Hidden escrita por jduarte


Capítulo 56
Encucada


Notas iniciais do capítulo

Bom... Mais um capítulo.
Divirtam-se
Beijoooos,
Ju!



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– Quê? – perguntei.

– Eu vi. Abre a porta.

Obedeci, porém não havia nada. Ela devia ter visto coisa. Acendi todas as luzes, e nada. Vasculhei em tudo, e não achei nada.

– Vi coisa, amiga, desculpa. – sussurrou ela, pálida.

– Tudo bem. Meu irmão tá comendo.

– Como você sabe? – perguntou.

– Só sei.

Quando chegamos lá embaixo, dito e feito. Os dois estavam sentados, comendo macarrão com queijo e bacon, tomando refrigerante.

– Legal! Onde querem ir hoje com a tia Odete? – perguntei dando um beijo na cabeça dos dois.

– Alugar um filme? – perguntou Lonlye.

– Pode ser. – disse Odete.

– Pode? Então feito. – disse eu.

– Onde você vai hoje? – perguntou Rubens com a boca suja.

Peguei um dos guardanapos e limpei sua boca suavemente.

– Irei sair com um amigo.

– Quem? Leroy? – perguntou ele.

– Sim. Como sabe?

– Ele ligou.

– Ah, é?

– Disse que passa mais cedo aqui. – disse Lonlye.

– Ótimo. Faltam quinze minutos, e eu nem me troquei. Beleza! – murmurei. – Droga. – percebi que meu relógio estava dez minutos atrasado.

Dei um beijo nos dois, e em Odete, deixei o recado:

– Sem filmes de terror, nem comida pesada, sem dormir tarde e peça a eles para se comportarem.

Subi correndo, e entrei no quarto, afobada, esquecendo do que Odete disse sobre o homem parado em meu quarto.

De repente, tudo se apagou, e vi um vulto em minha frente.

Praguejei com um palavrão cabeludo, e sentei no chão, com as costas apoiadas na parede, e só com os olhos para fora. Um brilho fraco de azul piscava em torno de algo.

Pulei em cima daquilo, e acabei caindo no chão. Esbarrei em algo que parecia respirar em meu cabelo. Isso não é o ar condicionado, pensei desesperada. Imaginei, por mais ridículo que seja, um taco de baseball, e girei contra o corpo daquilo que me “cheirava”. O taco se rachou no meio, mas a luz voltou.

Acendi todas as luzes possíveis e imaginárias, deixando somente a do quarto vizinho desligada por falta de acesso ao quarto. Meu coração palpitava as orelhas, e doía. O telefone tocou e eu corri para atender.

Senhor Twisn está aqui embaixo. – disse a recepcionista.

– Ok. Diga a ele mais cinco minutos.

Sim.

Peguei uma blusa qualquer que Odete havia me dado, e depois passei um perfume que Jeff havia me dado. Minha calça jeans estava em perfeita ordem e minha bota de tecido marrom também.

Desci voando para a recepção e encontrei Odete subindo.

– Até. – disse eu. – Tchau, meninos!

– Tchau, mana! – disseram os dois.

Peguei na mão de Leroy e o arrastei para fora. Ele apertou-a e me senti mal por estar dando algum tipo de esperança a ele.

– Será somente uma vez. Uma. – avisei tirando minha mão da sua, fingindo estar arrumando o cabelo.

Dei uma última olhada para a Lua, e percebi que algo estava voando na frente dela. A Lua hoje estava linda.

– Bonita a Lua, né? Vermelha...

Comecei a sorrir, mas parei.

– Vermelha? Quer dizer a Lua de Sangue? – perguntei.

– É.

– Droga. – sussurrei.

– O que?

– Bonita. – menti.

Leroy sorriu.

– Me amarro em você desde que te conheci. – disse ele enquanto andávamos pela calçada iluminada somente pelos postes altos.

– Aham.

– Você é muito gata, linda, esperta, carinhosa...

– O que você pensou quando me viu? – perguntei.

– Que linda. – respondeu sem titubear.

– Porque eu? Porque não Linda? – perguntei novamente, referindo-me a nossa gerente mirim, que babava legal nele.

– Porque ela gosta de mim.

– Isso é bom, Le.

– Eu sei, é legal, mas eu não sinto nada por ela.

Desconversei.

– Aonde vamos? – perguntei.

Ele puxou-me pela mão até entrar em um restaurante barato da cidade, que nem em cinqüenta anos mutantes eu entraria.

– Eu sei o que cê tá pensando: Onde estamos? Meu irmão trabalha aqui, então...

– Ah.

Senti que estávamos sendo seguidos, e percebi que era pelo mesmo brilho azul que havia visto no quarto.

– Vamos entrar logo, então! – disse eu.

Sentamos no meio do salão e percebi que o brilho havia nos seguido até aqui. Ele se acomodara em uma cadeira atrás da minha, e o roçar de sua camisa, deixava-me com um medo do caramba.

– Troca de lugar comigo? – perguntei a Leroy.

– Ahhh... tá. O que foi?

– Nada. Bobeira minha.

Deixa de ser boba, Camila, sussurrou alguém em minha mente. Assustei-me.

O que quer? Rebati.

Quero que me escute.

– Não vou te escutar. – disse em voz alta.

– O que? – perguntou Leroy que suava frio. – Eu nem disse nada!

– Desculpe.

A voz riu. Cuidado. Estou mais próximo do que imagina.

Cale a boca. Disse eu.

Está nervosa?

Você é esse cara que eu estou de frente não é? Perguntei mentalmente.

Descubra sozinha. A voz disse.

Fechei os olhos quando senti as costas formigarem.

– Camila? – perguntou Leroy.

– Oi?

– Está bem?

Abri os olhos, vendo que o homem não estava mais lá.

– Sim. Só uma dor de cabeça passageira.

– Uhum. Então, como eu dizia, queria perguntar o que fez você sair comigo...

– Sei lá. – disse verdadeira.

O garçom veio.

– Vão querer o que?

– Uma salada pequena, e um refrigerante. – respondi.

– Ok. E para você.

– Um bife e um suco de laranja.

– Já trago os pedidos. Ah, antes que me esqueça, tem um recado para você.

O garçom me entregou um guardanapo e que estava escrito:

Fugir não adianta. O fogo que consome, arde descontroladamente, porém ele é ainda mais fraco que o amor, que se consome, e causa a própria destruição. “Diga-me com quem andas, e te direi quem é”

B. K. F

A letra era bonita, mas feminina.

– Quem escreveu?

– Um homem pediu que uma de nossas recepcionistas escrevesse. – disse ele.

Assenti. Nunca pegaria esse bastardo.

Depois de muito conversar com Leroy, nossa comida chegou. Comi o mais rápido possível e depois fiquei passando mal.

– Está passando bem? – perguntou ele.

– Não muito. Garçom me vê uma água?

– É pra já. – disse ele trazendo a água no mesmo instante.

– Eficiente. – elogiei bebendo. O saleiro, eu observei com pavor, começava a flutuar pela mesa. Então botei a mão em cima dele. Depois foi minha água, depois os pratos a minha volta. E então eu não podia fazer nada.

– Tem um mutante aqui. – sussurrou Leroy puxando-me para a recepção. – Vamos embora.

Leroy não falou muito depois que eu disse que estava passando mal.

– Vamos pro hotel? – perguntou ele depois de pagar.

– Sim.

Ele deixou de ser mão-de-vaca, e pediu um táxi, apesar de ser perto, ele ainda tinha que ir para casa.

Chegamos à frente do hotelzinho depois de alguns segundos.

– Foi legal sair com você. – sussurrou ele abrindo a porta para mim.

– Idem.

– Er... Posso, sei lá, só te dar um beijo de despedida? Não sei se vou te ver de novo. – disse Leroy coçando a nuca.

Isso não ia acabar bem. Não mesmo.

– Que bobeira, Leroy, lógico que vai.

Ele se encolheu.

– Estou com um pressentimento ruim.

Aproximei-me de seu corpo, e peguei em sua mão.

– Não fique assim.

Leroy puxou meu corpo para ele, e beijou meus lábios sem minha permissão. Eu não senti nada. Nada mesmo.

– Nada? – perguntou depois.

– Desculpe... Não.

– Ah... Tá. Tudo bem. – disse ele. – Te vejo amanhã.

– Até. – disse quando o táxi saiu.

Alguém pareceu gritar em meus ouvidos, e também fez com que os vidros da janela da casa da frente explodissem.

Entrei no hotel, nem disse boa noite ao pessoal da recepção e subi para o quarto. Meus irmãos e Odete estavam dormindo, e eu só tirei a bota e escovei os dentes, deitando logo em seguida.

Amanhã tinha o almoço com Meredith, e eu não queria ir, porém iria descobrir quem era o filho de King.

Esse almoço é pura e especificamente casual, e se eu supostamente me sentir atraída pelo filho deles, sairei imediatamente. Agora outro problema: nossas roupas parecem ter sido arrastadas na terra, e depois um tiranossauro mordeu até destroçar. O estado caótico era totalmente inaceitável!

Vamos acordar cedo e comprar roupas em algum lugar barato.

Agora, Camila, trate de dormir para não ter olheiras de manhã, pensei comigo mesma.

quando�5gmPb��rto.


– Meninos? – perguntei.

Ninguém respondeu.

– Devem estar comendo. – disse eu jogando a mala em cima da cama, e fechando novamente a porta.

– Camila, porque tem um homem parado no seu quarto? – perguntou Odete morrendo de medo, com os olhos arregalados.



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Notas finais do capítulo

Continua??