Hidden escrita por jduarte
Notas iniciais do capítulo
Unf... Me amem, Estou postando vários capítulos hj!
Aproveitem!
Beijooos,
Ju!
Quando acordei com um barulho chato parecendo desenho animado, e percebi que meus “irmãos” assistiam a um episódio do Bob Esponja.
- Eu nunca tinha visto esse daí. – meu irmão disse.
- Eu nunca vi nenhum desses. – Lonlye disse abraçando o travesseiro, pousando sua cabeça nele.
- É o melhor desenho. – disse eu levantando e indo até o banheiro dar um trato na cara.
- Bom dia! – os dois disseram juntos, e se acabaram de rir.
- Bom... – fui interrompida por um bocejo – dia.
Lavei o rosto, escovei os dentes, e coloquei um chinelo que estava jogado por ai.
- Hoje vamos fazer compras. – anunciei.
Os dois gemeram de desgosto no quarto.
- Qual é o problema? – perguntei.
- Compras são chatas! – meu irmão disse.
- É? Comigo não são. Prometo que durarão somente alguns minutos.
Os dois demoraram a responder o que sugeria uma revirada de olhos, uma bufada baixa e finalmente disseram com a voz carregada de tédio:
- Tá bom.
- Obrigada, nervosinhos.
Saímos do quarto, deixando-o mais ou menos arrumado, e quando descemos pedi para a moça sorridente que chamasse um táxi. Em menos de alguns segundos, estávamos dentro dele, a caminho de um pequeno shopping.
- É tão grande! – Lonlye disse pegando em minha mão.
- É. – disse Rubens pegando na outra.
- Vamos entrar? – perguntei.
Os dois assentiram, e isso me deixou particularmente feliz. Vi que no relógio anunciava que ainda tínhamos algumas horas para fazer compras, e assim começou um longo e exaustivo dia de compras... Não, estou mentindo. Compramos qualquer coisa, e fomos pagando com cartão de crédito.
- Isso é legal! – disse Lonlye.
- Eu disse! – meu irmão tentou ser convencido.
- Podemos assistir um filme, Mila? – perguntou Lon.
- Agora estamos em cima da hora, que tal depois?
- Pode ser. – respondeu ele.
Sorri.
- Ótimo. Vamos? – perguntei já sendo soterrada de tantas sacolas de compras.
Chamamos outro táxi, socamos a maioria das roupas no banco da frente, e quando chegamos ao hotel, a recepcionista estava de boca aberta.
- Dia de compras, ham? Sensacional! – anunciou quando um dos carregadores se ofereceu para ajudar com as bolsas.
Chegando lá em cima, separei as roupas dos meninos, os enfiei em um banho quente, e fiz com que penteassem o cabelo. Os olhos de Lonlye estavam mais lilás do que eu me lembrava.
- Seus olhos são lindos. – sussurrei beijando sua cabeça.
- Obrigado. – disse sentando na cama e se concentrando em um outro desenho na TV.
Foi minha vez de separar uma roupa. Separei um vestido rosa claro, um sapato alto preto, – por causa de minha altura extremamente baixa – e um sobretudo preto.
Entrei no banho quente e deixei que a água escorresse por minhas costas doloridas. Passei o shampoo no cabelo, demoradamente, para deixá-lo bem limpo. Não queria fazer feio e deixar a imagem de moradora de rua para Meredith e King.
Quando saí do banho troquei-me no banheiro, passei minha maquiagem clara, e sequei o cabelo. O castanho estava bem mais vivo do que eu me lembrava. Quando passei o lápis de olho, percebi que alguma coisa em mim havia mudado. O olhar mais maduro, mais compreensivo e apaixonado. As maçãs do rosto coradas. Estava realmente diferente.
Como havia desacostumado a andar de salto, dei algumas cambaleadas no começo, mas depois peguei o ritmo.
- Vamos? – perguntei.
- Claro. – responderam os dois, sem desgrudarem os olhos da televisão.
- Vou contar até três. No três eu desligo.
Eles nem me ouviram.
- Um... Dois... – comecei a contar, e eles nem se mexeram. – Dois e três quartos... Três. – disse indo até eles e desligando a TV.
Eles pareceram sair de algum tipo de transi.
- O que? Vamos? Agora? – meu irmão não parecia acreditar.
- Sim. É, agora! Vamos.
Arrastei os dois, pegando seus casacos que estavam em cima da cama, e saindo do quarto.
- Olha, é o seguinte, não toquem em nada, só perguntem o necessário e comam o suficiente. Não venha me encher o prato, comer duas migalhas e dizer já chega! – fui listando as coisas enquanto descíamos para o hall de entrada.
Lonlye parecia exausto, assim como Rubens, porém quando eles viram o táxi chegar e eu os empurrar para dentro com meu salto cambaleante, começaram a rir.
- Haha. – zombei de suas caras. – Se não fosse trágico seria cômico. – disse eu emburrada tentando cruzar as pernas.
Chegamos a uma típica casa de cidade pequena. As cores eram vivas, porém desbotadas e o jardim era enorme. A entrada era branca e amarela, a escada era de madeira clara.
- Querida, você veio! – Meredith gritou abrindo os braços.
- Sim, eu vim. – disse eu.
- Sheldon e as crianças já estão vindo. – ela disse.
- Crianças?
- Ah, perdão, chamo meus filhos de crianças, mesmo sendo quase adultos.
Ela nos convidou para entrar, e vi que a casa era aconchegante, tipicamente familiar e tinha cara de mãe. Meredith logo se enfiou na cozinha, e começou a trabalhar em algo.
- Quer ajuda? – perguntei.
- Se não for incomodo.
- Só preciso lavar as mãos. – disse eu.
- Primeira porta a direita.
Segui suas instruções e me dei de cara com um banheiro pequeno, branco e azul. Lavei as mãos e as enxuguei numa toalha que tinha um nome bordado, mas não consegui ler pois alguém bater na porta.
- Posso usar o banheiro, mana? – perguntou Rubens.
- Claro. – liberei a porta, e antes dele fechar perguntei. – Quer ajuda?
- Eca! Não!
Eu ri e fui ajudar Meredith na cozinha... azul. O que é que ela tinha com a cor azul?
- Por onde eu começo? – perguntei batendo as mãos.
- Pode cortar os legumes?
- Com o maior prazer. – disse pegando a faca, e cortando todos os legumes com precisão.
Quando terminei, devo dizer que foi bem rápido, percebi que ela estava conversando comigo, mas eu não estava ouvindo.
- Mas deixemos de falar de mim, - você já falou de você? – de onde é que você veio?
- Norte do Kansas.
- Hmm...
- E seus pais, aonde estão?
- Er, eu não vejo meus pais há alguns meses. Eles foram para a colônia, e decidiram nos deixar por segurança. Desde então, não tenho nenhum tipo de notícia dos dois. – disse sem me deixar abalar pelas lembranças remotas que tinha de seus rostos.
- Oh, querida, sinto muito. Mesmo. Deve ser difícil. – disse Meredith.
- Tudo bem. Já faz tempo. Er... Vou colocar a mesa. Pode ser?
- Tá. Vamos tomar ar fresco, o dia está tão bonito. Vamos sentar-nos à mesa do jardim.
- Suas ordens. Meninos – eu disse indo até a sala, onde os dois brincavam de cara ou coroa com uma moeda velha. – ajudem a colocar a mesa.
- Sim. – os dois disseram.
- Eles são bons meninos. – disse ela.
- É. São sim. Lá fora, okay? - avisei.
Eles ajudaram a colocar a mesa como bons cavalheiros, e cada um ganhou um beijo na bochecha de mim e de Meredith. Sem a ajuda deles, não teríamos terminado.
Onde será que King estava? Tinha tantas coisas para lhe perguntar...
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continua???