Past And Future escrita por Tsuki Lieurance Eriun


Capítulo 15
XV - Hikari


Notas iniciais do capítulo

Bem, e aqui estamos. Capítulo XV, último de Past and Future. Sim, estou triste. Sim, parece que estão tirando um pedaço da minha alma. Sim, parece que minha vida perdeu metade do sentido agora. Sim, estou ouvindo uma música triste pra piorar tudo

Mas enfim, vamos falar de coisas boas ^^

Primeiro, tenho que dizer que é uma data especial. O que foi, acharam que eu postaria em um dia aleatório? Claro que não, hoje foi o dia que foi liberado o passado do Lass em Grand Chase, é uma data pra se lembrar *u*

Para acompanhar esse cap *muito, muito* dramático(fim de história é sempre assim -q), recomendo duas músicas. Lullaby For You -jogadores de TWEWY tendo dejà vú agora xDD-, de JYONGRI (http://www.youtube.com/watch?v=hepaz89slgU); e Hikari, de Utada Hikaru -nostalgia me invadindo ç.ç- (http://www.youtube.com/watch?v=zwxzlfXx7E8&feature=related)

Aproveitem a leitura ^^



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Abriu os olhos vagarosamente. Sua consciência ainda vagava um pouco enquanto se colocava sentada. Não demorou muito para identificar onde estava. Era seu quarto em Disney Castle. Quando percebeu isso, as lembranças da luta que há pouco estivera voltaram, assim como a sensação das kunais perfurando seu corpo. Em um gesto automático, levou as mãos até o local do ferimento, assim como o olhar. Sabia que, se ainda estava viva, era porque tinha sido curada, mas não pode evitar a surpresa. Os buracos na roupa, assim como as manchas de sangue, lhe diziam que aquilo tudo realmente acontecera. Então, como acabara ali, naquele mundo? Decidiu sair do quarto para descobrir isso, mas não antes de trocar de roupa. Como pensara, suas antigas roupas ainda estavam lá, e ela poderia dizer que estava feliz em tirar aquele sobretudo negro. Era bom voltar a ser a Brendah de antes.


Assim que saiu do quarto, viu alguém apoiado na parede dele, esperando ela sair. Paralisou quando seus olhares se cruzaram, e ela se encontrou com olhos do mesmo tom de verde que os seus.

Axel abriu um extenso sorriso. Não conseguiria evitar essa reação. Estava finalmente diante de sua filha. A garota parecia perdida, sem saber o que fazer, mas ele não ligava. Só por estar perto dela valia. Passaram-se alguns segundos até Brendah se jogar nele, o abraçando fortemente. Depois de exclamar a palavra pai, há tanto tempo querendo ser falada, sentiu suas lágrimas começando a escorrer livremente por seu rosto, enquanto seu corpo era sacudido pelos soluços. Ela ficara por tanto tempo prendendo e escondendo suas emoções que agora elas fluíam de maneira mais intensa do que antes. Mas não se importava com isso. A única coisa que importava é que estava de volta, e sentindo o abraço do pai.

Longos minutos se passaram até as lágrimas e os soluços diminuírem em um choro contido. Quando isso aconteceu, Brendah ergueu o rosto, encarando aquele que sentira falta praticamente sua vida toda.

–Você está emocionada demais para alguém dita sem coração. – brincou ele

–Eu não acredito mais nisso. – desmentiu a ruiva

–Melhor assim – concluiu o primeiro – Agora venha. Seus amigos vão enlouquecer se você demorar mais para aparecer.

Ela prontamente assentiu, soltando-se enfim do pai. Porém, conforme caminhava, a questão que sua mãe apontara voltou a perturbar sua mente. Eles realmente estariam tão preocupados assim? E, o mais importante, a aceitariam de volta? Por um momento, desejou muito que estivesse com Lukas ao seu lado, segurando sua mão.

Não demoraram muito a parar. Axel ficou ao lado da porta que tinham parado em frente, sinalizando que deveria abrir. Brendah chegou a encostar na maçaneta, mas hesitou.

–E se eles não me aceitarem de volta, pai? - externou sua dúvida

–Se você tivesse visto a expressão preocupada dos que estavam aqui quando cheguei aqui com você pingando sangue, não perguntava isso - rebateu ele - Vá em frente. Seus amigos nunca deixaram de serem seus amigos.

Com a esperança renovada, ao menos um pouco, a garota deu um fraco sorriso e abriu a porta. Não teve muito tempo para observar quem estava lá, pois, tão logo pisou na sala, sentiu alguém a abraçando de maneira forte e desesperada. Nem precisaria olhar para descobrir quem era. Reconhecia o abraço que tantas vezes a acolheu. Então simplesmente abraçou Lukas de volta, sentindo o coração dele batendo acelerado contra seu peito.

–Nunca mais me dê um susto desses. - o loiro murmurou ao fim de alguns segundos

–Fique tranquilo. Não vou. - prometeu a garota

Ele ainda apertou-a mais antes de soltá-la. Foi quando ela pode mover o olhar para os demais que se encontravam no cômodo. O rei e a rainha estavam ali, além de Juno e Nick. Brendah se aproximou dos quatro, com o olhar baixo e com uma leve culpa.

–Eu... - começou, sem jeito - Devo desculpas, a todos vocês. Eu nunca deveria ter deixado Larxene me iludir tanto...

–Tudo bem, Brendah. - interrompeu o rei - Todos nós fazemos escolhas erradas. E, talvez, a sua só tenha sido mal-orientada.

–Além do mais, você é nossa amiga. - Juno aproximou-se da ruiva - Nós sempre aceitaríamos você de volta.

Quando ela acabou de falar, Brendah abraçou-a, sorrindo extensamente. Era uma felicidade estar de volta, mas esta se tornava ainda mais intensa sabendo que seria aceita novamente. Depois que soltou-a, Lukas colocou-se ao seu lado e segurou sua mão.

–Agora sim podemos realmente voltar para casa - sorriu o loiro, olhando para sua namorada


Todos ainda continuavam na sala do computador, sem energia ou vontade para saírem do lugar. A tensão era quase palpável de tão forte sua presença. Sora estava quase enlouquecendo por saber que sua filha estava em perigo iminente com tão pouco tempo que a encontrou. Por sua vez, Riku e Olette preocupavam-se pelo fato de temerem que o filho se deixasse levar pela escuridão; já Roxas e Naminé estavam temerosos por saberem que o filho não mediria esforços, tampouco consequências, para trazer Brendah de volta.


Quebrando o silêncio nervoso que estava instalado, o barulho de passos pode ser ouvido. Logo os causadores de toda essa apreensão chegaram, cada um rapidamente seguiu na direção de sua própria família. Brendah pretendia acompanhar Lukas, porém se refreou ao perceber que seu pai continuava parado no mesmo lugar.

–Por que ainda está ai parado? - perguntou, sua habitual personalidade energética estava voltando

–Aqui não é meu lugar, Brendah. - ele respondeu, não sem certa tristeza

–Claro que é. - a primeira rebateu - Seu lugar é ao meu lado. E nem pensar que, depois de todos esses anos te esperando, eu vou deixar você sumir de novo.

Axel esboçou um sorriso. Era muito bom ver que era tão importante para a filha. Então, sabendo que mesmo se não quisesse ficar, Brendah iria atrás dele, assentiu, seguindo a filha para dentro da sala do computador.

Roxas não pode evitar a surpresa ao ver o amigo. Já fazia anos que ele tinha desaparecido, chegara a pensar que estava morto. Nunca ficara tão feliz de estar errado.

–Acho que você está me devendo uma. - comentou o loiro depois de cumprimentá-lo - Afinal eu praticamente criei sua filha.

–Mas cometeu o erro de deixar os dois próximos demais. - rebateu Axel

Ao que o loiro lhe mirou com um olhar confuso, ele moveu a cabeça apontando para os dois. Foi quando Roxas percebeu. O filho estava com o braço em volta da cintura de Brendah, enquanto ela estava com a cabeça recostada no ombro dele. E não era só o jeito que eles estavam juntos um do outro, mas também a maneira que se olhavam. Havia um brilho diferente daquele habitual de amizade.

–Finalmente! - Naminé exclamou - Vocês tiveram de se separar para poderem perceber?

O casal se entreolhou e o garoto assentiu, não sem estar levemente corado. A garota riu com essa reação, fazendo-o sorrir.

Nick observava de longe os dois. Era bom ver que ele tinham se acertado, principalmente sabendo o quanto Lukas tinha ficado sofrendo longe dela e não duvidava que Brendah tivesse sentido a mesma coisa. Sem que comandasse conscientemente, seu olhar se moveu para Juno. Coincidentemente, a garota fez a mesma coisa, no mesmo momento. Rapidamente desviou o olhar, sentindo seu rosto esquentar, e rezando para que ninguém notasse. Juno estava na mesma situação, sem nenhuma coragem de olhar em outra direção que não a do chão. Percebeu que, felizmente seu pai não tinha notado quando ele falou.

–Agora que tudo está bem, acho que podemos ir. - ele fez uma breve pausa para olhar para a filha - Certo, Juno?

A garota assentiu alegre. Estava ansiosa para voltar para Destiny Islands, para sua mãe, para sua casa. Mas, então, enquanto se despedia dos demais, percebeu que havia algo triste nas despedidas. Quando chegou em Nick, abraçou-o, sentindo aquele abraço que tanto a confortava e lhe dava forças. Ela demoraria muito para senti-lo novamente, e isso a deixou mal. Principalmente pelo fato de que não conseguira dizer para ele o que verdadeiramente sentia. Queria falar, mas não tinha coragem, ainda mais com tanta gente por perto. Então, limitou-se a sentir seu coração acelerando enquanto saia da sala.

O garoto acompanhou-a com o olhar, não podendo evitar ficar triste. Seu coração parecia ter perdido um pedaço e justamente a parte que fazia querer continuar batendo. Olette, olhando para o filho, pode perceber o quão abatido ele tinha ficado. Em seguida, moveu o olhar para Riku. Ele podia não demonstrar, mas ela sabia que ele sentia muita falta de Destiny Islands. Depois de um breve suspiro, indagou

–Vocês também querem ir, não querem?

Ambos voltaram seu olhar para ela. Só pela maneira como os olhos de Nick brilharam, o garoto nem precisaria responder.

–Tudo bem pra você se mudar para Destiny islands? - questionou Riku

–E por que não estaria? - replicou ela, sorrindo

Ao que ela disse isso, o rapaz de cabelos prateados rapidamente seguiu por onde o amigo tinha saído, alcançando-o na escada.

–Parece que vocês terão companhia na viagem. - informou ele.

Em um gesto automático, Juno abriu um extenso sorriso e olhou na direção de Nick que vinha logo atrás. Vendo ele sorrir também, seu coração pulou, mais alegre impossível.


Enquanto saiam da mansão, a garota parou de caminhar. Quando percebeu isso, Sora também parou, estranhando a ação dela.


–Algum problema, Juno? - perguntou.

–Eu... tenho algo pra fazer ainda. - respondeu, logo após correndo

Sora ainda pensou em perguntá-la onde estava indo, mas então percebeu. Havia mais uma pessoa a quem ela devia se despedir.


Demorou alguns minutos até chegar a sua casa. Não sabia de onde tirou coragem para bater na porta, mas fez. Poucos segundos se passaram antes que sua mãe aparecesse. Roxane mal olhou para ela antes de começar a falar, em tom irritado e bem preocupado. Juno demorou longos minutos para convencê-la de que estava bem. Quando finalmente fez isso, sua mãe deixou escapar um suspiro cansado. Ela se sentou no sofá, e a garota se aproximou. Então começou a contar, de modo resumido, suas aventuras nesse tempo que ficara fora. Foi divertido recapitular o que tinha vivido, principalmente agora que tudo tinha acabado. Não saberia dizer quanto tempo ficou falando, e rindo às vezes, mas parou quando ouviu alguém batendo na porta. Sabia quem era antes mesmo de sua mãe se levantar e abri-la.


–Sora. - Roxane cumprimentou-o, com um olhar levemente repreensivo - Acho que você omitiu alguns planos quando levou Juno daqui.

–Eu não me deixaria levá-la se soubesse de tudo. - brincou ele, fazendo ambas rirem.

–Fique tranquila, mãe. - disse Juno, indo onde eles estavam - Agora não haverá mais perigo.

Houve uma breve pausa antes que a mulher completasse.

–E agora você vai mesmo.

Juno assentiu, não sem certa tristeza. Abraçou-a, de uma maneira bem apertada, já sentindo falta dela. Ficaram um bom tempo assim, aproveitando a presença uma da outra. Surpreendentemente, Roxane foi a primeira a soltar.

–Acho bom você ir antes que eu não consiga mais te soltar. - embora ela estivesse sorrindo, Juno conseguia ver que seus olhos estavam marejados.

A garota assentiu novamente, despedindo-se então. Estranhamente, dessa vez doeu mais do que a primeira despedida. Talvez por saber que agora era uma separação definitiva.


–Já faz tempo desde a última vez que tomamos Sea Salt Ice Cream juntos, certo?


Depois da constatação de Roxas, Axel se limitou a assentir. Estavam na torre do relógio, junto de Naminé, Lukas e Brendah.

–Aqueles dois ali ainda nem existiam. - completou Naminé, olhando para o casal

–Não que faça diferença eles estarem aqui ou não. - comentou Axel - Eles nem sequer estão prestando atenção.

Os outros dois riram, ao que Lukas e Brendah nem ouviram. De fato, eles estavam perdidos em seus próprios pensamentos, e também na ótima sensação de terem um ao outro novamente. Olhando para o crepúsculo, desejaram que sensações tão boas quanto essa fossem eternas como aquele céu alaranjado.


O céu estava claro naquela tarde em Destiny Islands. Poucas nuvens bloqueavam o azul tão típico do arquipélago. Kairi sacudiu de leve a cabeça, pois sua mente novamente tinha lhe trazido a memória se Sora e Juno, cujos olhos tinham tons bem parecidos com aquele céu.


De repente, pode ver um ponto distante do céu. Não demorou muito para que percebesse se tratar de uma nave. Seu coração quase parou com a emoção que a invadiu. Correu para bem perto de onde ela pousou. Juno foi a primeira a sair, indo em sua direção. As duas se abraçaram apertadamente, a mais velha chegando a estar chorando.

–Por que está chorando, mãe? - Juno perguntou alguns instantes após - Eu não te prometi que voltaria?

–Desculpe se às vezes não acreditei em você - respondeu Kairi.

Dito isso, se soltaram. Kairi ainda chegou a abrir a boca para falar mais alguma coisa, porém foi refreada por uma voz bem familiar.

–Eu disse que ela não iria prestar atenção em nós se visse a filha.

Foi quando ela desviou o olhar de Juno. Sem que soubesse como, seu sorriso estendeu-se ao ver seu amigo de infância e sua parceira. Ela correu até eles, abraçando ambos.

–Riku, Olette! - exclamou antes de soltar-se - Cansaram-se de ficar longe do mar?

–A terra natal sempre chama de volta. - suspirou o rapaz de olhos prateados.

–Quem diria que um dia ouviria isso de você. - riu a primeira, em seguida movendo o olhar para o filho deles - Olá, Nick. É bom ver você de novo.

O garoto deu um sorriso de canto, assentindo, e foi para o lado de Juno, que admirava o horizonte. Olette, vendo a cena, sussurrou para Kairi.

–Além do mais seria um pecado separar aqueles dois. - dito isso, ambas riram

Os dois sobre quem falavam nem ouviram, ambos distraídos com a visão de um mar sem fim.

–Finalmente uma parada definitiva. - comentou Nick.

Juno suspirou fundo antes de corrigir.

–Finalmente um lar.



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Notas finais do capítulo

Frases finais sempre têm de ser fodas 8DD /apanha

Enfim

Well, finished. Mas, please, ainda não me abandonem. Temos o posfácio e o epílogo pela frente, este último sendo o gancho para as continuações (sim, é no plural, vocês não se livraram dessa série tão cedo /MWAHAHA)

Bjss e até o//