Shunkashuutou escrita por suicide_party


Capítulo 22
shoujou


Notas iniciais do capítulo

mew, esse foi KILLER i-i *há 3 horas escrevendo* auyfaisugu mas enfim ;D alguém chegou a pensar realmente que eu fosse matar o shou? i_i meh, nunca x_X' *tem coragem nem de matar nem o vilão* acsyucyaf anyway ^_^



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"i am alive
i will never run away again
places inside
my heart screams inside with pride
once i cry
now i wipe away the tears
once i die
now i'm alive"

koRn - Alive

 Shou abriu os olhos com dificuldade assim que tomou consciência de que estava acordado, mas os fechou novamente ao perceber a claridade do local. E não voltou a abri-los. Estava com sono e confuso, a típica confusão de quem está só em parte acordado devido à medicação forte. Não sabia onde estava nem porque estava ali, mas não se importou, não sentia mais dor e isso era bom.

 - Ele acordou! – uma voz conhecida, mas não lembrava de quem era. Ouviu mais vozes e movimentação à sua volta.

 - Só os familiares, por favor! – essa voz Shou não reconheceu, e algumas das vozes que ouvira se afastaram até não ouvi-las mais.

 - Shou! – outra voz conhecida, feminina e parecendo desesperada. Shou inconscientemente decidiu abrir os olhos novamente para ver o que acontecia de tão grave para assustar alguém daquele jeito.

 Abriu os olhos novamente com dificuldade, devido às pálpebras extremamente pesadas, e reconheceu o rosto de sua mãe em sua frente, seu pai ao lado. Olhou brevemente o ambiente hospitalar à sua volta e tudo que havia confortantemente esquecido voltara à sua cabeça. Lembrou de como havia chegado ali e não pôde evitar em corar ao ver novamente o olhar apavorado da mãe.

 - Mãe, eu... desculpe...

 - Tudo bem, querido. Você vai ficar bem. – o abraçou forte, e Shou pôde perceber que havia chorado. E se sentiu extremamente culpado por isso. Deixou-se ser abraçado, sentindo-se também idiota por ter feito o que fez. – Está com fome? Você parece tão fraco... Quer que eu busque alguma coisa para você? – Shou sorriu. Sempre que sua mãe estava nervosa costumava falar muito e se tornar excessivamente prestativa.

 - Claro, por favor. – Não estava realmente com fome, mas não importava. Sorriu novamente ao ver sua mãe sair apressada pela porta do muito branco quarto, e voltou a atenção à seu pai, parado ao pé de sua cama, olhando para baixo com uma expressão que mesclava arrependimento e vergonha. – Pai...?

 - A culpa é minha. Eu nunca devia ter dito aquelas coisas pra você, nunca devia ter te dado aquele tapa. Mas é que... eu só não... não é fácil pra mim, entende? Desculpe... – levantou a cabeça e olhou brevemente para Shou. E mais do que nunca teve certeza de que havia sido uma pessoa horrível ao negligenciar tão friamente os sentimentos de uma das pessoas que mais importavam pra ele. Amava Shou de qualquer jeito, e depois de quase perdê-lo, o fato de ele amar outro homem não importava absolutamente nada.

 - Eu entendo, pai. Nós dois erramos. – Shou suspirou. Sabia que devia estar sendo extremamente difícil para seu pai admitir que havia errado, ainda mais estar tentando o aceitar, e ficava imensamente aliviado por saber que realmente não era odiado por ele.

 Sua mãe entrou apressada no quarto, trazendo na mão uma pequena bandeja que com certeza devia ter pedido na cozinha do hospital. Largou-a, sorridente do lado da cama de Shou e deu um beijo estalado na bochecha, arrancando do filho um sorriso de volta. Não saberia o que fazer de verdade se o houvesse perdido.

 - Hiroto vai ficar louco lá fora se não conseguir falar com você. – deu outro beijo em Shou e foi para o lado do agora mais aliviado marido. – Quer falar com ele?

 - Sim, se vocês não se importarem.

 - Tudo bem, querido. Voltamos depois. – mais um estalado beijo na bochecha de sua mãe, um apertado e sincero abraço do pai, e os dois saíram. O abraço do pai fora o bastante para fazê-lo se sentir vivo novamente. Agora sentia que poderia ser feliz de verdade, sabendo que era realmente importante e aceito pelas pessoas que amava. Esfregou os olhos de leve para não chorar.

 Hiroto entrou no quarto, olhando-o com cautela. Shou sorriu, mas não obteve resposta.

 - Você é um idiota, sabia? Um idiota egoísta! – tentou encarar Shou o mais repreensivamente que pôde, mas não durou muito tempo. Abraçou-o o mais forte que pôde enquanto deixava as inibidas lágrimas caírem. Não podia acreditar que Shou havia feito uma coisa daquelas, não podia acreditar que tinha realmente chegado tão perto de perdê-lo. – Porque, Shou?

 Shou o abraçou de volta, sentindo as mornas lágrimas nos olhos novamente. Sabia como era quase perder o melhor amigo e não desejava isso para ninguém. Muito menos para Hiroto.

 - Eu sei que eu sou um idiota, desculpe Pon! Mas eu fiquei tão perdido... não tive coragem de enfrentar tudo de frente.

 - Você chegou a pensar em como eu ficaria sem você? – Hiroto voltara a encarar Shou, ainda o abraçando, os olhos agora vermelhos. – Quem iria jogar Mario Bros. comigo de madrugada no meio da semana?

 Shou sorriu, limpando as lágrimas de Hiroto.

 - Eu pensei em você Hiroto, pensei mesmo. Mas você parecia tão diferente... eu achei que nossa amizade tivesse terminado.

 - Shou, a gente sempre brigou. Eu sei que fui um imbecil com você ontem, mas nossa amizade nunca terminaria assim. – abraçou Shou novamente e o soltou, sentando do seu lado e terminando de limpar as lágrimas do rosto. – Eu fiquei preocupado com você ontem, por isso chamei a polícia.

 - Você chamou a polícia?

 - Foi. Depois que o Saga me ligou perguntando se você tinha chegado em casa, e depois de eu ir lá e ver que você não estava, fiquei preocupado e chamei. Eles não demoraram pra te achar no hotel, e isso foi bom. O médico falou que você poderia estar morto se demorassem mais três horas. – desviou o olhar do de Shou – Bem, eu não imaginava que você faria uma coisa dessas, mas quis te assustar.

 - Me assustar? – Shou riu baixo, ainda estava fraco e meio devagar, por causa do soro e da medicação.

 - É, você sabe, polícia atrás de você por ter me deixado de lado. – Hiroto sorriu também.

 Ficaram conversando por mais algum tempo, até Hiroto parecer lembrar de algo e bater de leve com a mão na própria testa.

 - Saga! Eu prometi pra ele que não demoraria com você. Ele parecia mais pilha que eu, acredite. – Hiroto sorriu, levantando da cama.

 - Ele... está aqui? – Shou corou.

 - Sim. – Hiroto sorriu ao ver o rosto muito vermelho de Shou – Vou deixar você falar com ele agora... E vê se não se joga da janela até ele chegar, oka?

 - Oka. – Shou riu. Realmente adorava a capacidade que Hiroto tinha em fazê-lo sorrir até num momento como aquele. Suspirou quando Hiroto saiu pela porta, recostou a cabeça no fofo travesseiro e fechou os olhos. Estava voltando a ficar sonolento.

 A porta se abriu um pouco depois, e Shou voltou a abrir os olhos. Saga olhou Shou cautelosamente antes de entrar no quarto, parecia temer que qualquer movimento mais rápido o machucasse. Caminhou até a cama de Shou devagar, parando ao seu lado.

 - Você está bem? – a voz de Saga era fraca e baixa, e sua expressão era cansada e triste. Não havia dormido na noite passada, e quando Hiroto ligara contando o que acontecera, havia corrido pro hospital o mais rápido que pudera.

 - Estou. Agora estou. – Shou estendera precariamente os braços ainda fracos, fazendo Saga se aproximar mais e o abraçando – Eu sei que fui idiota em ter feito o que eu fiz, mas eu só queria que aquela dor parasse e...

 - Shh. – Saga afastara um pouco o rosto para poder olhar nos olhos de Shou – O importante é que você está aqui agora. – beijou-o brevemente e voltou a abraçá-lo forte – Só me prometa que nunca mais vai tentar fazer uma coisa dessas.

 - Eu prometo, Saga. – o abraçou de volta, o mais forte que a situação o permitiu. Sabia que não devia ter feito algo tão radical, mas estava feliz por tudo finalmente estar começando a dar certo.

[...]

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