Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 27
Meu carro novo? Não, melhor!


Notas iniciais do capítulo

Vamos ser brega e: Eu voltei, agora pra ficar. Porque aqui, aqui é o meu lugar ♫ . Yeah, isso mesmo, eu to de volta, e com tudo. Capitulo grande e muito cute *-*.



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26. Meu carro novo? Não, melhor!

 - Então... - eu mordi o lábio inferior. - O que você achou?

 - Hum... - ele fez suspense, me de deixando um pouco nervosa. E então ele sorriu.  - Muito bom.

 - Yeah, eu sei. - sorri convencida. Coloquei meu pratinho em cima da mesinha de centro e me encostei no sofá - Renée tem mãos de anjo na cozinha.

 - Concordo. - ele apontou para mim e assentiu. - Bem... Está na minha hora, porque já estudamos para amanhã e eu ja experimentei do bolo da Renée.

 - Foi a melhor parte, não é? - brinquei e ele riu.

 - Eu acho que... - comecou a arrumar as coisas dele. - ... Com a professora particular que eu tenho, vou me sair muito bem amanhã.  - me olhou de canto e sorriu. Eu correspondi ao seu sorriso, sentindo minhas bochechas esquentarem.

 - Eu realmente espero que você se saia bem. - falei e ele riu. - Não estou brincando, Edward. - ergui uma sobrancelha. - Eu quero pelo menos um A-.

 - Pode deixar que eu vou te dar um A+. - piscou um olho.

 Eu levei Edward até a porta, parando encostada na soleira enquanto ele estava na minha frente. Eu me sentia nervosa, porque não sabia o que falar sobre o que havia acontecido na sala. Afinal, o que eu poderia falar? Estava morta de vergonha, e meu rosto quente denunciava isso.

 - Você acha melhor termos um dia pra entender ou quer falar agora? - perguntou, também parecendo nervoso.

 - Bem... - olhei para o lado. - Eu acho que preciso de mais um dia, Edward. É bobo, mas eu estou confusa. Quero dizer, até ontem, vamos se dizer assim, eu te odiava, e hoje eu te beijei, e eu nunca me imaginei fazendo isso. Na verdade, quando pensava - não que eu fizesse isso muito - eu tinha vontade de me esganar, e eu não estou realmente fazendo isso depois de ter acontecido. Eu sei que deveria, mas... - e então ele começou a rir. - O que foi?

 - Nada. - negou. - É melhor você ir pensar, porque tudo que você falou agora... - ele riu de novo.

 - Eu estou passando de idiota. - gemi, me sentindo muuuito envergonhada. - Edward, por favor, vai embora, sim?

 - Claro. - ele sorriu, e então se aproximou de mim. - Boa noite, Bella. - me deu um beijo na bochecha e seguiu para onde o carro dele estava estacionado.

 Eu fiquei ali parada na porta, até depois das luzes do carro dele sumir pela rua. Estava sem nenhuma vontade de me mexer, queria era pensar, só que vovó me tirou daquele estado quando me puxou com força para dentro, fechando a porta atrás de mim.

 - Aconteceu o que eu estou imaginando? - perguntou, quase que dando pulinhos como Alice.

 - O... O que? - fiz, me fazendo de desentendida. - Está ficando caduca, vovó?

 Segui na direção da cozinha, onde Renée estava sentada a mesa, comendo um pedaço do bolo de chocolate que ela tinha preparado para o Edward. Sim, para ele. Agora o porque, eu não sei. Mas suspeitava que fosse vovó quem tinha mandado, porque ela sabia que Edward era igual a mim. Me sentei ao lado de Renée e cutuquei o bolo dela com o dedo.

 - E então, ele gostou? - perguntou.

 - Mas é claro que gostou. - falei, indignada. - Ai dele se não gostasse. - bufei e ela riu. - Estava uma delicia, Re... Mãe.

 Ela sorriu, vendo a minha troca rápida. Apesar de as coisas estarem mudando, foram alguns anos que eu a chamava pelo nome, e demoraria um pouco para eu me acostumar a chama-la de mãe. Como também demoraria para ela se acostumar a me chamar ou de filha ou de Bella. Tudo bem que isso deveria ser uma coisa natural, mas nós quebramos isso de "natural" já faz um bom tempo.

 - Edward é muito bonito. - comentou ela, olhando para o seu pedaço de bolo.

 - É sim. - concordei, mordendo o lábio inferior e sentindo minhas bochechas corarem.

 - E muito simpático e educado.

 - Aham. - assenti lentamente.

 - E você gosta dele.

 - O que?! - arregalei os olhos, quase caindo da cadeira. Me segurei na bancada. - Não, eu não... Eu não gosto dele! Quero dizer, eu não posso...

 - Bella, eu não perguntei, eu afirmei. - me cortou. - E você sabe que é verdade. A muito tempo sabe disso.

 - Eu não...

 - Não negue, Bella. - me cortou de novo. - Aceite o que você tanto nega e vai entender o que sua avó e Alice dizem. Não é código, é você que não entende.

 - Vovó te falou? - perguntei e ela assentiu. - Ah, ótimo! - joguei as mãos para cima. - Pra você ela fala da forma que dá pra entender, e pra mim é estranho. Porque ela não diz logo: "Isabella, você não se tocou que está caidinha pelo Cullen Cabeçudo? Deixa de ser uma idiota cega e aceita." - Renée riu e eu bufei. - Ainda bem que veio uma salvadora das cegas me salvar.

 - Não fiz nada. - ela ergueu as mãos, ainda rindo.

 - Mãe, você fez muita coisa. Me ajudou a entender o que se passa na minha cabeça. Disse em palavras claras o que eu precisava ouvir. Agora... - levantei do banco, parando do lado dela. - Eu vou para o meu quarto tomar um banho e cair na cama, porque estou me sentindo toda quebrada. - beijei sua bochecha e segui para a saida da cozinha. - Boa noite, Dona Renée.

 - Boa noite, garotinha apaixonada.

 Eu resmunguei algumas coisas enquanto subia as escadas. Não encontrei vovó Swan no caminho, o que foi estranho, mas nem fui no quarto dela, pois sabia o que ela já iria perguntar de primeira. Tomei um banho extra quente e cai na cama, me cobrindo até a cabeça. Assim que me senti relaxada, eu me deixei pensar no ocorrido e nas coisas vergonhosas que passei.

 Ta legal, eu tinha sido uma grande idiota de não ter percebido o que tinha acontecido comigo durante todo esse tempo. Mas o problema é que eu nunca havia me... Apaixonado por ninguem. Não tinha nem tempo e nem cabeça para isso, e então de repente acontece essas coisas, e pior, pelo garoto que até pouco tempo - Ok, nem tão pouco assim - eu não gostava nem um pouco. Era de se estranhar, e ficar confusa. E eu admitia que tinha sido uma grande idiota de não ter percebido tudo isso antes de Renée falar em palavras claras e diretas o que realmente era.

 Fora tudo que eu tinha sentido com aquele beijo. Nada comparado ao que eu tinha dado em Tony ou em outro garoto. Foi de um jeito unico e estranho. Talvez nem tenha sido por causa dessas coisas que eu sinta quando estou perto do Edward, pode ter, sei lá, acontecido por causa da minha gripe, afinal, estou mais sensivel, certo? A febre deve ter feito eu sentir aquelas coisas na minha pele, e... Ah, sei lá! Era estranho. Muito estranho. Mais estranho ainda era a vontade de querer repetir de novo, e de novo, e de novo...

 Sentir algo por alguém dessa forma deixava as pessoas tão estranhas.

 Pensei até em levantar, pegar meu notebook e pesquisar na internet o que as pessoas que gostam das outras sentiam, mas pareceu besteira. Nos primeiros cinco minutos, porque no logo eu estava sentada e com o note no colo. Entrei noGoogle, pai dos burros e dos desesperados, e pesquisei "Como saber se estou apaixonada?". Vendo todos aqueles sites, eu pensei novamente que era besteira e fechei o note, mas minha curiosidade foi maior e eu cliquei em qualquer um, apenas para saber como era. 

"Pernas bambas, olhos brilhando, estômago revirando, o tempo parece parar, o coração começa a bater mais rápido, a cabeça formula várias frases clichês que seriam certas a serem usadas em uma possível situação..."

 Eu parei de ler ali, porque era tudo que Alice tinha falado. Agora sabia de onde ela tirava essas coisas. A anã ficava o dia inteira fazendo isso, com certeza, do jeito que é toda bobinha e romântica.

 Cliquei em outro site, e dessa vez era um teste. Eu até pensei em fechar o notebook mais uma vez, só que era tentadora a idéia de fazer. Claro que já tinha colocado na minha cabeça que isso era errado e tudo, mas o que custava? Fora que iria me tirar do tédio que me encontrava. Então, eu comecei a fazer o maldito teste de três perguntas. Primeira pergunta era:

1. Você pensa naquele cara:

Tinha três opções para escolher, eu poderia ser mentirosa, mas fui na mais idiota e mais verdade.

"c) Umas 10 vezes (ou mais). Uma quando acorda, outra quando liga o MP3 para tocar aquela canção que o garoto gosta, outra quando assiste ao Pica-Pau e vê qualquer coisa que faz lembrar dele…"

 Bufei e fui logo pra próxima.

2. Quando você está com o garoto, você tem reações estranhas como...:

 Novamente pensei em colocar uma mentira, colocando na A, que era nada, mas eu sabia que era a C, que falava tudo que eu sentia, que estava certa. Então cliquei nela. Fui para a terceira, que perguntava qual a musica que fazia eu me lembrar do meu "objeto da minha duvida". Depois que vi essa pergunta, quase que fechei mesmo o notebook, porque pelo amor de deus. Objeto da minha duvida? Não tinha nomezinho melhor não? Eu coloquei na B dessa vez, que era:

"b) Coffee And Tv, do Blur, porque ele faz o estilo roqueiro alternativo."

 Pois a C "Qualquer uma de artistas/bandas que façam um som para namorar." Não tinha nada haver nem comigo nem com Edward. Quando terminei o teste, fui no resultado e bufei com a resposta:

 "Se você respondeu mais “c”, então talvez você esteja com os 16 pneus e o estepe arriados por ele, certo?
Er-ra-do.

Se você se deu ao trabalho de fazer uma pesquisa no Google, chegar a este blog e fazer o teste até o final, há 100% de chances de você estar muito, m-u-i-t-o a fim do cara.

O que você vai fazer (ou não) com essa informação? Só você pode saber. Mas algo me diz que, se o rapaz não tem nenhum impedimento, esconder-se atrás da pilastra não é exatamente uma opção válida."

 - Ajudou muito. - falei, jogando o notebook do outro lado da cama e me deitando novamente. - Isso foi o que minha mãe falou, então você deveria era me dar uma solução, computador idiota.

 Bufei de novo e fechei os olhos com força, querendo poder parar de pensar e finalmente dormir. Só que não era só isso que me impedia de ter uma boa noite de sono, era também a maldita gripe. Com o nariz entupido, a garganta doendo, espirrando, tossindo e o corpo todo dolorido, era meio que impossivel ter uma boanoite de sono.

 Ouvi três batidas na porta, e quando tirei a coberta da cabeça, Renée estava lá parada, me encarando com uma sobrancelha erguida. Nas mãos ela tinha o odioso xarope.

 - Se for pra mim tomar isso, eu estou dormimdo. - falei, me cobrindo novamente.

 Ela riu, e então eu senti a cama afundar quando ela sentou perto dos meus pés.

 - Se quiser ficar melhor...

 - Eu não quero! Não com esse remédio ruim. - fiz careta. - Prefiro deixar essa gripe passar com o tempo.

 - Aham, e então virar uma pneumonia e ai você vai fazer muitas visitinhas para o médico e ter várias amigas agulhas.

 Arregalei os olhos, imaginando tudo aquilo que ela falava. Resfriado podia mesmo virar uma pneumonia? Me sentei na cama, com o maior bico do mundo. Mesmo não sabendo a resposta, preferia não arriscar.

 - Você sabe convencer alguém. - falei, pegando o copinho da mão dela e tomando o xarope ruim. Renée riu.

 - Pois é. - disse, indo até minha escrivaninha e deixando o remédio ali. Ela voltou até minha cama, pegou meu notebook e me cobriu, como fazia anos atrás. - Estou acostumada a você fazer essas birras. Desde criança é assim, nunca gostou de remédio, médico ou agulhas.

 - Odeio tudo isso. - resmunguei. - Sou mais ficar doente.

 - Claro, claro. - ela terminou de me cobrir e me deu um beijo na testa. - Durma bem, querida.

 - Você também, mãe.

 Ela sorriu e saiu do quarto. Eu suspirei e fechei meus olhos, sentindo aos poucos a lembrança do beijo entre Edward e eu que aconteceu na sala tomar conta da minha mente. E eu adormeci com essa lembrança, e por mais idiota que pareça, com um sorriso nos lábios.

 - Isso é culpa sua. - Edward falou, quando se aproximou de mim e da Alice.

 - O que eu fiz? - perguntei, procurando algo de errado nele e tentando lembrar de algo que eu tenha feito, mas nada veio.

 - Você me passou a sua gripe! - acusou, e se encostou no meu armário, ao mesmo tempo em que espirrava.

 Eu não me aguentei e comecei a rir, pois não acreditava que ele tinha mesmo pegado a minha gripe. Tudo bem que ele parecia melhor do que eu, já que não tinha o nariz vermelho e um aspecto realmente de doente, mas mesmo assim, o sistema imunológico dele era fraquinho para ter pegado. Mesmo que a forma que ele pegou foi com um contato mais profundo e mais intimo do que apenas respirar o ar. Alice nos encarava com as sobrancelhas unidas.

 - Sério mesmo? - ela perguntou e ele assentiu. - Meu deus, coitado do meu irmãozinho. - abraçou ele. - Bella, você é muito má por te feito isso com ele. O garoto só foi estudar e volta com uma gripe.

 Eu e Edward trocamos olhares, sabendo que ele não tinha ido na minha casa e só estudado. Para disfaçar, fiz uma brincadeira.

 - Foi melhor voltar com uma gripe do que com um olho roxo.

 Ele bufou e ela riu, me acompanhando. Nós duas nos despedimos dele e fomos para a nossa aula de Inglês.

 - Troca de olhares, hum. - ela murmurou, perto do meu ouvido. - Eu percebi, hein.

 Arregalei os olhos e a encarei.

 - Está ficando louca? - perguntei, minha voz aumentando oitavas por causa da mentira. - Não venha com disconfianças, sua maluca.

 - Maluca. - ela bufou. - Sou tudo, menos maluca e desconfiada.

 Eu neguie com a cabeça e ela me mostrou a lingua, como uma criança birrenta. Ri daquilo, porque pelo tamanho dela...

 - Nervosa? - Daniel perguntou, quando se aproximou de mim.

 Eu estava na minha aula de Educação Fisíca, o que significava que Edward estava na aula de cálculo dele, fazendo a maldita prova. E como em todas as vezes, eu estava perto do campo de futebol americano, só que desse vez encostada na árvore que tinha ali. Estava nervosa demais para ficar sentada, e ali eu podia andar de um lado para o outro com meu desespero.

 - Não. - menti, porque eu estava muito nervosa. - De onde você tirou isso?

 - Seu pé. - apontou para meu pé, que batia nervosamente no chão. - E toda hora você olha para os lados e morde o lábio, fora que daqui a pouco vai fazer um buraco no chão de tanto andar no mesmo lugar.

 Arregalei os olhos e ele riu.

 - A quanto tempo está me espionando? - perguntei, fazendo Daniel rir mais ainda. - Ok, talvez eu esteja uim pouquinho nervosa. - indiquei com a mão o "pouquinho."

 - Claro. - ele revirou os olhos. - E então, é por causa do jornal ou... - Daniel se sentou no banco da arquibancada e eu o acompanhei.

 - Não é por causa do jornal. Na verdade, nós já entramos de férias, porque só temos essa semana de aula, não tem como publicarmos mais uma edição. Só vamos voltar mesmo no dia dos namorados, e com tudo. Pelo menos é o que Alice disse. - dei de ombros e ele riu.

 - Ah sim, a baixinha que é ligada a bateria. - dessa vez fui em quem ri. - Mas então, todo esse nervosismo deve ter um motivo.

 Eu neguei com a cabeça e olhei para a frente. Ele não insistiu na mesma pergunta, e eu agradeci internamente por isso, pois como eu iria falar para ele que eu estava daquele jeito por causa do Edward? Não iria fazer sentido algum para o Daniel, ou talvez ele pensaria que fosse outra coisa. Aliás, ele poderia entender sobre essa "outra coisa".

 - Daniel... - comecei, mas então parei, sem saber como continuar. Ele me encarou com uma sobrancelha erguida. Eu respirei fundo e perguntei. - Bem... Você é um garoto lindo, simpático, legal e já fez o estilo skatista, então eu acho que o que vou perguntar é meio idiota, por é claro que já deve ter acontecido com você, mas é sempre bom nós perguntarmos primeiro, porque...

 - Bella... - ele me cortou, rindo. - Vai direito ao assunto, sim?

 Eu sorri constrangida, percebendo o quanto eu ficava toda atrapalhada com as palavras quando o assunto era o Edward.

 - É que tipo assim... Como você sabe que está... Gostando de alguém? Mas, por favor - falei, antes que ele pudesse responder. - não venha com aquele lance de coração acelerado, nervosismo e esses blá blá blá. Eu quero algo mais especifico, entende?

 Daniel franziu o rosto, fazendo uma careta fofinha. Ele tinha um minimo sorriso nos lábios.

 - Você está apaixonada? - perguntou.

 - Bem... Eu... Eu não sei! - bufei. - Quero dizer, todo mundo fala que eu to, só que nunca senti nada disso pra saber. E bem... Eu já até pesquisei na internet, o que foi muito estupido da minha parte, porque o que aquela coisa me respondeu não ajudou em nada, mas eu queria que alguém me dissesse o que é sem todo aquele romantismo da Alice, que ela só fala suspirando e fazendo carinhas apaixonadas. Algo expecifico e se possivel, em termos nerds, porque eu e você vamos entender muito bem isso. - pisquei um olho e Daniel caiu na gargalhada.

 - Bella, você é meio estranha. - fiz careta para aquilo. - Olha, eu não sou nenhum expert nesse assunto, porque foram muito poucas as garotas que eu realmente gostei. E a única coisa que eu posso te dizer é que depois que rola o primeiro beijo, e se você gosta dessa pessoa, outros não teram o mesmo... Gosto ou o mesmo toque, entende? Aquele beijo parece ser especial e único, não qualquer um.

 - Ahh... - balancei a cabeça lentamente, olhando para a frente. - Entendi agora.

 - E você e essa pessoa sortuda - arregalei os olhos. - já se beijaram?

 - Er... - mordi o lábio e olhei para o lado. - Já.

 - Hum... E então...?

 - Foi... Ah, Dan! - bati no ombro dele e ele riu. - É sério isso. Aconteceu, só que... Foi especial como você disse. Mas eu num beijei ninguem para saber se é único.

 Ficamos em silêncio.

 - Daniel - me virei para ele. - você gosta de alguma garota?

 - Eu não sei. - deu de ombros.

 - Ok, se você não quer falar tudo bem. - levantei as mãos em forma de rendição.

 - Não é isso, bobinha. É que eu não sei mesmo. Digo, faz um bom tempo que eu não vejo a garota que eu gostava, então não sei.

 - E porque faz esse bom tempo?

 - Ela... Ela faz o meu estilo antigo, e nós namoravamos, só que minha mãe não aceitou nosso namoro, falando que ela seria uma má influencia. Tivemos que terminar e faz um bom tempo que não nos vemos. Por isso que eu não sei mais meus sentimentos sobre ela.

 - Ah sim. Muito chato da parte da sua mãe.

 - Pois é.

 - E você nunca tentou ficar com outra garota? Quero dizer, pra saber se ainda gosta dela? Porque como você acabou de me dizer, se beijar outra pessoa, vai saber.

 - Nunca tentei. Fiquei com tanta raiva da minha mãe que decidi não arranjar mais namoradas por um bom tempo.

 Nós rimos e novamente fomos tomados pelo silêncio. Eu fiquei pensando no que o Daniel disse, sobre querer beijar outra pessoa e ser um beijo único. O do Edward pareceu ser único do que os outros que eu já tinha dado. Foi totalemente diferente e eu senti coisas diferentes.

 - Você quer tentar? - Daniel perguntou do nada.

 Pensei, e para tirar a dúvida maior, eu assenti. Ele se aproximou lentamente - ao contrário do Tony -, como se estivesse esperando que eu mudasse de idéia. Aos poucos, ele foi chegando mais perto, até seus lábios estarem totalmente colados aos meus. Sua mão na minha nuca era totalmente diferente da do Edward. A do Daniel estava quente, ao contrario do Edward, que estava fria como a minha. A boca dele não parecia ter o mesmo "encaixe" que a do Edward, que parecia ser bem certinha. Mas isso não deixava o beijo menos bom, porque era muito bom. Sorte da garota que fosse namorada dele.

 Quando nos separamos, Daniel riu e se afastou.

 - E então? - perguntou.

 - Eu odeio a minha vida. - gemi e ele gargalhou. - Eu não sei dizer se isso é bom ou ruim. Parece bom, mas ao mesmo tempo parece ser horrivel.

 - Sei como é. - falou. - E quer saber, isso também me ajudou.

 - Que bom. - falei. - Ainda é ela?

 - Yep. - ele levantou. - Azar o meu.

 - Errado. - me levantei também. - Isso significa que você deve correr atrás dela, afinal, se nem com o tempo você deixou de gostar da garota, o que você sente é forte. - toquei o ombro dele. - Se eu fosse você, Daniel, ia atrás da tal garota. Você não sabe como é bom passar um pouco das ordens dos nossos pais.

 Daniel gargalhou e eu o acompanhei.

 - Bella, você é meio doida, garota. - disse. - Quando eu estiver de péssimo humor e pra baixo, vou vir falar com você, porque meu deus, é cada coisa.

 Ele saiu andando sem me deixar dar uma resposta negando que eu não era doida. Não falei nada demais, apenas a verdade. Depois que fui contra as loucuras de Renée, me senti mais libertada, um pouco mais eu mesma e quem sabe até mais viva. Fora que minha vida parecia estar indo um pouco melhor. Só não tanto por causa do que acontecia agora dentro de mim.

 Foi então que lembrando dessa coisa de sentimento, que eu lembrei de Edward, e acabei lembrando que ele estava agora fazendo a prova de cálculo dele. E todo o meu nervosismo voltou a tona. E de novo eu estava andando de um lado para o outro. Bobeira, mas não era só por isso que eu estava nervosa. Estava também por causa que ainda teria a conversa com o Edward, e ainda diria que tinha entendido tudo. Mas tudo mesmo.

 Mas droga, eu me sentia tão principiante nesse assunto que ficava até me sentindo uma tonta. Porque, como eu deveria agir com ele agora? Fazer como se nada tivesse acontecido, era meio que óbvio! Sejamos clara, era meio dificil Edward gostar de uma garota como eu, totalmente sem graça. Com tantas garotas bonitas e legais que rodeiam ele nesse colégio. Tânia é um bom exemplo disso. Tudo bem que ela é uma garota fútil e só pensa em si, mas ela é da roda dele, é popular como ele e essas coisas, ao contrário de mim, que era totalmente diferente do Edward.

 Mas então o que eu faria com tudo isso que parecia rodar loucamente dentro de mim?! Como iria conviver com isso? Alice deveria saber a resposta, era claro, pois ela era uma garota super, mega romântica, já deveria ter gostado de cem garotos diferentes. A baixinha saberia o que é certo pra fazer essas coisas desligarem. Afinal, deveria ter um botão on off pra isso, certo? Eu não sei como achei o on, mas faria de tudo para achar o off. Já tinha assistido muitos filmes romanticos com a Nessie e com a Alice - maioria das partes porque elas me obrigaram e o resto porque era meus dias felizes e coloridos e eu estava mais sensivel que vidro de lâmpada. Eu sabia como essas garotinhas bobinhas e apaixonadas que não tinham o seu amor correspondido ficavam. Loucas por chocolate e chorando demais, fora que assistindo Ghost. A parte do chocolate era totalmente tentadora, mas chorar e assistir filme antigo não era comigo. Então, eu tinha que achar um jeito.

 Me encostei na árvore, cruzando os braços para passar um pouco do frio que eu sentia. Suspirei audivelmente e fechei os olhos, sentindo o vento frio bater no meu rosto e na minha pele, tão cortante de fazer os pelinhos se arrepiarem.

 Só que nisso tudo, o que me deixava ainda mais confusa era: Se Edward gostar de mim era algo impossivel, porque ele tinha me beijado ontem? Isso martelava direto, desde ontem á noite. Uma aposta? Nãaa. Ele não seria dessa forma, seria? Ah, seria sim. Mas eu não podia pensar tão mal assim do garoto. Eu convivia com ele, e apesar de ser um idiota algumas vezes, ele também era legal em outras. E Edward não podia me odiar tanto a ponto disso, podia? Oh Deus, que dúvida! Mas... Tirando essa idéia, o que mais poderia ter feito Edward fazer o que fez? Atração não era, porque eu não era tãooo bonita assim. Nem era bonita pra chamar a atenção dele. Branca demais, olhos castanhos normais demais, cabelos lisos e castanhos-avermelhados normais demais, magrela demais, esquisita demais... Tudo normal e demais. Eu me sentia pouco perto das lideres de torcida ou das populares. Então, não era atração. Eu também não era legal para chamar a atenção dele! Ele podia ter bebido antes de ir estudar? Não, Edward não estava cheirando a alcool, e parecia no seu estado normal mas-não-tão-normal. Drogas? Não, nada de olhos vermelhos ou risadas malucas. Então, porque?

 Agora entendia aquelas pequenas palavras: duvida cruel. Entendia o porque de ser cruel. Você procurava algo certo entre duas ou mais opções e não sabia qual fazia a mais sentido. Porque... Nenhuma fazia a porra de nenhum sentido! Du-vi-da cru-el! Entre ser uma aposta e ele ter bebido e se drogado. Agora, qual? Só isso fazia algum sentindo, mas sem sentido. Ah, droga, eu mesma estava me confundindo, e tudo porque o Cullen Menor estava envolvido nisso. Ele conseguia me deixar mais confusa do que já era, porque quando pensava nele, parecia ser só ele. E eu não podia me limitar apenas a isso, a uma pessoa. Mesmo que essa pessoa desperte coisas em mim, e faça eu me sentir um pouco mais... Normal, com todas essas coisas de sentimentos. Não que eu não sentisse. Eu sentia como qualquer outra pessoa, só não conhecia direito essa parte de se apaixonar. Como eu disse, não tinha tempo para isso. Antes era só estudar, estudar e estudar. Agora eu tenho tempo pra me divertir um pouco mais, conhecer pessoas novas, e conhecer mais sobre as pessoas que eu já conheço. Renesmee é um exemplo disso. Acabei que, sendo menos responsável, a encontrando escondida no observatório e sabendo mais um pouco sobre ela ali.

 Pisquei os olhos rapidamente quando um flash claro me deixou sem foco por alguns segundos. Olhei para o lado para dar com Edward, que segurava sua câmera de frente para o rosto e tinha um sorriso brincalhão nos lábios. Ele tirou mais uma foto, e eu fiz careta.

 - Para com isso. - falei e ele riu.

 Eu não pude evitar sorrir com sua risada, que era gostosa de ouvir. Me desencostei da árvore e caminhei até ele, ficando na sua frente.

 - E então? - perguntei.

 - Ahh, Bells, nem te conto. - ele fez uma cara de suspense. - Meu deus, que prova dificil. Achei que não iria conseguir. Eu coloquei qualquer coisa lá, mas olha...

 - Você o que?! - minha voz afinou oitavas.

 - Estou brincando, bobinha. - Edward sorriu. - Estava fácil, tinha tudo que você me ensinou. Facinha, facinha.

 - Ótimo. - aumentei ainda mais o meu sorriso. - E conhecendo o professor de cálculo como eu conheço, ele deve ter corrigido as provas na hora e falado a sua nota que é...

 - Bem... - Edward caminhou até a arvore que eu estava encostada. Eu queria soca-lo por fazer todo esses suspense. - Vamos se dizer assim, que eu previ o futuro e falei que ia te deixar orgulhosa com um A+.

 - O que?! Mentira?! Ah, Edward, que legal! - eu corri até ele e lhe dei um abraço apertado. - Parabéns!

 - Obrigada, Bella. - ele agradeceu, me abraçando um pouco mais apertado, só que de uma forma boa, não sufocante. - Agora não vou mais magoar Esme. - nós rimos e nos afastamos, para o meu total desagrado.

 - E tudo por minha causa. - brinquei, fazendo a convencida.

 - Haha, não se acha muito não, branquela. - ele bateu com o dedo na ponta do meu nariz. - Mas é, foi por sua causa mesmo. Mas e então... - ele olhou para os lados. - O que você estava fazendo aqui?

 - Aula de Educação Física, eu estava fugindo. - dei de ombros.

 - Mas já passou essa aula. - arregalei os olhos.

 - Está brincando, não é? - ele negou e eu fiz careta. - Droga, deveria ter visto as horas.

 - Yep. - Edward assentiu lentamente, com um sorriso matreiro no rosto. - Mas não olhou, o que significa que perdeu essa ultima aula, e que mesmo se você for tentar falar com o professor, ele não vai deixar. E como eu também não vou consegui entrar na minha sala, pois passei tempo demais te procurando, nós podemos ficar apenas aqui, sem fazer nada.

 - Meu deus, como você é responsável. - ironizei, indo me sentar na arquibancada.

 Edward sentou do meu lado e pegou a câmera para olhar alguma coisa. Eu estiquei meu pescoço para vê, só que ele afastou.

 - Curiosa. - falou.

 - HEY! Eu só queria ver se as fotos que você tirou. Aliás... Pode ir apagando.

 - Claro, claro. - ele revirou os olhos e eu bufei. - Mas e então, aonde você vai passar seu natal e ano novo?

 - No natal, vou passar com a vovo, nós duas sozinhas, comendo um peru gigante que ela vai assar. E no ano novo, com toda certeza em casa, com um pote de pipoca e barras de chocolate e assistindo descer a bola brilhante lá de Nova Iorque pela televisão. Acrescenta o sozinha também. Nada de interessante. - dei de ombros.

 - E porque você vai sempre estar sozinha?

 - Ah, porque Charlie e Renée sempre estão trabalhando. Ele porque é o xerife dessa cidadezinha, e tem que ficar lá na delegacia. E Renée porque, pelo que eu entendi, deu errado em alguma coisa na revista e ela vai ter que trabalhar muito com todos pra tentar arrumar. Acho que foi a capa da revista, a atriz que ia tirar as fotos deu um bolo e então Renée vai ter que viajar para Londres por causa que a modelo que elas conseguiram só pode tirar as fotos lá.

 - Caramba. - disse e eu assenti. - Isso é ruim. Você não ficou incomodada?

 - Não. Para mim tanto faz, porque eu já estou acostumada. Charlie sempre passa comigo pelo menos o natal, mas tem vezes que isso acontece. Vamos se dizer assim que é um combinado lá com os amigos de trabalho dele. Cada ano é um que fica. E esse ano é o do Charlie. Já Renée, você sabe como eramos antes, então ficavamos numa coisa fria. Até parecia que eu estava sozinha.

 Edward assentiu, e eu mordi o lábio inferior, olhando para a frente. Na verdade, eu tinha me incomodado um pouco no começo, quando Renée falou o que teria que fazer e Charlie também. Mas logo passou e eu aceitei, afinal, era o trabalho deles. E também, eu tinha vovó no natal e Mary no ano novo, ela não se incomodaria de me acompanhar na pipoca e no chocolate, pois ela não iria cozinhar no feriado. Eu só fiquei um pouco chateada porque esse ano as coisas tinham mudado, e eu queria passar esses feriados com a minha familía, mas eu tinha muitos anos para fazer isso, então...

 - Você pode passar comigo. - Edward falou do nada, me assustando.

 - O que? - perguntei, querendo que ele repetisse para ver se tinha ouvido direito.

 - Ué, você pode passar comigo pelo menos o ano novo. - ele deu um sorriso de canto, e eu me encantei com aquilo. - Quero dizer, se não quiser ir para a minha casa, eu vou para a sua e te ajudo na pipoca e no chocolate. Se você quiser, claro... - ele inclinou a cabeça um pouco para o lado.

 Eu sorri, me sentindo a garota mais idiota desse mundo, porque eu tinha me encantado com o que ele propos. Para mim, aquilo pareceu a coisa mais linda que eu algúem já tinha feito por mim. Na verdade, eram poucas as coisas bonitas que faziam por mim, apenas as que tinham me encantado assim fora Nessie e Alice, no meu aniversário, quando me levaram para o parque de Port Angeles e tinham feito um piquenique, passando a maior vergonha, mas me divertindo muito. E agora vinha Edward, falando que se eu quisesse, ele passaria um ano novo solitário, assistindo os outros comemorando, pra eu não passar sozinha. Deixando de passar com a família, e se divertindo.

 Minha conciencia gritava loucamente para eu ser muito egoista e roubar o Cullen Menor dos Cullens por esse dia e te-lo somente para mim. Afinal, os Cullens tinham eles, não iria fazer falta um a menos, iria? Claro que não!

 Eu assenti, e o sorriso de Edward aumentou ainda mais. Ele passou o braço por cima do meu ombro e me puxou um pouco para mais perto.

 - Bella, esse seu ano novo vai ser o melhor.

 - Ah é? - ergui uma sobrancelha. - E porque?

 - Porque você vai passar comigo, ué. - disse como se fosse óbvio. - E vai ser apenas nós dois, assistindo TV e comendo. Nada melhor do que isso, certo?

 - Como você é convencido, Cullen. - eu bati meu ombro no dele, rindo. - Yeah, yeah, é verdade. - concordei. - O seu também vai ser o melhor, Edward.

 - Porque vou passar com você, certo? - perguntou rindo e eu assenti. - Como você é convencida, Swan. - me imitou.

 Nós rimos e ficamos ali, daquele jeito. Se estava parecendo estranho? O pior era que não. Mas foi então que ouvimos vozes e nos afastamos rápido. Era a voz do treinador e do time de futebol-americano, e eles estavam vindo para o campo, o que significava que se nos vissem ali, iriam contar para o diretor que estavamos matando aula e no final nos ferramos. Não tinhamos para onde correr, porque o unico caminho para sair dali era por onde eles estavam vindo. Tinha apenas um caminho pequeno, e lá levava para o observátório.... O observatório!

 - E agora? - Edward perguntou.

 - Vem comigo.

 Peguei a mão dele e o puxei comigo pelo caminho que levava para lá. Edward não perguntou nada, apenas me seguiu. Quando chegamos no lugar, ele franziu o cenho, estranhando. Eu abri o portão e puxei comigo para lá, empurrando a porta barulhenta. Pelo menos do portão eles tinham resolvido, mas esqueceram da porta.

 - Nossa. - Edward murmurou, quando viu o meu lugar preferido. - Nunca tinha vindo aqui.

 - Poucas pessoas veem. É raridade. - falei, indo me sentar numa mesa que tinha ali. - Só foi mais visitado quando construiram, pelo que a bibliotecária me falou, porque era novidade. Mas agora, são muito poucas as pessoas mesmo. Um lugar abandonado, praticamente.

 - Só que não tão abandonado assim, não é? - ele, que estava perto das estantes de livros, se virou de frente para mim.

 - Yep. - assenti. - Gosto daqui, é calmo e abandonado. Um bom lugar para pensar, ficar sozinho.

 - E o seu preferido. - afirmou, me fazendo arregalar os olhos. - É óbvio isso, Bella.

 - Sei lá. - dei de ombros, sorrindo.

 - É muito bonito aqui. - ele se aproximou. - Combina mesmo com você.

 Eu senti minhas bochechas esquentarem absurdamente e desviei meus olhos dos dele. Edward sentou ao meu lado e pegou a minha mão. Eu senti as famosinhas correntes eletrétricas, e também o conhecido aceleramente que meu coração dava. Não podia negar que todas essas sensações que Edward me fazia sentir eram realmente boas. Dava vontade de senti-las sempre, ou seja, ter sempre ele por perto, tocando a minha mão, e até falando essas coisas que me fazia ficar mais vermelha que qualquer outra coisa.

 Eu sentia a vontade de falar para ele que finalmente tinha entendido o que acontecia, mas também tinha medo dele dizer que não era recipocro, e eu ter que ficar com essa rejeição na cabeça. Só que uma partezinha pequena de mim - bem pequenina e lá no fundo - perguntou :"e se ele também sentisse o mesmo"? Eu não queria ficar com essa dúvida, com essa angustia de gostar de alguém e esse alguém não gostar de mim. Não queria parecer aquelas meninas de filme, chorando. Tinha raiva delas, por serem tão idiotas para fazer aquilo, e não queria chegar a esse ponto. Podia arriscar, não podia? Ser corajosa e me expressar. Agora, falar é fácil, mas abrir a boca para dizer era a parte dificil. Essas dúvidas me detonavam por dentro, mas meu medo de ser rejeitada era maior, então por isso, fiquei quieta e aproveitei a sensação da mão dele na minha.

 Nós ficamos no observatório até bater o ultimo sino. Por incrivel que pareça, Edward não soltou a minha mão em nenhum minuto, mesmo quando ele contava algumas histórias e por mania - pelo que eu tinha reparado - ele fazia gestos com as mãos. Era fofo o jeito que ele contava, principalmente com a voz mais rouca que o normal por causa da gripe. Eu apenas o observava.

 Assim que saimos da parte do campo de futebol, Edward seguiu para o lado do ginásio, pois precisava falar com o irmão e era lá que ele tava. Eu corri para dentro do colégio - estava chovendo forte -, peguei algumas coisas no meu armário e quando estava fechando ele para me preparar para correr pelo estacionamento até meu carro, as meninas apareceram.

 - Aonde você estava, mocinha? - Alice perguntou, se encostando no armário dela.

 - Perdida. - falei.

 Nessie veio para o meu lado e colocou um braço na minha cintura, como um abraço de lado.

 - O que aconteceu, meu amor? - perguntou e eu balancei a cabeça. - Não minta, você não me parece muito bem.

 - Eu estou bem. - menti.

 Na verdade, eu não sabia de onde tinha saido essa repentina tristeza. Porque, até agora, eu estava rindo com o Edward.

 Olhei para Alice, que me encarava desconfiada. Ela estava séria, e não parecia em um bom humor. Isso desde a aula de Inglês.

 - Você está mentindo. - Alice me acusou. - Nós estamos tentando te ajudar e você não quer. Poxa, Bella.

 - Alice, não é nada, ok? O que aconteceu com você, pra ficar nesse mal humor?

 - Não estou de mal-humor. - bufou. - É só você que não fala nada para nós. Somos suas amigas, deveria se abrir mais. É sempre assim, Bella. Tem algo acontecendo e você fala "não é nada", "eu estou bem", mesmo não parecendo! Caramba, então pra que somos suas amigas? Apenas pra você ter compania? Nós também conversamos, se você não sabe. Sabemos de mim, da Renesmee, menos de você. Está na hora de compartilhar um pouco, não é? Até nem parece que somos melhores amigas.

 - Ok, meninas. - Nessie falou. - All, Bella não deve mesmo ter nada. Ela está doente, deve ser por isso. Não precisa falar assim.

 - Eu estou falando a verdade. - eu disse, ignorando a Renesmee.

 - Aham, sei. - fez.

 - Ótimo, se não quer acreditar, tudo bem. - bufei, e bati a porta do armário com força, assustando a Nessie e umas pessoas que estavam perto. - To indo embora.

 Eu me soltei das mãos da Nessie e segui pelo corredor para fora do prédio. A chuva estava forte, mas eu ignorei completamente e sai andando até meu carro. Assim que entrei, eu suspirei, me sentindo um pouco cansada por causa da gripe. Liguei o carro e segui para casa, mas no meio do caminho meu celular, que estava no banco do passageiro, vibrou avisando que tinha uma mensagem. Assim que parei no farol, eu peguei o celular para ler. Era da Alice.

"Não é pra ficar com raiva, Isabella. Eu apenas estou falando a verdade."

 Mesmo com carros atrás do meu, eu respondi.

"E não estou. O único problema é que você não acredita no que eu falo. Fica com paranóia e depois discute comigo."

Logo chegou a resposta.

"Essa paranóia significa preocupação, se você não sabe. Toda essa desconfiança é porque eu sei que você tem algo. Você sabe que eu tenho razão."

 Joguei o celular no banco novamente e segui meu caminho. Avisou que tinha mais uma mensagem, mas eu não parei para ler, pois sabia que Alice iria insistir nisso e eu não queria falar sobre o assunto. Eu estava mesmo mentindo, mas como contar para a sua melhor amiga que você gosta do irmão mais novo dela? Alice ia pirar, me xingar, falar que eu estava ficando louca por sentir tal coisa pelo cabeçudo e eu iria concordar com ela em tudo, então ela iria me apresentar vários garotos para eu tentar esquecer ele. Então por isso era melhor eu ficar quieta no meu canto, com minha boca fechada, que logo, logo tudo isso passaria.

 O problema foi que eu não consegui deixar essas coisas de lado. Logo eu estava parando o carro no acostamento da estrada, pois já não tinha como continuar. Encostei minha cabeça no volante, tentando controlar minha respiração, que não saía certo pelos meus pulmões. Parecia pesar ou prender algo. Tentei controlar a ardência nos olhos também, mas cada vez mais piorava. Meus dedos já estavam branco osso de apertar o volante, e eu sentia uma vontade grande de socar algo.

 Eu estava perdida, confusa, sem direção. Não sabia o que fazer ou falar sobre o que eu sentia. Queria poder desligar todos esses sentimentos, mas não sabia como. Estava com tanto ódio de mim mesma, por ser tão fechada e acabar gerando uma discussão com Alice, que sabia a verdade de tudo. Agora ela estava fula da vida comigo, e eu orgulhosa que sou, não pegava a droga do celular para ligar para ela. Também tinha raiva de não consegui me controlar em relação ao Edward, com essas subitas mudanças de humor. Por que isso teve que acontecer?

 - Idiota! Idiota! Idiota! – gritei socando o volante e buzinado ao mesmo tempo. – Porque você deixou se levar? Ou porque prospos a ensinar calculo para ele? Melhor, porque aquilo aconteceu ontem? A pergunta certa é: Porque eu fui aceitar participar desse maldito jornal?!

 Eu poderia simplesmente ter ficado na porra do meu canto, deixado Alice e Nessie “brincando” sozinhas de jornalistas, ter perdido a amizade delas, mas agora não estaria passando por isso. Tremi ao pensar em perder a amizade das meninas. Não, não queria perde-las, eu só não queria ter me aproximado dele. Ter conhecido seu outro jeito, ter dado risadas com ele. Ou simplesmente ter beijado ele. Ter me encantado com seu sorriso torto que até então me irritava mortalmente. Ou ter me deixado encará-lo nos olhos, aquele mar de esmeraldas profundas.

 Senti meu estomago ter sido socado ao pensar nessas coisas, e enfim os soluços foram liberados, junto com as lágrimas. Não tinha que ser assim, não precisava ser assim. Maldito dia que tudo isso começou. Eu me odeio por ter deixado isso fluir.

 Soquei novamente o volante, sentindo lágrimas quentes rolar pelo meu rosto, queimando o canto dos meus olhos.

 Assim que cheguei em casa - que estava vazia - eu subi para o meu quarto. Não pensei duas vezes em trocar de roupa e me jogar nas almofadas do chão.

 Eu me neguei a pensar em qualquer assunto que envolvesse Ele. Pensei em números, fiz a tabuada mentalmente, contei as estrelas no meu teto, tentei medir os metros da minha casa, pensar em quantos fios de cabelo existem em uma cabeça, quando haverá paz na Afeganistão, quando acabara as favelas no Brasil, quando vão revelar se existe ou não a área 51, ou se essas histórias de reencarnação são reais, e se são, o que eu era séculos passados. Mas eu me neguei a pensar nele, ou em qualquer coisa que gritasse “Edward!”

Três batidas soaram na porta. Não estava com vontade de saber quem era, mas se fosse vovó, ela não me deixaria em paz.

 - Entra. – murmurei.

 Não era Renée na porta, muito menos vovó, era a Alice ali. Ela tinha um sorriso tímido nos lábios e seus olhos me avaliavam. Eu bati com a mão do meu lado a convidado para se deitar ali, ela tirou o tênis e veio. Ficamos em silêncio, e eu gostei daquilo. Mais minutos se passaram.

 - Eu sei como é. – murmurou do nada.

 - Como é o que?

 - O que você esta sentindo.

 - Mas eu na...

 - Para de mentir, Bella, eu te conheço. Não há muitos anos, mas te conheço. Você acha que não, mas sim. Sei que ama rock, que gosta de filmes que contenham sangue e zumbi. Sei também suas manias, como a de morder o lábio quando esta nervosa, ou franzir as sobrancelhas quando prende o choro e disfarça isso olhando para todos os lados. Que odeia as pessoas em volta quando esta triste. Que é estressada. Que não gosta de olhar nos olhos das pessoas. Mas apesar disso é uma pessoa sensível, teimosa, que não gosta de se abrir com qualquer um. E sei também que quando esta mentindo sua voz afina e sobe oitavas.

 Eu a olhei e Allie sorria um pouco, tentando disfarças a voz chorosa. Minha amiga era muito sensível e dramática. Voltei meu olhar para o teto, não conseguia falar olhando-a.

 - Foi à pior coisa que já me aconteceu. – murmurei.

 - E se torna ainda pior quando você percebe que só aconteceu porque você deixou acontecer.

 - O pior é que as coisas mudaram.

 - É cruel pensar nas mudanças.

 - Mas é mais cruel a forma como acontecem.  "Pense bem, respire fundo, tudo tem um lado bom." É sempre o que nos dizem o mesmo clichê... Então... - deu dei de ombros.

 - Dói saber a verdade que está acontecendo com você, e você sendo simplesmente uma tola que chora sem parar sempre que as coisas não acontecem como você quer. Mas não adianta chorar, você já deixou acontecer e agora tem que ficar sentada vendo as coisas mudarem.

 - É mais fácil. - falei, rindo um pouco. – Só não queria que tivesse acontecido.

 - Bella... - Alice ficou apoiada no cotovelo. - Você ainda não percebeu que não há nada para fazer que vá fazer o tempo voltar ou o mundo parar porque você não quer que as coisas aconteçam da sua forma? Que não adianta esconder tudo, fingir que está tudo bem, para que elas se resolvam sozinha? Você sabe que tem que falar, tem que fazer, pra poder elas tomarem o rumo que você quer.

 Eu fiz uma careta, sabendo que o que ela falava, era a mais pura verdade.

 - Alice, eu juro que tento fazer da forma melhor, mas não consigo. Não sei como as coisas acontecem...  

 - Você quer saber como acontecem? - perguntou e eu assenti. - Primeiro é bem lentamente, você acha que vai morrer por está sentindo algo novo e estranho, seu estomago parece estar sendo socado toda vez que você pensa naquela pessoa que te faz sorrir mais do que quer, sua respiração parece estar enquentando e queimando seu pulmão para você se sentir aquecida, e sua boca tem um gosto horrivel por causa da vontade. E é então que você percebe que está apaixonada, depois de colocar para fora em meio as lágrimas tudo que você pensava nem sentir. Percebe que ainda está aqui para aquela pessoa que te fez sorrir até demais, que te fez derramar lágrimas, que te fez sentir vivo.

 Ela tinha definido tudo como realmente aconteciam. Encarei o teto, enquanto remexia as mãos nervosamente.

 - Eu só não queria que acontecesse agora e que fosse ele.

 - Não escolhemos, Bella. Nunca escolhemos quando e quem queremos. As coisas só acontecem. - ela deu uma risadinha. - Achei que isso nunca fosse acontecer. - confessou.

 - Eu também. E esperava que nunca acontecesse mesmo.

 - Besta. - me deu um soquinho no ombro. - Mas e então, você finalmente percebeu o que sente?

 - Yeah... - assenti lentamente. - Acho que sim. Mas... O que você acha?

 - O que eu acho? - ela arregalou os olhos. - Eu acho a coisa mais estranha e inesperada que poderia ter acontecido.

 - Eu sabia que você ia falar isso. - gemi.

 - Sabe também o que eu acho? - perguntou e eu concordei. - Acho que é a coisa mais legal, pois não tem ninguém melhor para o meu irmão do que uma garota maluca e que bota ele no lugar. Ah, e não é porque ele é meu irmão, mas acho que não existia ninguem melhor para a minha amiga do que meu irmão. Vocês são perfeitos juntos, Bella. Acredite em mim, dá pra ver a ligação de longe, apenas por olhares e gestos.

 - Alice... - mordi o lábio. - Ele não gosta de mim.

 - QUEM DISSE ISSO? - ela berrou. - De onde você tirou essa loucura? Bella, do mesmo jeito que eu percebi que você gosta dele, eu percebi que ele gosta de você. Está na cara, estampado na testa. Você que é uma idiota e não percebeu.

 - Hey!

 - Mas é verdade. Agora, se eu fosse você, ia atrás do que você quer. E é o Edward que você quer. Cria coragem e pegue mais um pouco da felicidade que a vida tem pra você.

 Eu gargalhei com isso e Alice me acompanhou.

 - Posso te fazer uma pergunta? - perguntei.

 - Claro.

 - Agora que eu... Gosto de alguém, posso finalmente saber o que é aquela maldita lista?

 - Ah... - ela riu. - A lista. Bem, você nem precisa fazer, porque eu ja fiz.

 - É? - Alice assentiu. - Ok. Me tira mais uma duvida?

 - Qual?

 - Como eu vou falar para o seu irmão o que eu sinto?

 - Simples e fácil. Você não vai. Só vai deixar as coisas rolarem. E pode apostar que elas vão rolar, e muito.

 Eu arregalei os olhos e Alice riu de um jeito metreiro, que eu fiquei com medo.

 Natal! Ah, o natal... Um dia feliz para muitas pessoas que iriam passar com suas familias... Ta, ok, chega de graça e palhaçada de filmes. Finalmente era a véspera de natal e eu estava em casa, de bobeira, esperando vovó fazer a nossa ceia de natal.

 Estavamos no recesso, aquelas sagradas duas semanas que tinhamos para ficar em casa. Tudo por causa do frio danado, da neve e do natal e ano novo. Era por isso que eu amava essa época. Eu tinha duas semanas para ficar em casa só comendo e dormindo, e quem sabe saindo um pouco com a vovó Swan.

 Renée já tinha ido viajar, fora ontem para Londres. Fiquei com pena dela e seus olhos azuis tristes, mas tivemos que superar. Pois vou falar, também fiquei muito triste quando ela se despediu. Charlie estava no andar debaixo com a vovó, ele a ajudaria a cozinhar.

 Era domingo, eu tinha acordado tarde, tomado meu café-da-manhã na hora do almoço e agora esperava anoitecer para poder ceiar com vovó. Com calça de moletom larga, pantufa, blusa com um ursinho desenhado e cabelo totalmente bagunçado eu me sentia bem e confortável.

 Hoje Jasper iria na casa dos Cullens para ser apresentado como namorado da Alice, e a baixinha me falou que quando fosse depois da meia-noite iria me ligar para contar o que tinha acontecido. Ela já tinha me ligado umas vinte vezes dizendo o quanto estava nervosa com isso, e que ela precisava ficar linda para o seu loirinho. Eu apenas me divertia. Nessas horas ela deveria estar sentada de frente a sua penteadeira e se maquiando.

 Com Edward as coisas estavam indo normalmente. Não tocamos no assunto de segunda-feira - que era sobre o beijo. Alice disse que era para eu ficar na minha, que logo tudo iria se resolver. Não que eu e ela tivessemos a mesma idéia do significado de "se resolver". Para mim, o resolver era eu esquecer, e para ela era que nós iriamos ficar juntos.

 No meio da semana eu tinha ido em Port Angeles com Alice e Nessie para comprarmos os presentes de natal. Nós nos separamos por lá para cada uma ir aonde quisesse. Eu odiava fazer qualquer tipo de compra, mas eu queria comprar daquela vez. Agora, os presentes estavam todos entocados no meu closet, bagunçados e com os seus embrulhos ao lado. Eu estava com preguiça de embrulhar. Tinha o da Renée, do Charlie, da Vovó, da Alice, da Nessie, da Mary, da Ylsa - em força de agradecimento por tudo - e tinha mais um lá que eu nem sabia porque tinha comprado mesmo. Tive que tomar coragem para poder embrulhar todos os presentes. Peguei-os no meu closet e coloquei tudo em cima da minha cama, encarando cada um. Eram coisas que eu achava que combinava com cada um.

 Odiava embrulhar presentes, porque nunca fazia um embrulho bonitinho, ficavam sempre amassados. Quem fazia isso para mim era Mary, mas essa tinha ido para casa, passar o natal com a familia. Então, eu tinha que me virar. Não posso dizer que ficaram uma maravilha, mas também não ficaram tão ruins. Eu terminei duas horas depois, com a minha luta. Coloquei todos de volta no closet, menos um, que eu nem tinha embrulhado ainda. Não sabia como fazer aquilo, e nem para que. Foi então que vovó entrou no meu quarto, sem bater, como sempre fazia.

 - O que é isso? - perguntou, vindo se sentar ao meu lado.

 - Er... Não... Não é nada. - gaguejei e ela riu.

 - Claro, claro. Quer ajuda para embrulhar? - eu neguei com a cabeça e coloquei o presente de lado. - Estava fazendo isso agora? Meu deus, como você deixa tudo para ultima hora.

 - Acho que puxei de alguém. - cantarolei e ela riu. - E como anda a comida lá em baixo?

 - Comida? Que comida? - ela franziu as sobrancelhas e eu arregalei os olhos. - AH MEU DEUS, O PERU!

 Vovó saiu do quarto correndo e eu a segui, estranhando seu desespero. Quando cheguei na cozinha, vovó estava tirando o peru do congelador. O bichinho estava todo congelado.

 - Ótimo, sem peru no natal. - falei, indo me sentar no balcão.

 - Não! É claro que vamos ter peru no natal, garota. Não fale uma barbaridade dessas.

 - É só o óbvio.

 Vi vovó tentar fazer um milagre e descongelar o peru, mas era claro que ela não iria conseguir fazer isso, porque era para ter descongelado desde de manhã.

 - Como eu pude fazer isso? - ela se perguntava, olhando para o animal morto. - Agora eu não sei o que fazer. Charlie tinha me avisado antes de sair.

 - E que horas ele saiu?

 - Bem cedo. - vovó suspirou e veio até mim. - Ele disse que precisava resolver umas coisas em Port Angeles.

 - Hum. - fiz. Vovó me lançou um olhar triste. - Está tudo bem, vovó. Nós compramos pizza, é gostoso e deixa tudo mais divertido.

 - Não está certo. - ela resmungou. - Você vai passar o natal e o ano novo sem seus pais, e eu ainda estrago a ceia?!

 - Você não estragou. - sorri e passei a mão na cabeça dela. - Eu nem me importo com isso. Sabe que para mim só é importante comer.

 Vovó riu e assentiu. Eram umas oito horas, tinhamos que fazer algo rápido para comer, para pelo menos comermos descentemente. Isso foi palavras da vovó Swan. O telefone da cozinha tocou e eu apertei no viva-voz, porque estava cortando uns legumes. Era Alice, e ela estava mais animada que o normal.

- Bellinha. - cantarolou. - Como anda as coisas ai?

 - Um desastre. - vovó respondeu por mim.

 - Ué, porque?

 - Ah, porque eu esqueci de descongelar o peru e não temos mais uma ceia como a de qualquer outro americano. - bufou. - E por ai?

 - As coisas andam normais. Mas... O que vocês vão comer?

 - Ainda não sabemos. - vovó deu de ombros, mesmo que Alice não pudesse ver. - Bella, querida, você pode ligar a TV lá na sala para mim? Deve está passando em algum canal de culinária algo descente.

 - Ok. - falei.

 Eu segui para lá e deixei as duas conversando. Alice deveria ter ligado para alguma coisa, mas vovó nem deixou que nós conversassemos. Eu liguei a TV e procurei algum canal de culinária que passasse algo bom, acabei demorando, mas encontrei. Assim que voltei para a cozinha, vovó já não falava mais com Alice. Não devia ser algo importante, porque ela desligou sem nem despedir.

 - Bella, querida, vai se arrumar, sim? - vovó mandou.

 - Ah, vovó, eu me arrumo rapido. - voltei para onde estava as coisas que eu estava fazendo antes. - Não preciso começar agora.

 - Precisa sim. Vai logo.

 - Mas...

 - Vai logo!

 - Ok, ok, eu to indo. - deixei a faca no lugar e segui para fora da cozinha.

 - Hum, gostei da minha voz de autoridade. - ainda ouvi ela falar, e ri. - Bella? - chamou, quando eu estava no meio da escada.

 - Sim? - eu me virei e ela só tinha a cabeça pra fora.

 - A sua roupa está no meu quarto. Vista ela e não reclama.

 - Ok. - dei de ombros.

 Deveria ser uma calça de couro e uma jaqueta jeans, afinal, vovó só se vestia assim. Eu abri a porta do quarto e em cima da cama vi uma capa preta, daquelas que a roupa ficava dentro. Peguei e segui para o meu quarto, nem sequer tive a coragem para abrir. Eu tomei um banho quente e demorado, porque estava frio, e quando ta frio adoro tomar banho. Depois que terminei, eu me enrolei em uma toalha e fui para o quarto. Como Renée tinha me ensinado, eu passei todos os cremes possiveis, e fui finalmente ver qual era a roupa que vovó tinha escolhido para mim.

 Eu nunca fui uma boa adivinha, sempre errava, mas com vovó eu até sabia um pouco, só que ela me surpreendeu dessa vez, com um vestido preto de alças finas e solto. Fiquei encarando aquilo, sem entender para que eu teria que me produzir daquela forma se iamos apenas ficar em casa nós duas. Dei de ombros e vesti a roupa, pois talvez vovó quisesse dar uma saida por ai. Arrumei meu cabelo, prendendo-o em cima, enquanto ele ficava totalmente reto. Fiz uma maquiagem leve que Renée tinha me ensinado - na base da obrigação. Coloquei meu all star de cano médio, que estava todo surrado já.

 - Você está linda. - vovó falou, quando entrou no meu quarto, e sem bater. - Escolha perfeita para tudo.

 - Obrigada. - agradeci. - Mas porque tudo isso?

 - Nós vamos sair. - disse, indo se sentar na minha cama. - Não consegui fazer nada decente, então vamos comer em outro lugar.

 - E que lugar é esse que precisamos está assim? - indiquei nossas roupas.

 Vovó estava também com um vestido preto, só que fechado na frente, sem decote algum. Ela estava de salto alto e uma maquiagem forte, mas nada exagerado. Nas mãos tinha dois sobretudos e uma jaqueta de couro.

 - Um que todos vão estar assim. - ela levantou. - Agora, tome isso - esticou a jaqueta de couro e eu peguei. - É sua a partir de agora.

 - Legal. - falei, vestindo a jaqueta e indo até meu espelho.

Ela tinha uns broches com nome de bandas - as minhas preferidas - e uns grampos. Couro muito preto. Era uma jaqueta perfeita.

 - Ficou perfeita em você. - vovó falou, parando atrás de mim. - Eu comprei vendo você vestida nela. Mas agora... - então levantou o sobretudo e eu vesti. - Nós temos que ir, ou então vamos nos atrasar.

 - Mas para onde vamos? - perguntei.

 - Segredo... - ela fez voz de suspense. - Não enrola mais, e vamos logo.

 Nós seguimos para o meu Mini, vovó quem ia dirigindo. Eu liguei o rádio numa estação qualquer que tocasse rock e ficamos conversando, até eu começar a reconhecer algumas coisas no caminho.

 - Eu sempre pego esse caminho para... - foi então que me toquei. - Nós estamos indo para os Cullens?!

 - Yep! - ela falou animadamente. - Alice nos convidou para passar a ceia com eles, e o mais legal, o Aro vai está lá. Aquele cara não é demais?

 -  Não! - arregalei os olhos, não acreditando.

 - Mas claro que ele é!

 - Eu não quis dizer isso. Quis dizer que não acredito que estamos indo para lá, e eu... Ai meu deus!

 Isso significava que eu iria chegar nos Cullens com esse vestido preto e um pouco curto, aonde Edward estaria. Eu não tinha vergonha de usar vestido, nem na frente do Cullen. Bem... Não antes de eu começar a sentir essas coisas. E se eu estiver feia? Não posso acreditar no que vovó falou. Droga, com esse vestido preto as minhas pernas pareciam mais brancas, na verdade, eu parecia mais branca. E o cabelo, que estava tão simples! Ah, meu deus, eu estou tendo um ataque de patricinha!

 - Bella, calma. - vovó tocou minha mão. - Respira, sim?

 - Eu estou respirando. - falei. - É só... Só que...

 - Calma, garota. - ela riu. - Você é tão estranha quanto eu era.

 - Vóvó! - reclamei e ela riu mais alto ainda. - É sério. Eu... Eu não to bem.

 - E porque?

 - Porque eu estou me preocupando com maquiagem e roupa, e eu não faço isso. Estou parecendo uma patricinha completa. Eu to parecendo a Tania!

 - Isabella, fica calma. - mandou e eu assenti. - Você não precisa se preocupar, porque está linda.

 - Ta... - murmurei. - Mas porque você não me avisou antes? Eu trazia o presente da Alice.

 - Não precisa. Ela disse que não vai ter troca de presentes, porque é como um jantar por causa do novo namorado dela.

 - Ah.

 Vovó estacionou o carro em frente a casa dos Cullens e do lado do Impalla do Jasper. Seguimos para lá, e ela quem tocou a campainha. E para a minha eterna felicidade, quem atendeu a porta foi Emmett.

 - Bella! - ele falou animado, me abraçando. - Alice falou que você ia vir, para completar a festa.

 - Pois é. - sorri sem graça. - Emmett, essa é a minha avó, Anne Swan.

 - Oi, garotão. - ela comprimentou ele, sorrindo.

 - Ah, cara, gostei de você. - ele disse indo abraçar ela. - Seja bem vinda a casa dos Cullens, Vovó.

 Não deixei passar a minha surpresa ao ve-lo chamando a minha avó de vovó. Ela era minha, não dele. Quem tinha dado essa liberdade?

 Nós entramos na casa - que estava quentinha por causa do aquecedor - Emmett pegou nossos sobretudos, assobiou e piscou pra mim, fazendo vovó rir quando fiquei vermelha. Esme e Carlisle veio falar com nós, nos cumprimentando com toda a hospitalidade que eles tinham. Alice apareceu minutos depois, puxando Jasper com ela. Eu não pude evitar soltar uma risadinha quando vi os dois juntos, ela toda alegre e ele parecendo um pouco com medo. Claro, conhecer o pai da namorada não deve ser facil. Depois ficaria, mas a primeira vez, não. Principalmente quando a namorada tinha dois irmãos super ciumentos como Edward e Emmett.

 - Bella! Bella! Bella! - a baixinha cantarolou animadamente, me abraçando. - E então, gostou do convite? - perguntou, quando nos soltamos.

  - Oi, Jasper. - pisquei um olho para ele, que foi correspondido, com um "oi" acompanhado. - Er... Claro. - sorri para Alice.

 - Eu sei. Eu vi o desespero da vovó e então decidi que vocês viriam para cá.

 - Yeah. - assenti, olhando a sala, que estava toda enfeitada.

 Na minha casa, só tinha apenas uma árvore legal e pisca-pisca em cima da lareira, que vovó fez questão de colocar. Nos Cullens, eles estavam em clima natalino mesmo, com todos os enfeites que Alice achasse e gostasse.

 - Oi, Bella. - Rosalie apareceu do nada, junto do Emmett.

 - Oi, Rouss. - sorri. - Então, estão todos aqui?

 - Menos o Edward. - Emmett quem respondeu. - Ele teve que ir fazer alguma coisa na cidade, e daqui a pouco chega.

 - Ah. - mordi o lábio inferior e levantei as sobrancelhas.

 Menos mal, eu teria mais tempo para ficar a vontade. Vovó já tinha feito amizade com Carlisle e Esme, os três conversavam animadamente no sofá. Tio Aro  que ainda não tinha chegado, apareceu minutos depois, junto de Edward, com toda a sua animação a flor da pele. Assim que Edward passou pela porta, rindo de algo que conversava com o tio, ele olhou pela sala e seus olhos pararam em mim, depois ele os arregalou, e sorriu de canto. Eu dei um sorriso timido, sentindo minhas bochechas esquentarem um pouco. Edward veio se juntar a nós, e ficamos conversando por mais alguns minutos até Esme falar que o jantar estava pronto e já podiamos nos juntar na mesa.

 A jantar - ceia - passou normal, menos com umas graças do Emmett para Jasper, que estava sendo totalmente perfeito, como Alice cochichara no meu ouvido por estar do meu lado. Eram Edward e Emmett que ficavam implicando com o garoto, que quando Carlisle e Esme não estavam olhando, falou que os dois estavam ferrados depois. Eu tentava ao máximo não gargalhar com aquilo - principalmente porque Edward estava sentado do meu outro lado e ficava falando coisas engraçadas. Uma hora até me engasguei com a comida, fazendo vovó, tio Aro e os meninos gargalharem muito de mim. Fora isso, as coisas ocorreram muito bem.

 Foi então que deu meia-noite, e o turbilhão de abraços começaram. Todos aqueles "feliz natal" como acontece todo ano. Quando fui desejar para Edward, o abraçou durou mais do que deveria e claro que não reclamei nem um pouco. Renée e Charlie me ligaram também para me desejar feliz natal e dizerem mais mil desculpas por não estarem comigo. Eu fiquei insistindo que estava tudo bem, e que eles não precisavam se preocupar.

 Agora estavamos todos na sala, conversando. Alice e Jasper sentados na poltrona, com ela no braço, os dois falando sobre o que iria fazer nessa semana sem aula. Rosalie e Emmett na outra, apenas nos cochichos e nas risadinhas deles. Vovó, Carlisle, Esme e Tio Aro conversavam entre eles no outro sofá, e eu e Edward, os excluidos, estavamos no sofá de dois, brincando de adivinhação, já não tinhamos nada para fazer.

 - Cansei. - falei, enquanto ele ria. - Não quero mais brincar.

 - Você é horrivel e por isso parou. -  disse. - Eu ganhei.

 - Tanto faz. - dei de ombros, e mostrei lingua para ele, como uma verdadeira criança de cinco anos, o que fez ele rir mais ainda. Rir não, gargalhar.

 - Ah, Bella, não fica assim. - Edward passou a mão no meu rosto. - Olha, na próxima eu deixo você ganhar.

 - Promete? - perguntei.

 - Prometo. - Edward olhou para os lados. - Vamos lá fora? Estou me sentindo estranho aqui. - riu.

 - Porque?

 Olhei também para os lados e fiz uma careta. Agora vovó não conversava mais com Esme e Carlisle - esses dois tinham saido da sala -, ela falava com Tio Aro, e os dois pareciam um pouco mais... Intimos. isso significava que só tinha casais ali, e nós dois estavamos por fora. Levantamos e seguimos para fora da casa. O vento que nos recebeu foi frio, e fez todos os meus pelinhos do braço se arrepiarem, apesar da jaqueta de couro. Edward percebendo minha careta, se preparou para tirar a jaqueta dele, mas eu o parei.

 - Não precisa. - falei e peguei a mão dele, o puxando comigo até meu carro.

 Destravei o alarme, entrei pelo lado do motorista e ele pelo passageiro. Liguei o aquecedor, e em questão de minutos o carro estava quente.

 - Você acha que Tio Aro e Vovó...? - Edward fez mimica com as mãos.

 - Eu num sei. - dei de ombros. - Os dois parecem se dar bem, então...

 - Yeah. - ele assentiu e olhou para a frente. - E então, - voltou a me olhar. - Quais presentes de natal você acha que vai ganhar?

 - Sei lá, você ainda não falou qual é o meu. - ergui uma sobrancelha.

 - E quem disse que eu vou te dar um?

 - Você disse. - falei rindo. - Eu até lembro, quando estavamos no carro, você perguntou o que eu ia querer, e que não sabia se era caro ou barato.

 - Ahhh. - fez. - É verdade.

 - Aham, é verdade. - repeti. - E então, comprou meu carro novo?

 - Carro novo? - gargalhou. - Você acha que merece tudo isso?

 - Por te fazer tirar um A+? Acho sim. - assenti. - Aonde está meu carro?

 - Aqui.

 Edward enfiou a mão na jaqueta dele e eu fiquei ansiosa e curiosa para saber o que era. Seria a chave? Era óbvio que não! Isso era apenas uma loucura minha. Mas o que poderia ser para que coubesse dentro do bolso? Com toda certeza algo que fizesse ele rir pelo resto da vida e eu ficar morrendo de vergonha. Esses pensamentos dissiparam quando Edward tirou do bolso uma caixinha pequenina de veludo preta. Eu fiquei encarando aquilo.

 - Você vai me pedir em casamento? - decidi brincar para disfarçar o nervosismo. - Olha, Edward, só pra avisar, nós nem passamos por aquela fase de namorar por alguns anos, brigar - essa parte fizemos -, se separar, voltar, ciumes, e no final descobrimos que estamos grávidos e ai o casamento é a força. Se você é o menino de respeito e acha que depois do beijo nós somos obrigados a casar, me desculpa, mas eu não sabia... E... Você vai me pedir em casamento? - ergui uma sobrancelha.

 Edward ficou me encarando de olhos arregalados por alguns segundos e depois caiu na gargalhada, e eu o acompanhei.

 - Não, eu não vou te pedir em casamento. - falou, enquanto pegava meu braço e puxava para perto dele. - E bem, eu não sou um menino desse jeito - apesar de ser de respeito -, mas se você acha que um relacionamento tem que ser assim, por mim tudo bem. - deu de ombros e me encarou. Eu fiquei perdida em seus olhos, vendo o sorriso bobo em seus lábios. - Mas claro, vamos tirar a parte em que ficamos grávidos e ser casados a força. Acho que não quero isso. - rimos. - Então, aqui está seu carro.

 Eu olhei para baixo e no meu braço tinha uma pulseira de prata, com alguns pinjentes. Fiquei encantada com aquilo, pois era o presente mais lindo que eu já tinha ganhado.

 - Eu... Eu... É lindo. - murmurei.

 - Que bom que gostou. - ele sorriu. - Eu não sabia o que comprar, mas quando passei numa joalheria e vi uma pulseira quase igual a essa, vi o presente perfeito. - Edward pegou minha mão de novo. - Eu quem escolhi as formas dos pinjentes, porque a mocinha lá disse que dava. Começa por esse jornalzinho pequeno - mostrou o pinjente em forma de jornal. - O inicio de tudo. Depois tem essa camera, pra você lembrar como eu sou um bom profissional e sei tirar as melhores fotos do mundo. - eu soltei uma risada, ainda encarando encantada a pulseira. - Tem esse ratinho, por causa do Ralf. Não dá pra esquecer nossa primeira parceria. O copo de café da Starbucks, a trégua que tivemos. Uma guitarra por causa dos rocks, e também uma bola de futebol americano. Por final, o um A+, pra você lembrar de segunda, que foi um dos melhores dias.

 Eu finalmente desviei meus olhos da pulseira e o encarei, vendo o tom vermelho nas bochechas de Edward. Sorri comigo mesma e fechei os olhos, não acreditando naquilo. Como um garoto poderia sair do termo de completo idiota para o completo idiota mais perfeito? Agora podia ver o que aquelas garotas do colégio viam nele, além de só beleza. Agora eu via a mais que o fisico, agora o via por dentro também. Quando abri os olhos, Edward estava mais perto. Ele colocou uma mão na minha nuca, me fazendo se aproximar também. Eu levei minhas duas mãos até seu rosto, o segurando.

 - Obrigado, Edward. - sussurrei. - Saiba que todos esses dias foram os melhores que eu já passei. - nós sorrimos. Ele passou a lingua pelo lábio inferior e me olhou nos olhos. - Desde os mais doidos até agora.

 Então eu puxei ele, acabando com o espaço que tinha entre nós. Edward apertou meus cabelos entre seus dedos e me puxou para mais perto ainda, sugando meus lábios com volupia. Sua boca tinha a sincronia perfeita com a minha, e como eu disse, nada comparado a qualquer outro beijo que eu já tenha dado. Talvez fosse pelo que ele me fazia sentir, ou talvez fosse apenas por que fosse o Edward e ele tivesse o melhor beijo, tanto fazia, mas era bom.

 Suspirei sob seus lábios, aproveitando a tudo. Desci minhas mãos do seu rosto para sua nuca e puxei seus fios da nuca. O beijo hora ficava lento, hora rápido, mas nunca parecia que ia acabar. E eu nem queria. Se pudesse, ficaria assim com Edward para sempre, que nem ia me importar. E parecia que ele também não, porque quando me afastei um pouco para buscar ar, Edward me puxou de volta. Em um momento que nossas bocas se descolaram um pouco, eu tomei um pouco de fôlego e novamente estavamos perdidos naquele beijo.

 Quando nos afastamos, eu suspirei, procurando ar. Edward respirava rápido, e eu também estava ofegante, mas tinha vontade de voltar ao jeito que estavamos. Eu puxei ele para perto e encostei meu rosto no dele.

 - Foi melhor que o primeiro. - falei, respirando por dificuldade.

 - Foi mesmo. - concordou. - Vai ter mais?

 Eu ri e ele também.

 - Se você quiser. - corei, mas não me importei.

 - Posso aproveitar.

 - Tudo bem, eu faço mesmo.

 Ele riu e virou o rosto um pouco para o lado, para começar mais um beijo. Assim que nos afastamos, eu me encostei no banco e fechei os olhos, sorrindo como uma idiota. Mas uma idiota feliz até demais. Meu coração estava acelerado junto com a minha respiração.

 E eu achando que esse seria o meu pior natal, estava se tornando o melhor de todos.

 Olhei para a pulseira mais uma vez, e me encantei também mais uma vez. Como Alice disse, eu só precisava deixar as coisas rolarem. Eu deixaria, até que então tudo se resolvessem.

 - Alice e Emmett estão na janela. - Edward falou, rindo. - Estamos ferrados.

 - Ah não. - gemi, antes de olhar para a janela e ve-los lá, parados.

 Assim que viram que estavamos olhando, acenaram animadamente.

Yeah, agora tenha tempo para se explicar.

(...)



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Notas finais do capítulo

E aqui estou eu de volta, com meu PC novinho e muuuuuuuitas idéias para a fic. Agora as coisas vão começar a ficarem boas de verdade, com mais confusões.
Antes de tudo, queria dizer bem vindas as novas leitoras, e obrigada a todas que tiveram toda essa paciencia por esperar eu postar.
Estava escrevendo esse capitulo a cinco dias, com a meta dele sair beeeem grandão e com um final mais perfeito de toda a fic. Desculpa por qualquer erro ortografico, porque eu ainda estou arrumando o pc do jeito que eu gosto e to sem o word, ai nem sei se ta bom. Preciso me estabilizar primeiro, kkk
E então, o que acharam do capitulo? Eu sei que a parte do Daniel ficou um pouco apagada por causa do final, mas eu precisava colocar coisas legais com ele, mas também precisava fazer as coisas com a Bella e o Edward andarem.
Ah, pra avisar que por causa de uma leitora - a MilenaOliveira - que fez aniversário uns dias passados - eu to super atrasada com isso. Parabéns de novo, gatinha. Ela me pediu um presente, que acho que vai servir para todas vocês como um pedido de desculpa. É um capitulo bonus do ponto de vista do Edward sobre o que sente pela Bella. Eu ja comecei, mas num sei quando vai ficar pronto. Mas queria uma ajudinha. Que tal vocês me darem uma idéia de nome para esse pequeno capitulo que vai ficar separado da fic? Eu quero ver o que vocês sugerem, kkk
Bem, é isso. Obrigada de novo, gatinhas, pela paciencia. E quando eu puder, responderei os rewies, *---*
Beijos, e é isso.