A Little Miracle Or a Big Mistake? escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 5
A profecia




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Depois que eu e os outros estávamos prontos, combinamos de nos encontrar no acampamento pra consultar o Oráculo, ou Rachel, como preferir.

Todos entraram antes de mim na casa grande e cumprimentaram Rachel. Quando ela me avistou, os olhos dela começaram a brilhar com uma intensa luz verde e saiu uma fumaça de dentro da boca dela, formando três pessoas ali. A primeira pessoa era a garotinha do meu sonho, a segunda pessoa era Nico e a terceira pessoa Íris. Não sei se os outros viam as mesmas pessoas.

Primeiro a imagem formada pela fumaça que era idêntica ao Nico, falou os dois primeiros versos da profecia:

“Cinco heróis vencerão ao lado da deusa não consagrada

Aquela que parecia ser a parte difícil será facilmente superada.”

Então Íris despejou outros dois versos:

“Um dos heróis morrerá para todos os outros salvar

E grande será sua recompensa.”

E por fim, a garotinha olhou fundo nos meus olhos com aqueles olhos tristes e finalizou a profecia:

“Quando o medo vencer e você perder a fé

Você vai superar tudo, se confiar nas pessoas que amam você.”

Aquilo não ajudava em nada, sério. Aquilo só tornava tudo pior, tudo mais difícil. As imagens formadas por fumaça se desfizeram e voltaram pra dentro da boca da Rachel, então ela caiu no chão sem forças e depois abriu os olhos como se tivesse acabado de acordar e não se lembrasse de nada que tinha visto em seus sonhos, como sempre acontecia depois que ela terminava de despejar uma profecia.

Na minha primeira missão, eu não tinha visto ela entregar a profecia. Das outras vezes eu até vi, mas isso nunca mexeu tanto comigo. Aquela garotinha, Nico, Íris... Alguém morrer, medo, perder fé, tudo aquilo soava como um tremendo desastre e eu estava começando a realmente ficar com medo. A minha pele estava arrepiada, como se eu pudesse sentir algo muito ruim passando perto de mim.

Todos ficamos em silêncio durante alguns segundos que pareceram horas.

-Não posso obrigá-los a ir a lugar algum. – Eu disse por fim.

-Eu vou com você de qualquer maneira. – Disse Nico. Eu olhei pra ele e o medo se instalou completamente pelo meu corpo. E se... E se ele morresse? Eu preferiria morrer ao vê-lo morrer.

-Eu também vou. – Disse Veronica. A minha melhor amiga? Será que ela morreria? Por minha causa?

-Ruby, eu estou dentro dessa missão e não deixaria vocês na mão por nada. – Disse Matts. Ele era tão corajoso, tão incrível, um amigo fantástico, ele sempre sabia o que dizer, mesmo quando faltavam palavras pros filhos de Atena em momentos tristes, Matts sabia o que dizer pra te fazer sorrir.

Eu não sei se conseguiria ver toda a alegria de Matts simplesmente se esvair em uma luta até ele morrer.

-Eu nem preciso dizer nada, Ruby. Eu sou seu irmão, eu vou te proteger e não me importo de morrer tentando. – Eu não podia deixar o maior herói de todos, o que salvou o Olimpo, morrer assim. Clara estava emburrada do lado do Nico, de braços cruzados, ela olhou pra mim.

-Eu odeio os deuses, Ruby. Com todas as minhas forças. Eles me tiraram tudo. – Então eu ouvi um raio fazer um belo estrondo lá fora. –Mas Lady Ruby, você é uma exceção. Com você, eu vou até o fim. - Eu assenti.

Clara realmente não podia morrer. Mas olhando pra todos naquela sala, eu vi que ninguém merecia morrer, mas não se pode manipular as profecias. Os deuses já tentaram. Eu sabia que nenhum dos meus amigos me deixaria.

Então fomos todos pra fora da casa grande, eu olhei pro Sr.D. que estava na varanda, meus olhos deviam estar marejados. O Sr.D. me deu um olhar entediado, mas disse pra mim mentalmente: “Não chore, demonstrar fraqueza não ajuda.” Eu assenti devagar com a cabeça e fechei meus olhos, espantando as lágrimas pra fora e enxugando meu rosto.

Nos últimos anos, eu conversei muito com Dionísio, apesar das ameaças que ele me fazia às vezes, ele viu que eu realmente queria aprender com ele. Eu aprendi muito mesmo. Ele era forte, não era só um bêbado. Todos o subestimavam às vezes.

Nós andamos e eu falei pro Matts e pra Veronica irem se despedir dos irmãos e irmãs e de quem mais quisessem. Nico disse que não tinha ninguém pra se despedir no acampamento e Clara disse o mesmo. Percy disse que se Annabeth e Grover não estavam lá, ele não tinha ninguém pra se despedir também. Annabeth estava viajando com a família mortal e Grover estava por aí, falando com espíritos da natureza e tentando salvar o mundo, levando um pouco mais de natureza a todos os lugares que ele visitava.

As minhas irmãs de Íris, nenhuma delas estava no acampamento agora, então apesar de eu ter muitos amigos em outros chalés, não tinha ninguém em especial que eu pudesse me despedir.

Quando Matts e Veronica acabaram de se despedir de todos, nós saímos do acampamento e estava nevando lá fora, eu senti um floco de neve cair na ponta do meu nariz. Eu amava a neve, era uma das coisas mais bonitas do mundo. Dizem que nunca é frio quando está nevando, que o frio vem depois, com o vento e tudo mais. Mesmo que ficasse muito mais frio depois que parava de nevar, eu ainda sentia muito frio quando estava nevando.

Quando outro pequeno floco de neve caiu no meu nariz, eu pude jurar que vi uma garota de uns 16 anos cruzando o céu, ela tinha cabelos ruivos, talvez até mais vermelhos que os cabelos da Lana, se é que isso era possível. O cabelo dela voava livre e liso, o cabelo caía até a metade de suas costas, aproximadamente. Ela era muito branca, quase como uma albina, e suas vestes eram da cor da neve. Ela usava um vestido e nem ao menos parecia sentir frio. Ela olhou pra mim com curiosos olhos verdes claros, quase cor de mel, que eram muito vívidos. Ela sorriu pra mim, tudo isso aconteceu em uma fração de segundos, acho que ninguém nem ao menos a viu, então ela desapareceu. Uma voz feminina falou na minha mente.

Abra a mão, tenho um presente.

Eu abri a minha mão e um floco de neve caiu bem na palma da minha mão esquerda. Aquele floco tinha uma forma tão perfeita, como naqueles filmes natalinos, era inacreditável. O floco de neve não queimou a minha pele e nem se derreteu.

E a propósito, sou Melissa, deusa do frio e da neve. Soube muitas coisas ao seu respeito... Você tem minha benção agora, o frio não será problema. Boa sorte com a sua missão, irmã.

Obrigada e... Irmã? – Então eu ouvi uma leve risadinha ecoando na minha mente.

Eu também sou filha de Poseidon. Agora tenho que continuar com o meu trabalho... Realmente te desejo sorte nessa missão.

Obrigada.

Então a voz na minha mente se calou. Todos andavam na minha frente e eu estava andando e olhando pra neve. Percebi que eu não sentia mais frio, que a minha pele estava aquecida de alguma maneira. Olhei pro floco de neve que ainda estava na palma da minha mão, ele estava brilhando e então eu meio que me assustei e tentei chacoalhar a mão pra ele cair. Ele estava preso como uma tatuagem na minha pele, mas não estava me machucando ou queimando. Então eu sorri e me abaixei, peguei um punhado de neve e deixei cair devagar por entre os meus dedos.

Realmente, o frio não seria mais problema por um tempo.


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