Dois Mundos, Duas Sacadas. escrita por larrycavalcante


Capítulo 7
Capítulo 7 - Vamos jogar o seu jogo então.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como estão?
Desculpem o atraso, me enrolei para corrigir o capítulo OSIAOSIA
Não vou falar muito, só vim agradecer os comentários mesmo, obrigada pra quem tá chegando, pra quem tá desde o primeiro post, pra quem é anônimo e tal hehe qq :D

Enfim!
Cap.7 ~ 1ª pessoa, Ichigo.



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Eu até tentei dormir esta noite, mas cada tentativa era inútil.
A cena que aconteceu mais cedo não saia da minha mente, aquela anã irritante... tão perto de mim. Eu quase fiz uma besteira, se não fosse meu pai, eu a teria beijado! Até agradeço o velho por isso.  Não sei realmente o que deu em mim, talvez fosse a aproximação, o perfume doce que ela tinha, os olhos azuis que me faziam sair de mim... ou todos essas opções juntas e mais um pouco.

“PERA AI O QUE EU ESTOU PENSANDO?”  Briguei comigo mesmo.

Eu não podia, não apenas por ter simpatizado com ela mesmo tal sendo meio estúpida e teimosa, nós éramos vizinhos.

– É só pedir desculpas...é só pedir desculpas. – Repeti milhares de vezes mentalmente. Mas e o orgulho? E se simplesmente não conseguisse pedir desculpa por um pseudo-quase-beijo? Boa pergunta.  Eu sei que tenho cara de mal encarado e tenho um mau-humor visível. Mas eu sou tímido, e não podemos esquecer o orgulho, claro.

E o maldito coelho da baixinha ainda tinha ficado aqui, eu ia devolvê-lo , talvez depois que eu pedisse desculpas. Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos que ainda rodavam a minha cabeça. Maldição, eu realmente era um retardado.

Sentei-me na cama, passei a mão no cabelo, sem paciência nenhuma. Olhei para o relógio da parede ainda era 4 da manhã. Resmungei algo que eu mesmo não entendi e voltei a deitar. Dessa vez eu não tinha nada na mente, minha cabeça estava pesada, depois meus olhos se fecharam e me perdi nos meus sonhos.

– ICHIGOOOOO! GOOOOD MOOOORNING! – Senti o pé do meu pai atingir o meu estômago com força. Levantei em um salto, o sangue já havia me subido a cabeça.

– Seu velho maldito! PRECISA ME ACORDAR ASSIM?! – Tentei dar um soco na cara dele mas ele desviou tão rápido, que em seguida deu para me dar uma rasteira. Fiquei sentado no chão, minha sacada estava aberta, olhei para a única vista que eu tinha: o quarto da Rukia. Aliás a dona do quarto estava olhando para a minha cara, assustada. Deduzi que tinha visto o jeito super carinhoso que meu pai me acordava.

Me levantei devagar e fiquei ainda dentro do quarto e acenei para ela dali mesmo. Se antes o rosto dela estava assustado, agora estava mais e ainda corado. Vi ela abrir a boca para falar algo, mas não escutei.

– Como? – Perguntei estranhando tudo aquilo.

– Você. – Ela hesitou, e virou o rosto para a direita. – Cueca.

A minha ficha demorou para cair, olhei para baixo e fiquei com ódio de mim mesmo. Eu estava usando minha cueca Box preta, esqueci completamente que quando eu acordava tinha uma platéia. Fui até a cama e puxei o lençol, e o enrolei na minha cintura.

– Desculpa, eu esqueço que agora tenho vizinhos. – Falei um pouco envergonhado, ninguém era obrigado a me ver naquele estado.

– Tudo bem. – Ela ainda estava corada mas respondeu me fitando.  – O seu pai te acorda assim? Aos chutes?

– Sim, mas eu prefiro isso do que ele me pegar no colo e ainda me jogar no chão...dói menos.

– Ah, dói menos...claro. – Ela ainda estava com uma expressão assustada. Ai se ela soubesse do que meu pai era capaz de fazer...me acordar aos chutes era pouco. – E o que você está fazendo assim, morango? Você está atrasado...são 15 para as 7, nosso sinal toca as 7. Então...

– DROGA! Tchau Rukia! – Corri para o banheiro, tomei um banho rápido, me troquei no banheiro mesmo, e desci as escadas correndo. Passei reto pela cozinha, meu pai gritou algo para mim, mas eu nem prestei atenção.

A baixinha me esperava em frente ao meu portão, de frente para a rua e os braços cruzados. Isso era um bom sinal, então ela estava fingindo que nada aconteceu. Eu também jogaria o jogo dela então.

Vamos Logo! – Falei já caminhando.

Ficamos alguns minutos sem falar uma palavra, aquele silêncio não me incomodaria com outra pessoa incomodaria, mas com ela era quase sufocante. Mas como eu estava prevendo, além do meu orgulho, eu tinha perdido a voz.

– Vou te dar um despertador de presente. – Ela disse olhando para frente.

– E você acha que eu já não tentei? – Olhei para ela, sem sorrir. – Não adianta, eu sempre quebro eles, ou simplesmente não escuto.

– Por isso seu pai te acorda daquele jeito...entendo. – Ela me respondeu com um sorriso tenso. Continuávamos a conversar, mas o clima ainda estava pesado.

Ficamos em silêncio novamente. Nos dois já podíamos ver a escola de longe. Decidi deixar meu orgulho de lado e pedir desculpas.

Olha, desculpa por ontem...e por hoje também... – Tentei me desculpar, não foi tão ruim assim, mas ela me cortou antes mesmo de eu ter terminado.

É só esquecer, vamos fingir que nada aconteceu, e continuar com a nossa amizade “não saudável” tranquilamente. – Minha vizinha falou aquilo e eu só consegui rir. Ela ficou sem graça, queria ter falado uma coisa mais construtiva, mas só consegui dizer: “Tudo bem, então. Vamos esquecer.”

Chegamos no colégio, os olhares não estavam acostumados ainda com a nova estudante da escola. Normal, esse povo não vê uma cara nova na cidade à anos. Nós conversávamos fingindo não ver as pessoas cochicharem depois que passávamos por elas.

Odeio isso. - Ela me disse sem me fitar, quase em um sussurro.

– O quê?

– Essa atenção toda. Eu só sou mais uma no colégio...

– Vírgula, você é a estudante que veio de Tóquio. É algo diferente para as pessoas daqui.

– Você está entre essas “pessoas”?

– Não. – Eu dei um sorriso de canto e a olhei, ela me fitava com uma das sobrancelhas erguidas. – Eu não sou daqui de Karakura, eu morava em Yokohama.

– Você não me disse isso! – Ela me deu um soco leve no braço – Mas por que você teve de vir para cá?

– Depois que minha mãe... – Fui interrompido por uma voz que não reconheci atrás de nós.

– Estou atrapalhando a conversa? – Eu e Rukia nos viramos quase ao mesmo tempo, só que tinha uma diferença...os olhos dela brilharam ao ver o aluno do 3º ano, Shiba Kaien.

Eu nunca havia falado com ele, nem o olhado na cara direito. Eu só sabia seu nome por causa de Matsumoto que não sabia falar de outra coisa desde o começo do ano. Mas uma coisa me deixou intrigado, Rukia tinha o mesmo brilho nos olhos que Matsumoto tinha quando falava dele. Shiba Kaien tinha mais uma fã, nem era de se surpreender.

  “Claro que está atrapalhando!” Não. – Ele só me olhou um segundo, depois sua atenção foi direto para a baixinha que ainda estava ao meu lado.

– Bom dia, pequena. Como está? – Ele perguntou. Tinha um sorriso simpático -entenda como interesseiro- e as mãos no bolso. Rukia estava corada, ela se entregava tão fácil.

– Bom dia. Eu estou bem...e você, Kaien? – Ela ainda estava fortemente corada. Percebi que em poucos segundos eu já estaria totalmente excluído da conversa e os dois esqueceriam que existia um Ichigo entre eles.

– Melhor agora, claro. – Que cantada foi essa? Eu me segurei para não bufar.  – Então, vai passar o intervalo com alguém? – Não seria mais fácil perguntar: “Então, eu quero te pegar, e ai rola sentimento?”

A minha vizinha/amiga olhou para mim -lê-se: lembrou que eu existia- , parece que percebeu que meu humor não estava dos melhores. Ela logo voltou a olhar para o projeto de galã de novela das oito e respondeu:

Er...eu prometi que ia comer com as meninas hoje. Desculpa... – O tal Kaien sorriu para ela, eu gostaria de conseguir ler a mente das pessoas essas horas.

E amanhã? Tem um espaço para mim na sua agenda?

Rukia ia responder algo para ele, mas interrompi no mesmo instante. Afinal por que eu estava fazendo aquilo? Se ela queria ter uma vida feliz e saudável com o [i]projeto de galã[/i] era problema dela.

– Eu vou indo para a classe, Rukia. Tenha um bom dia...er... – Fingi não saber o nome dele, foi engraçado vê-lo olhando para mim com uma cara do tipo: “Como você não sabe meu nome? Eu sou o mais pop de Karakura! E você não sabe meu nome?”

– Shiba Kaien.

– Ah, certo. Até Kian! – Dei as costas e sai andando segurando o riso, aquele cara podia não valer nada, mas a cara que ele tinha feito me fez ganhar o dia.

Nem prestei atenção em Rukia, na verdade como eu tinha dito, pouco me interessava o que ela faria na vida dela, e com o Kaien.

– Existe uma palavra chamada, esperar, Kurosaki Ichigo! – Quando eu percebi ela estava do lado, com a respiração ofegante por ter corrido.

– Eu pensei que você ia gostar de ficar uns instantes sozinhas com o Shiba Kaien. – Falei o nome dele com desprezo, ela reparou e me fuzilou com os olhos.

– Então você sabia o nome dele? – Entramos na nossa classe, só meus ‘amiguinhos’ estavam na classe os outros foram aproveitar os últimos minutos que tinham antes do sinal tocar.

– Claro que eu sabia, anã. Eu estudo aqui à 5 anos...você acha que eu não ia saber o nome daquele ser? – Fui até a minha carteira e joguei o meu material lá mesmo e me aproximei da rodinha que tinha no fundão da classe. – Bom dia.

– Então por que fingiu não saber o nome dele? – Ela se juntou à roda, mas estava do lado oposto ficando de frente para mim.

– Eu brinquei com ele, não com você. – Hesitei um instante, ia ser maldoso. Mas não podia perder a oportunidade de irritá-la. - Ah desculpa! Não posso fazer brincadeiras com o seu novo pretendente! – Ela ia voar para cima de mim, só que Renji a impediu segurando seus ombros. Ele ria mais que eu da situação.

– Mal chegou no colégio, e já está arrasando corações, Kuchiki? – Hisagi falou com um tom divertido na voz. A minha vizinha não gostou nem um pouco, deve ter o degolado pelos pensamentos naquele instante. – Quem é o sortudo?

– Ninguém! – Ela respondeu com os braços cruzados, irritada.

– Shiba Kaien. – Respondi por ela.

– ICHIGO! Somos apenas amigos.

– O Kaien? Você tem certeza que quer isso para você, Rukia? – Hitsugaya perguntou, pelo menos alguém sabia que ele não valia nada!

– Por...quê? – Ela perguntou curiosa. Literalmente ela se entregava muito fácil. 


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Notas finais do capítulo

Ta aí, reviews são super bem vindos, e prometo que daqui pra frente eu passo a responder os reviews :D'

Só que preciso deles para responder e-e' #chata

Beijos, até o/