Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 16
Entrando em outro mundo




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15. Entrando em outro mundo

 - Argh! – grunhi. – Eu não acredito que estou fazendo isso.

 - Fica quieta, Isabella. – Edward bufou. – Até que não é tão mal assim, vai, fala.

 Como assim não era tão mal?! Deus, nós tínhamos apagado três aliens – duas garotas e um garoto – e roubado as roupas deles e não era tão mal?! Eu estava vestida de Princesa Léia e isso não era tão mal?! Edward parecia Han Solo só que de topete e cabelo vermelho e isso também não era tão mal?! DROGA! A Renesmee estava vestida de Lady Githany e isso não era tão mal?! Edward Cullen só podia estar louco para falar que isso não era tão mal.

 - Nossa, essa roupa é demais. – Nessie falou, olhando para as próprias roupas.

 Fiz minha melhor cara de “Ta maluca?!” para ela, que deu de ombros. Sua roupa com toda certeza era melhor que a minha, que mais parecia uma... Nessie estava fantasiada de Lady Githany, apareceu na revista em quadrinhos Jedi vs. Sith, ela era uma humana que começou por ser uma guerreira Jedi, namorada do Lord Jedi Kiel Charny, mas enveredou pelo lado negro da força durante o período da "Irmandade da Escuridão", onde rapidamente começou a mostrar os seus dotes de guerreira. Uma boa personagem, pelo que eu vi na internet. E Nessie estava usando as roupas dela que usa em uma luta, que era um tipo de armadura bem legal e o seu chicote laranja. Os cabelos de Nessie não se pareciam nada com os de Githa – apelido na saga -, já que os da personagem eram negros e os de Nessie eram castanho chocolate, mas os olhos castanhos meios esverdeados davam o seu ar meio parecido com ela.

 - Nessie, só falta uma coisa. – falei.

 - O que?

 - Espera.

 Fui até uma das garotas que nós tínhamos apagado e peguei escondida em sua bolsa esquisita um canetão, voltando até Nessie.

 - Como você sabia? – Edward perguntou.

 - Todo nerd tem o seu canetão na bolsa. É como também uma agenda, caneta, lápis e essas coisas. Ah, e não pode faltar o livro. – expliquei, dando de ombros. Fiz na testa da Nessie o desenho que Githa e a garota que imitava ela tinham. – Pronto.

 - Obrigada. – ela sorriu. – Vocês também estão legais.

 Olhei para as roupas de Edward, que era do personagem Han Solo, o protagonista da saga. Ele também era humano, e um mercenário atrapalhado. Para pagar uma divida, ele decide contrabandear dois personagens – um deles é outro protagonista – passando por algumas aventuras e assim, ele conhece a Princesa Léia Organa – personagem que eu estava caracterizada – e quem ele se apaixona e casa, tendo três filhos. Yep, eu estava fantasiada de namorada do personagem que o Cullen estava fantasiado. O azar me persegue, eu sei. Edward estava com as roupas dele, que era uma calça preta, uma camisa de gola aberta em V, branca, e um colete preto sem manga por cima. Também tinha um cinto com armas e outras utilidades.

 Já eu, estava vestida com a pior fantasia de todas que eu já tinha visto nesse carnaval de fanáticos por Star Wars. Na verdade, eu estava vestida era para o carnaval do Brasil, isso sim. Até a fantasia do carinha de orelhas pontudas era melhor que a minha, porque pelo menos ele estava vestido por completo. Princesa Léia é irmã de um dos protagonistas da saga, mas ela não sabe, e assim o beija para mostrar seu afeto. Só que o seu grande amor, como eu tinha dito, é o Han Solo. Quando o seu irmão é raptado, e ela vai com Solo e mais alguns personagens salva-lo, Léia se passa por um tipo de “bicho de estimação” de uma coisa nojenta, e assim troca suas roupas brancas e puras, com sua trança redonda dos dois lados da cabeça, por uma um tanto... Vulgar e sensual. É como uma armadura, só que só tampa a parte de cima dos seios e tem uma saia, que é longa, mas só na frente e atrás, tendo os lados abertos mostrando as pernas dela. Suas duas tranças passam a ser apenas uma, atrás da cabeça, que ela joga em um lado do ombro. E... Era assim que eu estava vestida, para meu constrangimento. Tentei fazer Nessie usar essa fantasia, mas ela não quis, falando que a personagem combinava mais comigo, porque eu tinha cabelo e olhos castanhos. Só que ela se esqueceu que eu usava óculos, droga!

 - Cala a boca, Renesmee. – mandei. – Eu estou horrível.

 - Que nada, Isabella. Você está bem... – Edward me olhou de cima a baixo e sorriu malicioso. – No ponto.

 - EU NÃO SOU COMIDA PRA ESTAR NO PONTO, IMBECIL! – avancei nele, mas Nessie me segurou pela cintura, me puxando para trás enquanto Edward ria e me olhava maliciosamente ao mesmo tempo. – ME SOLTA RENESMEE CARLIE!

 - Bella, se acalma. – ela pedia, mas de nada adiantava. – BELLA, A ROUPA!

 Eu parei na mesma hora, olhando para a minha roupa. Aquela roupa era daquelas que tinha que tomar cuidado, ou então todos veriam o que não deveriam. Eu me soltei de Renesmee e arrumei minha roupa, lançando para Edward meu melhor olhar de “Eu te odeio e espero que queime no inferno”, que ele fez questão de ignorar.

 - Vamos entrar logo nessa merda antes que eu desista e volte andando pra casa. – falei.

 Foi à coisa mais fácil entrar na convenção depois que estávamos fantasiados e tínhamos os ingressos. Como conseguimos? Simples e fácil! Da mesma forma que conseguimos as fantasias. As três pessoas que apagamos tinham em suas bolsas estranhas os ingressos, e nós só precisamos nos vestir deles e pegar seus ingressos. Agora, estávamos dentro da convenção, com várias outras pessoas fantasiadas e o pior, tinha mais ainda para entrar.

 Tinha grandes estandes dividindo muitas e muitas coisas sobre a Saga Star Wars, que eu fiquei até um pouco confusa ali. Alguns tinham pessoas fantasiadas deixando de amostra suas diversas revistas em quadrinhos, e essas coisas que quem é fã mesmo acham impressionantes.  As pessoas ali – muitas com fantasias – andavam de um lado para o outro, olhando tudo aquilo com certa devoção, o que me deixou meio curiosa para saber o que eles viam de tão fantástico em tudo aquilo. Em casa eu pesquisaria mais sobre o mundo de Star Wars. Mas por enquanto, eu continuaria a rir daquelas pessoas malucas fantasiadas. Se bem que... Eu TAMBÉM estava fantasiada.

 - Vamos para onde agora? – perguntei.  – E vamos logo, porque essa roupa está me incomodando. – olhei para minhas roupas. – E também tem esses ETs tarados... – rosnei para um vestido de Luke Skywalker, irmão da minha personagem. – Hey, otário, isso se chama incesto!

 - Bella, para! – Nessie me deu um cutucão. – Viemos aqui para trabalhar.

 - Então vamos trabalhar igual ao imbecil do Cullen. – apontei para o fotógrafo.

 Edward estava tirando foto dos estandes, das capas das revistas, das pessoas fantasiadas e tudo que podia chamar a atenção dos nerds do colégio. Nessie e eu o seguíamos, prestando atenção em cada detalhe. Aquilo só atiçou mais ainda minha curiosidade sobre a saga, e eu queria pode chegar em casa logo e pegar na internet algo sobre eles, para vê se entendia um pouco mais sobre aquele mundo alienígena. Em nosso caminho, encontramos fanfilms de Star Wars e palestras, com críticos famosos de cinema.

 Depois de andar em muitos estandes, nós paramos no que parecia ser um palco. Em cima dele, tinha um cara vestido originalmente de Capitão Spock, arrumando um microfone. Atrás dele tinha o meu irmão, Luke Skywalker e o Darth Vader, conversando amigavelmente, o que não acontecia na Saga.

 - Olá. Olá. – o cara imitador do Spock chamou nossa atenção. – Pessoas de todos os planetas, humanas ou não, agora iremos apreciar a grande luta de Luke Skywalker e Darth Vader, atuando no episódio Episódio VI - O Retorno de Jedi. – os ETs presentes aplaudiram. – Então, o silencio para apreciar e presenciar a luta...

 Ele saiu do palco e os dois personagens ficaram em seus lugares, frente a frente. As luzes diminuíram, deixando as lightsabers em destaque. A de Luke sendo verde e a de Darth sendo laranja.

"- Se você não vier para o Lado Sombrio, então talvez ela venha.” – Darth falou, assim, fazendo Luke ficar com raiva e ódio e indo atacar o pai.

 Isso mesmo, Darth Vader é pai de Luke e isso quer dizer, que talvez – eu não sei, porque não pesquisei isso – o bonitão do Darth pode ser meu papai. Não que eu esteja incorporando a Princesa Leia, mas... Eu só estava fazendo me entender de uma forma fácil.

 Eu não sabia como descrever a luta, porque, na verdade, não dava para ver muito sobre o que acontecia. Só via as lightsabers se batendo e eles falando coisas como “eu sou seu pai, se junte comigo” e “nunca irei para o lado negro”. Até, que então, a lightsaber verde bateu na mão de Darth, decepando sua mão esquerda. Então, o carinha do Luke, ficou encarando a mão mecânica de seu pai e então olhou para a sua, vendo que eram idênticas, coisa de pai e filho. E nisso, ele decide não matar o papai Vader – o que eu gostei muito. Só que então apareceu outro personagem, o Palpatine, que toca no Luke o ataca com uma coisa parecida com descarga elétrica e Luke cai no chão, em agonia. Mas mesmo assim suplica para nosso papai Vader, que ainda está vivo, só que muito fraco. O Vader pensa um pouco, e com todo o seu “amor”, ele arremessa o imperador Palpatine para um poço – um buraco no palco – e isso mata o Palpa – apelidinho que eu dei. Então, o papai Vader faz aquele melodrama de pouco tempo de vida – isso se adiantou por causa das descargas elétricas que o infeliz do Palpa deu nele – e, tem o ultimo diálogo com Luke, que levanta depois de se recuperar do ataque de Palpa. Lá, eles conversam, e então o papai Vader pede para Luke tirar sua mascara para o ver pela ultima vez com seus próprios olhos; por debaixo da terrível mascara Luke encontra apenas um pobre homem deformado pelo lado negro e pela máquina que garantia a sua subsistência, tão diferente da figura imponente que outrora a sua terrível presença emanava. Para finalizar toda a cena, papai Vader admite para Luke que estava certo á seu respeito e num sussurro pede para Luke falar para mim – a irmãzinha – que estava certo. Então, ele deu um ultimo suspiro e todas as luzes se apagaram, e apenas uma branca clareou beeeem forte o palco, e assim, o Darth Vader sumiu. Uma voz contou o final da história e assim as luzes se acenderam novamente.

 - Nossa. – Nessie exclamou com a mão na boca. – Isso foi tão...

 As palmas começaram fortes, nos assustando. Eu os acompanhei, pois aquela atuação foi muito boa. Talvez, parecida muito com a do sexto e ultimo filme. O carinha lá, Spock, voltou a falar e deu de presente mais duas encenações, Episódio III e Clone Wars, fazendo os fãs ficarem eufóricos. Depois de outra encenação ótima, começou a subir instrumentos e o Spock anunciou uma banda, Imperial Rebellion, que começou a tocar musicas temas da Saga. Era boas, eu acho...

 As pessoas a nossa volta começaram a dançar uma dança engraçada, mas então começou uma musica lenta e formaram os pares. Um alien puxou Nessie, e outro alien empurrou Edward e eu para nos aproximarmos, falando que éramos um casal na saga.

 - Cuidado com a mão, imbecil. – falei para Edward, pegando sua mão e subindo um pouco. – E afasta um pouco ela da minha pele, porque eu odeio contato físico.

 Edward riu e revirou os olhos. Não era tão verdade assim a coisa do contato físico, mas é que a mão dele na minha pele nua das costas estava me dando arrepios, e isso não era bom. Primeiro por que a mão dele estava fria, e segundo porque eu não sabia o que significava aqueles arrepios. Mas não gostava nem um pouco.

 - Se divertindo, Isabella? – ele perguntou, para quebrar o silencio constrangedor que estava entre nós.

 - Até que é legalzinho. – murmurei. – Me deixa curiosa para saber sobre mais.

 Ele assentiu, concordando comigo. Continuamos dançando, sem se encarar, afinal, aquilo passava de puro constrangimento. Edward tentava ficar com a mão afastada das minhas costas, mas pelos movimentos, algumas vezes ela roçava levemente na minha pele, e isso me deixava totalmente arrepiada. Em uma dessas vezes, Edward percebeu minha pele arrepiada, e soltou uma risada.

 - Agora entendi o “odeio contato físico”. – falou.

 - Ah, não enche, Cullen. – bufei.

 - Sabia que você tinha um pouco do que as garotas do colégio têm.

 - O que? – perguntei curiosa.

 - Eu causo pelo menos um efeito em você. – ele sorriu e passou a mão novamente nas minhas costas, me arrepiando. – Eu achei que isso não poderia acontecer com Isabella Swan.

 Olhei para os meus braços, com os pelos arrepiados. Eu também pensava o mesmo que o Cullen, que ele não me afetava e não me fazia morrer de amores como acontecia com a maioria das garotas do colégio. Que ele só precisava sorrir e elas já suspiravam – talvez não tão exageradamente assim, apenas falavam que ele era lindo. Eu concordava com elas, Edward era sim muito lindo, mas não de parecer que você vai matar e morrer por ele. Só que meu próprio corpo estava me denunciando com apenas a sua mão nas minhas costas. As coisas não podiam acontecer assim...

 - Vai se ferrar, idiota. – murmurei, empurrando ele para longe e indo para qualquer lugar.

 - Isabella! – ele me chamou e me seguiu.

 - Sai de perto, Edward. – mandei.

 - O que aconteceu? – perguntou.

 - Nada. – resmunguei.

 - Hey, vocês dois! – Nessie berrou atrás de nós. – O que houve?

 - Nada! – respondemos juntos.

- Jedis da Jedicon – o mesmo carinha que anunciou sobre a encenação chamou novamente nossa atenção. Nós três paramos para olhá-lo. -, ajeitem suas armaduras, arrumem suas roupas estelares, pois vai começar o Concuros de Fantásias.

Todos ali começaram a aplaudir e se juntar novamente para frente do palco, prontos para mais uma apresentação, só que agora de fantasia. Nós também nos aproximamos, com Edward já preparando a câmera para tirar mais fotos. Algumas pessoas subiram no palco, fazendo uma linha reta para mostrar para “nós” suas fantasias. Eu olhei todos e não me agüentei, caindo na gargalhada. Nessie me acompanhou, sendo mais escandalosa que eu, e assim chamando a atenção das pessoas aliens que estavam perto. Eu não agüentando vê sua risada, dei mais risada ainda, e assim ficamos como duas tontas.

 - Parecem que a Githa e a Princesa Léia querem participar também.

 A única luz no lugar, que antes estava direcionada no palco, veio para cima da Nessie e de mim. Olhei para nossas roupas, vendo que estávamos de Githa e Princesa Léia. Nessie e eu nos encaramos e fizemos a melhor cara de “FUDEO!”

 Os aliens começaram a nos empurrar na direção do palco. Olhei para trás e Edward gargalhava por trás da câmera, tirando foto nossa. Nós duas tentávamos escapar das mãos, só que eram muitas. Quando conseguiram praticamente nos jogar no palco, tentamos voltar, só que os guardas estelares pararam com os braços cruzados, e com medo, fomos na direção da fila.

- Bem, parece que agora temos nossos participantes do Concurso de Fantasias.

 O concurso foi mais divertido para Edward do que para qualquer pessoa ali. Além de nós termos que estar lá em cima, tínhamos também que encenar algumas falas de nossos personagens, o que foi uma tarefa difícil para Nessie e para mim. Fizeram até um script para nós, e assim conseguimos. Do palco, onde estava, podia ouvir a gargalhada de Edward,e já podia também imaginar seus pensamentos “A Swan está ferrada na minha mão com essas fotos comprometedoras”. EU ESTAVA MESMO FERRADA!

 Depois do momento constrangedor, foi à hora de votar pra cada fantasia de cada personagem. Fiquei parada ao lado da Nessie, encarando o nada e esperando que aquilo tudo acabasse logo para eu poder me matar. O Capitão Spock falou que iria ser por palmas, e então, ele começou por um carinha vestido de Luke. Vários aliens começaram a bater palmas para ele, mas outro carinha também vestido de Luke foi o que recebeu mais aplausos, assim, ganhando uma revista em quadrinhos de uma edição legal e mais uma “lembrancinha”. Foi assim com vários personagens, e todos ganhando um ursinho do Capitão Spock – dado pelo fingido paraguaia do Capitão Spock – e uma revista, deixando os viciados mais loucos ainda.

 Foi ai que chegou a minha vez. A de Nessie já tinha passado, e por muito pouco ela não ganhou. A primeira garota que tinha imitado Léia foi bem aplaudida, o que me fez soltar um suspiro de alivio, pois não seria eu a vencedora.

 - E vamos ver quem gostou de nossa Léia imitada por... – ele virou para mim.

 - Bella. – falei.

 - Por Bella. Então, aplaudem! Aplaudem!

 Não só o carinha de palco que fazia o Capitão Spock aplaudiu como muitas das pessoas que estavam em baixo. Encarei todos de boca aberta, vendo até Edward aplaudir. Mas claro que era só para tirar uma com a minha cara, não porque ele realmente gostou. Só que isso era o de menos, porque, o caso maior ali era que estavam aplaudindo para a minha imitação barata de Princesa Léia. Talvez, ou melhor, eles estivessem cegos e surdos, porque eu sei que eu fui péssima imitando a Léia.

 - Parabéns, Bella! – o carinha de Capitão Spock veio até mim, nas mãos trazendo uma caixinha e uma revista.

 - Er... – olhei para Nessie, que balançou a cabeça, sorrindo. – Obrigado.

 Ele falou mais algumas coisas e me entregou a caixinha e a revista. Assim, nós duas descemos do palco e praticamente corremos para onde Edward estava, rindo muito. Quando parei, eu peguei a caixinha e abri, vendo que era o mesmo ursinho dos outros, um do Capitão Spock até com os dedinhos separados no cumprimento alien dele.

 - Vocês sabem que eu gravei isso, não sabem? – Edward perguntou.

 - Você não fez isso. – desviei minha atenção do ursinho para ele. Edward assentiu, sorrindo. – Você não pode ter feito isso.

 - Vocês duas estão ferradas.

 Encarei-o, sentindo meu rosto ficar quente, assim como minhas mãos. Elas coçavam para fazer um estrago no rosto dele, e eu não queria evitar esse acidente.

 - Bella, calma. – Nessie falou, colocando uma mão no meu ombro. – Aqui não. – ela aproximou do meu ouvido. – No carro, nós acabamos com ele.

 Isso fez eu me acalmar em segundos, já que agora Nessie me ajudaria a acabar com o Cullen.

 - E agora? – perguntei, deixando o Cullen de lado. Ele nos olhava desconfiado, mas não perguntou nada.

 - Eu não se...

 Nessie não pode terminar sua frase, porque uma manada de aliens passou correndo por nós, uns empurrando aos outros. Eu me segurei em alguém para não ser arrastada por aquelas pessoas, pois não queria morrer assim, pisoteada. A pessoa me segurou pela cintura, para eu não ir junto com aquelas pessoas, que pareciam cegas por não me verem ali. Mas isso me causou um arrepio na coluna, por causa da pele exposta. Senti mais alguém me segurar pelo braço, se prendendo em mim para também não ser arrastada. Então, entendi que eu me segurava em Nessie e era Edward quem estava segurando meu braço. Só podia ser. Isso era o que eu deduzia não o que realmente acontecia, já que eu não via nada por estar sendo empurrada de um lado para o outro.

 Quando acabou aquele “joga-pra-cá-joga-pra-lá” eu pude ver direito para os lados. Olhei para quem me segurava no braço – se fosse o Cullen, eu me livrava logo dele -, mas me surpreendi em ver que era a Nessie quem apertava meu braço. Seus olhos estavam arregalados em puro susto, e seu cabelo descabelado. Eu não queria me concentrar nisso, só que também não queria ver e ter a certeza de quem me segurava pela cintura. Mas eu tinha que ver, então eu olhei para meu outro lado, vendo o que eu já imaginava. O Cullen. Ele quem me segurava pela cintura, sua concentração toda nas pessoas que iam quase que correndo na nossa frente.

 - Vocês estão bem? – perguntou, quando se virou para nós.

 - Estaria, se você me soltasse. – falei.

 Ele me soltou no mesmo segundo e foi até Nessie, perguntando para ela se ela estava bem. Nessie respondeu que sim, mas que tínhamos que seguir aquele povo. E assim fomos atrás daqueles aliens malucos, aonde quer que eles fossem.

 Nós conseguimos falar com um deles, que nos explicou que o que estava acontecendo era a Jedi Arena, onde duas pessoas lutavam com seus sabres de luz. Nós ficamos ali assistindo, e Edward tirando fotos, mas teve uma hora que a câmera dele estava na minha mão e Nessie e eu estávamos empurrando ele na direção da Jedi Arena, que era uma roda cercada com dois portões para eles entrarem.

 - VAI, EDWARD! SEJA UM BOM HAN SOLO! – era o que Nessie berrava, torcendo para o Cullen.

 - VAMOS LÁ, SEU IMITADOR DO LUKE! ACABA COM O CULLEN! – isso era o que eu berrava.

 Eu não me agüentava vendo o Cullen com uma lightsaber e lutando contra outro idiota com lightsaber. Eu tirava fotos e ria ao mesmo tempo, sendo acompanhada por Nessie, que filmava aquilo como uma vingança contra o que ele tinha feito com nós. Só que o Cullen estava se divertindo, e isso estragava tudo. Eu via isso pela lente da câmera, o jeito que seu sorriso estava aberto que seus olhos até se fechavam um pouquinho. O cabelo mais bagunçado que o normal, por ele estar se mexendo muito.

 - Ele é lindo, não é?

 - O que?! – me virei para Nessie, que tinha um sorriso enorme.

 - Ah Bella, não negue. Você sabe que eu estou falando a verdade.

 - Eu não neguei. – falei, voltando minha atenção para a arena. – O Cullen é bonito sim, mas a chatice nele o deixa feio.

 - Ele não é chato. Vocês dois é que nunca se entendem. Você não deixa as pessoas se aproximarem, Bella. Para você, todos são chatos.

 - Não é. – menti.

 - É claro que é. Você gosta de ser irônica, sarcástica, dar patada nas pessoas para elas não se aproximarem, e isso dificulta que elas sejam legais com você. Eu sei que o Edward mexe com você, sei que ele te irrita algumas vezes, mas têm outras que ele tenta conversar com você normalmente só que você o trata mal. Eu já percebi isso.

 - Eu... Eu só... – olhei para os lados. – Eu não gosto dele.

 - Yeah. Eu já percebi isso.

 Nessie voltou sua atenção para a arena. Eu tentei também, mas novamente eu tinha muitas coisas para pensar. Foi como Ylsa, quando ela deu todo aquele sermão de “você não pode ser capacho da sua mãe”. Eu deixei a câmera pendurada no pescoço e sai de fininho dali, indo para um lugar mais vazio do que aquele. Quando achei um, eu encostei-me à parede e cruzei os braços, vendo as pessoas fantasiadas passarem de um lado para o outro, algumas procurando mais estandes para olhar, outras procurando a arena, o que era meio idiota. Pelo menos foi isso que um cara de Darth Vader perguntou.

 O que Nessie tinha dito, eu sabia que era verdade pelo menos metade de tudo aquilo. Sabia que muitas vezes maltratava o Cullen mesmo ele agindo normalmente comigo, só que eu já tinha ficado com tanta raiva dele que eu já nem percebia quando o tratava mal. Não tinha culpa que se a maioria das vezes ele só falava comigo era para me irritar e que eu praticamente ia ao automático com paus e pedras pra cima dele. Com o Cullen, eu duvidava ter algum concerto. Agora com os outros... Eu não sabia porque era ignorante, só vinha dentro de mim.

 Vi Nessie e Edward se aproximarem, os dois rindo muito. Arrumei minha postura e minha expressão, que eu sabia que não era das melhores.

 - Nossa Bella, você perdeu o Edward perdendo feio para o carinha. – Nessie falou, rindo. – Você iria se divertir tanto.

 - Hey! Eu só perdi porque não treinei. – ele se defendeu.

 - Aham. – fiz do mesmo jeito que todos os Cullens faziam. – Sei disso, garotão. – pisquei um olho. – Vamos fingir que acreditamos.

 Nessie caiu na gargalhada, e deu um soquinho no ombro dele.

 - E agora, vamos para onde? – Edward perguntou.

 - SORTEIO! – um carinha gritou.

 E foi para lá que fomos. Nessie nos obrigou a comprar rifas – para ajudar instituições e para ver se ganhávamos alguma coisa – e então ficamos lá no meio de todos aliens, torcendo para sermos sorteados. Entramos no embalo deles, que quando saía um nome, gritávamos animados. Aqueles aliens eram contagiantes.

 - E o boneco do Mestre Yoda vai para o numero 1... 5.. 9!

 - AHHHHHHHHH! É O MEU! É O MEU! – Nessie berrou. – BELLA! BELLA! É O MEU! – ela me sacudiu pelos ombros.

 - É. É, o seu. Vai lá, louca.

 Nessie pegou seu boneco feio só que ao mesmo tempo bonitinho e nós saímos da ala dos sorteios.

 - Próxima parada... – cantarolei.

 - Sala de jogos. – Nessie respondeu. – Só seguirmos as placas. – apontou para cima.

 Deus, se antes eu achava o cara de Darth Vader burro por não saber onde ficava a arena, agora eu o achava uma mula. Tinha placas indicando e ele não sabia! Ele simplesmente era um preguiçoso!

 Nós seguimos para a sala de jogos, com Edward um pouco a frente tirando fotos de tudo que podia. Nessie tinha se prendido no meu braço, cantarolando alguma coisa. Eu olhava para as estandes.

 - Você sabe que eu não falei aquilo por mal, não é? – ela perguntou do nada.

 - Yep. – fiz.

 - Você não ficou triste, ficou?

 - Não. Você só me deu mais alguma coisa pra pensar. – sorri para ela. – Não se preocupe, Nessie.

 Chegamos à sala de jogos, que era muito mais legal do que qualquer outro lugar ali. As luzes apagadas, o teto com estrelas florescentes, fora as paredes que também tinha destaques verdes florescentes, como planetas e essas coisas. Varias televisões com vários vídeos-games conectados, e muitos aliens torcendo ali.

 Pesquisamos com o carinha da prancheta – que por milagre não estava fantasiado – sobre o que acontecia, e ele nos explicou que era uma competição com eliminatória, aonde ia de dois em dois até ficar apenas dois no final, que iam jogar contra e assim conseguir o premio, que era a nova edição em quadrinhos, o ultimo jogo lançado e o DVD edição especial.

 Ficamos torcendo para quase todos, indo de TV a TV, para deixar animado. Então, chegou logo aos dois últimos, um garoto sem fantasia e o outro era o Luke, que tinha vencido Edward na batalha de sabres de luz. Claro que torcemos para o sem fantasia.

 - Você. – ele apontou para mim. – Vem aqui.

 - Eu? – arregalei os olhos.

 - É.

 Eu me aproximei, estranhando o que aquele estranho iria querer comigo. Ele me fez sentar ao seu lado, enquanto o de Luke puxava um amigo dele para sentar com ele.

 - Ok, to aqui. O que você quer? – perguntei.

 - Você é meu amuleto. – ele sorriu.

 Não conseguia ver exatamente como o tal garoto era, só conseguia ver seu cabelo meio que jogado nos olhos e a pele um pouco bronzeada. Eu só tinha a luz da TV para clarear ali, e isso era o suficiente para ver que o garoto era bonito e que tinha um sorriso também muito bonito.

 - Sou? – perguntei, sorrindo.

 - Yeah. – assentiu. – Acredite em mim...

 - Bella. – falei.

 - Bella. – repetiu. – Nós vamos ganhar só porque você está aqui. – pegou um controle. – Ah, e meu nome é Tony.

 Eu sorri para ele e me virei para a TV, vendo-os começarem o jogo. Um minuto depois Nessie e Edward estavam atrás de mim, me ajudando a torcer por Tony. Eu me sentia meio tensa, porque o garoto disse que íamos ganhar, e era isso que eu queria, pois sendo seu braço direito – como o carinha da prancheta tinha dito – e seu amuleto da sorte. Eu torcia meus dedos para ganhar e parece que isso deu certo, porque foi Tony quem ganhou.

 - NÓS GANHAMOS! NÓS GANHAMOS! – Tony berrou, me abraçando ao mesmo tempo em que me levantava. Eu apenas ria, porque adorava ganhar, não importa o que seja. – Eu disse que íamos ganhar, Bella!

 - Pois é. – falei, rindo.

 - Você é demais.

 O que o garoto fez depois que disse essas palavras foi o que eu menos esperava que fosse fazer naquela convenção. Para falar a verdade, eu nem me imaginava ali, com Edward e Nessie, mas como estava, para mim eu iria apenas ajudar a reconhecer os personagens e pronto. Não pensei que iria que ter que bater na cabeça de pessoas, ou que iria ter que me fantasiar. Muito menos ganhar uma competição de fantasia ou o pior, ou melhor, receber um beijo de um garoto viciado em vídeo-game. Não que foi aquilo como O Beijo. Foi apenas um encosto de lábios, mas foi um contato a mais que um abraço.

 Eu o encarava de olhos arregalados, sem reação. Seus lábios ainda estavam junto com os meus. Não que ele tivesse enrolando ali, mas era como se eu estivesse assustada e as coisas começassem a parecer câmera lenta. Só que então ele se separou e me colocou no chão.

 - Desculpe, Bella. – murmurou. – Foi só coisa de momento.

 - Hum... – fiz, olhando pros lados, constrangida. – Tudo bem, eu entendo. Mas... – encarei-o. – Parabéns, campeão.

 Ele riu e passou um braço pelo meu ombro, me empurrando para algum lugar. Descobri que era aonde entregavam o prêmio. Ele pegou todos e depois se virou para mim, com o DVD edição especial estendido na minha direção.

 - Para você, Princesa Léia. – falou.

 - O que? Eu... É seu, Tony. – empurrei para ele.

 - Deixa de ser besta, garota. Pega logo e descobre porque gostamos da saga. – arregalei os olhos. – Sei que você não é nenhuma viciada como a maioria das pessoas que estão aqui. Agora vai lá, aceite.

 Peguei o DVD, olhando a capa. Não era nenhum dos seis filmes que tinham saído, por isso era especial. Olhei para Tony, que me encarava sorrindo. Agora, na luz, eu podia vê-lo direito, e vi que tinha razão, Tony era bonito. O cabelo castanho-claro caído nos olhos avelã o deixava com cara de garoto popular e riquinho. A pele um pouco bronzeada, mas ainda assim branca. E o sorriso, com os lábios finos, mostrava os dentes debaixo, que eram tortinhos, algo meio fofo. Mas os de cima eram completamente alinhados.

 - Vamos manter contato? – perguntou.

 - Claro. – sorri.

 Tony escreveu no meu braço – na parte do pulso – o numero do celular dele e eu escrevi em seu braço o meu.

 - Obrigado. – murmurei e lhe dei um beijo nos lábios, como ele tinha me dado antes, algo rápido e que quase não da pra sentir. – Nos vemos depois, campeão.

 Sai de perto dele e fui procurar por Edward e Nessie, que eu não tinha mais visto desde a comemoração de Tony. Eu seguia para o mesmo lugar que os tinha visto por ultimo quando alguém segurou meu braço com força e me puxou. Eu já preparei meu punho para usar defesa pessoal que Charlie tinha me ensinado quando vi que era apenas Edward. Ele tinha um sorriso malicioso nos lábios.

 - Estamos aqui, arrasadora de corações. – falou.

 - Vai se ferrar, Cullen.

 - Hmmm, olha a Bellinha. – Nessie fez, passando um braço pela minha cintura. – Conta tudo que eu quero saber.

 Edward revirou os olhos e bufou, murmurando algo como “Mulheres... Todas iguais.”

 - Não tem nada para contar. – falei. – Agora falta o que para irmos embora?

 - O que é isso? – ela pegou o DVD edição especial. – Ele te deu?

 - Uhum. – fiz. – Presente por dar sorte.

 - Nossa... – ela deu um sorriso maior ainda. – Marcou encontro?

 - Não.

 - Não? – Edward questionou. – E porque trocaram números? – mostrou meu braço.

 - AHHHHH. – Nessie berrou. – Bella arranjou um namorado! Bella arranjou um namorado! Bella arranjou um namorado! – começou a cantarolar.

 - Cala a boca, Renesmee! – mandei. – E isso não é da sua conta, Cullen! – puxei meu braço.

 Os dois riram, se divertindo com meu estado nervoso. Eles começaram com graça, enquanto me seguiam para qualquer lugar. Juro que tive que me controlar para não dar um soco no Cullen e arrancar os cabelos de Nessie. Eles só pararam quando nós demos de frente com o imitador original de Darth Vader, o que fez a atuação no palco. Quase tive um treco por ver aquela armadura e o jeito que ele respirava.

 - FOTO! – Nessie gritou, indo para o lado dele.

 - Vai lá, Isabella. – Edward apontou para o outro lado, enquanto ligava a câmera.

 - JÁ DISSE QUE NÃO É ISABELLA! – berrei.

 - Tanto faz. – murmurou, com a câmera de frente para o rosto.

 - Vem cá, Princesinha. – o Darth chamou.

 Eu não queria tirar foto, mas os três – Nessie, Edward e papai Vader – praticamente me obrigaram, então eu fiquei do lado do Vader. Tentei dar meu melhor sorriso, só que esse morreu quando eu senti algo subindo lentamente pela minha perna descoberta e parando perto da minha bunda. Virei para Darth Vader de olhos arregalados, percebendo que era sua mão que estava ali. Ele fez cara de inocente, e bem nessa hora veio o flash da câmera do Cullen.

 - Bella, porque essa cara? – Edward perguntou.

 - ESSE TARADO! – berrei, me afastando dele.

 - O que? – Edward fez, confuso.

 - ESSE DARTH VADER TARADO! Fica pegando na minha bunda. – fui pra perto do Cullen, fazendo cara feia para o Darth.

 - Eu?! Eu não, princesinha. – ele se fez de sonso.

 Nessie prendia o riso, e tentava fazer cara feia para o Vader. Edward também tentava prender o riso, mas sua cara feia era melhor que a de Nessie.

 - Idiota. – murmurei. – Sabe o que eu posso fazer com essa sua mão mecânica? Em? Em? O mesmo que Luke fez! Eu deveria te socar!

 Eu fui pra cima dele, mas Edward me segurou pela cintura. Os choques me fizeram parar na mesma hora. Percebi que as pessoas fantasiadas que passavam ali, me olhavam de cara feia, só esperando eu encostar um dedo Vader para poder me linchar. Foi por isso que eu parei. Não pelo Cullen.

 - Ok, chega. – Nessie falou. Ela pegou sua agenda e caneta de dentro da bolsa e começou a conversar com Vader. – E o que vai ter na próxima convenção aqui em Port Angeles? – perguntou.

 - Ahh, eu não posso falar. – ele disse.

 Vader tomou uma pílula estranha e continuou conversando com Nessie. Foram mais ou menos dez minutos ali, e foram esses dez minutos de pura besteira. Ele queria tirar mais uma foto, só que eu não fui então foi apenas Nessie.

 Decidimos então que íamos à direção da saída, e no caminho até lá fazíamos mais coisas, com mais matérias, parávamos nos estandes e essas coisas.

 Assim que nós saímos da convenção eu peguei meu celular e vi as horas, já passavam das duas da tarde, o que significava que tínhamos ficado ali pelo menos umas três horas. É, pra quem saiu de Forks lá pelas oito da manhã, levo três horas pra chegar a Port Angeles – já que eu enrolei por ter sido seqüestrada – e quase uma pra entrar. Até que tínhamos terminado cedo isso.

 - Vamos pra onde? – perguntei, guardando o celular no sutiã, já que era o único lugar que dava para guardar com aquela roupa.

 - OLHAM ELES ALI!

 Olhamos para o lado e lá estavam eles, os três que nós tínhamos roubado as roupas. Novamente aquela palavra veio a minha mente...

FUDEO!

Nós três saímos correndo na direção contraria de onde estava estacionado o carro de Nessie. Os três loucos – eles, não nós – corriam apenas de roupas intimas, já que tínhamos roubado as deles. Acho que quem olhava de fora, sem entender nada, com certeza tava com vontade de ligar para algum manicômio. Porque, alem dos três seminus, tínhamos nós três fantasiados. Uma de armadura, o outro de um tipo de aventureiro e a outra praticamente quase seminua também.

 - CORRE, ISABELLA! CORRE! – Edward berrou, pegando minha mão e me puxando já que eu tinha ficado para trás.

 Mas eu não tinha culpa de ser uma sedentária e não ter a capacidade de correr certo.

 Depois de correr por quase dez minutos, nós conseguimos um esconderijo em um beco que tinha ali na cidade. Ficamos os três agachados atrás de varias latas de lixo, no melhor estilo cinematográfico.

 - Acha que conseguimos? – Nessie sussurrou.

 - Acho que sim. – falei.

 Nós saímos do nosso esconderijo – que como no colégio, não era nada bom – e fomos para a calçada. Bem ao lado do beco tinha uma lanchonete, que decidimos entrar para comer algo, já que já tinha passado da hora do almoço e ninguém tinha comido nada. Bem... Eles dois que não tinham, eu comi o bolinho. Só que ainda estava com fome porque era só UM bolinho, e aquilo não enche nada.

 Ao entrarmos na lanchonete todas as pessoas que estavam lá nos encararam. E quando eu digo todas, são todas mesmo, até as garçonetes pararam de servir as mesas para nos olhar. Merda! Eles não sabiam que estava acontecendo uma Convenção Jedicon bem ali perto? Mas não tão perto assim, porque o que corremos nos afastou bastante da convenção.

 - Finja que não são para nós esses olhares. – Edward sussurrou e caminhou até uma mesa.

 Nessie e eu o imitamos, fingindo o que ele pediu, que era aqueles olhares de “Vocês são aliens?” o que era uma ironia completa, porque ESTÁVAMOS FANTASIADOS DE ALIENS!

 O lugar tinha a decoração no melhor estilo retro, com piso quadriculado de branco e preto, mesas com bancos estofados de vermelho e garçonetes com roupas xadrez branca e vermelha. Era até bonitinho o lugar, algo que você gostava de parar para fazer um lanche. Onde Edward estava sentado era difícil das pessoas poderem nos encarar, o que foi um grande alivio. Nessie se sentou de frente para o Cullen, e eu ao lado dele, porque ela não me deixou sentar ao seu lado.

 - O que vocês vão querer? – uma garçonete parou na nossa frente, com seu bloquinho de nota e uma caneta.

 O meu pedido e o do Cullen foi o maior. Na verdade, foram do mesmo tanto. Eu comia o mesmo que ele, algo que fez um garoto que estava sentado perto me olhar de olhos arregalados. Nessie comia pouco, metade da metade do que pedimos. Quando nossos pedidos chegaram – o básicos como dois hambúrguers, refrigerante e batatas fritas – nós comemos comentando sobre a convenção, e rindo das piores palhaçadas que passamos. Depois que terminamos nós seguimos para onde o carro estava estacionado e de lá pegamos o nosso caminho de volta, também falando sobre a convenção. Era conversa que não acabava mais.

 Eu podia estar falando, mas minha mente rodava sobre o meu dia. Primeiro eu ter ficado tão perto do Cullen e ele ter falado uma real, depois o que Nessie falou, e logo sobre... Tony. Eu olhava constantemente para o meu braço, vendo o numero dele ali. Não tinha sentido nada pelo garoto, mas foi surpreendente o jeito que ele me olhou. Não era como uma estranha ou maluca, foi como uma pessoa normal. O jeito que só Nessie, Alice e Charlie me olhavam. Tudo bem que eu estava vestida de Princesa Léia, mas mesmo assim. Poxa, eu estava de óculos, era estranha do mesmo jeito.

 - Pensando no novo namorado, Isabella? – Edward perguntou, virado para trás.

 - Vai se ferrar, imbecil. – falei. – Não te interessa o que eu estava ou não pensando.

 - Tudo bem. – ele sorriu malicioso e virou para frente.

 Olhei para o retrovisor do carro e Nessie me encarava. Era uma mistura de reprovação pelo jeito que tinha falado com o Cullen e também aprovação, por eu ter conversado antes com ele normalmente, sem nenhuma ignorância ou ironia. Eu entendia Renesmee apenas pelo olhar, a estranha ligação da amizade que eu tinha descoberto quando ela e Alice entraram na minha vida.

 Na metade do caminho eu encostei minha cabeça no vidro e apaguei lá, de tanto cansaço que eu sentia. Só acordei com Edward me balançando devagar, e murmurando alguma coisa.

 - Me deixa. – murmurei.

 - Bella, já chegamos. – Nessie falou.

 Abri um olho e olhei para onde estávamos que era a minha casa. O tempo estava meio escuro, e Renée já tinha acendido as luzes do lado de fora, deixando uma vista legal. Eu adorava ver a entrada da minha casa de noite, com a grama brilhando por causa da luz. Levantei e passei a mão na trança, bocejando ao mesmo tempo.

 - Hum... – fiz. – Legal.

 - Você ta com sono, idiota. – ela disse, rindo. – Está grogue.

 - Yeah... – murmurei. – Bem... – olhei para os lados, procurando minha mala de viagem, que era minha mochila, onde estava minhas roupas normais, ou quase normais, sei lá. – Nos vemos depois. – abri a porta e sai.

 Edward abaixou o vidro.

 - Nos vemos amanhã, Swan. – falou.

 - Hã? – fiz, confusa.

 - Temos amanhã um encontro.

 - Eu nunca iria para um encontro com você. – arregalei os olhos. Ele e Nessie gargalhavam. – Não estou ficando louca.

 - Claro, claro. – riu. – Amanhã temos que tirar as fotos de Ylsa. Alice disse que ia marcar com ela hoje para amanhã umas dez horas da manhã, para dar tempo de tirar as fotos e editá-las. Sabe como é, fazer a capa.

 - Ah, sim. – balancei a cabeça. – Então até amanhã, Cullen.

 - Até, Isabella.

 - Argh! Eu espero que você morra. – murmurei, seguindo para casa. Ouvi as risadas dele e de Nessie. – É sério, imbecil.

 Entrei em casa ao mesmo tempo em que Nessie dava a partida com o carro.

 - Isabella?

 Renée saiu da cozinha com uma xícara de café nas mãos. Ao me olhar, ela arregalou os olhos. Esses que depois me avaliaram de cima a baixo, parando na parte da barriga exposta.

 - Nem queira saber. – murmurei, indo em direção as escadas.

 - Mas é claro que eu quero saber. – falou, me seguindo. – Porque está usando essas roupas? E porque chegou a essa hora? Você faltou no colégio? Foi com quem, porque seu carro não saiu daí.

 - Renée, por favor. – implorei, parando no topo da escada e fazendo ela parar alguns degraus a baixo.

 - Bella, já chegou? – Charlie saiu do escritório. – Wow! Que roupas são essas? – ele riu. – Está em forma, em, garota!

 - Hum... – fiz, constrangida. – Obrigado, Charlie.

 Ele gargalhou e se aproximou de mim, passando o braço por meu ombro e me arrastando para o meu quarto. Ouvi os passos de Renée nos seguindo.

 - Vai contar? – ele perguntou quando nós três entramos no quarto.

 - Bem... – olhei para os dois e comecei a mentira. – Eu descobri que hoje tinha uma convenção em Port Angeles, e como estou na coluna de noticias, eu precisava dessa. Então, tive que ir lá. E para entrar, tive que usar isso. – apontei para as roupas. – Nessie, Edward e eu passamos o dia inteiro lá, fazendo a noticia e tirando fotos para colocar. Nós não ficamos com ausência – falei, antes que Renée perguntasse. – O diretor ficou informado do que iríamos fazer. E bem... É isso. – dei de ombros.

 - Edward? – Renee perguntou.

 - Yep. – assenti, indo na direção do closet. – Edward Cullen.

 - Edward Cullen? É parente de Alice Cullen?

 - Uhum. Irmão. – sai do closet com peças de roupas na mão. – Eu vou tomar um banho.

 Charlie assentiu e saiu do quarto, sem falar nada. Renée ainda ficou me encarando, mas por algum milagre ela também saiu sem falar nada. Algo estranho... Muito estranho, na verdade. Mas eu não queria pensar nisso agora, só queria tomar um bom banho, comer algo e dormir. Eu também queria evitar pensar que amanhã passaria o dia inteiro com o Cullen.  Um inferno particular eu enfrentaria. Mas ainda bem que estava preparada.


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Notas finais do capítulo

Ahh, eu estou tão feliz, gatinhas. Os comentários subiram, e Bem vinda as leitoras novas! Nossa, justamente hoje, que eu tive folga, deu os dez comentários. Eu estava tão ansiosa para postar sobre a Convenção Jedicon.
Vou confessar para vocês que enquanto eu pesquisava sobre a Saga Star Wars - indo no meu site de pesquisa predileto: Mamãe - eu fiquei curiosa, como Bella, e assisti os filmes - kkk , Ainda estou procurando os quadrinhos para eu ler *----*
Tem algumas coisas que eu coloquei ai que eu não sei bem se é a verdade, como edições especiais e os jogos. Nunca fui em uma convenção - morro de vontade -, então não sei bem o que acontece. Mas isso deixou as coisas mais legais, então... Da para deixar passar - kkk
Bem, é isso. Novamente só vou postar se tiver no mínimo 10 comentários. Então, comentem muito e também recomendem a fic!!

Beijos;

SumLee