Escolhas escrita por sophiehale


Capítulo 2
2 - S.O.S.


Notas iniciais do capítulo

mais um capítulo de presente pela quantidade de reviews :D



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Capítulo 2

This time please, someone, come and rescue me

S.O.S. - Rihanna

-O pai de vocês chegou. – eu gritei da cozinha depois de ouvir o toque da campainha. Royce morava perto, felizmente, já que as ruas estavam cobertas de neve. Tomei mais um gole de minha xícara de café e voltei a digitar no meu notebook. – Vamos, ele não vai esperar a vida toda! – gritei novamente, vendo que ninguém aparecera para sair.

Travis passou por mim após alguns instantes.

-Onde está a chave dessa porta? – ele bufou ao notar que ainda estava trancada. Eu apontei para a bancada da cozinha e ele pegou a chave com pressa.

-De nada. – eu disse, após vê-lo sair sem ao menos se despedir. Aquele moleque realmente me dava problemas. Mais alguns minutos se passaram e Royce tocou a campainha novamente – Ella, o seu pai está esperando você!

Nada de resposta. Comecei a me preocupar, já que minha filha era sempre a primeira a deixar a casa.

-Ella? – eu a chamei mais uma vez. Sem sucesso, larguei a xícara de café em cima da mesa e fui até o seu quarto apertando o passo. Algo que depois eu desejei não ter feito no final das contas. – Meu Deus, o que aconteceu aqui? Passou algum furacão?

-Eu sabia que tinha que comprar a blusa verde. A tia Alice bem que falou, mas não, eu disse que gostava da vermelha... – a minha garotinha estava à beira de um ataque histérico sentada em sua cama.

-Ella, seu pai já está aqui. Você quer que ele vá embora e te deixe? – eu perguntei.

-É, fala isso pra ele mesmo. Não tem jeito mamãe, eu não posso sair de casa hoje! – não, eu devia estar tendo algum tipo de pesadelo. Além de ter esvaziado o guarda-roupa e deixado montes de peças espalhadas pelo quarto, ela ainda não queria mais sair. Perfeito.

-E eu posso perguntar o por quê? – eu estava impaciente. Realmente não aturava uma birra.

  -Me diz mamãe, como eu posso combinar a jaqueta vermelha com esses sapatos? – ela apontou para um par de sandálias esmeraldas.

-Olha, Ella, eu realmente não sei. – eu fingi compreensão. – Mas na verdade não ligo. Ponha outro sapato e saia dessa casa agora!

-Mas mamãe, eu quero usar essas sandálias!

-Nada de “mas mamãe” – eu a remedei. – Além do mais, a senhorita sabe quantos graus estão fazendo lá fora? Ponha suas botas de neve e saia, ou vou chutar o seu traseiro até a porta.

-Tudo bem, tudo bem. – ela colocou suas botas cor-de-rosa e, antes que ela falasse que vermelho não combinava com rosa, eu peguei uma blusa preta qualquer que estava jogada em cima da cama. Para minha satisfação, Ella vestiu-a sem contestações e saía do quarto, quando hesitou na soleira da porta.

-O que foi agora? – eu a encarei sem entender.

-Sabe, mamãe, a tia Alice não vai gostar de saber que você não me deixou usar as sandálias caras que ela me comprou na semana passada. Eu prometi que ia usar!

-Eu morro de medo da tia Alice. – fingi tremer com meu cinismo. – Agora ande, seu pai está esperando.

-Está bem. – ela deu de ombros e me deu um beijo estalado na bochecha. – Até mais tarde, mamãe.

-Até mais, El. – eu me despedi, levando-a até a porta. Sorri ao vê-los saírem. Era por causa de gestos como aquele que minha relação com Ella era muito mais saudável do que com Travis. Ella não guardava nenhum tipo de rancor, sua raiva durava minutos, às vezes segundos. Era muito pequena para qualquer reação exagerada que Travis tomava com freqüência.

Voltei minha atenção ao trabalho. Eu era uma conceituada advogada de Nova York que tentava a todo custo vencer um caso dificílimo em que eu tentava absolver um suposto serial killer. A audiência estava marcada para semana que vem e eu ainda não tinha provas suficientes de sua inocência. Passaria o dia pesquisando o histórico daquele sujeito para comprovar aquilo.

Eu estava tão compenetrada com meu trabalho que, quando o meu celular tocou pela segunda vez naquela manhã, eu dei um pulo de susto. O resultado foi uma blusa manchada de café.

-Perfeito. – chiei. Peguei uma toalha de papel descartável e comecei a secar o excesso de café da minha roupa, enquanto procurava o celular. Dessa vez foi muito mais rápido, já que o aparelho se encontrava em cima da mesa da sala, onde eu o deixara pela última vez. Olhei o número no visor. Era meu irmão. – Oi Jasper.

-Olá. Como você está? – ele me cumprimentou do outro lado da linha.

-Hmmm. Bem, na medida do possível. – constatei, ao encarar a mancha de café em minha blusa e depois o notebook cheio de trabalho sem solução. - E você?

-Estou bem, Rose. – ele respondeu, com um pouco de insegurança. – Você está em casa, não?

Era bem aonde eu pensei que ele ia chegar.

-Estou Jasper. Não ouviu o rádio nesta manhã? – eu argumentei. – Não é todo mundo que mora ao lado do escritório como você.

Eu idolatrava meu irmão mais velho desde pequena. Eu via Jasper trabalhando no escritório de advocacia dos meus pais, e resolvi seguir a profissão da família por pura paixão ao que eles faziam. Eu amava meu trabalho e tudo que o envolvia – menos o convívio exagerado com o meu irmão, que se auto-intitulava um tipo de chefe de equipe só por ser o primeiro graduado. Eu devia ter adivinhado que ele ligara para cobrar minha presença.

-Claro que sim, Rosalie, mas quem quer ganhar um salário mais alto tem que trabalhar sem se importar com as circunstâncias. – como eu odiava aquele tom profissional do meu irmão. Ele estava falando exatamente como o meu pai. – Trate de chegar aqui. Eu te dei um caso muito complexo para você apenas deixar de lado um dia inteiro de trabalho.

-Saiba, querido irmão – eu tentei usar o meu melhor lado de advogada sarcástica -, que eu estava trabalhando no exato momento em que me ligou. Qual é Jasper, você sabe que eu sou boa. Eu consigo fazer isso.

-É, eu sei. – eu ouvi uma respiração pesada do outro lado da linha. –Eu estou sendo chato mesmo. Estou parecendo o papai. Me desculpe.

-O que é? Perdeu algum caso, alguém importante da firma mudou-se para outra concorrente... O que foi, Jazz? – tentei adivinhar. Ele respirou fundo do outro lado da linha e sua voz soou embargada quando ele falou novamente.

-Você só pensa nisso, não é mesmo, Rose? – ele implicou. – Trabalho, trabalho e mais trabalho. É só isso que importa pra você?

-Eu achei que você quisesse mais comprometimento da minha parte. – eu respondi, usando o tom de uma criança mimada. – Não sei que bicho te mordeu hoje.

Um silêncio agonizante pairou. Meu irmão nunca foi dos mais falantes mesmo, mas quando ele vinha com esses papos e voz de choro, eu me preocupava que o pior pudesse ter acontecido.

-Jasper, o que está acontecendo com você? – eu perguntei. Queria poder arrancar meu carro da garagem e ir ao seu encontro, mas eu sabia que era impossível. Além do mais, se existisse uma probabilidade de isso poder acontecer, eu já o teria feito há muito tempo.

Não sei quanto tempo se passou, mas sei que, quando meu irmão ameaçou falar alguma coisa, o telefone de casa começou a tocar.

-O telefone está tocando. – eu o avisei. – Não desligue.


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Notas finais do capítulo

e aí, gostaram? pr favor, mandem reviews ;)ah, se alguém se interessar por fics de harry potter, leiam a minha fic When Ur Gone. é sobre a vida dos Weasley depois da morte do Fred. beeeijos, obrigada por lerem. =)