Escolhas escrita por sophiehale


Capítulo 1
1 - Brand new day


Notas iniciais do capítulo

eu espero que vocês gostem da minha nova fic :)
aah, e quero deixar claro que essas músicas foram escolhidas para iniciar cada capítulo por causa da letra, exclusivamente. tem algumas que eu nunca ouvi na vida, haha.
nos vemos lá embaixo!



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Capítulo 1

How many of you people out there

Been hurt in some kind of love affair?

Brand New Day - Sting

A neve emergia de todos os cantos lá fora. Meu carro – assim como todos os outros da maioria da cidade – estava impossibilitado de deixar a garagem. Flocos de neve ainda caíam incessantemente do céu nublado, o que não me deixaria limpar a passagem.

Liguei o rádio para constatar o óbvio.

... Começamos mais um programa da manhã aqui na Nova York Online com um aviso: crianças, não se incomodem em levantar de suas camas. O dia todo será de vocês. As escolas estarão fechadas até a neve cessar. Vamos agora para as notícias...

Ótimo. Eu realmente esperava que meus filhos não tivessem ouvido aquilo. Só me faltava uma manhã inteira de babá. Quer dizer, eu amo meus filhos, me importo com eles e tudo o mais. Mas digamos que eu não sirva para cuidar deles. Eu não sou o exemplo de mãe ideal.

-Mamãe – reconheci a voz de minha caçula. Ella puxava a camiseta que eu estava usando para ganhar a minha atenção. -, você viu a neve lá fora?

-Ah, claro que sim El. – eu bufei e respirei fundo, decidida a não jogar a minha frustração em cima de minha menininha de seis anos. – Onde está o seu irmão?

-Aqui, mãe. – Travis respondeu de má vontade. Com ele meu relacionamento era pior, ele já tinha mais idade quando eu e seu pai nos divorciamos. Ele ainda não superara aquilo – Vai ter aula hoje, não vai?

Sua voz tinha um pouco de esperança. Entre passar um dia com sua mãe e sua irmã ou na escola, a segunda opção parecia o paraíso para ele. Meu filho estava tão frustrado quanto eu quanto àquela história de neve.

-Não, não vai ter aula e eu não posso ir trabalhar também. – eu respondi após alguns instantes. Ella abriu um sorriso com seus inconfundíveis dentes de leite e Travis revirou os olhos.

-Vou jogar vídeo-game. – ele avisou. Eu dei de ombros.

-Vá brincar também, Ella. A mamãe tem muita coisa pra fazer aqui. – o sorriso desapareceu de seus lábios e deu espaço a uma cara carrancuda. – É bem rápido o que eu tenho que fazer. Daqui a pouco eu vou também.

Ella deu um sorriso satisfeito e, correndo, sumiu pelo corredor. É claro que eu não iria brincar com ela coisa nenhuma e não era rápido o que eu tinha que fazer para o meu trabalho. Na verdade, eu tinha que dar um jeito de sair de casa de qualquer forma.

Meu celular começou a tocar. Eu ouvia a música, mas não conseguia distinguir de que lugar vinha.

-Mamãe, seu celular tá tocando. – Ella gritou de seu quarto.

-Atende logo essa droga! – Travis implicou.

-Onde está você, onde está... – eu falava sozinha, correndo em direção ao meu quarto, mas o aparelhinho irritante não estava lá. Corri de volta à cozinha e vasculhei por todos os lados. – Não desliga, não desliga, não... Achei! – berrei, quando o encontrei embaixo da mesinha da sala de estar. – Ai. - Esfreguei a minha cabeça com a mão, após batê-la com força ao levantar-me sem cuidado.

-Alô? – eu ainda estava com a mão em meus cabelos. Minha voz ainda tinha um mistura de dor, por causa da pancada, e alívio, por finalmente estar atendendo o bendito celular.

-Oi Rosalie. – a voz de meu ex-marido cumprimentou do outro lado da linha. Tanto trabalho para atender a chamada e no fim era só aquele traste do Royce. Foi naquele instante que me lembrei que me esquecera de olhar no visor quem era o autor da ligação.

-O que foi? – eu respondi de má vontade.

-Escuta... Ouvi agora mesmo que as crianças não vão ter aula. – ele disse, após uma risadinha infame. – Você está em casa com elas?

-Onde você pensa que eu estaria, Royce? São oito horas da manhã. Nós acabamos de acordar. – eu revirei os olhos. Ele riu mais uma vez.

-Você nunca muda, Lie. – bufei ao ouvir aquele apelido ridículo que ele inventara. – Quero levar o Trav para patinar no gelo comigo.

Bem, até que não foi tão má idéia atender aquele celular no final das contas.

-E você quer deixar a Ella sozinha aqui comigo? Você sabe como as crianças podem ser ciumentas... – argumentei. Já que ele queria levar o filho, teria que levar a menorzinha também. Aí sim, a manhã seria minha. Minha e de meu computador.

-Claro que sim. A Stacy quer passar um tempinho com ela. Parece que abriu um mini-shopping perto do Central Park e ela quer levar a Ella para dar uma olhada. – fiz uma careta. Eu não queria a minha filha com aquela loira turbinada e burra com quem meu ex-marido começara a sair há nem um mês. A típica mulher mais nova. Homens...

-Você sabe muito bem que eu não gosto dessa sua namorada. Ela não é uma boa influência para a minha filha. – eu ecoei meus pensamentos, incapaz de frear-me.

-É sua escolha Rose. O Trav vem comigo. Quer agüentar a pequena El reclamando de não ter sido convidada para o passeio? Você sabe como essa baixinha adora fazer compras.

E como sabia. Ella, assim que saiu das fraldas, era louca para entrar em todos os shoppings que visse pela frente. Acho que eu errei no nome dela... Alice seria uma melhor pedida.

-Hmmm, tudo bem. – ele tinha me convencido assim que disse a palavrinha mágica “reclamar”. Eu não suportava birra de criança. – Que horas você vem pegar os dois?

-Pegar a gente? – a voz de Ella gritou de seu quarto do outro lado do corredor. Deus, aquela menina ouvia bem quando era coisa que interessava. –Travis, a gente vai sair!

-Não diz que é com ela, por favor! – ele não precisava dizer que “ela” se tratava de mim. Bufei e voltei minha concentração para a voz de Royce no celular.

-Você ainda está aí, Lie? – ele chamou a minha atenção. Bufei novamente.

-Já disse milhões de vezes que não quero você me chamando por esse apelido ridículo! Meu Deus. – eu reclamei. –Que hora você vai pegar seus filhos, Royce?

-A gente vai sair com o papai, Trav! – Ella berrou do fundo do corredor com uma voz irritante.

-Cale a boca, El, ou você não vai sair nem do seu quarto! - eu perdi a paciência. – Que horas, Royce?

-Não mande a minha filha calar a boca, Rosalie Hale.

-E você não me diga o que fazer, Royce King. – eu o imitei, rindo em seguida. – Pensa que é um rei mesmo para mandar nos outros desse jeito? Ainda bem que eu não tenho mais esse sobrenome bizarro.

Foi a vez de ele bufar. Um sorriso de satisfação apareceu em meus lábios – eu sabia que ele odiava qualquer insulto ao seu sobrenome.

-Daqui a pouco. Arrume as crianças. – ele finalmente respondeu a minha pergunta, após respirar fundo. – Tchau.

E então ele desligou.

-Ella, Travis, venham aqui! – eu berrei da sala. A minha filha, no mesmo momento que eu chamei por seu nome, entrou no cômodo dando pulinhos. Eu tinha que lembrar que ela tinha que ficar menos tempo com a namorada do meu irmão.

-Pra onde a gente vai, mamãe? – ela perguntou com os olhos brilhando.

-Eu ainda estou esperando o seu irmão... – eu disse. Meu filho estava demorando demais para aparecer, então gritei novamente. – Travis, ou você vem aqui ou vai ficar sem vídeo-game por duas semanas!

E não é que o garoto apareceu sem mais delongas? Revirei os olhos.

-Primeiro, mocinho, eu quero lembrar que o senhor tem que aparecer no instante que eu chamar. Entendeu? Eu não quero saber de pré-adolescente mimado na minha casa!

-Tá bom, mãe. Eu já entendi. – ele replicou de má vontade. – O que é?

-Vocês dois vão sair com o seu pai e com a vaga... Stacy, a Stacy. – eu realmente esperava que eles não tivessem percebido que palavra eu ia dizer em menção à loira aguada. Logicamente eles eram espertos demais para deixar aquilo passar.

-O que é vaga, mamãe? Não é o lugar onde você põe o seu carro no estacionamento? – Ella perguntou. Ela ainda não conhecia certas palavras, felizmente.

-É sim, filha. A mamãe se confundiu. – eu dei um sorriso amarelo. Travis gargalhou, fazendo-me encará-lo com um olhar fuzilante. – Vocês vão para a pista de gelo patinar. Vão se arrumar.

Travis revirou os olhos e voltou ao seu quarto sem dizer nada. Ella deu um sorriso radiante e fez o mesmo, batendo palmas e dando pulinhos em direção ao quarto dela. Eu tinha mesmo que dizer para Jasper não deixá-la muito tempo com Alice.


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Notas finais do capítulo

se alguém quiser a tradução dos trechos das músicas que eu coloco é só pedir.
ah, a rose desse capítulo é uma mãe disfuncional obviamente. eu prometo que melhora depois ;)
se eu merecer reviews, por favor não tenham medo de mostrar a opiniões de vocês. vou ficar muito feliz de saber que estão acompanhando (:
beeijos!