Hidden escrita por jduarte
Notas iniciais do capítulo
Bom... Mais um capítulo.
Divirtam-se
Beijoooos,
Ju!
– Quê? – perguntei.
– Eu vi. Abre a porta.
Obedeci, porém não havia nada. Ela devia ter visto coisa. Acendi todas as luzes, e nada. Vasculhei em tudo, e não achei nada.
– Vi coisa, amiga, desculpa. – sussurrou ela, pálida.
– Tudo bem. Meu irmão tá comendo.
– Como você sabe? – perguntou.
– Só sei.
Quando chegamos lá embaixo, dito e feito. Os dois estavam sentados, comendo macarrão com queijo e bacon, tomando refrigerante.
– Legal! Onde querem ir hoje com a tia Odete? – perguntei dando um beijo na cabeça dos dois.
– Alugar um filme? – perguntou Lonlye.
– Pode ser. – disse Odete.
– Pode? Então feito. – disse eu.
– Onde você vai hoje? – perguntou Rubens com a boca suja.
Peguei um dos guardanapos e limpei sua boca suavemente.
– Irei sair com um amigo.
– Quem? Leroy? – perguntou ele.
– Sim. Como sabe?
– Ele ligou.
– Ah, é?
– Disse que passa mais cedo aqui. – disse Lonlye.
– Ótimo. Faltam quinze minutos, e eu nem me troquei. Beleza! – murmurei. – Droga. – percebi que meu relógio estava dez minutos atrasado.
Dei um beijo nos dois, e em Odete, deixei o recado:
– Sem filmes de terror, nem comida pesada, sem dormir tarde e peça a eles para se comportarem.
Subi correndo, e entrei no quarto, afobada, esquecendo do que Odete disse sobre o homem parado em meu quarto.
De repente, tudo se apagou, e vi um vulto em minha frente.
Praguejei com um palavrão cabeludo, e sentei no chão, com as costas apoiadas na parede, e só com os olhos para fora. Um brilho fraco de azul piscava em torno de algo.
Pulei em cima daquilo, e acabei caindo no chão. Esbarrei em algo que parecia respirar em meu cabelo. Isso não é o ar condicionado, pensei desesperada. Imaginei, por mais ridículo que seja, um taco de baseball, e girei contra o corpo daquilo que me “cheirava”. O taco se rachou no meio, mas a luz voltou.
Acendi todas as luzes possíveis e imaginárias, deixando somente a do quarto vizinho desligada por falta de acesso ao quarto. Meu coração palpitava as orelhas, e doía. O telefone tocou e eu corri para atender.
– Senhor Twisn está aqui embaixo. – disse a recepcionista.
– Ok. Diga a ele mais cinco minutos.
– Sim.
Peguei uma blusa qualquer que Odete havia me dado, e depois passei um perfume que Jeff havia me dado. Minha calça jeans estava em perfeita ordem e minha bota de tecido marrom também.
Desci voando para a recepção e encontrei Odete subindo.
– Até. – disse eu. – Tchau, meninos!
– Tchau, mana! – disseram os dois.
Peguei na mão de Leroy e o arrastei para fora. Ele apertou-a e me senti mal por estar dando algum tipo de esperança a ele.
– Será somente uma vez. Uma. – avisei tirando minha mão da sua, fingindo estar arrumando o cabelo.
Dei uma última olhada para a Lua, e percebi que algo estava voando na frente dela. A Lua hoje estava linda.
– Bonita a Lua, né? Vermelha...
Comecei a sorrir, mas parei.
– Vermelha? Quer dizer a Lua de Sangue? – perguntei.
– É.
– Droga. – sussurrei.
– O que?
– Bonita. – menti.
Leroy sorriu.
– Me amarro em você desde que te conheci. – disse ele enquanto andávamos pela calçada iluminada somente pelos postes altos.
– Aham.
– Você é muito gata, linda, esperta, carinhosa...
– O que você pensou quando me viu? – perguntei.
– Que linda. – respondeu sem titubear.
– Porque eu? Porque não Linda? – perguntei novamente, referindo-me a nossa gerente mirim, que babava legal nele.
– Porque ela gosta de mim.
– Isso é bom, Le.
– Eu sei, é legal, mas eu não sinto nada por ela.
Desconversei.
– Aonde vamos? – perguntei.
Ele puxou-me pela mão até entrar em um restaurante barato da cidade, que nem em cinqüenta anos mutantes eu entraria.
– Eu sei o que cê tá pensando: Onde estamos? Meu irmão trabalha aqui, então...
– Ah.
Senti que estávamos sendo seguidos, e percebi que era pelo mesmo brilho azul que havia visto no quarto.
– Vamos entrar logo, então! – disse eu.
Sentamos no meio do salão e percebi que o brilho havia nos seguido até aqui. Ele se acomodara em uma cadeira atrás da minha, e o roçar de sua camisa, deixava-me com um medo do caramba.
– Troca de lugar comigo? – perguntei a Leroy.
– Ahhh... tá. O que foi?
– Nada. Bobeira minha.
Deixa de ser boba, Camila, sussurrou alguém em minha mente. Assustei-me.
O que quer? Rebati.
Quero que me escute.
– Não vou te escutar. – disse em voz alta.
– O que? – perguntou Leroy que suava frio. – Eu nem disse nada!
– Desculpe.
A voz riu. Cuidado. Estou mais próximo do que imagina.
Cale a boca. Disse eu.
Está nervosa?
Você é esse cara que eu estou de frente não é? Perguntei mentalmente.
Descubra sozinha. A voz disse.
Fechei os olhos quando senti as costas formigarem.
– Camila? – perguntou Leroy.
– Oi?
– Está bem?
Abri os olhos, vendo que o homem não estava mais lá.
– Sim. Só uma dor de cabeça passageira.
– Uhum. Então, como eu dizia, queria perguntar o que fez você sair comigo...
– Sei lá. – disse verdadeira.
O garçom veio.
– Vão querer o que?
– Uma salada pequena, e um refrigerante. – respondi.
– Ok. E para você.
– Um bife e um suco de laranja.
– Já trago os pedidos. Ah, antes que me esqueça, tem um recado para você.
O garçom me entregou um guardanapo e que estava escrito:
Fugir não adianta. O fogo que consome, arde descontroladamente, porém ele é ainda mais fraco que o amor, que se consome, e causa a própria destruição. “Diga-me com quem andas, e te direi quem é”
B. K. F
A letra era bonita, mas feminina.
– Quem escreveu?
– Um homem pediu que uma de nossas recepcionistas escrevesse. – disse ele.
Assenti. Nunca pegaria esse bastardo.
Depois de muito conversar com Leroy, nossa comida chegou. Comi o mais rápido possível e depois fiquei passando mal.
– Está passando bem? – perguntou ele.
– Não muito. Garçom me vê uma água?
– É pra já. – disse ele trazendo a água no mesmo instante.
– Eficiente. – elogiei bebendo. O saleiro, eu observei com pavor, começava a flutuar pela mesa. Então botei a mão em cima dele. Depois foi minha água, depois os pratos a minha volta. E então eu não podia fazer nada.
– Tem um mutante aqui. – sussurrou Leroy puxando-me para a recepção. – Vamos embora.
Leroy não falou muito depois que eu disse que estava passando mal.
– Vamos pro hotel? – perguntou ele depois de pagar.
– Sim.
Ele deixou de ser mão-de-vaca, e pediu um táxi, apesar de ser perto, ele ainda tinha que ir para casa.
Chegamos à frente do hotelzinho depois de alguns segundos.
– Foi legal sair com você. – sussurrou ele abrindo a porta para mim.
– Idem.
– Er... Posso, sei lá, só te dar um beijo de despedida? Não sei se vou te ver de novo. – disse Leroy coçando a nuca.
Isso não ia acabar bem. Não mesmo.
– Que bobeira, Leroy, lógico que vai.
Ele se encolheu.
– Estou com um pressentimento ruim.
Aproximei-me de seu corpo, e peguei em sua mão.
– Não fique assim.
Leroy puxou meu corpo para ele, e beijou meus lábios sem minha permissão. Eu não senti nada. Nada mesmo.
– Nada? – perguntou depois.
– Desculpe... Não.
– Ah... Tá. Tudo bem. – disse ele. – Te vejo amanhã.
– Até. – disse quando o táxi saiu.
Alguém pareceu gritar em meus ouvidos, e também fez com que os vidros da janela da casa da frente explodissem.
Entrei no hotel, nem disse boa noite ao pessoal da recepção e subi para o quarto. Meus irmãos e Odete estavam dormindo, e eu só tirei a bota e escovei os dentes, deitando logo em seguida.
Amanhã tinha o almoço com Meredith, e eu não queria ir, porém iria descobrir quem era o filho de King.
Esse almoço é pura e especificamente casual, e se eu supostamente me sentir atraída pelo filho deles, sairei imediatamente. Agora outro problema: nossas roupas parecem ter sido arrastadas na terra, e depois um tiranossauro mordeu até destroçar. O estado caótico era totalmente inaceitável!
Vamos acordar cedo e comprar roupas em algum lugar barato.
Agora, Camila, trate de dormir para não ter olheiras de manhã, pensei comigo mesma.
quando�5gmPb��rto.
– Meninos? – perguntei.
Ninguém respondeu.
– Devem estar comendo. – disse eu jogando a mala em cima da cama, e fechando novamente a porta.
– Camila, porque tem um homem parado no seu quarto? – perguntou Odete morrendo de medo, com os olhos arregalados.
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Continua??