Revista Nerd escrita por SumLee


Capítulo 13
O planinho do mal




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12. O Planinho do Mal

Ahhhh, mas eu ia matar os Cullens. Sim, os dois! O Cullen Maior por querer colocar na droga da coluna de fofoca dele algo sobre o que ele não tem nada haver. E o Cullen Menor por inventar essa merda que agora o irmão dele irá colocar no jornal. Nãããããõooo. Eu não vou deixar Emmett postar essa merda no jornal. Não vou mesmo! Aonde já se viu isso? Edward Cullen e Isabella Swan na-mo-ran-do? Isso nunca vai acontecer! NUNCA! Nem em mil anos. Não. Nem em milhares de anos isso vai acontecer! Como o anta do Emmett pode pensar uma coisa assim? Se ele é uma das pessoas que mais presencia as brigas entre o seu irmão e eu.

 Isso me enchia de raiva! Tanta raiva que eu queria poder socar algo. E isso não era bom, já que eu era a favor da paz e não da violência. Mas mesmo assim eu queria socar a cara de alguém. E esse alguém tinha o nome que começava com a letra “E”. Agora qual que eu iria quebrar primeiro eu não sabia, já que tinha dois com essa letra!

 - IMBECIS! – berrei. – Além de falarem uma asneira dessa, ainda me deixam confusa sobre quem eu vou socar! Eu deveria era bater nos dois na mesma hora, assim eu me sentiria feliz. Mas nunca vi tanta idiotice em duas únicas pessoas. Que a Esme e o Carlisle me perdoe, mas eles têm dois filhos ANIMAIS! Que deveriam ser internados em clinicas para não causar danos à humanidade, e a mim. Um ser tão indefeso e ingênuo igual a mim não merecia passar pelas idiotices desses dois. É muita calamidade para uma só pessoa. Deus, como você pode judiar tanto assim de mim? Como pode não ter amor por uma pessoa como eu? Como?! Como?! – abaixei a cabeça, derrotada.

- ...abella Swan, se você não me responder agora, eu vou ai aonde você está e quebrar todos os seus ossos!

 - O... Que?! – perguntei aturdida ainda com minha raiva pelos Cullens.

 - Isabella, o que deu em você? Primeiro não presta atenção em nenhuma palavra do que eu digo, depois fica ai murmurando coisas sem sentindo para mim, e então GRITA NO MEU OUVIDO! Você sabe o que eu to ouvindo agora? NADA! MAAAAAS deu, com muito esforço, eu ouvir um pouco do que você falou depois de GRITAR! Porque você quer socar Emmett e Edward? E como você xinga meus irmãos assim?!

 - Alice... – choraminguei.

- NÃO! Primeiro, você pode me explicar pra eu poder xingar junto. E se não falar, PELO MENOS ME DE UM MOTIVO PRA EU XINGAR ELES!

 Viu? Isso que é amiga e ela ter “amor” pelos irmãos. Bom... Se eu não lembrasse antes o porque de Alice e eu sermos amigas, agora eu lembrava. Alice simplesmente adorava entrar numa dessas idiotices que acontecia. Principalmente quando era pra ferrar os irmãos. Como na salinha do jornal, quando eu xinguei eles de imbecis e ela concordou. Era por isso que eu a-ma-va Alice Cullen, ela sempre estava do meu lado. Mesmo que algumas vezes adore me ferrar completamente me colocando ao lado do irmão dela.

 - Ah, antes que eu me esqueça. – voltou a falar. – Você não é nenhum ser indefeso e muito menos ingênuo. Você sabe muito bem se defender de qualquer pessoa cuja mente é tão minúscula que faz a pessoa mexer com você. Como a dos meus irmãos. Calamidade é você ficar falando sozinha aonde quer que você esteja, que eu não sei. E Deus te ama, só tem medo de demonstrar para não sofrer nenhuma agressão verbal ou física, apesar de ninguém nunca ter visto ele, só acreditar. Agora, vai me dizer ou não?

 Encarei o chão, pensando seriamente nas palavras de Alice, e tentando colocar na minha mente inteligente como ela poderia ser tão adorável daquele jeito. Não! Melhor, como ela podia falar naquela ignorância se eu ia ou não falar sendo que ela não tinha nem me dado tempo de falar!

 - Alice... – murmurei, me sentando novamente no banco e puxando as pernas para cima. – Acho que vou matar seu irmão.

 - Isso eu já percebi, Bella. Mas qual dos dois? E por quê?

 Parei para analisar minhas próximas palavras, porque aquilo envolveria não só eu, mas o Cullen Menor também. Claro, que também envolveria o professor de Biologia e a Shannon, com seu ratinho. Se eu contasse para Alice, ela iria primeiro brigar comigo, me dar sermões, depois me parabenizar e por fim dar o julgamento final, que não fazia a menor idéia do que seria. Se fosse a Nessie, eu até saberia, porque a garota é toda traumática e tem medo das minhas “coisas”. Ela não iria nem querer saber o que tinha acontecido. Agora Alice... Ahh, essa não sabe nem da metade das minhas artimanhas.

 - Bem... Acho melhor você não ficar sabendo por agora, All. – falei por fim. – Só... Me passe o numero do celular do Emmett.

 - Porque você quer o celular? Isabella, o que está acontecendo com você? Já que está com tanta raiva, vem logo aqui e faz um plano do mal para ele.

 Viram como eu sou influenciada a cometer atos proibidos para a palavra “paz”. Mesmo eu falando todo dia: Paz e Amor, eu não recebia nenhum apoio ou influencia para parar um dia nesse conceito. Se minha amiga, irmã dos dois idiotas que eu quero quebrar os ossos, me perguntava sobre o “planinho do mal”, quem era a pessoa a me impedir de cometer tal ato?!

 - Você tem alguma idéia para fazer um planinho do mal? – perguntei.

- Ué, achei que você tinha.

 - Não. Pra mim, eu só iria socar os dois e mandá-los para um lugar beeeeeem longe de mim.

 - Então... – ela ficou murmurando coisas e eu fiquei fazendo barulhinho de relógio, Tic Tac Já sei!

 - Hm... Isso é bom.

 - Não. – suspirou derrotada. – Não é bom porque eu não sei o porque de você querer matá-lo.

 - Bom... Eu não quero matá-lo, de matar. Eu só quero mandá-lo não fazer uma coisa. Mas antes também quero o fazer aprender.

- Ah sim... Ajudou um pouco. Meu plano se encaixa um pouco nisso.

 - Então fala.

 - Não!

 - O que?!

 - Bella, eu preciso que você venha aqui em casa para resolvermos as coisas da Ylsa, então vou aproveitar esse plano para te obrigar a vir aqui.

 - Ah não... – choraminguei.

 Ir à casa da Alice, ou dos Cullens, era a mesma coisa que dizer: “Probabilidade de encontrar o Cullen Menor”. E para mim já bastava ter que ver a carinha perfeita dele no colégio. Não precisava vê-lo na própria casa dele. Mas sabia que não podia contrariar Alice, então a única coisa que me restou foi...

 - Eu vou, mas saiba que não é porque você mandou. É pelo plano contra o seu querido irmão. Você sabe que eu não gosto muito de ir ai por causa do Edward, então...

 - Claro, claro.

 - Ok, baixinha. To indo.

 - Baixinha é a...

 Desliguei o celular sem terminar de ouvir seu lindo xingamento. Encarei o estacionamento vazio, tendo apenas meu Cooper preto – meio sujinho – parado lá. Parando para reparar, eu percebi que ontem e hoje eu fui a ultima a sair desse lugar, sendo que eu era a que tinha mais vontade de ficar longe daqui. Essa coisa de jornal estava acabando comigo, de forma geral. Não! Era Alice quem estava acabando comigo, isso sim. Aquela pique do mau.

 Peguei meu notebook, minha mochila e segui para meu carro. No caminho para a Alice eu deixei um recado no celular de Renée, falando para onde estava indo e por que. O porque, claro, eu tive que dar uma editada, afinal, ela não sabia o que eu fazia direito no jornal. Sabia que ela não iria gostar nem um pouco, já que eu teria que estudar para Calculo, só que eu hoje estava cansada, então fugiria pelo menos um dia. Passei novamente na lanchonete e comprei mais muffins, já que tinha deixado os meus a mercê do Cullen, que deve ter devorado todos. Humpf. Eram meus e ele que come. Comprei um saco cheio e fui comendo no caminho, ao mesmo tempo em que ouvia Pearl Jam. Ao chegar à casa dos Cullens, que ficava num dos bairros de classe alta em que as casas eram todas afastadas, peguei meu saco de muffins, tranquei o carro, ativei o alarme e segui para a casa.

 Esme Cullen, mãe de Alice, Emmett e Edward, era uma mulher maravilhosa. Eu a adorava, e me sentia bem ao seu lado todas as vezes que vinha aqui – não que fossem muitas. Alem de uma boa pessoa, ela era linda. A pele tão, ou mais, clara que a minha. Os cabelos em um tom de mel. Olhos verdes iguais aos dos Cullens filhos. Um sorriso doce. Sim, ela parecia àquelas mamães boazinhas de filme. Esme também era decoradora, o que explicava o porque da casa dos Cullens ser tão linda.

 Era uma, vamos dizer assim, “casa” – porque de casa não tem nada – de três andares. Por fora, a casa era cheia de vidros e madeira. Por dentro, algo como um clássico misturado com moderno. Os cômodos eram divididos por sala de estar, sala de jantar e cozinha no primeiro andar. Os quartos dos Cullen Filhos no segundo andar. E o quarto dos Cullens Pais e a Sala de música no terceiro e ultimo andar.

 Caminhei até a entrada da casa, parando na porta. Toquei a campainha e virei de costas para a porta, encarando o belo jardim que tinha ali, e comendo ao mesmo tempo. Esme também gostava muito dessa coisa de flores e vegetação, por isso a casa ficava ao lado da floresta, com um lago beeeeem azul nos fundos. Tinha até um deque para poder ficar descansando por ali. O quarto que dava a vista para lá era o de Edward e o dos Cullens Pais. E bem onde eu estava, dava para vê o lago azulzinho todo bonitinho. Escutei o barulho de chave rodando, então me virei para a porta. Quem a abriu, não era quem eu esperava. Sua cara de espanto era hilária, que se não fosse ele ali, eu até riria.

 - Não tem ninguém. – ele murmurou e fechou a porta NA MINHA CARA?!

 - Mas que garoto insolente. – murmurei.

 - Quem era, filho? – ouvi Esme perguntar.

 - Ninguém importante, mãe.

 - Ah. – abri a boca em descrença.

 Não toquei a campainha novamente, apenas bati na porta. De leve, é claro. Porque a Esme estava ai, e eu não queria passar uma má impressão pra ela. Edward abriu a porta novamente, agora com um sorrisinho sínico nos lábios.

 - Como vai, Sr. Educação? – cumprimentei com todo o meu sarcasmo.

 - Muito bem. Obrigado. – revirou os olhos. – O que quer, Isabella?

 Mordi a língua para não corrigi-lo mais uma vez. Eu tinha a impressão que ele só me chamava daquele jeito porque eu não gostava. Então, a partir de agora, eu não iria me importar quando ele me chamasse pelo nome completo. Mesmo que me irrite só porque isso me lembrava de Renée.

 - Vim falar com a Alice. – falei.

 - Ótimo. Deixo você entrar se você me der um desses muffins. – ele olhou pro saquinho na minha mão.

 - Não! Eu já te dei aqueles de manhã, não vou te dar um desses.

 - Ah, não custa nada, Isabella. – ele fez uma carinha que se não fosse ele, eu até daria um dos meus muffins. Mas como era...

  - Não. – neguei com a cabeça.

 - Ah não. – Alice apareceu do lado dele. – Vocês vão brigar agora até por causa de muffin?!

 - É seu irmão. – apontei pra ele.

 - Claro. – Alice revirou os olhos.

 Ela me puxou para dentro ao mesmo tempo em que arrancava o saco e o muffin da minha mão, dava uma mordida e entregava o resto pro irmão. Encarei-a de boca aberta, e ela apenas deu de ombros. Me puxou até uma parte da sala que dava para vê a sala de jantar e a cozinha, onde Esme estava com a empregada, conversando sobre alguma coisa. Quando Esme em viu, ela sorriu de uma forma tão calorosa, que eu tive que sorrir da mesma forma. Era um daqueles sorrisos que Renée nunca me deu – desde que eu me lembre – e que eu também nunca dei para ela.

 - Bella! – ela exclamou, vindo na minha direção com os braços abertos.

 Seu abraço foi tão terno e caloroso quanto o sorriso. E mesmo que eu não fosse muito fã desses contatos de corpo como abraços, eu gostei do dela. Na verdade, eu sempre gostava. Porque era como estar sendo abraçada por uma mãe. Não que Renée não fosse uma mãe... Ok, ok, com o jeito controlador dela, ela não parecia mesmo uma mãe. Parecia uma professora de faculdade rígida. Em todos os sentidos que se possa imaginar. Mas... Ta legal, eu não sabia descrever como era está sendo abraçada por uma “mãe”, mesmo que não fosse a minha. Só sabia... Sentir. E eu gostava de sentir aquilo, por isso fechei meus olhos, aproveitando. Mas quando os abri, dei com Edward me encarando de forma engraçada.

 - Como está, querida? – ela perguntou, ao se afastar.

 - Muito bem, e a senhora?

 - Isabella. – ela me repreendeu.

 Se fosse Renée, eu não teria gostado do jeito que ela falou. Mas até a forma de repreender da Esme era legal. Tinha o tom de repreensão, que te ensinaria, mas não fazia você se sentir mal, ou sei lá.

 - Ok, desculpe. – pigarreei e sorri para ela. – Então... Como você está, Esme? – arrumei minha pergunta.

 - Ótima, querida. Melhor agora, que estou te vendo. – passou um braço pela minha cintura e me puxou até o sofá, me sentando lá. Alice e Edward nos acompanharam. – Você sumiu. – disse num tom de acusação.

 - Ah, sabe como é. Tenho andado muito ocupada com estudos, Renée... –levantei um ombro.

 - Ah sim. – ela assentiu. – Mas o que foi a coisa importante que te trouxe aqui hoje?

 Matar seus filhos..., era a resposta certa. Mas como eu sou uma garota de bom coração.

 - Coisas do jornal que eu tenho que combinar com Alice.

 - Eu ainda não acredito que meus três filhos estão no jornal. – ela sorriu para os dois sentados no outro sofá. – Isso vai ajudar tanto Alice na faculdade. Os meninos eu já não sei. – ela olhou para Edward. – Acho que Eddie...

 Ele assentiu, indicando que aquilo também o ajudaria. Isso me fez questionar qual era a faculdade que ele faria. Porque, como é tradição em muitas famílias, ou o filho mais velho ou o mais novo deveria seguir a carreira do pai. Não sei na família Cullen. E acho que se fosse Edward a seguir, fotografar na escola não tem nada a haver com medicina.

 Carlisle Cullen, pai dos Cullens Filhos, era o tipo de homem que com toda certeza eu casaria. Lindo, carinhoso, lindo, atencioso, lindo, trabalhador... Eu já disse lindo? Bom... Deixe-me pensar em uma descrição para ele que não seja só... Lindo. Carlisle era como Charlie, daqueles homens com cara de séria, mas que quando sorria parecia que não tinham envelhecido nada. Pele branca, como quase todos. Já que aqui só tem descendentes de albinos. Cabelos loiros platinados. Olhos azuis muito lindos. É, Carlisle era o tipo de médico bonitão que faz todas as enfermeiras perderem a linha do raciocínio quando ele passa. Por sorte da Esme, ele é o melhor tipo de homem: Fiel.

 - Bom, mamãe – Alice levantou num pulo -, nós precisamos subir. Não é, Bella?

 Eu assenti, apesar de querer ficar conversando mais um pouco com Esme. Mas como parecia que Lice estava com pressa, tive que ir com ela.  Nós estávamos já no meio da escada quando Esme me chamou.

 - Bella, querida, jante conosco hoje? – perguntou com um sorriso.

 Arregalei os olhos e olhei de canto para Alice, que assentiu.

 Pronto! Eu não queria negar porque era Esme quem estava pedindo, mas não podia aceitar o convite porque Renée estaria em casa me esperando furiosa por eu não ter ido estudar calculo. Eu não queria magoar Esme, mas queria poder vê-la novamente mais uma vez, então tinha que negar.

 - Hm... Er... – olhei pro chão. – Eu adoraria, mas...

 - Não aceito não como resposta. – Esme falou a maldita frase que acaba com qualquer um que tem que negar.

 - Então... – pigarreei.

 - Ela aceita, mãe. – Alice falou por mim. – Agora vamos, Bella.

 Ela me arrastou escada a cima até o quarto dela. Bem... Como eu posso descrever o quarto da Alice? É bonito, sim. Mas tem rosa, uma das cores que eu menos gosto. Não é muuuuuito rosa. Só tem uma parede pintada de rosa, as outras são brancas. Mas o notebook rosa, a cocha da cama rosa, a cortina rosa. Bom, essas coisas completavam o rosa. A cama era enorme, cabia umas cinco adolescentes ali. Tinha uma escrivaninha num canto, com o note rosa. Em uma parede tinha o closet enorme dela e o banheiro – que graças a deus não era rosa. Também tinha a estante com as várias revistas da Seventeen.

 Alice me empurrou na direção da sua cama – que tinha algumas revistas em cima – indicando que era para eu sentar ali. Assim fiz, tirando o tênis e cruzando as pernas em forma de índio. Ela se sentou de frente para mim, da mesma forma que eu.

 - Emmett não está. O que é bom. – ela falou, mas seus olhos virados para as revistas, que ela espalhava pela cama, olhando cada uma.

 - E porque é bom? – perguntei, também prestando atenção nas revistas.

 - Porque assim podemos fazer o meu plano.

 Apesar de Alice está com a cabeça abaixada, eu pude vê o canto dos seus lábios levantarem um pouquinho em um sorrisinho maldoso. Acho que hoje era uma daqueles dias que ela estava com o espírito da maldade no corpo. Eu já tinha me acostumado com isso, então não me surpreendia mais. Às vezes, Alice encarnava algum ser do mal e fazia maldades com os irmãos. Muitas dessas incluíam a Bellinha aqui, que só se ferrava, principalmente com Edward. Ela adorava fazer alguma coisa engraçada – para nós – e muito ruim – para eles. E todas às vezes ela conseguia sair ilesa com Esme, que não acreditava que sua filhinha pequenininha gêmea de um brutamonte fosse capaz de tanta maldade. O que era um ponto positivo para Alice, com certeza. Eu sempre me perguntava se Renée também pensava assim de mim ou ela acreditava que eu era maldosa. Afinal, eu tinha uma cara angelical que não denunciava minhas maldades... Ok, ok. Eu sei que não tenho cara de santa. Já ouvi muitas e muitas vezes que eu tenho cara de menina do mal, e isso aumentava quando eu erguia uma sobrancelha, mas vamos relevar isso, como tantas outras coisas que relevamos.

 - E qual é o plano? – perguntei.

 - Bem... Emmett anda assistindo muitos filmes de terror essa semana. Começou desde domingo. É como uma maratona, que vai até sei lá quando. Mas acredite – levantou os olhos para me encarar, com cara de tédio. – vai longe. Então, eu pensei em nós darmos um... “Sustinho” nele, se é que me entende... – sorriu maliciosa.

 - Não, eu não entendo. – respondi na inocência.

 - Meu deus, Bella! Acho que te colocar junto com meu irmão não lhe fez bem. Você ta ficando burra igual a ele. – revirou os olhos.

 Éééééé, hoje Alice ta que ta. O amor que ela sente pelos irmãos hoje está maior que nunca. Os apelidinhos e as demonstrações de carinho estão indo longe que está me dando prazer só de ouvir. Com toda certeza, Emmett pegou um péssimo dia pra inventar uma coisa daquelas sobre Edward e eu.

 - Desculpa, Alice. – levantei as duas mãos em forma de rendição. – Desculpa se minha linha de raciocínio não está acompanhando a sua hoje. Não tenho culpa se meu teor de maldade está lá em baixo e o seu lá no alto.

 Olhei para a folha que Alice tinha nas mãos. Ela a tirou do meio de uma revista, que no momento folheava.

 - Ok, então vamos levantar o seu teor de maldade. – ela me esticou a folha. – Olha esse look. Eu estava pensando em dar um toque dele em Ylsa, sabe. Não é muito rock, mas também não é aquela coisa de mulher-de-trinta-anos-virgem.

 Bem, Alice tinha razão. Na folha tinha o desenho de uma modelo com as roupas escolhidas pela All. Ela deveria ter feito aquilo no computador e imprimido, como sempre fazia. Uma saia rosa creme de pregas que ia até o meio das coxas da modelo não era rock, nem paty também. A camiseta branca baby look dava uma graça junto com a saia. Mas o destaque era a jaqueta jeans preto que ia até metade do torso. O tênis era um Converse, no maior estilo moderninho. Alice, mais uma vez, tinha feito algo que se encaixaria perfeito para uma pessoa. Se eu pudesse – melhor: se Renée deixasse – até eu usaria aquele look. Porque era fofo e meio moderno.

 - Está perfeito. – murmurei.

 - É isso que eu ando pensando para Ylsa. Algo meio inspetora ainda, sem sair das saias nem das camisetas, mas com um toque de rock, que foi o que você falou. As pregas da saia – ela indicou com o dedo na folha. – dão um ar de menininha, mas também de seriedade. Camiseta, não importa o desenho nem se é lisa, é um toque a parte que tira um pouco do sensualismo da saia meio curta. Já a jaqueta e o converse lembra roqueiros adolescentes, o que a faz perder dez anos que aparenta com as roupas que usa.

 - Isso está ótimo.

 - Então as maiorias das roupas vão ser assim. – Alice abriu uma revista, mostrando modelos com vários tipos de saia. – As saias, todas, vão ficar no meio das coxas. Podemos também colocar calças jeans, mesmo que ela não use quando está trabalhando. – ela abriu outra revista, agora com jaquetas. – As jaquetas como couro e jeans vão ser o toque certo pra mostrar só um pouquinho o que você viu hoje. – ela passou o dedo pelas jaquetas. – Vou puxar um pouco desse look, que se encaixa com ela. – apontou para a folha na minha mão. – Amanhã, depois da aula, já que não vamos pra salinha e não vai haver treino, nós a levamos para Port Angeles e vamos principalmente à Banana Republic, que deve ser o lugar que vende mais roupas assim do que qualquer outro. Não que Port Angeles tenha muitas lojas para nós irmos... – bufou frustrada. – AH, e nós já podemos aproveitar essa ida e compramos algo para você.

 - Alice – suspirei. -, você já sabe o que vou responder por que já falei mais de vinte vezes. Renée não me deixa usar nada que não seja comprado por ela. Então nem pense em comprar algo para mim, porque eu não vou usar.

 - Mas Bella... – ela choramingou. – Nós vamos a Banana Republic’s, e lá tem tudo que eu queria poder colocar em você. Não vou resistir mais uma vez.

 - Vai sim. Uma a mais, uma a menos não faz diferença. Agora me diz, vai esse ser o primeiro look que você vai apresentar na revista para os nerds?

 - Sim. Eu acho que primeiro só vou começar com as meninas. MAS... – fez, quando abri a boca para perguntar sobre os meninos. – Eu não vou deixar só para as meninas. Vou fazer algo como assim: “Meninos, vocês gostariam que suas nerds se vestissem assim?” – ela passou a mão pelo ar, como se aquilo fosse um slogan de alguma loja ou comercial de carro. – Então, eu vou apresentar os looks com Ylsa e vou dar a revista para eles.

 - Certo. – balancei a cabeça lentamente. – E sobre mudar os meninos?

 - Ah, essa vez na próxima edição. Só que vai ser ao contrario, entende? Vai ser uma pergunta para as nerds. – Alice começou a saltitar na cama e bater palmas. – Você vai ver, Bells, a nossa revista vai ser um sucesso. Uma coluna de fofoca das boas, porque meu irmão sabe tudo, aquele fifi. As melhores fotografias com o dom do meu outro irmão cabeçudo. Noticias fodásticas que os nerds vão adorar, como a convenção, que nossa Nessie vai fazer ficar cool. Um editor gatinho que vai fazer as coisas encaixarem para ficarem perfeitas. A minha desenhista preferida com o seu nerd fofinho. E – ela segurou meu rosto, apertando minhas bochechas. – A melhor design de capa da escola! – beijou minhas duas bochechas. – Nós vamos arrasar!

 Então a louca desatou a rir e beijar minha bochecha ao mesmo tempo. Eu tentava empurrar ela, mas a garota estava descontrolada.

 - Ok, Alice. Ok. Eu entendi! Agora para... Para Alice... – continuei a empurrar ela, mas ela estava mesmo LOUCA! – ALICE!

 Teve uma hora que eu me irritei e empurrei Alice com tanta força que a coitada caiu para fora da cama, me levando junto. As únicas coisas que eu ouvi foram à cabeça dela batendo contra o chão e o baque do meu corpo de frente, também contra o chão.

 - Ow. Au. Ai, Bellinha. – Alice choramingava, com uma mão na cabeça.

 - Alice? Bella? Está tudo bem ai? – Esme bateu na porta de leve.

 - Está sim, mamãe. – Alice respondeu, tentando não demonstrar dor na voz. – Só foi... A Bella com seu dom de tropeçar nas coisas.

 Ouvi a risada de sinos de Esme, que foi sumindo ao mesmo tempo em que ela foi se afastando. Encarei Alice de braços cruzados e com a minha pior cara de: “Não tinha nada melhor pra inventar, não?”, e ela apenas deu de ombros, ainda alisando a parte de trás de cabeça.

 - Ok, vamos esquecer isso. – falou, por fim. – Agora vamos para a segunda coisa que você veio fazer aqui.

 - Até que enfim. – levantei as mãos para cima. – E então, qual é o plano?

 Alice me contou o que queria fazer com seu querido irmão. Era maldade, eu sabia, mas não podia negar uma artimanha daquela. Principalmente porque era pra eu não o fazer espalhar uma asneira daquela sobre Edward e eu. E pra deixar avisado, eu fazia isso por mim, não por Edward. Não queria acabar com minha reputação, mesmo que eu não tenha nenhuma.

(...)

 - Entra logo, Bella. – Alice me empurrou na direção do quarto do Emmett.

 Abri a porta com lentidão, o que deixou Alice com raiva, e ela me empurrou com mais força ainda, me fazendo entrar com tudo no quarto do Cullen Maior. Aquele fazia parte do grupo dos cômodos que eu nunca entrei. Entre eles estavam o quarto dos Cullens Pais, o escritório, o quarto do Edward e antes o do Emmett. Também tinha também a sala de musica, onde, pelo que Alice tinha me contado, ficava o piano de... Adivinha de quem? Quem? Edward Cullen! Isso mesmo, você não leu errado. O Cullen Menor tocava piano. E muito bem, pelo que ela também me falou. Claro, aprendeu com Esme. Ah, Alice também tocava piano. O único que não tocava era Emmett, que não quis aprender quando era pequeno.

 Os cômodos que tinha reconhecimento eram o quarto de Alice, o de hóspedes, a sala de estar, de jantar e a cozinha. O resto, eu não fazia idéia de como era.

 O quarto do Emmett não era o que eu podia chamar de... Limpo. Roupas espalhadas por tudo que é lado, embalagens de comida como biscoitos, pacotinhos de Doritos, latinhas de Coca-Cola. A cama, que ficava encostada em uma parede, estava totalmente bagunçada, com cobertor e travesseiro jogados. Mas apesar da bagunça, era um quarto bonito. A decoração era como a de Alice, só mudava o do rosa para um verde legal. Tinha uma parede de vidro, que dava para a parte de trás da casa, onde era o quintal bem verdinho. A porta do closet estava aberta, mostrando a bela arrumação que estava lá dentro. As gavetas nem fechavam de tanta roupa “cuspindo” para fora que tinha ali.

 - Pronto, aqui estamos nós. – falei, abrindo os braços e indicando o lugar.

 - Então vamos começar.

 Eu fui para a parte da janela de vidro, abrindo ela para o vento poder entrar e bater na cortina. Alice colocou o walk-talk entre uma montanha de roupas que tinha ali, escondendo-o bem para o Emmett não vê-lo. Nós também arrumamos um pouco as coisas dele, já que Alice disse que Emmett simplesmente odiava as coisas dele arrumada. Não! Ele não odiava. Ele tinha pavor de coisas arrumadas, por que uma vez, uma tia da Alice, irmã de Esme, que tem aquele TOC de que tudo tem que ficar arrumado, quase o fez ficar louco. Emmett tinha ido passar umas férias lá com uns primos, e nessas férias, ela não o deixou mudar nada de lugar, nem bagunçar nada. Ele ficou tão frustrado que no dia que foi embora, ele mudou tuuuudo de lugar, só pra irritar a tia. Agora, ele não gostava de nada arrumado. Não deixava nem a empregada entrar no quarto todo dia. Era uma vez por semana, e ainda tinha que deixar um pouco bagunçado. Por isso, nós arrumamos tudo, só para ele se apavorar no próprio quarto. Eu fiquei pensando como ele se sentiria se fosse à minha casa, onde para Renée, as coisas também deveriam ficar cada uma em seu lugar. Mas deixei isso de lado e continuei fazendo o que tinha que fazer.

 - Terminamos? – Alice perguntou, olhando tudo.

 - Acho que sim. – respondi.

 - Ótimo, então vamos descer. Ele vai chegar daqui a pouco para o jantar e depois, quando subi, nós damos inicio ao plano.

 - Ok.

 Jantar com os Cullens era uma atividade com toda certeza mais divertida de fazer do que era com Charlie e Renée. Na minha casa, as únicas pessoas que conversavam eram os dois, já que eu não tinha muito que conversar com cada um. Já nos Cullens, todos ali conversavam e riam das idiotices do Emmett. Mesmo que eu não fizesse parte da família, e que Edward mexesse comigo a cada cinco a cinco minutos, eu me senti bem ali, com eles. Isso contava também pelo fato de Esme e Carlisle me darem a atenção que eu nunca tinha recebido, e que achava que nunca queria receber. Sentada ali com eles, eu pensei em como seria se eu tivesse algum irmão bobão como Emmett, ou uma irmã hiperativa como Alice. Quem sabe até um implicante como Edward. Com certeza minha vida seria mais divertida pelo menos na hora do jantar.

 Depois de jantarmos e termos provado a sobremesa que Esme fez – aprendendo com a empregada –, cada um seguiram para seu canto. Edward foi para o quarto dele. Esme e Carlisle para o deles, por que o Papai Cullen estava muito cansado. Emmett também foi para o dele. Restando na sala apenas eu e Alice, que fingimos estarmos assistindo qualquer coisa na TV.

 - Agora? – Alice perguntou rindo.

 - Agora. – assenti.

 Nós subimos as escadas correndo, tentando não fazer muito barulho para não chamar a atenção de alguém. Mesmo que todos já tenham ido para seus quartos. Pegamos o walk-talk e ficamos em frente à porta do Emmett, que estava um pouco aberta. Dava para vê que o garoto estava andando de um lado para o outro, bagunçando as coisas e murmurando “Bagunça. Bagunça. Eu preciso de bagunça.” É, a coisa de arrumar o quarto afetou mesmo ele. A porta meio aberta foi um ponto á nosso favor. Alice ligou o walk-talk dela, soltou uma risadinha igual aquelas de criancinhas que vão aprontar e falou.

 - Hey, você! – ela engrossou um pouco a voz.

 Emmett estancou no lugar e olhou para os lados, procurando da onde vinha a voz, mas não encontrando, claro. Eu coloquei a mão na boca para prender uma risada.

 - Eu? – perguntou, lerdo como era.

 - Sim, você, burro. – Alice e eu prendemos a risada.

 - Que-quem é? – gaguejou ele, já com medo.

 - Alguém que você não vai querer conhecer, cara. Eu sou o que você mais tem medo. O que vai te assombrar pelo resto da vida se você fizer o que está preste a fazer.

 - Arrumar o qua-quarto e to-tomar banho? – ele arregalou os olhos.

 Olhei para Alice com uma sobrancelha erguida, e ela apenas revirou os olhos. O irmão era um burro, FATO! E comprovado cientificamente por aqueles cientistas que fazem pesquisas em macacos. NÃO! Erro grave meu. Chamar Emmett de macaco era um insulto... Para o macaco, é claro. Como ele podia achar que alguém ia assombrar ele por que ele vai “arrumar” o quarto e tomar banho?! Aff, a inteligência está correndo solta naquele cômodo.

 - Quem é?! – Emmett perguntou, começando a entrar em desespero. – É você, Edward? Olha, cara, não tem graça isso, ok? Pode parar. Não sei como você ta fazendo isso, mas pode parar... – olhou para os lados, esperando uma resposta do irmão. – Alice? É você e a Bella aprontando, não é? Eu não fiz nada pra você! Então, pode parar.

 Ele levantou num pulo da cama e veio na direção da porta. Nós duas nos encaramos e corremos para o quarto dela, deixando uma brechinha pra poder vê o que ele iria fazer. Emmett saiu do quarto e foi até o de Edward, batendo na porta.

 - O que você quer? – o Sr. Educação perguntou, carrancudo.

 - Não estou vendo graça. – Emmett falou, com a cara emburrada.

 - É, nem eu. – Edward revirou os olhos. – Anda, Emmett, fala o que você quer.

 - Não é você?

 - Eu o que? Você está bem? Está ficando louco?!

 Alice e eu tentamos prender a risada, mas estava difícil com toda aquela burrice de Emmett. Sabia que era crueldade, mas... EU ESTAVA ME DIVERTINDO!

 - É, não é você. – Emmett suspirou e virou na direção do quarto da Alice.

 Fechamos a porta rápido para ele não nos vê. Emmett bateu na porta três vezes. Alice me empurrou para um canto escondido do closet, fechando-o e foi abrir a porta. Eu fiquei olhando por uma brechinha. Ela tinha aberto a porta toda, para mostrar que eu não estava mais ali.

 - Fala.

 - É você, não é? Pode falar! – ele apontou pra ela.

 - Eu... O... Que? – Alice falou pousadamente, no melhor teatro de “eu não sei de nada.”

 - Você que está fazendo aquela voz estranha e tentando me assusta para eu não tomar banho.

 - Ah, Emmett, vai catar coquinho, vai. – ela fechou a porta na cara dele. – Agora eu vi. Ele vir aqui, me encher, pra falar coisas sem sentido. – bufou, pra completar o teatro.

 Eu saí do closet e cai na cama, junto da Alice, rindo. Nós rimos tanto que minha barriga chegou a doer.

 - Deus, isso está sendo melhor do que eu pensava. – falei.

 - É. Mas agora você tem que ir lá fazer o que você tem que fazer.

 - Claro, claro.

 Peguei o walk-talk e segui para o quarto do Emmett. Novamente ele tinha deixado a porta um pouco aberta, para a minha sorte.

 - Quem será? – perguntou para si mesmo.

 - Vou te dar uma dica. Não sou nenhum dos seus irmãos.

 - ENTÃO QUEM É VOCÊ?! – ele se estressou.

 - Olha, cara. – tentei falar que nem Alice, usando gírias. – Eu só quero deixar um aviso: Não poste o que você vai postar na revista, ou então pode se preparar para sofrer. – fiz a melhor voz de do mal, e para completar uma coisa de dar medo, passou um vento, mexendo a cortina como se fosse algum fantasma. Não que eu acreditasse nisso, claro.

 - É-é-é pra mim na-não participar da re-revista? – gaguejou, com medo.

 - NÃO! – berrei. – Er... – pigarreei. – Quero dizer... Só não coloque o que você vai colocar nessa edição.

 Claro que tinha berrado. Se eu fizesse Alice perder sua rede de fofocas, ela iria me matar, porque não tinha nenhuma outra que chegava aos pés de Emmett.

 - Mas como você sabe o que eu vou colocar?

 - Eu sei de tudo, Emmett Cullen. – dei uma risada do mal. – Estou de olho.

 - Não fica de olho em mim! – ele falou desesperado e correu pro banheiro.

 Desliguei o walk-talk e cai numa gargalhada sem som. Sentei-me no corredor e fechei os olhos, me segurando para não fazer barulho. Deus, aquilo foi mais fácil do que eu imaginava. Era muito fácil enganar Emmett, agora eu sabia. Abri os olhos e prendi o grito que subiu pela garganta, ao dar de cara com Edward. Ele estava agachado na minha frente, me encarando com uma expressão maliciosa.

 - Então é você, Swan? – perguntou cheio de cinismo.

 - Do-do que você está falando? – minha voz subiu oitavas e saiu fina.

 - Ficar assustando uma criança que assiste filme de terror não é legal, sabia. – ele se sentou do meu lado. – Agora Emmett não vai dormir sozinho, e sabe pra onde ele vai?

 - Pro quarto dos seus pais? – disse a coisa óbvia, mesmo que um adolescente de dezessete anos indo para o quarto dos pais não fosse normal.

 - Não. – me olhou como se eu fosse louca. – Pro meu quarto! Eu vou ter que dividir o quarto com um cara de mais de oitenta quilos de músculos que tem medo de você. – revirou os olhos e bufou. – Agora me responda, porque você fez isso?

 - Se eu não quiser responder? – ergui uma sobrancelha.

 - Eu falo pra ele que era você. Tiro o outro walk-talk do esconderijo que ele está. E o seu planinho vai por água a baixo.

 Mas que filho de uma... Argh! Dava vontade de socar a carinha perfeita dele.

 - Ok, ok. – levantei as mãos em rendição. – Eu achei uma folha do Emmett que parecia estar falando sobre você e eu... – fiz mímica com as mãos.

 - Nós o que? – me encarou confuso.

 - Você sabe... – mexi as mãos novamente, e ele continuou a me encarar confuso. – Deixa de ser burro, moleque. – bati na cabeçona dele. – Que nós estamos namorando.

 - É O QUE?! – arregalou os olhos.

 - Shiiii. – fiz, pro imbecil escandaloso. – Isso mesmo. Tudo por causa daquela merda de história que VOCÊ inventou pro nerd que nós precisávamos de privacidade. AH, antes que eu me esqueça. IDIOTA! – bati novamente na cabeça dele. – Na próxima, arranje uma desculpa melhor.

 - Arranja você, já que não gostou dessa. – fez careta. – Espera, o que você quer dizer é que Emmett ia colocar isso na coluna de fofoca dele?

 - É. Acho que é por isso que ele estava nos olhando esquisito, e porque fez aquelas perguntas. Estava nos sondando em busca de mais detalhes. Mas eu já dei um jeito nisso. – sorri orgulhosa de mim mesma. – Bom, agora me deixa ir que eu preciso enfrentar uma fera chamada Renée.

 Levantei do lugar que estava e segui para o quarto da Alice.

 - Você ainda não me disse quem é Renée. – ele falou.

 - Cullen, é claro que eu falei. Alguém que você não vai querer conhecer. – abri a porta do quarto dela. – Acredite em mim. – pisquei um olho e entrei no quarto.

 Depois de contar pra Alice e rir mais um pouco à custa de Emmett, eu fui para casa. Ao chegar em casa, dei com Renée na sala, que não estava com uma cara muito boa.

 - Isso são horas? – perguntou.

 - Renée, ainda é oito e meia. – revirei os olhos. – Estava fazendo umas coisas do jornal.

 - Mas você tinha que estudar! Isabella, você anda péssima em calculo, tem que aprender mais. Calculo é uma matéria importante, se você não sabe.

 - É claro que eu sei. E eu vou estudar. Só que hoje não dava. – caminhei na direção das escadas. – Ah! – parei e me virei para ela. – E eu to aprendendo sobre calculo, já.

- Está? – ela ergueu uma sobrancelha de modo desafiador.

 MERDA! MERDA! MERDA! Eu e minha bocona grande! Porque não podia ficar de bico calado e subir para meu quarto? Agora Renée iria me prender no escritório e me passar alguns problemas de calculo. Tinha certeza. Quem sabe até não me mandar fazer de cabeça as várias contas. Deus, eu estava ferrada. Na próxima, eu ficava de boca fechada.

 - Estou. – murmurei.

 - Ótimo. Suba para seu quarto.

 Foi o que eu fiz. O mais rápido que podia. Lá eu tomei um banho quente, peguei meu grosso livro de calculo e estudei quase a noite inteira. Se é que até as três e meia da manhã possa chamar de noite inteira.


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Notas finais do capítulo

Oi gatinhas *.* Me desculpem novamente pela demora. Ando muito ocupada ultimamente com escola e fica meio difícil de postar com freqüência. Espero que mais um capitulo grande possa ser uma boa forma de pedir desculpas SHAUHSAUHSAAh, eu queria agradecer a Nick_Yellow pela recomendação. Não sabe o quanto fiquei feliz *.* Muito, muito obrigadinha. E obrigada a todas pelos comentários e pela paciência que vocês tem por esperar eu postar.Beijos;SumLee