ele para o baile foi o meu máximo, porque era para EU estar lá dançando com ele, não uma descoordenada como você. Estava se achando toda quando ele a beijou, sendo que deveria ser eu. - ela se aproximou ainda mais e me olhou de cima a baixo. - Essas roupas... Mas é obvio que isso não muda a sem graça que você é. Eu ainda não consigo acreditar como Edward me trocou por você, uma nerd que só sabe estudar, não tem nada atrativo. Uma magrela sem nada.

- Olha quem fala... - murmurei, revirando os olhos.

Não deu tempo de mais nada, logo eu tinha sido jogada contra os armários e Tânia prendia meus braços ali. Minhas costas doíam por ter batido em um cadeado, e eu resmunguei internamente porque aquilo viraria um grande hematoma. Eu também estava de olhos arregalados, mas não pelo que ela fez - talvez por uma parte - só que a outra era pelo susto de ter sido pega desprevenida.

- Você já se olhou no espelho, Bella? - Tânia perguntou, os seus olhos azuis tão furiosos quanto estavam no baile. - Já viu o quão ridícula é? Como pode achar que eu sou como você, hein? Você não passa de uma sem graça que quer se torna alguém nessa porra de colégio, e que está fracassando inutilmente. Você quer ser como nós, mas...

- Eu nunca iria querer ser como vocês. - cuspi, tentando me soltar, mas a loira parecia ter tirado força de algum lugar. - Ser uma idiota hipócrita que só pensa em popularidade, que não pensa em ninguém além de si mesmo. Que acha que o mundo gira em torno do próprio umbigo. Se liga, aonde eu vou querer isso para mim? Não sou burra, sei aonde todos vocês vão chegar. Sei que não vai ser eu que vou acabar engravidando aos meu dezessete anos porque acha que pegando todos vai se tornar popular.

Ela ficou me encarando de olhos arregalados, até recuperar a expressão de... Bem, de Tânia.

- Eu sinto a pontada de inveja na sua voz, Isabella. Sei que tudo o que você fala é da boca para fora, sei que está apenas querendo passar uma imagem de uma garota decidida, mas que na verdade você é só mais uma fracassada que fica a noite inteira com a cara enfiada nos livros enquanto deseja loucamente estar em alguma de nossas festas. Pobrezinha, ela é tão sozinha... - suspirou. - Mas eu tenho que te avisar que você nunca vai chegar aonde quer, porque quem nasce pra ser fracassada, vai ser sempre uma fracassada. Não importa se usa roupas legais - puxou com força a minha blusa. - Ou que faça um penteado legal - puxou meu cabelo usando a mesma força, o que me fez soltar um gemido. Pude sentir alguns fiozinhos saindo junto com a mão dela. - Não importa o que faça, está estampado na sua cara. Sem amigos, porque Alice e Renesmee não são suas amigas, elas não merecem andar com fracassadas. Emmett e Rosalie são forçados a falar com você, assim como Jasper. E Edward... Edward não gosta de você, Isabella, nós duas sabemos disso. Ele nunca gostou, era por isso que vocês brigavam tanto. Porque... Quem iria querer andar com uma pessoa como você? HEIN? - nessas horas eu já sentia lágrimas saindo dos meus olhos. Mas não eram lágrimas por causa das ofensas dela, eram de raiva. Muita raiva. - Você não percebeu que Edward só começou a namorar você depois que você trocou o seu estilo nerd para um melhorzinho? Com certeza ele não estaria com você se ainda fosse daquele jeito.

- Cala a boca, Tânia. - rosnei.

- Ah, o que foi? Estou te magoando? Está ferindo o seu ego, Isabella? - fez uma cara falsa de pena. - Eu estou apenas falando a realidade, querida. Você não é nada para eles, nunca foi. Eles só se mostram tão próximos agora porque você não parece mais uma Webber ou um Yorkie. Aqui no colégio Bella, ninguém é amigo de ninguém por nada. Tem um propósito. Deveria pensar nisso...

Tânia me soltou e deu as costas, começando a se afastar. Eu fechei os olhos, sentindo mais lágrimas rolarem pelo meu rosto, mas logo as limpei e fui atrás de Tânia, agarrando seus cabelos loiros e a jogando contra os armários. A loira gemeu e resmungou.

- FICOU LOUCA?! - berrou.

- Louca?! Você está me chamando de louca? - me aproximei dela, parando em sua frente. Tânia era apenas alguns centímetros mais alta que eu, mas eu me sentia maior que ela. - Sou eu aqui a mimada que só porque não conseguiu o garoto que queria ameaça a outra? Ou que está se doendo por ver que alguém consegue andar com estilo melhorzinho, como você disse, e é inteligente e agora está ameaçando? Ou por você não fazer parte de algo importante aonde todos são amigos de verdade? Tem certeza que eu que sou a louca? - ela deu um passo pra frente, mas eu a empurrei novamente contra os armários, e mais um gemido.

- Kate! - a loira chamou e eu me virei para a outra que se aproximava.

- Fica ai, capacho. - rosnei e ela parou. Me virei para Tânia novamente. - É tão irônico, não é? Eu que sou a fracassada aqui, a fraca, e é você quem precisa das suas amiguinhas porque não sabe lidar com as coisas. Elas quem são alguém,Tânia, não você. Elas que fazem o que você manda, porque você é tão medrosa que não faz sozinha, precisa das quatro. Eu nunca a vi agir sozinha, está sempre precisando delas. Isso é tão ridículo. - revirei os olhos. - Eu ainda não consigo entender o porque delas andarem com você e fazerem tudo que você manda. Sabe o que eu acho? Que elas são quatro idiotas que acham que você as considera amigas como elas consideram você. Pobrezinhas. - suspirei. - Acho que elas ouviram o que você disse agora, no colégio ninguém é amigo de ninguém. Mas eu discordo de você, porque eu tenho amigos. Amigos de verdade. Dos que me apoiam e se encrencam comigo, que me dão um ombro pra chorar, e não apenas pra mandar eu fazer algum trabalho sujo. Alice e Nessie não são como você Tânia, na verdade ninguém aqui é! Só existe você sem coração, que só pensa na popularidade.

- Claro. - ironizou, me dando um empurrão.

- Agora é a minha vez de falar! - aumentei meu tom de voz, empurrando Tânia contra os armários e prendendo as mãos dela, como tinha feito comigo. - Escuta aqui, vadia, nunca mais encoste a sua mão nojenta em mim, e nunca mais me chame de sem graça. Porque a única sem graça aqui é você, com toda a sua futilidade. Quem precisa só de beleza se não entende uma porcaria de uma piada? Você é tão burra que não deve está entendendo nem metade do que eu estou falando aqui. E não, não saiu como uma ofensa. - rosnei. - Eu acho, Tânia, que está na hora de colocarmos um fim nessas suas infantilidades idiotas que começam a me tirar do sério. Vou falar a realidade pra você e lhe tirar do seu mundinho colorido aonde todos te amam e te idolatram. EU não te amo, e eu não te idolatro. Nunca vou fazer isso. Eu não quero ser como você ou como qualquer pessoa idiota e fútil. Tenho amor próprio para querer ser alguém tão sem qualidades como você. Eu sou muito mais ser feia e inteligente do que ser bonita e burra. Prefiro ter amigos legais do que falsos. Saber o que é ter com quem contar.

- Meu Deus, ela está querendo me dar lição de moral. - Tânia falou, revirando os olhos.

- Você é uma vadia sem cérebro mesmo. - balancei minha cabeça, não acreditando naquilo. Decidi então largar de mão aquilo, mas não sem antes dar um... "Aviso", como ela tinha feito. - E eu acho que sou eu aqui quem tem o direito de não querer VOCÊ perto de Edward, porque ele é o MEU namorado, ele é MEU Edward, e ele nunca foi seu Tânia, coloca isso na sua cabecinha de vento. E você pode inventar mil e uma coisas sobre ele, mas eu não vou acreditar, porque eu o conheço muito mais do que você para saber que ele é alguém de valores, que sabe amar e que não olha só pela beleza. Edward não é como você, e acho que nunca será. Só eu sei o que ele pensa sobre mim, e sei que o que você fala é mentira. Sei também que o que ele sente é de verdade, e que eu não fiz nenhuma coisa ruim para ele ficar comigo. Não sou uma louca psicopata para isso. Então para de inventar essas idiotices e larga MEU Edward.

Tânia já tinha a respiração pesada e eu podia jurar que ela imaginava me matando na sua cabeça de vento; soltei seus braços e me afastei, querendo logo dar um fim naquela discussão. Mas foi só eu dar as costas para Tânia me pegar pelo braço e fazer eu encará-la.

- Ele é meu! Edward é meu! Ele gosta de mim e não de você. Isso deve ser para me fazer ciumes, porque ele me beijou!

- Idiota, ele te usou! - joguei na cara dela.

- Isso é mentira! - ela gritou, fazendo os ecos passarem pelo corredor.

- Isso é verdade. - eu ouvi a voz rouca soar atrás de mim e fechei meus olhos.

Finalmente! Finalmente! Finalmente!

- O... O que? Edward, fala que é mentira! - Tânia implorou com a voz chorosa. - Fala que Isabella é uma fracassada, que você me ama e que só está fazendo isso para me causar ciumes. Fala! - ela deu um passo para perto dele, mas eu a empurrei.

- Não chega perto dele. - rosnei.

- A Bella quem tem razão, Tânia. - Edward passou o braço por cima do meu ombro e eu o encarei, sorrindo. Sua expressão era séria. - Eu usei você aquele dia porque queria saber o que eu sentia por Bella. - ela arregalou seus grandes olhos azuis, e grossas lágrimas rolaram por seu rosto de porcelana. Eu queria poder sentir pena, mas já estava cansada daquela situação. - Eu já gostei de você, Tânia, mas foi quando eu não sabia o quão vadia você era. Sua arrogância e sua falsidades...

- Edward... - ela murmurou, negando com a cabeça. - Não pode ser isso! NÃO PODE SER! - ela berrou, tentando se aproximar mais uma vez, só que eu empurrei ela.

- Já disse pra você ficar longe dele! - falei. - Cai na real, garota, Edward não gosta de você! Eu disse que ele era diferente, que não era um vampiro em busca de popularidade. Só você é assim, Tânia.

Eu sabia que nós estávamos sendo frios demais com Tânia, mas aquilo não era nem metade de todas as humilhações que ela tinha feito tantas pessoas daquele colégio passar, ou que tinha feito comigo. Ela precisava de um choque de realidade, algo que fizesse Tânia encontrar o lugar aonde deveria ter um coração e ter mais compaixão pelas pessoas, e não só por si mesma.

- Não... - ela enterrou o rosto nas mãos. - Isso é mentira! - olhou para Edward. - Você não pode me trocar por ela! Isabella não tem nada, eu tenho tudo, Edward. Ela é uma sem graça!

Eu dei um passo para avançar nela, mas Edward me prendeu ao lado dele, passando o braço no meu ombro.

- Está errada novamente, Tânia. É Bella quem tem tudo e você nada. Ela quem é legal, inteligente, amiga, verdadeira e tem um coração que sabe amar mais alguém além de si. Eu acho que está na hora de você começar a pensar nas coisas que fez antes de falar mais alguma coisa.

- Mas... Mas... - a garota parecia desolada. - Edward, eu não sei...! Eu não sei!

- Pois você precisa saber, Tânia. Esta na hora de parar de ser o que é e perceber como são as coisas de verdade. Sabe que você não é essa vadia, só precisa mostrar para todos isso.

Edward deu as costas para Tânia, me puxando junto dele. Nós fomos na direção do banheiro feminino, quando entramos lá, eu soltei um suspiro e depois um gemido.

- Eu quero matar ela. - murmurei, indo na direção do espelho. - Dessa vez Tânia passou dos limites.

- Concordo. - Edward parou atrás de mim e me encarou pelo espelho. - Ela te machucou? - tocou meu braço.

Tirei a blusa de frio e olhei as marcas vermelhas dos dedos dela no meu braço. Nada muito grave e que logo sumiria.

- Não. - dei de ombros. Passei a mão no meus cabelos, que estavam rebeldes, e aquele movimento fez minhas costas doer. - Ou mais ou menos. - falei num gemido.

- O que? - a expressão de Edward ficou preocupada na mesma hora. - O que ela fez? - perguntou.

- Minhas costas, acho que machucou quando ela me empurrou nos armários. - murmurei, fechando os olhos quando Edward encostou a mão bem aonde doía.

- Deixa eu ver. - ele falou, levantando a minha blusa apenas na parte de trás.

Eu tremi de leve quando ele tocou com seus dedos gelados o lugar aonde doía. Todos os meus pelinhos se arrepiaram, até os da nuca. Prendi um gemido de dor.

- Está muito feio? - perguntei, encostando minha cabeça no ombro dele assim que ele abaixou minha blusa.

- Tem uma marca vermelha apenas. - Edward passou os braços pela minha cintura e encostou os lábios no meu pescoço.

- Vai ficar roxo. Muito roxo. - dei de ombros. - Mas sei que vai o dela também vai ficar roxo.

Edward soltou uma risada, que fez seu hálito quente bater na minha nuca e me deixar ainda mais arrepiada. Ele fez eu ficar de frente para si, e me olhou maliciosamente.

- Então você também foi agressiva com ela?

- Claro! - bufei. - Acha que vou deixar barato? Nunca! Talvez, ok... - murmurei, quando ele me encarou com uma sobrancelha erguida. - Mas é que não estou no meu melhor humor, e ela quem pediu. - bufei mais uma vez, fazendo minha melhor expressão de perplexidade. - Aonde já se viu ela falar que você é dela? Só em sonhos mesmo.

- Então tem alguém com ciumes aqui? - eu neguei com a cabeça, mordendo meu lábio inferior.

Mas era obvio que eu estava com ciumes. Qual era a garota que deixaria outra chamar o namorado de seu? Só as mais idiotas, e eu não era. Se ele estava comigo, ele era meu, e não dela. Eu não era do tipo que dividia as coisas que gostava assim, se era meu, era simplesmente meu e pronto. E isso não se chamava possessão!

Edward soltou outra risada, antes de começar a me empurrar para trás até eu bater na pia. Ele me colocou sentada ali e ficou entre as minhas pernas, fez isso para que nós possamos ficar na mesma altura. Mesmo que ele ainda ficasse uns centímetros mais alto.

- Tem certeza? - perguntou. - Porque da forma que você falou com Tânia quando ela começou a se aproximar...

- OK, eu estava com ciumes! - levantei as duas mãos, como me rendia. - Mas também quer o que? Você não ouviu as barbaridades que ela falou. A garota parecia possuída que só Deus, hein. Eu deveria era ter dado uns bons tapas naquela cara de boneca de porcelana por falar que você era dela. Eu só divido você com Eliza e Emily, que são inofensivas, mas Tânia não. Garota maluca. - cruzei os braços e bufei, virando o rosto para o lado como uma verdadeira criança birrenta. Edward não falou nada, o que eu estranhei, então me virei para ele novamente, e dei com aquele sorriso torto. - O que? - perguntei.

Edward foi aproximando lentamente seu rosto do meu, até nossos narizes se encostarem. Como se fosse automático, eu já estava com a boca aberta, esperando o que viria a seguir, mas Edward me enganou, roçando os lábios dele pela minha bochecha até a minha nunca.

- Você sabe o quanto fica sexy com ciumes? - perguntou e eu neguei com a cabeça, me perguntando mentalmente aonde estava a minha voz. - Você fica linda quanto está com raiva. Acho que é por isso que eu te irritava tanto... - murmurou pensativo, para então soltar uma risada e voltar a distribuir beijos pelo meu pescoço.

Eu fechei meus olhos, deixando aquela caricia de Edward me distrair um pouco de todas as coisas que rondavam minha mente. Estava divagando, me livrando daqueles pesos nos ombros, ou melhor, deixando-os em um canto para que depois eu pudesse ver o que faria com eles.

Mas apesar de estar bom ali, eu não conseguia me fazer não pensar no que Tânia tinha falado. Ela tinha feito tudo aquilo de propósito, queria me deixar com a consciência pesada e entrar em estado paranoico. Não queria levar tudo aquilo a sério, eu sabia que nada do que ela havia falado era verdade. Eu me conhecia, eu conhecia Edward e conhecia ainda mais os meus amigos, sabia que eles não eram nada daquilo e que eu não queria me tornar aquilo, mas porque tudo aquilo ficava martelando na minha cabeça para me perturbar? Não podia deixar Tânia dominar minha mente daquela forma, ganhar mais atenção do que meu namorado, só que também não conseguia me controlar. Era como eu me sentia, repetindo tudo aquilo, e não conseguindo me deixar levar.

- Não... Não... Não... - eu murmurei, balançando a cabeça, querendo espantar aqueles pensamentos.

- O que? - Edward me encarou, confuso.

Eu peguei o rosto dele e o puxei para mim, colando seus lábios aos meus. Eu estava desesperada como nunca estive, queria expulsar aquelas palavras ruins da minha mente e me concentrar em Edward, mas eu não conseguia! E caramba, eu estava morrendo de ódio por causa disso. O beijo que eu trocava com Edward parecia um tanto... Selvagem, e ele não estava parecendo se importar com aquilo.

- Edward... - nos separei, respirando com dificuldade. - Estou com problemas. - murmurei.

- Como? - ele ainda mantinha a expressão confusa.

Eu tinha descobrido que Edward conseguia me distrair quando me beijava. Ele parecia dar uma anestesiada nos meus pensamentos para que assim eu pudesse respirar calmamente, e tudo isso inconscientemente. Mas agora não estava adiantando, então eu ia pegar pesado naquela hora. Iria aumentar a dose de anestesia.

- Preciso de sua ajuda. - falei, segurando o rosto dele nas minhas mãos. Edward assentiu. - Me distraia. Me faça esquecer de tudo que Tânia me falou ou fez, por favor.

Edward olhou dentro dos meus olhos, e eu senti como se ele estivesse vendo a minha alma, para então no segundo seguinte ele colar mais uma vez os lábios dele no meio e repetir aquele beijo desesperado. Suas mãos apertaram minha cintura com força e ele me puxou para ainda mais perto, fazendo eu ficar na beirada da pia. Eu agarrei seus cabelos, não parando minha mão em um lugar, movendo ela para sentir seus fios sedosos passarem pelos vãos dos meus dedos. Edward mordeu meu lábio inferior e sugou minha língua, diminuindo o ritmo, mas então voltou ao rápido.

Eu já não sentia mais nada ao meu redor, e meus pensamentos pareciam todos embaralhados, da forma que eu precisava. Eu nem lembrava mais aonde estávamos, eu só conseguia me concentrar em Edward e em como eu tinha me enganado quando achei que o beijo dele não podia ficar melhor.

Quando nos separamos para respirar, Edward encostou a testa na minha, sua respiração batendo no meu rosto. Eu olhei para ele, e uma dúvida me veio a mente.

- Edward, você me ama? - perguntei e ele me encarou perplexo. 

- Mas é claro! - respondeu.

- Apesar do que eu vestir? Mesmo se eu parecer uma nerd e estiver de óculos?

- Com toda certeza. Nunca duvide disso. Você pode ficar feia, usar roupas de garoto ou de velha, criar um olho no meio da testa, eu vou te amar apesar disso. Eu já disse, Bella, você é a mulher da minha vida e nada vai mudar isso.

Eu sorri, beijando ele novamente. Queria poder me socar por pensar aquilo, por deixar mais uma vez as palavras de Tânia me afetarem. Ela nunca tinha conseguido isso, e não seria agora, quando eu tinha a certeza convicta que Edward me amava e não era porque eu tinha mudado meu estilo. Era uma uma completa idiota, e admitia, mas agora estava caindo na real, e não iria deixar que aquelas coisas me afetassem assim. Não mais!

Edward se separou de mim, e com um sorriso de quem iria aprontar, falou:

- Vamos matar aula!

- O que?! - ergui uma sobrancelha.

- Vamos matar aula, ué. Sair daqui. - ele me ajudou a descer. - Chega de escola por hoje.

Nós dois saímos do banheiro e o corredor ainda estava vazio. O horário de almoço nunca pareceu tão longo como ele estava parecendo nesse dia. Edward pegou minha mão e me puxou para fora da escola, nós entramos no Volvo e ele seguiu pela estrada que dava para o mirante. Chegando lá, nós ficamos conversando durante um bom tempo. Tanto que nós nem vimos a hora passar, e quando percebemos, já havia anoitecido. Mas nem nos importamos. Estávamos deitados no capô do carro, como fizemos no dia do baile.

Foi então que me veio uma curiosidade que eu nunca tinha perguntado para Edward.

- Porque você escolheu ser fotógrafo? - virei minha cabeça para o lado. Ele me encarava confuso.

- Por quê? - perguntou.

- Sabe, é que Carlisle é médico, e com Emmett seguindo os esportes e você sendo o filho mais novo, não deveria seguia a mesma profissão que ele?

- Bom... Dever eu deveria. - deu de ombros. - Mas eu gosto de ver a beleza das coisas, não ser um médico cirurgião que pode perder uma vida em suas mãos.

- Mas não existem só cirurgiões.

- Eu sei, só que... Ali é tudo tão corrido, você não tem tempo para nada. Quando se torna médico, você pode estar dando a sua vida pelo hospital, porque se te biparem você tem que estar lá. Ter pouco tempo. E eu gosto de liberdade, não de me prender ao trabalho.

- Então você escolheu fotografia...?

- Acho legal visitar lugares novos, vê a beleza que cada um carrega, completamente diferente de qualquer outro.

Era interessante o raciocínio dele, e completamente a sua cara. Liberdade, uma palavra deliciosa de se pronunciar. E era algo que eu não tinha quanto ao escolher sobre o que queria trabalhar. Não que achasse ruim me tornar advogada ou qualquer coisa, mas Edward tinha muita sorte, porque ele não escolheu a mesma profissão que o pai e nem por isso Carlisle brigou com ele.

- E você? - ele me tirou de meus pensamentos. - Vai seguir a profissão do seu pai? Porque sendo a primeira e única filha...

Eu o olhei e suspirei alto.

- Para meus pais, por eu ser a única filha, eu tenho que seguir a mesma profissão que meu pai, mas eu acho um pouco chato aquela coisa de advocacia, resolver problema dos outros. - revirei os olhos. - Bem, pelo menos achava assim antes. Mas Charlie começou a me mostrar o lado bom, e até que eu estou gostando um pouco agora, mesmo não sendo o que eu sempre quis.

- E você queria fazer o que?

- Eu queria fazer design de computação. Adoro mexer com a tecnologia, configurações, programas. Eu sei que isso é muito nerd, mas é algo que eu aprendi e gosto. Talvez bobo, só que é o que eu me sinto confortável.

- E não vai fazer porque? Digo, acho que agora Renée não vai se importar.

- Eu sei, e já pensei sobre isso. Sabe, eu conheço ela, vai falar que tudo bem e essas coisas, mas por dentro ela vai estar triste. Então resolvi comigo mesma que vou fazer como Alice, cursar na universidade uma profissão fixa e depois fazer um curso a parte do que eu quero. Vai ser divertido e eu vou estar aprendendo ainda mais coisas. - nós rimos.

Edward sorriu de canto para mim, e então ele olhou para baixo. Segui seu olhar e percebi que ele olhava para as minhas roupas. Minhas antigas roupas... Eu já tinha começado a me perguntar o porque do meu surto de querer voltar a ser o que era antes, sendo que "lutei" tanto para sair desse estilo, mas até agora não entendia. Como Alice falava, eu era bipolar, e tinham que tomar cuidado comigo quando ficava atacada. Eu estava começando a concordar com ela...

Mas acho que fiz tudo isso porque eu queria que as coisas voltassem ao normal. Queria que colocando aquelas roupas, o tempo voltasse para trás e vovó ficasse boa, aonde quer que ela estivesse em uma de suas viagens malucas pelo mundo. Loucura, só que eu não estava pensando muito bem naquela manhã.

- O que foi isso? - ele perguntou finalmente.

- Um surto. - fiz careta. - As vezes dou isso.

- Ah sim... - balançou a cabeça lentamente. - Acontece frequentemente?

- Mais ou menos. - murmurei, mordendo meu lábio inferior.

- Uau. - ele sussurrou, olhando para cima, para então me olhar de novo, sorrindo.

Edward levantou e seguiu para o lado do passageiro no carro. Me sentei, o acompanhando com os olhos, curiosa para saber o que ele faria. Pegou algo no porta-luvas e voltou.

- Vem aqui. - esticou a mão para mim.

Desci do capô, peguei a mão dele e o deixei me levar. Edward subiu e me ajudou a subir em uma pedra em um lugar que dava para ver o mirante inteiro. Como Forks era uma cidade pequena ali de cima não dava para falar: Wow, isso sim é cheio de luzes ou grande. Então parecia meio que um abismo olhando para baixo.

- O que você vai fazer? - perguntei.

- Espera. - pediu e sem nem me responder, ele voltou até o carro e colocou uma câmera ali, no teto.

Edward ficou todo concentrado arrumando-a mirada para onde eu estava. Minha mente não entendia o porque dele está fazendo aquilo, tirar uma foto agora; Edward voltou, parando na minha frente.

- O que você está fazendo? - perguntei novamente.

- Se minha namorada vai surtar, eu preciso ter fotos dos momentos malucos dela. - falou, sorrindo. - E eu não sei quando você vai voltar a parecer aquela garota de cabelo bagunçado e rebelde. Então, quero guardar uma imagem dela.

- Hã? - fiz.

Ele se aproximou de mim, ficando perto.

- Eu disse que não me importava com a sua aparecia, e realmente não me importo, porque pra mim você é a garota mais linda. Seus óculos não é tão ruim, mas você fica melhor sem. - ele tirou meus óculos.

- Edward?!

- Esse capuz também não está ajudando. - murmurou, abrindo o zíper do meu capuz e o tirando. - Espera.

- O que você vai fazer?

- Bella, para de perguntar. - mandou, com a voz brincalhona. Ele foi até o carro, deixou meus óculos e o capuz em cima do capô e depois voltou. - Gostei da camiseta.

Olhei para baixo, nem lembrando qual camiseta eu vestia. Era a do ACDC que ele havia me dado. Sorri.

- Ra-rá, engraçadinho. - ironizei. 

- Ok, agora me deixar terminar. Se me permite... - ele pegou a barra da minha camiseta e amarrou de um lado, para que mostrasse minha barriga.

- Garoto, o que você está fazendo?

- Deveria soltar esse cabelo. - ele tirou o elástico que o prendia, fazendo meu cabelo cair nas minhas costas. Depois passou as mãos ali, bagunçando-os todo. - Agora sim, uma verdadeira garota do rock. A minha garota.

- Você está ficando louco. - murmurei, rindo.

Edward me devolveu o sorriso antes de voltar até o carro e mexer na câmera. Ele veio para onde eu estava, parando na minha frente.

- Eu quero ter lembranças de você a cada vez que der um surto. Essa é uma foto da minha garota nem um pouco normal, que curte rock, é inteligente mas não nerd, e tem um corte de cabelo legal. - sorriu e eu fiquei em silêncio.

Eu me perguntava se Edward existia mesmo ou se era apenas um fruto da minha imaginação boba que estava apaixonada pelo irmão mais novo da melhor amiga e ficava tendo esses sonhos. Porque acho que nenhum namorado normal faria tudo que Edward estava fazendo por mim, aguentando meus surtos e sem falar nada. Se não fosse isso, eu me achava uma filha de uma mãe de uma sortuda por ter me deixado levar pelo que sentia e agora tinha mais do que merecia. Ele simplesmente era... Perfeito. Talvez não para algumas, mas para mim Edward era sim.

Despertei dos meus pensamentos quando senti a mão fria de Edward tocar meu rosto e o formigamento começou ali. Sua outra mão foi para a minha cintura, e eu senti o mesmo formigamento começar ali, na parte exposta da minha pele por causa da blusa um pouco levantada. Ele me puxou delicadamente para mais perto, meu corpo totalmente colado ao dele. Minhas mãos, que até então estavam imóveis ao meu lado, foram para o braço dele, coberto pela jaqueta de couro. Algo em seu olhar atraía o meu, não me deixando desviar.

- Gosto da cor dos seus olhos. - murmurou dando sorriso torto. - Me faz lembrar da minha infância quando Esme fazia chocolate quente nos dias frios em Forks.

Sorri um pouco, sentindo minhas bochechas esquentarem violentamente. Um flash branco me cegou por alguns segundos, mas mesmo assim eu não consegui desviar meus olhos dos dele. Era forte a coisa que os prendiam ali. Muito forte.

Edward puxou meu rosto delicadamente para o dele, eu fechei meus olhos para o que vinha, e quando nossos lábios se encostaram, eu senti tudo parar. Minha respiração, meu coração, meu raciocínio e até se possível o mundo. Seus lábios eram macios e leves contra os meus. Não existia movimento algum, era apenas o encosto de lábios. Nada de beijo selvagem e desesperado, ou de tirar o folego.

Um segundo ou uma eternidade deveria ter se passado, eu não sabia. Edward tinha feito eu me perder completamente no tempo. Mas então as coisas começaram a voltar a tona, meus batimentos cardíacos aceleraram, minha respiração de destabilizou e em minha mente nada se passava coerente. Me sentia tonta de uma forma boa.

Ele se afastou de mim, ainda segurando meu rosto em sua mão, e me deu um beijo na testa.

- Bella, eu estou tão preocupado com você... - murmurou, me olhando nos olhos. - Está tão diferente depois do baile...

Edward não queria falar que era desde o dia que vovó foi parar no hospital, ele estava sendo o mais delicado possível comigo, e eu me perguntei se estava mesmo tão estranha assim, para Edward ficar tão cuidadoso com o que fala. E mais uma vez eu me sentia pequena e desprotegida, como se Edward fosse o meu protetor. Aquilo ativou meu lado sensível...

- Eu estou bem. - murmurei com a voz falha.

- Bella, não se feche, meu amor... - ele me puxou para um abraço, me apertando o máximo que podia. - Vamos, eu sei que você quer.

- Eu... Eu...

E foi então que eu desabei, finalmente conseguindo me liberar. Chorei como uma criança, mas pelo menos eu chorei. Eram grandes e gordas lágrimas que caíam dos meus olhos e molhavam a camisa de Edward, mas ele não se importava com isso. Meus soluços eram altos e vergonhosos, só que da mesma forma que antes eu não conseguia chorar, eu agora não conseguia parar.

Foram longos minutos naquela dor única, que estava me destruindo por dentro. Quando parecia que ia parar, eu voltava a chorar. Edward teve toda a paciência que eu podia merecer, ele ficou ali me ouvindo chorar, me emprestando a camisa dele para eu estragar com minha lágrimas, e sem falar nada, apenas me fazendo um cafuné nos cabelos. Eu só consegui parar quando já estava ressecada e sem forças, fiquei algum tempo ainda encostada em Edward para depois poder olhá-lo.

- Desculpa. - murmurei.

- Pelo que? - ele perguntou, confuso, enquanto passava delicadamente a mão no meu rosto, secando o que ainda restava das lágrimas.

- Pelo que acabou de acontecer, eu me descontrolei... - fiz uma careta.

- Deixa de ser boba. - sorriu de canto e me deu um beijo na testa. - Acho que você deveria era se desculpar por ter ficado estranha.

- Então desculpa. - falei rindo e ele me acompanhou. - Ai, eu devo estar um caos.

Edward fez uma careta e balançou a cabeça.

- Que nada, só com os olhos inchados e vermelhos, nada demais. - riu e eu lhe dei um tapa. - Brincadeira, meu amor. - me abraçou. - Acho que está na hora de nós irmos embora...

Concordei e nós seguimos para o carro.

Eu estava me sentindo mais leve depois de ter feito aquilo, me sentia menos surtada e até achava que podia sorrir para qualquer um. Já fazia planos para consertar os meus erros desse dia, precisava falar com Alice, pedir desculpas e ver o que eu podia para me redimir com ela. Sabia que a baixinha iria pegar pesado. E também precisava fazer outra coisa...

- Edward, você pode ir no hospital? - perguntei e ele sorriu.

- É pra já, madame.

No caminho eu fui pensando no que poderia falar para minha avó. Digo, ela deveria estar decepcionada e triste comigo, pisei muito na bola com ela e precisaria de uma boa desculpa. Talvez eu pudesse jogar sujo e levar chocolate comigo, afinal lá é um hospital e a comida daquele lugar não é boa. Não, não, e eu sabia muito bem das vezes que já fiquei internada lá. Então, eu teria que fazer isso...

- Edward? - chamei e ele me olhou por um segundo para logo virar para a estrada novamente. - Er... Você pode passar em uma loja de conveniência pra mim?

- Pra que?

- Ah, é que... Que... - mordi o lábio inferior, procurando alguma coisa que pudesse falar, mas então pensei que Edward não fazia exatamente do jeito certinho. - Preciso comprar um suborno pra vovó Swan me desculpar e também nós nem almoçamos hoje...

Edward me olhou com uma expressão engraçada para logo começar a rir, concordando comigo.

Ele parou em uma loja e eu comprei umas besteiras para nós comer e chocolate Hershey's para vovó, que era seu predileto. Depois Edward continuou seu caminho para o hospital, que não demorou muito para chegar. Eu escondi o chocolate no meu capuz e nós entramos, indo na recepção falar com a mulher. Não foi difícil convencê-la a me deixar entrar mesmo sem estar em horário de visita, pois eu fiz um draminha básico e ela era coração mole, juntando isso resultou a minha entrada fácil.

- Vou estar te esperando aqui. - Edward falou, me dando um beijo na testa e me empurrando na direção da porta.

- Ok. - murmurei, balançando a cabeça.

Abri a porta e coloquei apenas a cabeça, sentindo meu coração perder um vacilo quando vi vovó deitada em uma maca com muitos aparelhos presos ao seu corpo e uma máscara de oxigênio em seu rosto. Ela daquele jeito parecia mesmo uma idosa, e não a minha avó que sempre parecia saudável e cheia de vida. Mas eu coloquei na minha cabeça que ela ainda seria daquele jeito, Charlie tinha me falado.

Só que isso não evitava perguntas ruins rodarem na minha cabeça, como: E se o quadro se reverter? Ou e se os médicos estiverem errados? Eu tentava ao máximo não deixar essas perguntas pessimistas me colocarem para baixo, pois isso acabava que me atormentando e me fazendo virar uma, como minha amiga Alice disse, zumbi.

- Hey, garota. - vovó murmurou, me assustando.

Eu arregalei os olhos e entrei no quarto, fechado a porta rápido e me encostando a ela.

- Er... - comecei. - Eu... Eu achei que a senhora estava dormindo, não queria... Te acordar. Sabe... Estupido da minha parte vir essa hora, porque com certeza você já estava dormindo, só que eu precisava vir e te entregar o chocolate. Bem, não vim com o intuito de entregar o chocolate, era apenas um suborno para a senhora me desculpar por eu ser a pior neta do mundo e não estar aqui quando deveria estar. Está me entendendo? - perguntei, vendo que não calava a boca.

Vovó me encarava de olhos arregalados, mas então sua expressão se suavizou e ela soltou uma risada rouca.

- Nossa, como você consegue fazer isso? - fez uma pergunta retórica. - Como Edward conseguiu te aguentar quando você estava em crise?

- Eu... - olhei para o lado. - Eu não sei... - minha voz foi morrendo, por causa do caroço que se formou na minha garganta. Por ver minha avó ali, por não dar apoio a ela, por lembrar de como eu estava naquele dia, e também de como Edward tinha sido comigo e ter paciência com minhas loucuras. - Vovó...

- Ah, Bella, vem cá. - ela me chamou com a mão e eu corri, ficando ao lado da sua maca e encostando minha cabeça em sua barriga, chorando compulsivamente. - O que é isso, meu amor? Porque esse choro?

- Eu sou tão má, vovó. Eu fui tão covarde pro não ter vindo aqui, ter ficado com a senhora. Como eu pude fazer isso? - levantei meu rosto para olhá-la. - Como?

- Bella, para com isso. - riu e eu fiz uma careta, ainda chorando. - Você veio, e isso que é o importante.

- Oh meu Deus, não fala assim! - enterrei meu rosto novamente em sua barriga. - Isso parece... Parece aqueles filmes em que o per-personagem está pra morrer e então a pessoa que ela ma-mais espera apa-aparece. Você não po-pode falar isso!

Vovó começou a gargalhar - ou rir da forma que podia - e isso me fez chorar mais ainda, por ver o quanto idiota tinha sido. Sua aparência de longe estava ruim, mas vovó não ficava ruim! Ela ainda ria, ela ainda estava feliz mesmo deitada ali, então eu não tinha motivos para ficar do jeito que estava. Eu chorava por que era mais que idiota, estava parecendo uma criancinha daquele jeito, chorando, soluçando e falando coisas sem sentidos que fazia vovó rir mais ainda.

- Ok, ok, minha garota, chega de drama... - ela falou depois de quase dez minutos de choro e palavras desconexas. - Está tudo bem... Está tudo bem...

- Não, não está! Eu estou um caos, fiz coisas horríveis, vovó! - olhei para ela, que estava de olhos arregalados. Pareciam amedrontados. - O... O que foi? - perguntei, me preocupando.

- O que você fez, Bella? Não me diga que matou alguém! Ou que usou drogas?!

Fiquei encarando ela, me perguntando de onde ela havia tirado aquelas ideias. Até me preocupei em que todos aqueles analgésicos que estavam sendo introduzidos por sua veia estivessem a deixando com alucinações e pirações, mas então lembrei o que falei.

- Não! - falei. - Não! - repeti, mais alto. - Eu nunca... Vovó!

Ela suspirou aliviada e depois riu, e eu a acompanhei.

- Só você, Bella. Só você... - balançou com a cabeça. - Vem cá, querida.

Ela me deu espaço e eu me deitei ao seu lado, me aconchegando ali. Vovó começou a fazer um carinho na minha mão, e eu sorri.

- Eu não fiz nada disso. - eu disse. - Eu só falei coisas cruéis para Tânia. Fui tão horrível quanto ela. Só não me sinto muito culpada por uma parte ela ser malvada com muitos e por outra Edward dividir essa culpa comigo. Mas sabe, vovó, foi preciso! Ela estava louca e queria encostar em Edward falando que ele era dela, mas ele não é. Porque ele disse que me ama, entende? E...

- E...? - me incentivou a continuar.

Achei que vovó iria era mandar eu calar a boca por estar dando uma de adolescente normal e fazendo confissões, mas não, ela queria que eu continuasse, que eu lhe falasse coisas idiotas.

- Primeiro me diga porque não me mandou calar a boca. - perguntei rindo. - Estou parecendo Alice assim.

- Eu sei que está, mas é que você finalmente pareceu a idade que tem com problemas no colegial e ciumes do namorado. Gostei disso e queria mais.

- Ok. - assenti, olhando para os lados envergonhada. - Sabe, vovó... Eu sou tão paranoica, a senhora sabe, e desconfio quando alguém diz que gosta de mim por ter pessoas que mentiram... - não deixei as lembranças entrarem na minha mente naquele momento, já tinha superado essa coisa e não queria voltar. - Mas com Edward, mesmo depois de Tânia falar que o que ele tinha falado era mentira, eu acreditei. É tão... Fácil e simples que não parei nem pra ficar com dúvida.

- Isso é bom. - apertou meus dedos. - Esqueça aquelas meninas idiotas, Bella. Como você disse, elas eram crianças e crianças são do mal quando querem. Isso é coisa do passado e você não deve ter muita desconfiança com sentimentos, apenas ser bastante alerta entre ser real ou não. E bem... Dá pra ver na testa do garotão que ele te ama. Ele faz cara de idiota quando olha pra você e vice-versa. Meu Deus, as vezes até parece que é pior que a baixinha e o Jasper!

- Vovó! - murmurei, envergonhada.

- Ok, ok... Não vou falar coisas que te façam ficar mais vermelha. - falou, mais para si mesma, o que me fez rir. Ela não fazia por querer, sempre saía automaticamente essas coisas que me constrangia, assim como quando eu estava perto do Edward e ela soltava seus pensamentos. - Então... Talvez eu ainda estivesse no meu sono quando você entrou e começou a dar a louca, mas talvez não, eu só sei que ouvi a palavra chocolate!

Eu gargalhei e enfiei minha mão dentro do meu bolso, tirando o chocolate que tinha lá. Vovó agradeceu e começou a comer, dividindo comigo.

- Não sei como a senhora está conseguindo sobreviver com a comida daqui. - falei e ela fez uma careta. - É horrível, sei por experiencia.

- Nem eu, Bella. Nem eu. - rimos. - Mas então, para onde vamos quando eu sair desse maldito hospital?

- Para onde a senhora quiser! Eu estou disposta desde um ringue de boxe á um passeio nas praias de La Push. Para mim o importante é está longe daqui e a senhora comigo.

- Ah, Bella. - vovó me abraçou, fungando. - Eu acho que vou aceitar aquela sua proposta de ficarmos juntas para sempre.

- Ainda está pensando? E eu me iludindo achando que já tinha aceitado. - fiz um biquinho triste e depois nós rimos.

- Só tinha algumas dúvidas por causa dos seus ataques, mas agora que tem Edward e ele consegue lidar por todos, está tudo ótimo! Acabou minha dúvidas e eu tenho a certeza.

- Ótimo. - dei um beijo na bochecha dela. - Nós vamos ser um trio e tanto.

Rimos, falando o que poderíamos fazer. Mas nossa festa acabou quando Edward apareceu na porta, com um sorrisinho constrangido falando que a enfermeira avisou que eu tinha que sair para vovó descansar. Edward se despediu da vovó com um beijo na testa dela e saiu, nos deixando a sós novamente para que eu pudesse me despedir. Eu tive que prometer que iria voltar e que não iria mais dar nenhum ataque e sumir, para então consegui me despedir da vovó. Assim que saí do quarto, eu senti mais leve, como nunca tinha me sentido.

- Agora sim... - Edward, que estava sentando em um banco que tinha ali, veio até mim e me abraçou. - Você está radiante, meu amor.

- Engraçadinho. - soltei sarcástica, fazendo ele rir. - Mas eu me sinto bem. Fui tão boba...

- Não posso discordar - arregalei os olhos. -, mas também não vou concordar. - rimos. - E então, que tal muffins e cappuccino?

- Oh. - pisquei os olhos rapidamente. - Essa é uma das coisas mais deliciosas que você já me falou. - ele sorriu. - Sem malicia, claro. - completei, fazendo Edward gargalhar.

Com um braço por cima dos meus ombros e com meu braço na cintura dele, nós seguimos para fora do hospital.

Agora que eu tinha visto com meus próprios olhos que minha avó estava bem, e que todos os meus medos eram bobos, eu conseguia me deixar levar pelas coisas e pelas piadinhas bestas do meu namorado. Minha raiva pela Tânia já havia sumido a muito tempo, pois ela não merecia nem sequer um pequeno espaço na minha vida. As coisas estavam voltando aos eixos novamente, e eu agradecia muito a Deus e ao universo por voltar a conspirar a meu favor, e evitasse que eu tivesse meus surtos. Não era nem como os de Alice ou os de Nessie, era algo pior e eu sabia que meu namorado tinha passado uma barra comigo. Meu namorado... Era legal de pronunciar isso. Yeah, bem legal quando ele era Edward Cullen.

- Estou gostando disso. - murmurei para Edward, enquanto ele me dava um pedaço de cookie.

- Sua folgada. - ele sussurrou e eu ri, lhe dando um beijo.

Edward sorriu para mim e me deu um beijo na testa, para depois me dar mais cookie, fazendo eu me sentir uma criança. Mas pelo menos uma criança feliz.


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Notas finais do capítulo

E aqui estou eu com esse capitulo cheio de emoções, kk. Sei que todas estavam curiosas para saber o que a nossa amada Vovó Swan tinha e agora está respondido, assim como também que eu não seria capaz de "matar" ela. Eu a amo demais *----*, kkk. E sei como é essa coisa de levar um susto por causa do coração, porque tenho uma amiga que já me deu dois desses. É a pior sensação que existe quando você recebe a noticia. Faz você se tornar mãe da pessoa, kkk.
E então, o que acharam das atitudes estranhas de Bella? E da Tânia finalmente mostrar as garrinhas dela?
Próximo capitulo vai ser do Preciso de um A+... E de você. E o próximo de Revista Nerd vai explicar algumas atitudes de alguém.
Agora... A melhor pergunta de todas: QUEM VAI ASSISTIR AMANHECER NA PRÉ ESTREIA OU NA ESTRÉIA?!!!!!!!
Eu nem acredito que já chegou! Eu to pirando e muuuuuuuuito ansiosa para assistir logo. Eu, infelizmente ou felizmente, vou assistir na estréia. Tudo bem que eu queria na pré, mas é estreia de qualquer jeito, kkkk.
Ah, obrigada Larissa Souza pela linda recomendação *-------------* Eu já disse pra vocês que amo cada uma?!
Bem, é isso. Comentem e recomendem , kk.
Beijoos e muitas, muitas emoções nesses próximos dias. Coração forte, hein, kkkk.