Escolhas escrita por sophiehale


Capítulo 3
3 - Everything is gonna be alright


Notas iniciais do capítulo

AAAAH quase surtei. ganhei uma recomendação, não acredito *-*
OBRIGADÍSSIMA Vicky! fiquei mega feliz (:

e agora, como prometido, mais um capítulo!



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Capítulo 3

What can I say when faith slips away into doubt?

And the fear that I feel is incredibly real

and there's no way out.

Everything is gonna be alright – Greg Long

O toque estridente do telefone se fazia ouvir em minha casa vazia. Às pressas e pensando em quem mais poderia me ligar àquela hora da manhã, atendi o aparelho, sem saber de quem era o número que piscava no reconhecedor de chamadas.

-Alô? – atendi de má vontade.

-Rosalie? – uma voz chorosa de mulher perguntou do outro lado da linha. A conexão estava horrível, eu não conseguia reconhecer a voz.

-Quem é? – perguntei após alguns instantes. Seria possível que todas as pessoas tristes e insatisfeitas quisessem me ligar naquela manhã?

-É a Alice, Rose... – ela suspirou. – Eu precisava muito falar com você... Não sei se você vai querer me ver, mas é minha melhor amiga, não tenho mais ninguém pra conversar sobre isso...

-O que houve? Você não está bem. – eu constatei o óbvio.

-Eu estou... Estou, eu vou ficar.

-Não foi uma pergunta. – eu revirei os olhos. Alice e sua mania de não querer preocupar os outros. – Eu não reconheci o número que você me ligou... Onde você está?

-No Central Park... Em um telefone público. – ela respondeu, com a voz ainda embargada. – Você pode vir até aqui?

E de repente me lembrei do meu irmão esperando no celular.

-Hmmm, Alice, você pode esperar um minuto? – perguntei, não dando tempo para ela responder. Coloquei o celular no outro ouvido e pousei o telefone em uma mesa. – Pronto Jasper. Pode falar.

-Quem era Rose? – sua voz já estava mais controlada. Antes de responder a essa pergunta, avaliei os pontos como uma boa advogada que era. Nada estava bem entre Alice e Jasper para os dois me ligarem aos prantos. Se eu quisesse saber o que tinha acontecido, era melhor que Jasper não soubesse que eu estava falando com Alice e vice-versa.

-Nada importante. – eu menti com uma habilidade fantástica. – Ella perguntou se podia tirar suas luvas para brincar na neve... Crianças.

-Ah. – ele parecia desapontado.

-Vamos, Jazz, o que aconteceu? – perguntei pela milésima vez só naquela manhã. Não era nem meio-dia e eu já tinha recebido três ligações. Devia ser muito popular mesmo.

-Alice terminou comigo.

-O QUÊ? – berrei. Aquilo não era possível, eles estavam juntos há quase quatro anos, faziam planos de se casar e tudo. Eu podia imaginar uma briga feia, mas não um fim de relacionamento, isso não. – Espere um minuto.

Estava convencida de tirar satisfações com Alice.

-Me diga Alice, por que resolveu terminar com o meu irmão? Ele não mais é bom o suficiente pra você?

-Você está falando com ele. – ela constatou. – Por favor, Rose. Não tome partido ainda... Venha falar comigo. Sabe que é minha melhor amiga.

-Eu vou mesmo. –eu avisei. – Chego em alguns minutos. Até mais.

Desliguei o telefone e logo peguei o celular.

-Jazz, eu vou falar com a Alice. Não faça nada idiota. – eu temia que ele fizesse algo imprudente. Só Deus sabe o quanto meu irmão ama minha melhor amiga... Desde sempre. Ninguém supera bem o fim de um namoro, muito menos quando a pessoa que põe o ponto final na relação é quem você acredita ser o amor de sua vida. – Eu te ligo mais tarde. Um beijo. E se cuide.

Em vinte minutos eu estava no Central Park. Não demorara nem cinco minutos para me arrumar e o lugar era relativamente perto de minha casa para ir à pé, então cheguei rápido. Não precisei procurar muito por Alice para encontrá-la perto de um telefone público devorando um cachorro-quente.

-Ei, Alice. – tentei parecer despreocupada. Ela levantou e me encarou com os olhos marejados. – O que aconteceu com a sua dieta?

Ela não riu de minha brincadeira e me abraçou forte. Eu sentei-me ao lado dela, tentando transparecer alguma confiança de que tudo daria certo. Ela também amava demais o meu irmão.

-Desculpe por te molhar desse jeito. – ela disse, após se acalmar um pouco e reparar em meu casaco. – E obrigada por vir.

-Não foi nada... Não está nem nevando mais. – eu dei um meio sorriso, tentando animá-la. Zero por cento de sucesso. – Qual é Alice? Você que terminou com ele... Por que está assim?

-Você acha que eu quis fazer isso Rose? – ela me encarou com cara de choro. – Eu amo o Jasper, mas ele...

-Meu irmão estava bem mal quando eu falei com ele. – eu a interrompi. - Não se engane, Ali... Ele te ama muito também.

-Não o bastante. – ela fungou e deu uma boa mordida em seu cachorro-quente. – Eu quero um futuro com ele, mas ele não.

-Se você está falando de casamento... – eu comecei e ela assentiu. – Bem, você sabe do relacionamento conturbado que ele teve com a ex dele.

-Eu não sou a Maria, ele sabe muito bem disso. Eu nunca o deixaria no altar. – ela empinou o nariz e revirou os olhos. – E, também, eles eram muito novos. Era uma loucura.

-Era. – concordei. – Mas me diz, Ali. O que ele fez?

-Ele disse que estava muito bom do jeito que tudo estava, que em time que está ganhando não se mexe. – uma lágrima saiu de seu olho direito e ela apertou os olhos, impedindo-se de voltar a chorar. – Tudo está perfeitamente bem mesmo, Rose. Mas eu quero um futuro... Você sabe, eu já te contei que desde os seis anos eu sonho em entrar com um vestido de noiva na igreja e sorrir para as pessoas mais importantes da minha vida com o maior sorriso que já dei. Eu quero chamar o seu irmão de marido, eu quero que ele seja meu pela lei, senão ninguém vai enxergá-lo assim. Nós vamos ser, literalmente, eternos namorados. Eu não quero, Rose. Não quero.

Em vão, ela apertava os olhos incessantemente, mas as lágrimas eram teimosas e mesmo assim escorriam por seus olhos. Não tive alternativa a não ser abraçá-la novamente. Eu a entendia, mas também compreendia meu irmão. Não devia ser fácil ser abandonado, ainda mais no altar. Ele não agüentaria passar por aquilo novamente.

Por outro lado, Alice se via em situação de não poder realizar um sonho de infância. Aquilo eu sabia bem que doía - já que o mesmo acontecera comigo. O que eu sempre almejara desde criança era uma família completa e feliz, mas isso morrera comigo quando eu assinei os papeis de divorcio há dois anos. Eu me sentia vazia, insegura, e por isso mergulhava no trabalho para esquecer meus problemas.

Um grito absurdamente agudo interrompeu meus pensamentos. Uma batida de carro tomou os meus sentidos e Alice e eu viramos nossas cabeças no mesmo instante, em direção ao som estranho.

Foi bem a tempo de ver um casaco preto e botas cor-de-rosa tocarem no chão.

-Meu Deus, meu Deus, meu Deus – as lágrimas escapavam pelo meu rosto e eu corri sem me preocupar com mais nada. Uma multidão já se encontrava em volta do local do acidente, mas eu consegui abrir espaço e me abaixar em frente a minha menina.  –Ella, fale com a mamãe. Ella, por favor, por favor, abra os olhos e fale com a mamãe.

-Ela te viu ali com a tia Alice... – a voz perturbada de Royce apareceu atrás de mim. – Eu tentei impedi-la, mas ela saiu correndo sem olhar.

-Seu cretino. Não venha colocar a culpa em mim. – eu limpei minhas lágrimas com as costas de minha mão. – Dá pra alguém chamar uma ambulância?

Eu estava tremendamente irada. Todas as pessoas olhavam com cara de bobas para a minha filha deitada no chão ao invés de fazer alguma coisa.

-Deixa comigo. – Alice, assim como eu, limpou suas lágrimas. Enquanto isso, o motorista era vaiado enquanto fugia. Tão típico. – Eles chegam em alguns minutos, Rose. As principais vias já foram liberadas.

-Certo, certo... – eu repetia. – Vai ficar tudo bem, El. Está me ouvindo? Vai ficar tudo bem...

Levantei o olhar enquanto abraçava minha filha, ainda desacordada no chão. Odiei Stacy um pouco menos ao vê-la abraçar Travis, tentando consolá-lo. Royce olhava para Ella em choque. Alice chorava cada vez mais, mas tentava, ao menos, demonstrar controle. Ela sabia o quanto aquilo estava difícil pra mim.

-Vai ficar tudo bem. – eu repetia em voz alta. Eu tentava me convencer daquilo que dizia, e acalmar todas aquelas pessoas. –Vai ficar tudo bem.


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Notas finais do capítulo

reviews? *-*beeeeijos, e obrigada por acompanharem!