A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 54
God, I Swear, I Tried.


Notas iniciais do capítulo

Tradução do capítulo: Deus, eu juro, eu tentei.
Não demorei a postar! *Coro de aleluia ao fundo*
tudo bem, só um pouco
ENFIM, EU QUERO REVIEWS!!



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- Como você some desse jeito por dias e não me avisa que está bem? Eu nem me importaria se você passasse alguns dias aqui, mas pelo menos me desse um telefonema! – Ela disse. – Eu te criei para isso? Para você sumir no mundo e quando eu te encontro, você está no maior clima com uma menina que eu nem conheço direito? – Ela disse. – Sem desqualificar você, Selena, mas isso é jeito de tratar a sua mãe?

- Desculpa. – Falei. – É que...

- Tudo bem. – Ela disse, me cortando. – Essa eu deixo passar, mas... O aviso está dado! Da próxima eu... Eu sei lá, te deixo trancado no quarto por um mês, entendeu, moço? – Minha mãe completou. Eu dei um riso pequeno, e assenti.

- Mãe... – Falei, sentado no banco de trás do carro dela. Ela estava no carona e Scooter dirigia. Estávamos indo para o aeroporto. Por causa do susto que eu dera nela, ela me arrastou de volta para Atlanta. – Eu juro que... Foram só beijos, ok?

- Sei. – Ela disse. – Sério, eu sei mesmo. Entendo. Sei que você está passando por várias coisas na sua vida, coisas confusas, e... O amor é uma delas, mas, filho, pelo amor de Deus...

- Não á fornicação. – Eu disse. – Essa palavra é engraçada. É tipo flatulência.

Ela me fitou com um olhar sério.

- Isso não é brincadeira, Justin. – Ela disse. – Você sabe que é errado.

- Sei. – Falei. – É obra da caaaarne. – Imitei voz de fantasma, arrastada e... Fantasmagórica.

- Justin, não brinque com isso. Se você gosta da Selena, ótimo, mas não faça nada de errado. – Minha mãe me cortou.

- Sim. – Disse. – Eu gosto da Selena. – Sorri.

- Mais uma, Sr. Garanhão? – Scooter ironizou. Bufei.

- Cale a boca. – Murmurei.

- Olhe como fala, Justin. – Minha mãe disse, num tom reprovador. Bufei novamente, e me deitei no banco. O tempo passou, e, em algumas horas, eu, Scooter e minha mãe estávamos em Atlanta. Não bastou ela me tirar da garota que eu estava gostando, ela me arrastou para um hospital. Depois de notar os hematomas e ferimentos que eu tinha, ela me fez cuspir a verdade que eu havia sido espancado e roubado por uns homens, e ela quis que eu fosse tratado. Então, eu passei em casa, troquei de roupa, e então em pouco tempo eu estava no consultório da Dra. Barbie. Lembram dela?

Enfim. Eu estava sentado na maca do consultório dela, sem camisa, e dra. Barbie estava examinando meu rosto.

- Menino, o que você fez? – Ela me perguntou. – Foi atropelado por uma manada de elefantes?

- Quase. – Falei. Vi minha mãe fazer uma expressão de O quê?, e me calei. Dra. Barbie encostou uma gaze em meu rosto, em um dos ferimentos, para fazer um curativo, e aquilo doeu pacas. – Ai, ai, isso dói! Aaah!

Aquilo ardia tanto quanto... Sei lá, ardia pra caramba.

- Calma, Justin, deixa eu só... – Ela começou, mas eu não sosseguei. – Justin, quieto, por favor, e isso logo termina!

Calei minha matraca, ainda sentindo dor e contendo os gritos, e ela conseguiu terminar tudo antes que desse dez horas da noite. Nada grave, ferimentos superficiais, e... Bem, eu cheguei em casa ás onze da noite, e foi pra me jogar na cama e dormir feito pedra. Eu nem lembrava que dia da semana era. No dia seguinte descobri que era segunda feira. Escola. Com a quantidade de curativos em meu rosto, perceberam que o meu desaparecimento havia sido por causa de valentões, ou algo do tipo, e me deixaram longe de perguntas. A aula foi chata. Um sermão interminável em Francês sobre a cultura da França, a história da França, o jeito certo de fazer biquinho (sem brincadeira, a professora, Sra. Madelinne, falou sobre isso mesmo), um teste de inglês dado pelo Sr. Boring (sim, chato em inglês, e esse é o nome dele, o que demonstra exatamente o que ele é), fórmulas e cálculos em Álgebra, pizza no almoço, um discurso (outro) sobre a hipocrisia do capitalismo em Geografia, e sobre as 13 Colônias da América em História. Eu falei com Ryan. Não ia mais guardar rancor dele. Eu não queria mais isso. Depois do fim da aula, eu o parei na frente de seu armário. Os corredores estavam vazios, só estavam eu, ele e os faxineiros. Ninguém mais.

- Hey, Bieber, o que foi? – Ele me perguntou. – Quer brigar de novo?

- Não, já tenho cicatrizes demais, se você não percebeu meu rosto. – Falei. – Eu só queria...

- O que? Acho que já temos tudo resolvido. – Ele disse.

- Não, cara, não temos. – Falei. – Você foi meu melhor amigo durante muito tempo, e agora você nem olha mais pra mim!

Ryan ficou calado.

- Olha, eu quero ser seu amigo. – Falei. – É... Eu sei que tenho meus problemas, sei que algumas coisas sobre mim pra você, pra todo mundo, são ruins, e... Eu já perdi muita gente. Chris, Chaz, meu tio, meu avô, a presença do meu pai na minha vida. – Nisso eu não consegui me conter e uma lágrima desceu meu rosto. – Até a garota que eu amo está longe de mim... Eu não quero perder mais uma pessoa importante na minha vida.

Estendi minha mão, como se esperasse um cumprimento dele.

- Por favor. – Pedi. – Amigos? Sem preconceitos?

Ele não demonstrou resposta. Ao perceber que eu não iria ter meu melhor amigo de volta, eu recolhi a mão.

- Eu tentei. – Falei, antes de me virar e ir caminhando pra longe dali. Deus, eu juro que eu tentei pedir perdão... Murmurei para mim mesmo. Eu não queria chorar, eu realmente iria parecer afeminado, e não queria isso. Já bastava simplesmente ser chamado de gay na escola e Justin Biba nos países de língua espanhola e portuguesa, eu não iria chorar pelo meu melhor amigo por que ele não queria voltar a falar comigo por causa da doença que eu tinha.

Mas, droga, por que nenhuma célula do meu corpo me obedece? Em alguns minutos, no meu carro, já, eu soluçava ligeiramente alto, e limpava as lágrimas que embaçavam minha visão. Não era justo. Ou eu era realmente afeminado (o que não era verdade, já que não fazia nem 24h que eu estava praticamente chegando aos finalmentes com Selena Gomez, e estava amando aquilo), ou Ryan era realmente importante na minha vida como amigo e ver que ele não queria mais olhar na minha cara por causa da minha Aids me feria como facas em minha pele.

Opção 2, por favor.


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Notas finais do capítulo

Apareçam, leitoras fantasmas!



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