O Mundo da Voltas escrita por Samsung


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Finalmente eu fui ao trabalho, abri a loja e olhei para uma foto que tinha no balcão. Eu e Fred sorrindo como se nada daquilo um dia fosse acontecer. Muitas das coisas naquela loja tinha alguma poção de Angelly, meu mundo era aqueles dois. E agora me tiraram os dois só de uma vez. Balancei a cabeça querendo tirar aquilo do pensamento então comecei o dia. Várias crianças entrando e saindo da loja, eu sempre aparecendo por lugares inesperados rindo e amostrando diversas coisas a eles.

A alegria ali era temporária, por que quando eu fechasse a loja o silencio iria pairar por toda ela e me sentiria sozinho. Quando estava em Hogwarts, pelo menos qualquer lugar era um momento divertido para mim e para Fred. Quando a pequena menina de cabelos pretos entrou só foi mais uma coisa acrescentada para aprontarmos mais ainda. Mas acho que no fundo ela se sentia sozinha... Muitas vezes a ouvíamos conversando com o nada, e esse nada a respondia com uma voz medrosa. Também achávamos que ela sabia cantar muito bem, e pelo fato de cada vez mais as pessoas a sua volta morrerem ou se machucarem ela acabou criando um campo para que isso não ocorresse.

Ela era uma gênia em todos os sentidos. Não tinha nada que ela não soubesse; ela era linda, divertida, engraçada, simpática, tudo de bom...Tirando o fato de carregar a morte consigo. A principio acho que todos se assustaram com ela, eu e Fred estendemos as mãos para ela e fizemos com que se juntasse a nós. A noite dava para escutar algumas vezes ela gritar durante o sono, Fred levantava preocupado quase invadindo o dormitório feminino para saber como ela estava. Outras vezes ela chorava sozinha num canto e nós, os gêmeos Weasley íamos consolá-la.

Fred sempre me dizia que ela era uma pessoa especial, que foi feita somente para a gente, na medida certa. Era inteligente e sempre estava aprontando ou levando suspensão por algo. Ela não gostava de injustiças e quando o assunto era briga, era com ela mesma que tinha que falar. Angelly nos dizia que a alma dela era dividida em três partes. Uma dela, uma minha e uma do Fred.

Lembro-me do quinto ano dela, recebemos a noticia que Voldemort estava no Ministério, mas do que rápido saímos de casa e fomos direto para lá. Quando chegamos estava Harry deitado no chão e Angelly se arrastando toda machucada, só para alcançar a mão dele.

-Harry...- ela sussurrou.

-Não venha. –ele mexeu a cabeça num movimento brusco. –Venha criança. –uma outra voz se apossou de Harry.

-Me desculpe Harry, mas eu preciso salvar a todos, inclusive você. –ela segurou firme a mão dele, então de repente começou a gritar e a se contorcer. Os olhos de Harry que estava meio amarelados, iguais a de cobra voltou ao normal, ele suspirou como se fosse um alivio, então olhou para ela. Hermione escondeu o rosto no ombro de Rony e o mesmo apenas acariciou seus cabelos, Luna e Gina eram consoladas por Neville.

Quando eu e Fred iríamos nos aproximar Dumbledore nos impediu, falou para esperamos para ver o que acontecia. Então Angel começou a gritar, um grito angustiante que me feria os ouvidos e o coração só de ouvi-lo. Parecia que ela estava lutando com algo dentro dela mesma.

-Eu vencerei hoje, menina. –falou uma voz.

-Não! Hoje não. –novamente a voz dela.

-Esse mundo é só de tristeza, você sabe disso. Você passou por tanta coisa, sabe que passará por mais, não sabe? –a outra voz voltou a falar.

-Sei, eu sei disso tudo. –ela choramingou.

-Então não tem porque resistir... –a outra voz soltou uma gargalhada.

-NÃO O DEIXE GANHAR ANGELLY, VOCÊ É FORTE NÃO É? –gritou Harry.

-Sinto muito, mas não vai ser desta vez que você ganha Voldemort. –de repente apareceu o Lorde das Trevas ao vivo e em cores sobrevoando o corpo da menina e com um sorriso de desgosto.

-Eu voltarei, e você sabe disso... –ele disse.

-Pode voltar, eu estarei aqui. Eu ganhei a batalha e também ganharei a guerra. –ela falava ofegante.

-Veremos... –então ele sumiu quando o Ministro chegou. Angelly fechou os olhos por um momento depois abriu se levantando com dificuldade. Ela estava toda machucada por toda extensão do corpo, a testa cortada, os braços, as mãos, as pernas. Na boca descia um filete de sangue e pelo nariz também. Também descia uma quantidade considerável pela cabeça dela que chegava a manchar o rosto. Ela tentou sorrir quando viu eu e Fred só que caiu na mesma hora, o diretor a levou dali para alguns curandeiros. Dias depois eu e Fred fomos visitá-la, ela estava dormindo e envolta dela havia várias flores.

-Oi...- sussurrou.

-Oi! –falamos eu e Fred.

-Que bom vê-los. –sorriu para nós.

-Angel, eu quero te fazer uma pergunta...-começou Fred.

-Pode falar.

-Você viu alguma imagem quando Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado possuiu o seu corpo? –perguntou o meu irmão se sentando ao lado da cama em que ela estava.

-Vi sim...Várias. As primeiras eram tristes... A morte do meu avô, o adeus de Diego, a morte dele e o irmão, o sumiço de Charles... Todas aquela imagens que eu não queria ver, mas eu comecei a pensar nos bons momentos, todos eles. Com vocês, com o Harry, com as meninas, com todos. –lágrimas começaram a escapar. –Eu não poderia deixar o Voldemort se apossar de Harry, eu queria todos a salvo. Mesmo eu sendo quem eu sou, eu gostei de ter amigos e de ter irmãos, eu não deixaria ele acabar com isso, eu demorei muito para tê-los. –ela começou a chorar. –Eu arriscaria minha vida, os olhos, a minha alma só para salvá-los. Que pena que eu não pudi tanto com alguns. –Ela se sentou e escondeu o rosto nas mãos, Fred a abraçou.

-Tudo bem...Estamos aqui, sister. –dava para escutar os soluços dela.

-Sempre estaremos. –complementei. Segurei a mão dela.

Limpei a lágrima que caía dos meus olhos, estava sentado no escuro olhando a sombra. Merlin fez ela sofrer muito, e agora eu estou sofrendo também. Ela era realmente forte, agüentou isso por tanto tempo e eu estou desmoronando por não ter Fred perto de mim. Angelina apareceu na hora que eu estava quase tombando para o lado, ela me segurou e fez eu deitar com a cabeça em seu ombro. Ela era minha namorada e realmente me entendia. Como era bom ter alguém tão perto da gente quando precisávamos. Quando ela me abraçou eu pensei em outra lembrança triste de Angelly.

Estávamos lutando sem parar com aqueles comensais, Hermione e Rony deram para cada um pelo menos uma gota ou duas de sorte liquida. Com aquilo estávamos nos dando bem, só que não tinha um efeito longo. No meio das brigas apareceu Angelly e Harry que estava seguindo o Snape. Então escutamos Angelly gritar, me virei na hora para saber o que era. Uns escombros iriam cair na Gina, só que o Jake havia a empurrado e em vez de cair todos encima da minha irmã, caiu encima dele. Angelly começou a gritar e tentar ir até lá só que Harry a segurou e falou alguma coisa, ela assentiu com as lágrimas escorrendo pelo rosto dela e seguiu Harry.

Depois das lutas tiramos o menino de lá, ele ainda estava vivo, mas não suportaria por muito tempo. Gina apareceu ajudando Harry a andar e Angelly veio quase tombando então ela levantou o olhar e viu que tinha uma cama com as cortinas tampando algo, ela cambaleou até lá e tirou as cortinas e viu o estado de Jake. Ele ainda estava acordado, acho que estava esperando por ela.

-Angel...Que bom vê-la. –ele sussurrou para ela. Ela levantou o rosto tentando não deixar as lágrimas caírem então se sentou na cama olhando para ele. –Deita aqui. –ela obedeceu. O menino todo machucado se aninhou nela. Ela o abraçou beijando o topo da cabeça dele enquanto chorava e tremia. –Está chorando?

-Um pouco. –a voz da mesma saiu tremida.

-Não chora. Vamos poder brincar, não é? –Ela tampou a própria boca com a mão tentando reprimir algo, então tirou e limpou as lágrimas do rosto.

-Claro! De se esconder, de xadrez bruxo e de jogar bombas fedidas no Filch. –ela mordeu o lábio inferior. Todos estavam em silêncio, até mamãe e Fleur que estava discutindo calaram a boca e ficaram observando. A professora Mcgonagall limpava as lágrimas com um lencinho em silêncio.

-Seria ótimo... –ele sussurrou sorrindo. –Angel...

-Sim? –ela encarou o menino.

-Estou com sono. –ele a olhou com aqueles olhos de criança.

-Pode dormi, quando você acorda vamos poder brincar, e muito. –ela tentou sorrir. O menino sorriu para ela e deitou a cabeça no abraço dela.

-Boa noite. –ele sussurrou. Ela não disse nada, apenas o abraçava com mais força cantarolando alguma coisa. A mãozinha dele que estava segurando o braço dela então caiu, foi então que ela chorou mais ainda. –Boa noite, Jake. –sussurrou para ele. Ela deu vários beijos na testa do garoto então o deitou na cama e o cobriu por inteiro com o lençol branco. Fechou as cortinas e se encostou à parede, onde foi deslizando até o chão até ficar sentada, ela chorava em silêncio enquanto todos a observavam.

Acabei dormindo no ombro da Angelina enquanto pensava nisso. Se eu pudesse traçar o destino dela diferente eu já teria feito.


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Notas finais do capítulo

;-;



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