Sleeze Sister escrita por Bond Rebellion


Capítulo 18
Capítulo 16 - 48 horas.


Notas iniciais do capítulo

Hello Hell (=
Eu sei...demorei. Culpada :*
Mas me explico lá em baixo... Enfim!
Depois de espremer minha cabeçinha e quase fazer um suco de cereja cm os miolos esse cap saiu. Foi difícil hem gente...mas eu consegui! *coral de: ALELUIAS*
Aviso desde já que o cap fico meio grande, na verdade eu ñ gostei muito dele, mas é o que temos pra hj! Kkkk Não me agridam se ele não estiver do jeito que vcs esperavam...a culpa não é minha. Ok. Na verdade é mas...Huahsuahs
Ok. Vamos ao que interessa!
Notas finais são I.M.P.O.R.T.A.N.T.E.S ;D



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Capitulo 16 – 48 horas.

Mrs Polly Evans irradiava euforia aquela manhã. Até mesmo em seu andar qualquer um poderia notar que ela era a materialização da felicidade, quicando em seus saltos discretos por todo o avião.

Já era a terceira vez que ela conferia a lista de alunos e a tinta da sua caneta já estava abaixo do nível usável. Ela já havia checado a lista dentro do ônibus que levou os alunos durante uma hora até Por Angeles. Conferiu novamente assim que entraram em um pequeno avião até Seattle, por mais uma hora, e agora estava conferindo cadeira por cadeira no corredor apertado do vôo 265 da US Airways para Washington DC.

A loira baixinha empurrou os seus grandes óculos escuros para o auto da cabeça enquanto repassava a lista, enrugando o nariz ela sentiu novamente que algo a estava escapando, porém Polly apenas endireitou a postura voltando ao seu trabalho. O grande dia chegara e ela estava tomando todo o cuidado para não deixar para trás nenhum de seus pupilos apreciadores de arte.

Ela virou a página e se aproximou do meio do avião, alguns alunos conversavam alto enquanto outros pareciam tão nervosos que tinham expressões de que iriam vomitar a qualquer momento. Marcando “OK” ao lado de mais dois nomes, ela correu seus olhos para a fileira de trás.

“Norrie e Szohr: OK”

Polly marcou os sobrenomes enquanto Sarah lhe dava um sorriso de estou aqui e sua parceira ao lado tentava se entender com algo que até então lhe era desconhecido. O cinto de segurança.

Passando para a fileira do lado direito ela franziu o cenho confusa. Duas poltronas vazias. Ela checou a folha a sua frente e os lugares estavam marcados com os sobrenomes: Black e Swan.

Polly respirou fundo, eles estavam presentes nas outras checagens; aonde aqueles dois tinham se metido?

Percebendo a confusão Sarah logo se lembrou das palavras da amiga. Um brilho se acendeu em seus olhos e ela de repente já sabia o que fazer.

- Mrs Polly?

- Sarah, minha flor, me diga. Pela santa misericórdia. Onde Black e Swan estão!?

A expressão de desespero da professora era realmente comovente, mas Sarah tinha outra pessoa em sua lista para ser complacente em primeiro lugar. A professora teria que aguardar a sua vez na fila.

- Banheiro – ela sorriu amarelo ainda assim sem perder sua mascara de inocência enquanto apontava para as cabines no fundo do avião. Sarah era uma ótima mentirosa.

Polly fez uma careta ao olhar de longe o tumulto que se formava no fim do corredor na frente das duas únicas cabines do avião. Alguns alunos, o bastante para formar uma fila, estavam no fim do avião esperando ansiosamente por sua vez.    

Ela respirou fundo e levou a mão ao rosto, apertando a ponte do nariz entre os dedos. Paciência, nunca era demais pedi-la aos céus. A viagem seria longa e a aeronave estava repleta de alunos nervosos e com medo de voar.

- Ok – a professora marcou o nome dos dois parceiros e se dirigiu a próxima fileira já sabendo que se encontrassem mais lugares vazios, poderia ter uma idéia de onde a criatura poderia estar.

Sarah afundou em sua poltrona respirando fundo. Apanhando o celular, ela se lembrou de que ainda poderia mandar uma ultima sms, antes que o aviso para desligá-lo fosse dado.

***

Ultima listagem checada. Agora ela só vai te procurar no hotel, até lá penso em alguma desculpa.

Espero que dê tudo certo. Juízo dona Nessie! ;D

-Sarah

***

Ela sorriu para o visor e sentiu algo em seu intimo. A amiga prometera lhe contar tudo quando voltasse mais ela já imaginava do que se tratava. Norrie sempre teve uma percepção aguçada e naquele momento ela sentia que de alguma forma, tudo daria certo para a amiga.

Ouvindo aquele barulho irritante pela milésima vez, Sarah revirou os olhos e encarou sua parceira ao lado.   

- Lexie pelo amor de Deus! Isso é só um cinto de segurança, não uma ferramenta de tortura medieval. – Sarah tirou as mãos dela de cima do cinto, e com brusquidão o encaixou da maneira correta. – Viu? Não doeu!

Voltando a se jogar em sua poltrona Sarah encarou o corredor a sua frente, sua parceira havia feito birra para ficar com o lugar na janela, e agora Norrie era obrigada a aturar os delicados alunos que transitavam no corredor pisando em seu pé.

“Amiga eu espero que você esteja tendo uma sorte melhor que a minha!” pensou.

[...]

Seus dedos pareciam não ser fortes o bastante para perfurar o tecido de sua pele, então Renesmee continuou com os punhos fortemente cerrados enquanto encarava o encosto do banco a sua frente. Uma péssima idéia.

O acolchoado de cor azul, padronizado de acordo com as cores da empresa aérea, somado ao leve balanço do avião pela pequena turbulência só fazia suas idéias chacoalharem ainda mais. A aeronave já tinha alcançado uma altitude razoável, os avisos já tinham sido apagados tornando a circulação de passageiros livre, inclusive o sinal para os aparelhos telefônicos.

Batendo sua cabeça de encontro ao encosto do acento ela suspirou pesadamente. Ela precisava se acalmar, toda aquela tensão não era bom principalmente em um momento como aquele. Tudo estava caminhando cada vez mais rápido até o fim.  Só mais dois dias, ela pensou.

Soltando uma lufada de ar tensa, Nessie sentiu sua pele queimar com o olhar que lhe era dirigido do lado oposto a fileira do seu assento. Ela não precisava olhar pelo canto dos olhos para saber quem lhe encarava tão intensamente, mas mesmo assim ela o fez; e nesse exato momento seu olhar cruzou com duas orbes tão negras quanto a noite.

Black. O seu maldito parceiro alto, moreno e irritante lhe encarava a uma poltrona atrás da sua, do outro lado do estreito corredor. Nessie teve que apertar suas mãos mais fortemente, para reprimir que seu dedo do meio despontasse na cara daquele maldito. Porque ele estava a encarando afinal? ”Qual o problema desse idiota?” – bufou internamente.

Os dois haviam voltado à estaca zero desde a discussão do ultimo fim de semana. Era como se o tempo tivesse voltado e eles estivessem relembrando as primeiras semanas do sistema de parceiragem. Só que agora a hostilidade, ignorância e implicância eram multiplicadas por mil.

Renesmee passou a mão irritadamente pelos cabelos voltando a encarar a costa da poltrona a sua frente. Era frustrante, depois de horas em discussão com a irmã mais velha, Edward e Carlisle nenhum dos três terem lhe dado ouvidos quanto a deixar Black de fora de toda a missão. O pouco de confiança que ela tinha nele fora levada com a tempestade da ultima noite. Fora embora no momento em que ela lhe deu as costas e ele não foi capaz de fazer nada.  De ir atrás dela e lhe contar tudo o que estava escondendo dela e de todos durante todo esse tempo.

A pequena Swan teve sorte, por estarem em um vôo lotado e não precisar se sentar ao lado dele, ela não pensaria duas vezes antes de quebrar a janela e arremessá-lo do avião.

“Sorte? Acho que essa dita cuja nunca encontrou o caminho da minha casa!”

Refletiu fechando os olhos. Era extremamente frustrante, e só ela sabia como, estar naquela situação.  Esperando...e esperando atitudes de uma pessoa visivelmente covarde. Era exatamente isso, a palavra certa para definir seu parceiro: covarde.

Afinal, o que ele tanto escondia? A quem ele tanto temia? E o porque dele ainda estar seguindo para a missão já que obviamente tinha coisas mais importantes e complicadas a fazer?

Nessie bufou balançando os pés nervosamente. O All Star dela bateu três vezes no chão antes que seu celular vibrasse anunciando uma nova mensagem. Era de Sarah.

Pela primeira vez naquele dia Renesmee pode soltar o ar relaxando sua postura e tendo a certeza de que em pelo menos naquele ponto tudo daria certo.

Não foi muito difícil escapulir da vigilância de Mrs Polly quando estavam no aeroporto de Seattle onde as turmas da escola embarcaram para a capital; ela e o restante do seu bando entraram em outro avião com destino a NY. Essa era a única parte em que a pequena Swan tinha certeza de que não haveriam complicações. Seus álibis já estavam formados e não havia como ter mais preocupações com aquilo.

Na verdade suas preocupações poderiam se restringir a apenas dois pontos, ou na verdade, duas pessoas naquele avião: Jacob e Rosalie.

Jacob, bem, por motivos óbvios. Sua intuição mais uma vez lhe gritava que aquilo não era certo, e ela agora mais do que nunca estava atenta a esse alerta. Ele não era mais tão confiável quanto parecia. Mordendo o canto da boca em nervosismo, ela constatou que ele nunca foi confiável. Não totalmente.

Como podemos confiar em alguém que não conhecemos a fundo?

E esse era o ponto que ligava seu outro fio de preocupação a Rosalie Hale. A loira angelical que Emmett havia conhecido em um bar em uma noite de sorte. É claro que a cara da mossa não a enganava, aquela ali de angelical só tinha a cara mesmo, porque se mostrou uma bela de uma interesseira e bandida ao descobrir a verdade sobre a família Cullen e o estilo de vida que eles levavam.

Bella tentou lhe tranqüilizar dizendo que a loira era do tipo que nasceu para ser mulher de bandido, dava para ver no brilho dos olhos azuis acinzentados, como ela adorava ouvir sobre as missões e todos os planos. Mas saber que a loira nasceu com aquela vocação não lhe dava segurança de que ela era confiável.

“Uma mulher comum, doce e de boa família” foi o que Carlisle lhe afirmou durante a ultima conversa.

“Uma menina com instintos naturalmente suicidas em querer nos acompanhar nisso, e o pior, em querer namorar serio com Emmett” Bella também tentou afastar a desconfiança da irmã naquela noite, mas tudo o que Nessie pensava era:

“Uma mulher comum totalmente deslumbrada com um mundo novo, e naturalmente fadada a cometer erros por falta de experiência.”

Mas alguém ouviu a pequena Swan? Não, afinal a loira já sabia muito mais do que deveria e estava insistindo em acompanhá-los. Fora o ponto a favor dela que Emmett colocou ao afirmar que não precisavam se preocupar que ele se responsabilizava pela namorada.

Ela passou as mãos pelos cabelos, engolindo sua saliva e sentindo o gosto da impotência descendo por sua garganta.

Renesmee estava de mãos atadas sobre tudo. Acorrentada a suas desconfianças e preocupações e amordaçada pela falta de credibilidade depositada em seu sexto sentido pelos outros.

Era como se ela pudesse prever todos os erros e falhas daquela missão, e não pudesse fazer nada.

Um lado do seu cérebro lhe alertou de que ela poderia estar ficando um pouco paranóica com tudo, e que o seu lado perceptivo estava se agarrando a coisas tolas em uma maneira de distraí-la de sua real preocupação. Salvar seu pai.

Talvez ela estivesse mesmo paranóica, e o centro de todo o seu estado emocional fosse o eminente reencontro com um pai que ela não tinha a mínima idéia do estado físico ou mental. Ela já havia parado para considerar que provavelmente dois meses de cativeiro, e evidentes maus tratos, iriam transformar o antigo Charlie em algo catatônico.

Mas isso não era importante. A única coisa que interessava era tirar seu pai de toda essa loucura vivo. E que depois ela se preocuparia em tratar dele. Teriam todo o tempo do mundo. Não teriam?

Uma aeromoça com feições gentis estava transitando pelo corredor oferecendo bebidas aos passageiros. Ela parou ao lado da pequena Swan, e esta não hesitou em aceitar uma coca bem gelada.

Ela entornou o liquido desejando que fosse algo mais forte, e anotou mentalmente que cuidaria disso assim que aterrissassem em NY. O álcool era o único método terapêutico para as suas tensões disponível no momento.

10 horas depois...

O vôo aterrissou um pouco depois do crepúsculo, fazendo a cidade que nunca dorme saudar o grupo de jovens criminosos com suas luzes inspiradoras. Como o programado, eles haviam chegado à cidade a exatos dois dias da missão.

Divididos em pequenos grupos, seguiram em taxis diferentes até o hotel onde Carlisle havia feito as reservas. O Crowne Plaza tinha uma localização perfeita para os planos das irmãs Swan; no centro da Times Square, bem próximo do Grand Central Terminal, o mais importante terminal ferroviário e metroviário da cidade . Sem contar o conforto e o luxo que todos ali apreciavam.

Revestidos de seus disfarces todos se aproximaram do balcão para apanhar as chaves dos seus respectivos quartos. Edward e Emmett estavam camuflados com bonés de times de baseball que jogariam naquele fim de semana.  Bella tinha o cabelo amarrado em um torto rabo de cavalo na altura da sua nuca diminuindo o seu comprimento propositalmente, enquanto Rose usava uma peruca castanha e cacheada nas pontas.

Alice tinha extensões que deixavam seus cabelos, antes medianos, agora batendo abaixo de seu busto. Algumas mechas em tons de mel realçavam suas feições delicadas lhe dando um ar mais quente; um belo disfarce já que as pessoas de Forks nem em seus maiores sonhos conseguiriam parecer mais coradas ou tropicais. Jasper havia adotado um novo corte de cabelo antes de sair de Forks; ele havia raspado as laterais deixando o meio do cabelo em seu comprimento normal, um pouco comprido, amarrando-o em um rabo de cavalo. Whitlock também usava lentes esverdeadas, assim como Bella e Renesmee.

Renesmee também usou dos métodos de Alice, colocou uma extensão loira na parte de baixo do cabelo; dando a impressão de que ela tinha descolorido metade do cabelo. Um estilo cada vez mais comum entre as adolescentes. Jacob como não tinha muitos recursos para disfarçar seus 1,80 e pele morena avermelhada, optou por usar apenas um casaco, que dobrava aparentemente o tamanho da sua massa muscular, e óculos de grau, dando-o um ar intelectual.

O recepcionista, nem mesmo os funcionários do hotel jamais poderiam desconfiar que o grupo de oito jovens não estavam na cidade para o grande jogo dos Yankees contra os Red Sox que aconteceria no domingo. Ninguém poderia desconfiar, ainda mais quando todos pareciam atrair, positivamente, as atenções ao seu redor. Principalmente os homens. Todas as transeuntes do sexo feminino não podiam lutar contra a força gravitacional e quase sobrenatural de encarar os quatro homens encostados a recepção. Embora disfarçados, eles não pareciam menos atraentes e deliciosos, de maneira nenhuma.

Apanhando suas chaves e recebendo as gentis boas vindas do simpático recepcionista, todos se dirigiram para o 42º andar.  Os corredores eram revestidos com papeis de parede creme e alguns detalhes em dourado destacavam a decoração luxuosa, fazendo o hotel parecer ainda mais caro do que já era.

Renesmee girou a chave de seu quarto entre os dedos antes de abrir a porta. Seus olhos, temporariamente verdes, brilharam com o cômodo confortável e luxuoso. O quarto era relativamente pequeno com uma enorme cama no centro. Nessie assobiou ao apertar o controle da persiana e contemplou admirada a fantástica vista que tinha para a Times Square. Ela caminhou até o banheiro e passou as mãos nervosa pelos cabelos, agora mais compridos do que o normal, ela sorriu bobamente para o grande espelho antes de voltar para a sua mais nova e imensa cama. 

Embora o grupo de jovens criminosos estivesse em numero par e dividido em casais, a pequena Swan não foi obrigada a dividir seu quarto com seu parceiro idiota e nem com ninguém. Renesmee se jogou na grande cama, deitando-se de barriga para cima encarando o teto sorridente, agradecendo aos céus por dois fatos que a ajudaram a evitar tamanha tragédia.

Primeiro: Carlisle havia reservado também uma suíte presidencial, cujo a chave ficaria com Edward até a sua chegada, que aconteceria em dois dias. O chefe da família Cullen havia se programado para chegar a NY somente no dia da missão. Para não levantar suspeitas é claro, e também para aproveitar um pouco mais o finalzinho da gravidez de sua esposa que não tinha condições nenhuma de deixar Forks, em vista que a pequena Elizabeth poderia nascer a qualquer momento.

Segundo: Embora constasse na recepção que o quarto 4205 seria dividido por ela e a irmã mais velha, a pequena Swan tinha certeza de que assim que as luzes apagassem Isabella Marie Swan pularia para o quarto do namorado sem nem ao menos dizer boa noite.

Erguendo seus braços preguiçosamente acima de sua cabeça, ela se espreguiçou, refletindo que o seu parceiro idiota também não teria que dividir o quarto, que ficava a três portas do seu, com ninguém. Nessie revirou os olhos, desejando que o moreno irritante tivesse que dormir no inferno por uma noite, como lição e tortura. De repente ele confessasse logo o que tanto escondia depois de se deitar ao lado do capeta em uma cama de pregos.

Charlie Big Potato – Skunk Anansie

http://www.youtube.com/watch?v=xEp8yJPjedU

O toque personalizado do seu celular tocou alto pelo cômodo, fazendo-a saltar da cama em um pulo para procurá-lo. Tropeçando em sua mala de viajem no meio do caminho, ela chegou até o aparelho que girava em cima da mesinha ao lado da cama.

Renesmee revirou os olhos e xingou baixinho sentindo seu dedão pulsar com a recente topada, ela respirou fundo já prevendo que seria Sarah do outro lado da linha, mas o alarme Numero Restrito piscava em sua tela. 

- Alô? – ela soava temerosa e desconfiada, sabia disso.

Duas respirações pesadas ecoaram do outro lado, seu coração errou uma batida e voltou a bombear em um ritmo três vezes maior. Era estúpido, mas um frio lhe correu a espinha antes mesmo que escutasse a voz do outro lado da linha.

- Nessie... – a voz fraca e masculina lhe soava miserável, porem familiar.

- Sim. – não fora uma pergunta, mas ela tinha que falar algo para acalmar a si mesma enquanto a respiração pesada do homem lhe arrepiava a nuca.

Era familiar demais. Tão familiar quanto o cheiro dos bolinhos de canela de sua mãe no natal. Tão familiar quanto a mistura do perfume de seu pai com uma dose de cerveja e um trago de cigarro.

Tão familiar quanto o cheiro e o aconchego da sua casa...

- Filha, eu ... – um soluço rouco o interrompeu.

- Pai?

Renesmee sentiu o ar invadir sua cabeça a deixando leve e oca, seus pés não estavam mais a sustentando; ela teve que se apoiar com toda a força que ainda lhe restara, no móvel em frente à cama. Sua mente não conseguia registrar nada alem da voz rouca, abatida e sofrida do seu amado pai pelo telefone.

Mais um soluço ecoou do outro lado e ela se viu chorando junto com o pai. Foram dois meses longes um do outro. Sem saber noticias concretas, de onde ele estava, suas condições físicas, emocionais. Doía demais, só que até agora era algo guardado no seu intimo. Tão bem guardado que Nessie evitava sempre trazê-lo a superfície, pelo menos até estar sozinha em seu quarto na calada da noite.

- Pai? Fala comigo! O senhor está bem? Onde você está? Me diz pai... – ela soluçou já sentindo lagrimas copiosas se derramarem e o ar engasgar em sua garganta apertada de aflição – O senhor conseguiu fugir?

- Eu estou bem meu anjo. E não, eu não consegui... – a voz de Charlie lutava para se manter calma e audível mas um estalo na linha o interrompeu abruptamente.

- Pai? – Renesmee gritou como se sua voz aguda e desesperada pudesse alcançá-lo e trazê-lo de volta.

- Fugir? – uma nova voz surgiu através do fone. Límpida, mansa e confiante. – Assim você me ofende querida Renesmee.

A risada de Aro fez uma onda de repulsa, revolta e raiva lhe subir a cabeça e ela se segurou para não arremessar o aparelho janela a baixo. É claro que seu pai não havia conseguido fugir, é claro que aquilo não passava de mais um jogo de Aro Volturi.

- SEU MALDITO! – esbravejou socando a mesinha, fazendo a TV de LED balançar sobe o móvel.

- Eu vou fingir que não ouvi sua ofensa querida, afinal você tem o direito de estar transtornada, ainda mais depois de falar com seu amado pai depois de tanto tempo.

A voz melodiosa com a falsa nota de compreensão e amabilidade lhe revirou o estomago.

- O que. Você. Quer? – sibilou apertando a ponte do nariz entre os dedos, buscando um pouco de calma para lidar com o homem que tinha a vida do seu pai nas mãos.

- Eu estou feliz em lhe trazer boas novas, e avisar que o nosso encontro está cada vez mais próximo! – o sorriso egocêntrico era notável em sua voz – Seu pai e eu resolvemos dar as boas vindas à cidade pessoalmente. Como estão todos? Estão gostando das acomodações do Crowne Plaza?

Renesmee fechou as mãos em punhos já entendendo o ponto em que Aro queria chegar. Aquele telefonema não era apenas uma cortesia, e sim uma maneira de dizer: Ei eu estou vigiando todos os passos de vocês!

- Melhor impossível Aro. – ela respirou fundo procurando por sua paciência para lidar com tamanho cinismo. Qual é o cara esperava mesmo que ela mantivesse uma conversa civilizada com ele enquanto o próprio a chantageava usando a vida de seu pai?

- Espero que todos estejam bem preparados, pois eu estou afim de começar um joguinho, só para deixar as coisas mais interessantes. – Nessie ergueu uma sobrancelha em descaso. A voz travessa de Aro a fez duvidar ainda mais da sanidade do italiano.

- Não me diga!

Seu sarcasmo fez o Volturi gargalhar espalhafatosamente do outro lado da linha.

- Você sabe querida, tantos anos me ensinaram de que sem uma real motivação as pessoas acabam fazendo corpo mole.

- Tem razão, eu não vejo motivação maior do que lutar pela vida do meu pai.

Renesmee endireitou sua postura e ordenou as suas pernas que se movimentassem. Ela não poderia manter aquela conversa sozinha e deixar a irmã mais velha fora do assunto. Precisava encontrar forças e ir até o quarto de Bella.

- Acredito que seja de seu conhecimento que tenho muitas propriedades em Manhattan, - Renesmee passou as mãos nervosamente pelos cabelos antes de respirar fundo e ir em direção a porta do quarto – Mas as minhas preferidas ficam no Brooklyn. Não sei por que, mas aprecio melhor a cidade de Nova York quando vista do outro lado da ponte...

Franzindo o cenho para o discurso insano do outro lado da linha, Nessie fechou a porta atrás de si com um baque e caminhou apressada até o fim do corredor, até a última porta deste.

- ... As luzes de longe são mais bonitas, a silhueta de Manhattan é indescritível...

Renesmee socou a porta duas vezes antes de ouvir a voz da irmã pedindo que aguardasse. Ela poderia ter gritado no fone para que Aro parasse de enrolá-la e fosse direto ao ponto, mas ela tinha que ganhar tempo e o italiano como o cavalheiro que é, esta fazendo isso muito bem por ela.

- Eu não sei se você já teve a oportunidade minha querida, mas já se sentou na grama suave do Brooklyn Bridge Park? No verão, a vista da cidade e da ponte de Manhattan de lá é sensacional...

Ela revirou os olhos já socando a porta mais uma vez antes do seu cunhado abrir a mesma com uma Heineken na mão.

- Nessie? - Edward tinha alguns botões de sua blusa abertos, e uma parte da mesma para fora da calça. Renesmee teve que segurar uma pergunta indiscreta sobre o que diabos os dois já estavam fazendo na porra do quarto; o momento agora requeria todo o seu foco, não era hora para bancar a irmã indignada com a promiscuidade alheia.

Um Edward confuso viu a garota que era mais de duas cabeças mais baixa que ele, esbarrar-lhe ao invadir o quarto de sua namorada com passos apreçados, se emburacando no cômodo com um celular pendurado sobre o ombro.

Bella que estava sentada no sofá da anti-sala da sua suíte Executiva, viu a irmã mais nova murmurar um “uhum” antes de apertar o botão de viva-voz do celular e jogá-lo em cima da mesinha de centro.

- ... Enfim, estou pensando em levar seu querido pai para um passeio até lá.

- Aro?! – Bella exclamou surpresa ao reconhecer a voz no telefone.

- Mas o que ...? – Edward cruzou os braços de pé ao lado da cunhada. Todos encaravam o telefone como se fosse um objeto com tentáculos. No caso, um aparelho com a ultima voz que eles imaginavam escutar aquele dia.

- Ora, vejo que a pequena Renesmee reuniu a todos enquanto eu devaneava em pensamentos...

- Aro! – Nessie pigarreou vendo que sua voz saiu alta e nervosa demais – Por favor, seja objetivo. Qual é o joguinho.

Bella lhe encarou com uma interrogação legível em sua testa franzida, mas deixou que a conversa prosseguisse, depois ela teria tempo de se colocar a par do assunto.

- Estão todos atentos? Não quero ter que me repetir. – a voz antes amigável agora soava sombria e decidida.

- Estamos ouvindo. – Bella confirmou se inclinando para frente, encarando firmemente o celular.

- Vocês tem 48h e eu tenho um prédio abandonado do outro lado da cidade. Vocês precisam apanhar o meu anel e eu preciso acionar uma bomba que irá cronometrar o tempo até lá. Vocês têm até o meio dia para me entregarem o anel, e Charlie têm até o meio dia e meia para se livrar da bomba.

- Aro, por favor...

- Vejo vocês em 48h no numero 102 da John St. E lembrem-se crianças, ao meio dia e meia o detonador é acionado.

O barulho da linha desocupada ecoou pelo quarto durante três segundos antes de Bella gruir em ódio.

- MALDITO!

- Foi o que eu disse – Nessie murmurou passando seus braços ao redor de seu peito. Seu coração batia inquieto, nervoso e dolorosamente preocupado com a nova responsabilidade atribuída a elas. Correr contra o tempo.

 Edward se pôs a andar de um lado para o outro murmurando “vamos manter a calma” enquanto Bella passava as mãos nervosamente pelos cabelos maldizendo e xingando o italiano egocêntrico que achava que tinha o direito de tirar a vida de seu pai em troca de um estúpido objeto de desejo.

- É melhor reunirmos todos na suíte presidencial. – Edward parou no meio da sala com o semblante um pouco mais calmo e concentrado.

- Temos que falar com Carlisle sobre isso. – Bella acrescentou.

Os três assentiram e minutos depois estavam todos reunidos na enorme suíte presidencial no 46º andar.

Alice, Jasper e Rosalie se acomodaram no confortável sofá enquanto Edward se sentava de frente pra eles na poltrona vermelha. O notebook em cima da mesinha de centro mostrava um Carlisle tão pensativo e preocupado quanto os demais espalhados pelo enorme cômodo.

 Renesmee estava deitada de barriga para cima no sofá perto da janela, ela jogava uma bola de metal da decoração para cima e para baixo monotonamente. Seus pensamentos muito diferentes de suas ações é claro, assim como sua irmã que preparava um drink forte no pequeno bar dentro da suíte. Emmett e Jacob estavam sentados nas banquetas a frente dela esperando suas doses enquanto ouviam a voz de Carlisle soar pelo auto falante do notebook.

- 48h? Quarenta e oito horas? – Carlisle bufou irritado, sua pele branca e seus cabelos loiros sendo injustiçados pela imagem da webcam – Aro está imaginando que vamos passar a perna nele. Não é do seu feitio jogar tão sujo assim...

- Bom a única coisa que nos resta é acatar as ordens, pai. – Edward encarou a tela e viu seu pai acenar.

 - O único problema é que isso nos limita... – Alice refletiu encolhendo suas pernas no sofá e as abraçando a sua frente.

- E muito. – Renesmee apoiou com uma voz cansada, de quem havia gastado todas as suas energias pensando em uma maneira segura e não tão preocupante de sair de tudo aquilo - Temos que pegar o anel antes do meio dia. Ir até lá, fazer a troca e tirar o papai de lá antes que tudo exploda.

 - Você tem idéia de pra onde aquela bicha Siciliana vai levar o nosso pai para um “passeio”?

Bella voltou para a anti-sala acompanhada de uma garrafa Scotch de Whisky escocês. Ela havia repensado ainda pouco sobre preparar um drink que acabaria em uma golada e não acabaria com seu estresse, e levar uma garrafa que duraria tempo suficiente para lhe fazer se sentir segura, e logo mais embriagada...

- Ele estava falando algo sobre o outro lado da ponte de Manhattan – Nessie encarou o teto rebaixado em gesso tentando se lembrar das frases bobas e sem sentido de Aro – De como a cidade fica mais bonita se vista do Brooklyn...

- Só isso? – Bella se sentou ao lado do namorado, no braço da poltrona vermelha entornando um gole do seu mais novo amigo escocês.

Renesmee se levantou em um rompante, ficando de pé e quase esbarrando em Emmett e Jacob que se juntavam a eles no pequeno cômodo.

- Ele falou algo sobre o Brooklyn Bridge Park ... – Ela estalou os dedos impaciente forçando sua memória – Aro comentou sobre as luzes...

- Mas ao meio dia a cidade ainda está apagada. – Rosalie deu de ombros com uma expressão confusa.

- Não se ele explodir algo... – Edward refletiu trocando um olhar com o pai, que mesmo pela tela o correspondeu com a mesma intensidade e quase compreensão.

- Vou verificar o endereço que ele nos deu – Carlisle falou antes de digitar algo do outro lado - Fica a leste do Brooklyn Park, Vinegas Hill, atrás de uma companhia de energia elétrica... bem próxima ao estaleiro desativado da cidade.

- Energia elétrica? Ele quer explodir algo perto de... – Bella foi interrompida pela irmã mais nova.

- Será como fogos de artifício no 4 de julho.

Todos ficaram em silencio e por mais que as palavras não fossem ditas, todos pensavam a mesma coisa.

- Sem chance! Nós vamos explodir! – Emmett jogou os braços para cima. Ele fora o único ali com coragem o suficiente para verbalizar seu desespero. Eram óbvios os planos de Aro, por mais que eles fizessem tudo conforme o combinado, as chances de não saírem do local a tempo eram enormes.

- Calma Emmett, isso não vai acontecer! – Carlisle tentou tranqüilizá-lo.

- Uma ova! Emmett tem razão Carlisle... – Bella se levantou com seu amigo escocês em mãos e se pôs a caminhar na frente da tela – Aro em momento nenhum disse que desarmaria a bomba. Apenas que papai tinha que se livrar dela.

- Desculpem, mas se desesperar agora não vai ajudar nem fazer diferença – Jacob falou pela primeira vez, um pouco desconfortável por estar se metendo, mas afinal ele já não estava envolvido em tudo isso até o pescoço? – Se tem alguma possibilidade de não explodirmos como fogos de artifício não é jogando de acordo com Aro, e sim o nosso jogo . Se executarmos tudo com tempo suficiente antes do prazo, talvez tenhamos uma chance.

Todos encararam o moreno que pareceu desconfortável com tamanha atenção. Jake já estava começando a se arrepender do que falara quando Bella lhe sorriu e ergueu sua garrafa a ele o saudando. Os demais repetiram o gesto dela, sorrindo admirados para ele.

- Black tem toda razão. – Carlisle soou confiante pelos auto-falantes – É exatamente isso que Aro quer, esse é o joguinho dele. Desestabilizar-nos, nos fazer entrar em desespero e meter os pés pelas mãos. A calma e o bom planejamento agora são os nossos melhores e únicos aliados.

Bella endireitou a postura respirando fundo. Ela depositou a garrafa de Whisky ao lado do notebook sobre a mesinha e bateu as mãos reunindo a atenção necessária. Antes de falar, ela buscou em si a confiança que todos ali precisavam ter, ela em primeiro lugar já que estava a frente de tudo. Se ela estava amedrontada e desesperada, que estivesse sozinha em seu quarto a noite. Ali era hora da líder Isabella Swan, confiante e decidida tomar a frente, planejar tudo e livrar o traseiro de todos ali de mais confusão.

- É isso ai pessoal! Temos que armar a emboscada certa para o carro onde o anel está. Cronometrar o tempo e ficar atentos a discrição, não queremos os tiras nos farejando por ai certo?

- Muito bem, Bella o que você tem em mente? – Carlisle sorriu-lhe levemente admirando a mulher forte que seu melhor amigo havia criado.

Ela sorriu torto e cruzou os braços. A áurea de confiança se expandindo para todos ao seu redor fazendo a tensão ir diminuindo a cada respiração.

- Eu estava pensando em algo como uma saída de mestre, mas é sempre bom ter um plano B.

Renesmee imitou o mesmo sorriso da irmã ao receber uma piscadela cúmplice de Bella. Ela sabia do que a irmã estava falando e quase podia ver tudo dando certo.

- Precisamos reunir as informações que temos até agora. Quero um mapa da cidade e principalmente da tal rua com a companhia de energia elétrica. Carlisle você tem como nos mandar o itinerário do helicóptero que Garrett vai usar? Eu também preciso saber sobre os seguranças dele. Quero todas as informações possíveis sobre os carros blindados que ele irá usar e se der quero o numero da cueca do fabricante. 

Todos assentiram positivamente sorrindo. Alice se levantou anunciando que iria providenciar os mapas junto com Renesmee, Carlisle garantiu que mandaria os dados sobre o helicóptero e os carros em alguns minutos pelo notebook e Jasper já sacava seu Tablet para pesquisar sobre a companhia de energia elétrica quando Bella o chamou.

- Você pode entrar no sistema de trafego da cidade?

- Tipo... hackear? – ela piscou e ele abriu um largo sorriso travesso. - Tudo o que você quiser Bella.

Os dois sorriram cúmplices enquanto Bella saia distribuindo mais ordens, Edward lhe tocou o ombro com uma expressão um pouco receosa. Ela lhe perguntou com o olhar o que havia de errado, mas ele não lhe respondeu, ao invés disso chamou em voz alta três nomes:

- Jasper, Jacob e Rosalie – Edward olhou atentamente nos olhos de cada um dos três que conversavam animados com os demais – Preciso saber se vocês estão mesmo preparados para o que estar por vir. Se tiverem coragem para fazer isso, ótimo. Se não, ainda está em tempo de pegarem o primeiro vôo para Washington e se encontrarem com a turma da escola.

O ultimo alerta precisava ser dado e sua namorada o compreendeu. Daquele ponto em diante não havia mais volta. Os três novatos precisavam tomar uma postura decisiva.

- Sem chance Edward! – Jasper lhe sorriu mostrando que não iria desistir assim tão fácil.

- O que? Eu não vou pra casa agora! – Rosalie soou um pouco mais alto do que deveria e sorriu apologeticamente – Sério, eu me sinto em um filme de ação, não vou cair fora na melhor parte!

Todos fitaram Jacob que se manteve quieto a maior parte do tempo, com uma expressão pensativa. O moreno levantou seu olhar, percebendo a atenção e sorriu torto.

- Eu só vou embora quando o Sr Charlie Swan estiver inteiro dentro de um vôo para Forks.

Seu olhar cruzou com o de sua parceira do outro lado do cômodo, selando sua afirmação como uma promessa.

Renesmee cerrou os olhos para o moreno, mordendo o lábio inferior. Ela precisava reprimir um sorriso estupidamente bobo que lutava em se espalhar sobre seus lábios. Black estava tentando se redimir através daquelas palavras fofas? OTIMO! Ela ainda tinha um orgulho e ainda não estava falando com ele!

 Todos sorriram, menos Renesmee, e voltaram sua atenção as tarefas atribuídas a eles. Bella caminhou até a irmã mais nova e as duas trocaram um abraço repleto de significados.

Por mais que as duas se dividissem em momentos de desespero e confiança, elas eram apenas garotas, humanas. Cheias de falhas e medos. Ninguém com um coração conseguiria se manter confiante e determinado o tempo todo em uma situação como a aquela. Mas elas em um olhar fizeram um acordo.

Ali, naquele abraço, elas deixariam suas antigas, atuais e futuras preocupações e medos. Dali por diante elas seriam as irmãs Swan. Duas mulheres fortes e imbatíveis.

Renesmee sorriu confiante, ainda agarrada a irmã, cheirando o aroma de morangos dos cabelos dela enquanto a apertava em seus braços. Ela pode sentir que sua esperança havia se fortalecido com aquela ligação mais cedo. Toda a sua motivação enfraquecida pelo pessimismo estava ali, do outro lado do fio que a levava até o seu pai. Ouvir a voz dele fora como uma injeção de estimulo para que ela prosseguisse; tentando ao máximo passar toda essa energia  através do abraço ela sussurrou:

 - Aposte alto e ganhe alto!

- É a única forma de jogar – Bella sorriu completando uma das frases preferidas de seu pai.

[...]

Rolling in on a burning tire – The Dead Weather

http://www.youtube.com/watch?v=6CePv1tEGM0

Já era fim de expediente na cede do FBI em NY. Alguns corredores, outrora sempre abarrotados e muito movimentados, aquela noite estavam silenciosos e vazios. Uma única luz se encontrava acesa no 13º andar, especificamente a lâmpada que iluminava a mesa solitária do agente Stryder.

O homem que sempre andava esbanjando charme e imponência dentro de seus ternos caros aquela noite estava com a camisa branca um pouco amassada, a gravata frouxa e as mangas arregaçadas. Seu terno repousava no encosto de sua cadeira que lhe dava uma excelente vista para o resto do departamento.

 Esfregando a vista cansada, Stryder suspirou frustrado. Já estava se tornando um habito há algum tempo se sentir um idiota fracassado. Ele não estava acostumado com aquilo e isso só o deixava com mais sede de justiça.

A tela de seu celular piscou algumas vezes no modo vibratório anunciando mais uma chamada de sua esposa que o aguardava no conforto e aconchego de seu lar. Apertando o botão para desligá-lo o agente decidiu que não iria voltar tão cedo para casa, não antes de terminar mais um dia de hora extra.

Isso vinha acontecendo a um mês, desde que em uma manhã lhe fora designado o estranho caso do Emery Hotel. Desde então sua vida havia virado de cabeça pra baixo, suas investigações não estavam prosseguindo do modo esperado e era sempre como se ele desse de cara em um enorme muro que o impedia de chegar até a verdade.

Quem eram as três mulheres? Porque haviam feito aquilo? Qual era a sua relação com John Brandon? E porque diabos ele não estava conseguindo fechar aquele caso com honra como sempre fez sua vida toda?

Era frustrante, ele sentia na pele, você ter um caso em mãos e não poder seguir em frente. Não chegar a lugar algum quando seu instinto lhe avisa de que ha algo muito maior por trás de tudo.

Riley não tinha provas o suficiente, não tinha motivações claras e nem muito menos idéia sobre de quem suspeitar. E o que mais o intrigava era que o outro lado da investigação também seguia as escuras.

Com a coluna curvada de cansaço ele remexeu novamente nos papeis a sua frente. Eram da investigação sobre os irmãos Brandon que sua secretaria havia lhe entregado ha algumas semanas e para seu espanto não havia nada ali. Nada de relevante nem muito menos verdadeiro. Ele era experiente o suficiente para detectar que tudo naquele papel era falso. Uma historinha meticulosamente elaborada, três nomes falsos, três homens fantasmas e mais três pontos em branco na porra daquela maldita investigação.

Seu chefe havia lhe chamado para uma pequena reunião antes do fim do expediente aquela noite, ele havia lhe aconselhado a dar o caso como encerrado e pegar um novo que estava explodindo nas mãos do FBI aquela semana. Ele precisava de um dos seus melhores agente naquela missão e já que Stryder não estava disponível por estar dentro de uma investigação que jamais deu um passo a frente, o senhor de cabelos brancos e olhos de águia que comandava aquela subseção do FBI lhe deu o prazo de uma semana. Riley tinha uma semana para encerrar aquele caso. Prendendo alguém ou arquivando-o.

Isso era o fim para Stryder, em todos esses anos no FBI ele nunca tinha arquivado um caso, sempre conseguia tudo o que queria. Suas provas, suspeitos e acusações incontestáveis. Mas ele não via outra saída, persistir naquele caso era como dar murro em ponta de faca. Além de ser um empecilho em sua carreira também estava afetando sua vida pessoal.

Um movimento no andar lhe chamou a atenção, levantando a cabeça de seus papéis e devaneios o agente fitou o resto do departamento através da parede de vidro de sua sala. Graças a ela, ele tinha uma excelente vista dos biombos que dividiam o andar. Tudo estava em completa calmaria, a não ser pelo funcionário da limpeza que cruzava o silencio empurrando seu carrinho com os produtos que ele usaria. Com um aceno abatido, Riley cumprimentou o homem e voltou sua atenção aos papeis.

Ele perdera mais três minutos ali encarando o nada, decidindo o que faria para sair daquele impasse quando o telefone de sua mesa tocou o assustando. Sua secretaria já havia ido embora aquela noite, o que tornava impossível que alguém pudesse ter uma ligação transferida para a sua mesa. Só alguém com o numero direto para a sua linha poderia fazer o aparelho tocar àquela hora da noite, e nem sua digníssima esposa o tinha, então quem poderia ser?

Mais dois toques e ele respirou fundo antes de atender o desconhecido do outro lado.

- Stryder.

- Fazendo serão rapaz? Na minha época nós não éramos remunerados, e eu espero profundamente que isso tenha mudado. - uma voz masculina rouca o surpreendeu.

A imponência na voz do homem era facilmente reconhecível e isso o fez imaginar se estava falando com alguém do alto escalão do FBI.

- Com quem eu falo... - foi interrompido pelo desconhecido.

- Escute garoto, embora ainda não tenhamos tido a oportunidade de nos conhecer, eu devo dizer que sou um amigo seu. Venho acompanhando e me compadecendo de sua situação com o caso do Emery Hotel e acho que posso lhe ajudar.

Riley endireitou sua postura rapidamente espantado. Talvez aquilo fosse algum trote, mas a voz era seria e algo dentro dele já tinha um respeito pelo homem indiscutivelmente poderoso com quem falava.

Ele já trabalhava a tempo suficiente no FBI para saber e admitir o poder e influencia de uma pessoa só pela voz. E nessa noite ele sentia que falava com alguém que carregava mais patentes do que ele poderia se quer imaginar conquistar um dia.

- Me ajudar? Como? – Riley cerrou os olhos para a parede de vidro que lhe mostrava o departamento vazio e sombrio.

- Soube que seu chefe lhe deu uma semana, fique tranqüilo meu jovem, você precisará de muito menos para fechar esse caso...com a minha ajuda é claro!

A risada contida e aparentemente não muito comum soou um pouco afetada pelo uso prolongado do tabaco durante uma vida toda de maus hábitos. Riley tinha um pai fumante falecido e por um momento achou que estivesse ouvindo o próprio do além.

- Desculpe, mas não consigo deixar de pensar que isso não passa de uma brincadeira.

- Eu não costumo brincar garoto. Muito menos em serviço. – a voz rouca pareceu ofendida e assumiu um tom autoritário acima do que estava usando ainda pouco. – Sou da velha escola, se estou dando este telefonema agora é porque acho que isso merece o meu tempo. Então não me venha com desconfianças porque acredite, eu sou a ultima pessoa de quem você deve desconfiar.

- Eu...

- Não terminei. – o interrompeu bruscamente. Sua voz parecendo um trovão em noite de tempestade – Desembarcarei em sua cidade amanhã e não se preocupe porque vou ao seu encontro. Acredito que deva imaginar que o caso do Emery Hotel é algo muito maior do que parece. Uma ação conjunta será a única coisa que poderá detê-los.

- O senhor irá precisar de uma permissão por escrita para isso.

- Eu assino todas essas merdas garoto. Não me venha com essa. – ele poderia apostar que o homem revirava os olhos do outro lado da linha enquanto tragava seu charuto preguiçosamente. Riley agora tinha certeza que não estava com uma pessoa qualquer ao outro lado da linha – Sua única preocupação agora é que elas iram atacar em sua cidade novamente e ao menos que queira evitar irá aceitar todas as minhas ordens.

- Sim senhor. Vejo que não poderia não aceita-las, nem se quisesse. – murmurou a ultima parte e se surpreendeu com a leve risada do homem em resposta.

- Acho que está começando a reconhecer com quem está falando não é mesmo? – uma pausa estratégica para um suspense – Quero que use seu melhor terno amanhã garoto, Wolverine só trabalha com os melhores.

O estalo na linha fez Riley abaixar o fone já escutando o som típico de chamada encerrada. Ele se recostou em sua cadeira erguendo as mãos a cabeça sem acreditar.

Ele acabara de falar com uma lenda viva do FBI por telefone.

[...]

# 1º Dia

O sol mal havia acabado de sair e a suíte presidencial no 46º andar já estava movimentada. O quarto grande e luxuoso se mostrava cada vez mais funcional para as reuniões da equipe que não conseguiu pregar o olho por mais de meia hora na cama, tamanha a ansiedade e excitação.

Alice e Bella estenderam sobre a mesa um mapa da cidade, a folha enorme tomava conta de todo o espaço fazendo com que todos se colocassem a sua volta encarando atentamente as linhas traçadas que cruzavam Manhattan.

- De acordo com os dados que Carlisle nos mandou ainda a pouco, esse será o trajeto que Parker irá fazer – Bella riscou o mapa com uma caneta vermelha viva destacando um percurso razoavelmente longo.

Ela não havia dito aos demais que a maioria daquelas informações ela e Carlisle tinham obtido graças à escuta que ela mesma implantara no escritório dele em sua ultima missão. Bella sabia que não era justo com seus amigos, mas naquele momento a lealdade vinha depois do compromisso com a missão. E afinal, quem reclamaria quando eles tinham tamanha vantagem sobre o inimigo? Era apenas uma omissão. Mais uma pra sua lista. Para o bem maior de todos ali envolvidos.

- E o carro com o anel? – Renesmee apoiou as mãos sobre a mesa analisando a rota até o banco da cidade.

- Ai é que está o nosso pequeno impasse. – Edward tomou a frente explicando. – Os dois carros contratados por ele seguirão a mesma rota até esse ponto. – Ele circulou o trecho com uma caneta verde, apontando um cruzamento numa avenida super movimentada da cidade. – Aqui os carros se separam e seguem em ruas paralelas até o banco onde o Barão estará esperando-o.

Nada ali poderia ter sido discutido antes, pois até então eles não tinham todas as informações. Embora fosse arriscado elaborar um plano de ultima hora, era o mais confiável que eles tinham no momento. Apenas Carlisle e Bella sabiam de um detalhe sobre a missão que os outro não tinham nem idéia; um único detalhe que mudaria tudo; um detalhe que fazia daquele plano  rapidamente elaborado genial e infalível.

- É aqui que nos entramos em ação. – Bella disse apontando para o ponto verde no mapa – O carro seguirá sozinho até aqui – Ela marcou a rua do banco mostrando a pequena distancia. – Se formos rápidos o suficiente...

Todos ficaram em silencio observando e analisando suas chances. Um único som cortou o momento de reflexão dos demais quando Emmett soltou um alto e sonoro bocejo de sono, pois não havia dormido quase nada.

- Como vamos interceptá-lo? – Alice questionou depois de revirar os olhos com o comportamento do irmão mais velhos.

Renesmee ficou analisando as linhas traçadas no mapa por alguns minutos quando seus olhos percorreram os pontos de referencia marcados ao redor, um pontinho em azul e uma letra fizeram a idéia iluminar sua mente e seus olhos.

- Acho que nem todos estão olhando para a cidade do ângulo que eu estou... – a pequena Swan sorriu e apontou com o dedo o que havia chamado sua atenção.

11h30min

O pequeno grupo de Jovens turistas circulava em meio aos transeuntes no cruzamento da Lexington Avenue com a E 48th St. Renesmee parou na causada do hotel Intercontinental para amarrar o cadarço do all star enquanto Rose tirava uma foto do outro lado da rua. A câmera focou uma obra em um prédio na esquina do semáforo, onde muitos carros aguardavam sua vez.

Com fotos e algumas informações que renderiam um relatório a irmã mais velha, a pequena Swan enviou uma mensagem á Alice que estava a algumas quadras da li.

***

O transito pode ser um problema. Mas já temos um disfarce perfeito para o trabalho no subsolo.

***

Encostada a vitrine de um café na Lexington Avenue com a E 46th St, Alice verifica as mensagens dos outros três pontos da mesma avenida onde Jake, Emmett e Bella estão espalhados. Todos estavam de acordo com um único problema: os incontáveis semáforos. Ela já tinha uma idéia de que isso os atrasaria, mas agora tinha absoluta certeza.

A baixinha segurou firme o seu copo da Starbucks e marchou ao encontro de um taxi. Ela esperava chegar ao hotel o mais rápido possível para checar se o namorado havia tido algum progresso com a invasão do sistema de trafego da cidade.

14h45min 

Edward havia acabado de entrar na suíte com uma mala preta, aparentemente abarrotada de coisas quando sua cunhada veio ao seu encontro sorrindo. Ele fechou a porta atrás de si com o pé ainda estranhando a atitude dela.

A menina tinha um brilho nos olhos enquanto se aproximava; um estranho brilho, semelhante aquele de quando se tem cinco anos e encontra com o papai Noel...

- Eu sei o que você tem ai, vamos lá me deixa ver! – ela não esperou que ele questionasse como ela sabia apenas avançou, mas Edward foi mais rápido desviando.

- Onde está Bella?

- Ajudando os meninos com o disfarce. Vamos Eddie, por favor!

Ele sorriu caminhando até a mesa que ainda estava forrada com o mapa da cidade, abrindo o zíper ele espalhou o conteúdo da mala em cima do tampo de madeira.

Renesmee não se conteve e se aproximou com os olhos brilhando e o sorriso ainda mais radiante. Fazia um pouco mais de 72h que ela não via o reluzir de uma arma de fogo bem lustrada e carregada.

- Bella vai pirar... – ela passou a ponta dos dedos admirando a preciosidade a sua frente. Um fuzil M-403A com sensor noturno.

Como não se pode chamar pelo diabo em voz alta, Bella entrou na sala da suíte um pouco curiosa sobre o motivo da risada do namorado. Ela também estava um pouco preocupada com Edward, já que ele havia saído a algumas horas para buscar uns presentinhos que Carlisle havia conseguido mandar por intermédio de um conhecido na cidade.

- Como foi com o contato? – Bella arregalou os olhos e sorriu ao ver o namorado descarregando a mala a sua frente, organizando os itens em cima da mesa. Cada arma enfileirada por tamanho ao lado de suas munições e por fim, perto de onde Renesmee estava, algumas granadas e um material indispensável para aquela missão, o explosivo C-4.

- Nos encontramos dentro do aeroporto. Não foi difícil reconhecê-lo, trocamos as malas e ele nos desejou boa sorte. – Edward respondeu tranqüilo envolvendo um braço em volta da cintura da namorada.

- Tem certeza que esta tudo ai? – ela lhe ergueu uma sobrancelha.

- Relaxa amor – Edward sussurrou em sua orelha fazendo-a se arrepiar – Eu tenho tudo o que você precisa bem aqui.

Bella teria ficado mole e completamente derretida com o tom de voz rouco e sexy usado pelo namorado se seus olhos não estivessem recaído sobre sua irmã mais nova que brincava com uma 762 como uma criança brinca de guerra.

- Larga isso Nessie! – repreendeu.

- Oi mãe? – a mais nova apontou o cano na direção da irmã sorrindo e fingindo lhe acertar um tiro.

Edward sorriu do modo maternal da namorada; ele estava pronto para interromper o inicio de uma interminável briguinha entre as duas irmãs quando Emmett e Jacob, vestidos em um traje nada parecido com o habitual entraram na pequena sala ao lado de uma sorridente e saltitante Alice.

- Conheçam os nossos novos homens! – Alice que tinha metade da altura dos dois homens ao seu lado exclamou levantando os braços, como uma assistente de palco de um programa ruim de auditório aos domingos.

- Perfeito! – Bella exclamou sorrindo para o cunhado e para...o seu...o possível, cunhado também!

- Acho melhor vocês se apressarem, Rose já estacionou a van do outro lado da rua e está à espera dos dois. – Edward informou.

- Mas antes...Nessie é com você – Bella deu a palavra para a irmã que encarava Jacob do outro lado do cômodo, como se ele fosse algo de comer. – Renesmee?!

- Hã...é – Nessie precisou piscar duas vezes tentando colocar seus pensamentos em ordem. Estava um pouco difícil, impossível talvez, pensar com coerência encarando seu parceiro irritante enfiado dentro de um macacão verde claro aberto até a cintura, expondo uma regata branca que estava ilegalmente colada a todos os músculos muito bem definidos do desgraçado.  – Vocês iram precisar dos explosivos para ...

- Você precisa respirar monstrinha, se não vai acabar tendo um aneurisma – Emmett zombou da sua evidente falta de concentração, usando uma palavra que ele nem sabia o significado, mas havia escutado no ultimo episodio de Dr House.

- E você deveria calar a boca, ou faço essa coisa detonar em cima da sua cabeça. – Fulminou o grandalhão.

Feita a ameaça, Renesmee se sentiu um pouco melhor. Ela estava de volta ao controle, e a tática era não encarar o gostoso a sua frente. Ela respirou fundo e encarou a mesa com alguns explosivos.

- Como a Bella já disse, vocês iram trabalhar no subterrâneo, esse é o mapa do local exato em que vocês terão de posicionar essas coisinhas – ela sorriu de lado pegando os tabletes brancos em mãos – Mas antes explicações básicas.

Jacob cerrou os olhos para sua parceira, vendo-a assumir uma postura totalmente profissional e dominante sobre o assunto. Ele se lembrou de que não deveria se surpreender de nada que viesse de Renesmee Swan.

- Então era essa a estória da nitroglicerina? – ele sussurrou consigo mesmo cruzando os braços, ao lembrar da ultima missão em que Nessie deixara escapar seu conhecimento no quesito explosivos.

- Bom, apresento aos senhores o C-4. – Ela balançou alguns tabletes brancos em mãos e Alice moveu os ombros um pouco assustada de que o troço explodisse a qualquer momento, fazendo Renesmee sorrir – Tudo isso aqui separado não solta nem fagulha, mas quando estiverem armando, terão que tomar muito cuidado. É muito fácil de montar, isso aqui é uma mistura de explosivo com plastificante que vocês vão posicionar nos pontos marcados no mapa. Depois é só interligá-las com esses fios – ela demonstrou sem encostar o material um no outro – e conectar tudo no detonador, que no caso será esse telefone.

Bella jogou o aparelho para a irmã que mostrou aos rapazes que pareciam muito animados.

- O C-4 só irá explodir quando este celular receber uma ligação do numero da Bella. As ondas vão ativar o marcador e iniciar uma contagem regressiva.

- Ok Bellinha, não ligue pra mim enquanto eu estiver mexendo com essas coisas. – Emmett levantou as mãos para o alto um pouco assustado. A cunhada piscou para ele sorrindo.

Renesmee começou a arrumar os materiais em uma bolsa, quando sentiu o olhar de seu parceiro queimando sua pele. Ela ainda estava tentando não olhar para ele, e manter sua sanidade, mas ela precisava reagir.

Erguendo a cabeça devagar ela o fitou de volta, seu coração errou uma batida e ela precisou se lembrar de que ainda estava puta com ele, muito zangada, magoada e que prometera a si mesma não dirigir-lhe a palavra.

 Cortando o momento dos dois, Emmett apanhou a bolsa com os explosivos, colocando nas costas enquanto se despedia ajeitando o boné com o emblema da empresa que lhes dava passe livre até os bueiros da cidade. Os dois seriam apenas dois funcionários cumprindo uma manutenção de rotina nas fiações que corriam em túneis no subsolo. Fiações que estariam prontas para serem detonadas em 48h.

20h30min

Bella tinha uma garrafa de Heineken na mão direita, e com a esquerda girou a maçaneta da porta do quarto da suíte presidencial. Cuidadosa para que nenhum som fosse feito, ela encarou o interior do cômodo espreitando o namorado de sua cunhada.

O loiro com o perfil esguio acompanhado de seu novo corte de cabelo lhe parecia compenetrado e até mesmo atraente da maneira nerd que só ele tinha. Ela curvou os lábios em um sorriso tímido, feliz pela sorte da amiga em achar um cara legal como Jasper.  

Ela entornou um gole de sua cerveja e respirou fundo assumindo a liderança. Bella havia aprendido recentemente que haviam coisas que somente ela poderia fazer, e que se ela não fizesse ninguém mas o faria, ou não sairia do modo certo.

- Tudo bem Jasper – ela abriu a porta com um baque ganhando a atenção do loiro que se assustou um pouco com a interrupção – Você passou o dia inteiro trancado nesse quarto, com a cara nesse notebook. – Bella se jogou na cama se sentando ao lado dele que sorria da maneira como ela estava falando; um misto de quase embriagueis e comando militar – O que tem pra mim? 

- Eu fiquei trabalhando em cima das defesas do sistema deles, demorei um pouco para descobrir o padrão de códigos que eles usam, mas agora esta tudo sobre o nosso controle. Quer dizer, seu controle.

Os dois trocaram um sorriso. Bella tomou mais um gole, agora duplamente satisfeita.

- Então o que nós podemos fazer, quer dizer, quais são as nossas opções meu querido nerd? 

- O que você mandar. Eu posso deixá-los no escuro, como se o sistema tivesse sofrido um blackout. Posso gravar imagens e colocá-las a hora que você quiser, para encobrir uma ação mais ofensiva. – Jasper deu de ombros.

- E que tal iluminar todo o nosso caminho com luzes verdinhas?

- Posso fazer isso.

- Você também pode manter alguém preso em semáforos vermelhos?

- Já disse, tudo o que você quiser.

- Ótimo! – Bella se levantou em um pulo – Quero uma demonstração disso amanhã de manhã.  

Ela saiu do quarto saltitante fechando a porta atrás de si. O tempo poderia ser curto, e estava diminuindo ainda mais, mas Isabella sabia que tudo daria certo.

23h45min

- Precisamos roubar alguns carros... – Nessie colocou os pés preguiçosamente em cima da mesinha de centro da sala de estar da suíte.

- Bom, eu fiz uma pequena lista... – Renesmee, Bella e Rosalie olharam espantadas para Alice quando esta se manifestou - O que gente? Eu estive pensando no assunto durante o dia – a fada deu de ombros.

- Prossiga Alice. – Bella pediu se aconchegando ainda mais nas almofadas fofas ao lado da irmã mais nova no sofá.

- Eu andei checando, existem três grandes concessionárias aqui perto. Nós podemos dar uma passadinha por lá antes da missão. – a baixinha piscou sorrindo.

- Eu gosto disso. – Rose sorriu de volta para a cunhada.

- Ok. Então vocês três cuidem disso pela manhã – Bella autorizou e as três sorriram contentes em ter alguma ocupação. Elas estavam um pouco entediadas já que os meninos ficaram com todos os encargos da missão.

Jasper continuava trabalhando em seu notebook no quarto, e Edward estava perambulando pela suíte com o celular colado a orelha acertando alguns últimos detalhes com Carlisle. Jacob e Emmett ainda estavam trabalhando com a implantação das bombas em algum ponto do subterrâneo da cidade...até agora. 

- Eu sei que já falei isso antes, mas Emmett você é o filho da puta mais burro que eu já conheci em toda a porra da minha vida!

A exclamação soou um pouco estranha vinda da voz sempre tranqüila e pacífica de Jacob, que acabara de abrir a porta da suíte com brusquidão. Emmett entrou atrás dele de cabeça baixa e ombros curvados, os dois tinham expressões exaltas após um dia de trabalho e estavam estranhamente molhados.

- Mas o que aconteceu com vocês? – Bella se levantou encarando os dois que pararam no meio da sala, deixando com que alguns pingos de água molhassem o carpete.

- Emmett pesou a mão da britadeira e furou um cano da tubulação de água. – Jake falou entre dentes.

- O QUE? – Bella, Nessie, Rose e Alice exclamaram em uníssono.

- Isso mesmo. O gênio aqui fez um rombo imenso em um cano. – Jacob passou a mão afastando as gotas de água que escorriam de seus cabelos negros curtos até seu rosto. Nessie o fitou e constatou que nunca o tinha visto tão irresistivelmente sexy e extremamente irado.

- Emmett eu não acredito nisso... – Bella foi interrompida pelo namorado que desligava o celular e adentrava a sala alarmado pelo falatório.

- Mas que porra é essa? – Edward piscou sem acreditar no que via. Dois patetas ensopados a sua frente.

- SEU DEMENTE! VOCÊ SÓ PODE SER ADOTADO PRAGA! – Alice se exasperou voando na direção do irmão e o socando. A baixinha tentava alcançar o rosto dele, mas o máximo que conseguia atingir eram os ombros.

- Emmett estourou um cano. – Bella murmurou para Edward.

- Puta. Que. Pariu! – Ele passou as mãos pelos cabelos cor de bronze sem acreditar.

- Porra Emmett! – Rose bateu com as mãos no quadril sem acreditar. Definitivamente o tanto que o seu namorado tinha de gostoso, também tinha de estúpido.

- Alice, larga esse infeliz, caralho! – Bella tentou segurar a baixinha pela cintura.

- Ei ei ei pessoal! Vamos manter a censura para menores de 18 aqui ok? – Nessie que olhava o caos a sua volta despertou do transe chamando a atenção dos demais.

Todos respiraram fundo vendo que explodir daquela maneira em cima de Emmett não era a solução para ao seu mais novo, e desnecessário, problema.

Jacob olhou intrigado para sua parceira, em uma situação normal ela seria a primeira a xingar e amaldiçoar o culpado de tamanha besteira, mas naquele momento Renesmee fora a única a manter a calma e segurar o verbo.

Nessie mordeu os lábios e aprisionou a língua atrás dos dentes, segurando seus instintos semelhantes aos de Alice, em bater e xingar o irmão mais velho pateta Cullen. Ela pode sentir o olhar intenso de seu parceiro queimar suas bochechas de vergonha. Isso era ridículo, mas ela ainda não estava acostumada a encará-lo dentro de um macacão semi aberto totalmente sexy e ainda por cima com uma camisa regata branca totalmente molhada colada aos seus músculos.

“Eu preciso de um desfibrilador” – constatou antes de se concentrar em tomar um foco.

 - Ok. Emmett é um idiota. Fez a única besteira que nos jamais incluiríamos na nossa margem de erro. Tudo bem, mas não adianta chutar cachorro morto agora. – a pequena Swan deu de ombros olhando para o grandalhão que parecia acuado no canto da sala – Sem ofensas Emm. – ele acenou triste e ela prosseguiu – Temos que dar um jeito nisso antes que mais alguém desça naquele túnel e descubra o que estamos armando.

Bella assentiu admirada pelo ponto de vista rápido e claro de sua irmã.  A merda já estava feita e agora só restava repará-la.

- É isso mesmo! Temos que dar logo um jeito antes que uma equipe seja chamada para realizar o reparo e todo o nosso plano vá por água a baixo – ela fulminou o cunhado que mantinha a cara de madalena arrependida – li.te.ral.men.te não é Emmett?

- Desculpa pessoal eu...

- Não queria fazer isso – Edward interrompeu o pedido de desculpas do irmão com a voz grave, ainda muito irritado - Nós já sabemos Emmett. Você nunca faz por querer.

O mais velho dos Cullen cruzou os braços irritado pelo tom irônico de Edward. Ele não tinha culpa se os genes da inteligência não haviam se manifestado em seu DNA oras!

- Então... – Bella refletiu rapidamente em uma solução. O relógio estava prestes a marcar a primeira hora do ultimo dia que lhes restava e todos ainda tinham muito a fazer - Edward, você vai ajudar os meninos a concertar tudo lá em baixo!

- Tudo bem. – ele murmurou passando a mão nos cabelos cor de bronze.

- Vamos manter o ritmo pessoal. Vocês três – Bella estalou os dedos olhando firmemente para os meninos – concertem tudo até amanhã de manhã. E se sobrar um tempinho, recomecem de onde pararam. Não importa o que o relógio mostre, vocês tem até a noite de amanha para cumprirem sua parte.

Os três acenaram positivamente. Renesmee sorriu de lado achando um pouco engraçado os três caras adultos e cheios de músculos obedecendo as ordens de sua irmã, que mesmo com sua petulância e autoridade ainda media metade da altura deles.

- Tudo dará certo, basta seguirmos o cronograma. – Nessie os motivou - Só nos resta mais um dia e uma noite para terminarmos os preparativos.

- Exato, e eu tenho a impressão de que ninguém se importa de trabalhar durante toda a madrugada aqui não é mesmo?

Bella bateu palmas espantando os rapazes que logo saíram para cumprir hora extra. Sorrido torto ela se aproximou da irmã mais nova, provocando-a:

- Quem diria hã? Você e seu parceiro, os únicos com o pé no chão nessa missão... eu estou começando a pensar “o que seria de nós sem vocês dois?” – ela sorriu quando Renesmee revirou os olhos e saiu do quarto pisando duro.

[...]

# 2º Dia

Já se passava um pouco mais do meio dia, o sol estava brilhando no topo dos arranha céus da cidade. O reflexo da luz do sol bateu contra a vitrine fazendo Renesmee e Alice abaixarem seus óculos escuros, que antes descansavam no topo de suas cabeças.

- Eu gostei do amarelo. – Renesmee sorriu de lado admirando o carro que praticamente lhe implorava para ser roubado.

- Não acha um pouco chamativo? – Rose apontou enrugando seu nariz arrebitado – Sério, fugir por ai em um carro amarelo banana não é a maneira mais sutil.

- Querida, Porsche é um clássico. – defendeu Alice.

- Uma clássica maneira de chamar a atenção – Rose se afastou e sentiu o olhar das duas fulminando-a – Ok. Não está mais aqui quem falou.

As três voltaram a caminhar pela calçada movimentada, arrancando alguns olhares cobiçosos dos pedestres, principalmente os do sexo masculino. Talvez fosse a postura confiante no andar, o charme natural, os cabelos esvoaçantes ou até mesmo a áurea de perigo; o fato é que as mulheres que passavam ao seu lado na rua se sentiam em uma larga desvantagem.

- Eu fico com a Ducati vermelha. – Rose pôs as mãos no bolso de trás do jeans colado, fazendo um executivo do Wall Stret que passava ao seu lado entortar o pescoço.

- Vermelho? Achei que iria preferir algo mais sutil – Nessie sorriu torto alfinetando a loira.

- Eu também vou ficar com uma moto. Já temos carros demais nessa missão, e as ruas da cidade são tão congestionadas... Não tenho tanta paciência. – Alice balançou os cabelos, agora longos, ao vento.

- Então nos já temos os endereços de todas as nossas damas.

Renesmee sorriu usando o codinome que um dia seu pai lhe ensinara. Carros eram muito mais do que maquinas, se você nãos os tratasse com respeito, eles poderiam muito bem se voltar contra você, assim como as mulheres.

- Mas como iremos apanhar todas as moças, sem levantar suspeitas?

Alice entortou os lábios em um bico, pensando nas alternativas. As três viraram a esquina da Times Square e pararam na frente da faixa de pedestres aguardando o farol.

- Se você tivesse que roubar 20 carros em um dia. Você apanharia um por um, ou todos de uma única vez? – Renesmee falou com cautela para que os demais pedestres ao seu lado não escutassem.

- Um por um eu acho. – Alice franziu o cenho pensando na pergunta feita e em sua própria resposta.

- Errado. – o sinal verde piscou a frente e elas voltaram a caminhar novamente - Depois do segundo a policia já estaria na sua cola. Roubando ao mesmo tempo a policia só ira receber a primeira denuncia quando você já estiver apanhado, pelo menos, uns dez.

Rose arregalou os olhos espantada com a lógica simples da garota ao seu lado. 

- Precisamos fazer tudo no mesmo dia e na mesma hora. Confundir a cabeça da policia e manter a nossa no pescoço. – Renesmee estalou os dedos finalizando a sentença.

Um sujeito, que tinha a namorada do lado, passou pelas três entortando o olhar para acompanhar as passadas de Alice, que revelava suas pernas em uma saia curta. Nessie sorriu ao ver a namorada do rapaz passar vermelha de raiva ao lado delas.

- Acho que vamos precisar acordar cedo, amanhã. – Rose refletiu sentindo um friozinho de expectativa e ansiedade na barriga.

- Quem disse que vamos dormir? – Alice gargalhou só em se lembrar de seus planos para aquela noite.

16h25min

Bella bateu o pé três vezes no chão antes de voltar a fazer o mesmo trajeto, ir da porta da suíte até a parede em frente, mais umas mil vezes. O nervosismo e apreensão já estavam a dominando; e se Isabella fosse claustrofóbica, já teria tido uma crise. As paredes com detalhes em papel dourado já estavam lhe provocando náuseas. Paciência, definitivamente, não era uma de suas virtudes.

Ela fez o caminho de ida e volta mais duas vezes. Embora o lugar fosse projetado para ser amplo e confortável, estava lhe parecendo mais um armário de vassouras de tão apertado. Tinha algo de errado com sua visão, ou as paredes estavam se estreitando?

Jogando os cabelos para trás, Bella bufou mudando de direção e marchando até o quarto. Com um baque ela escancarou a porta, fazendo Jasper dar um pulo na cama, com os olhos arregalados.

- Ok. Minha paciência acabou meu amigo. – ela pôs as mãos na cintura e parou em sua frente, o loiro segurou as bordas de seu notebook um pouco intimidado – Nós combinamos que você me daria uma amostra hoje de manhã, e bom – ela levantou os pulsos até o rosto e percebeu que estava sem relógio - ...já passamos do entardecer!

- Bella só faltavam alguns ajustes...

- Eu sei. Mas não agüento mais esperar. Ou você me mostra agora, ou peço para Alice fazer greve de sexo, e acredite Whitlock, você ira sofrer.

O loiro arregalou os olhos com a ameaça. Bella tinha os dentes trincados e a respiração um pouco pesada, o que a fez cuspir as ultimas palavras.  

- Eu – eu a-acho que não vai se-ser preciso – gaguejou. Jasper afastou a gola da blusa com o dedo respirando fundo - Acabei os ajustes agora pouco.

E como uma nuvem nebulosa que se afasta do sol, o semblante de Bella se transformou de tal forma, que o cômodo chegou a ser iluminado pelo seu sorriso genuíno.

- Eu sempre soube que você não iria me decepcionar! – ela se sentou ao seu lado na cama lhe dando um forte abraço, o loiro sorriu um pouco confuso e sem graça quando a amiga começou a distribuir beijos em suas bochechas. – Tudo bem, agora me mostra tudo!

A morena se endireitou ao seu lado, lhe dirigindo toda a atenção. Jasper sorriu de lado estalando os dedos antes de começar a digitar algo no notebook.

- Bom, estamos na hora do rush, todos em NY estão voltando para suas casas nesse momento... Então... Escolha uma câmera.

 Bella olhou atenta para a tela fitando mais de vinte quadrados, que lhe mostrava uma imagem de diversos cruzamentos espalhados pela cidade. Respirando fundo ela ergueu o indicador e escolheu um dos quadrados.

O loiro lhe deu um sorriso tímido porem convencido antes de digitar novamente uma senha. A imagem na tela foi preenchida com a imagem completa da câmera, que Bella havia escolhido, era uma avenida muito movimentada e muitos carros estavam seguindo tranquilamente pelo cruzamento até que Jasper clicou em um botão.

- Todos verdes. – o loiro disse sorrindo.

Os olhos castanhos de Bella se arregalaram ao ver todos os carros avançando em suas faixas, indo em direção um ao outro. Logo um ônibus bateu em dois taxis na parte esquerda do vídeo, e um engavetamento com quatro carros se formou do lado direito, um dos carros subiu a calçada parando apenas quando entrou com a traseira dentro da vitrine de uma loja.

- Wooow – Bella piscou duas vezes ao ver o caos que o amigo criara com apenas um click.

- Agora – ele digitou a senha novamente – Tudo ao normal, novamente. E eles nunca vão desconfiar que eu baguncei com o sistema deles.

Bella se levantou sorrindo e olhando a vista da cidade pela janela. Se Jasper havia conseguido criar um inferno apenas com um click àquela noite, imagine o que ele poderia fazer na manhã seguinte?

- Quero algo duas vezes pior do que isso amanhã de manhã.

Ela o fitou sobre os ombros e ele lhe devolveu o mesmo sorriso maligno. Aquilo seria tão divertido para ela quanto seria para Jasper... com absoluta certeza.

20h18min

Renesmee fitou a paisagem da cidade pelo vidro e suspirou: 5879, 5880, 5881...luzes brilhantes.

A combinação de ansiedade, nervosismo e ociosidade com gelo era algo de se fritar os neurônios de qualquer um. A pequena Swan tamborilou os dedos no vidro da grande janela algumas vezes até que sua visão lhe mostrou o reflexo de seu parceiro lhe encarando do mini bar no canto oposto da suíte. Ela bufou desviando o olhar, ele já estava começando a incomodá-la, mas do que o normal.

Na verdade parecia que tudo a incomodava, o fato de estarem ali sem ter o que fazer, todos no mesmo cômodo; lhe irritava toda a atmosfera de expectativa; e principalmente, seus nervos ferviam ao se dar conta de que seu parceiro ainda não resolvera ser honesto.

Eles estavam a dois dias na cidade, mas o gelo perdurava desde o dia da discussão. Jacob ainda não havia criado coragem para vir lhe contar o que tanto escondia, e Renesmee já estava começando a pensar que ele nunca o faria. Por um lado seu orgulho a mantinha firme em seu lugar de indiferença, se ele não virava homem, ela iria continuar a dar um gelo nele; por outro sua vontade era de bater nele, forçá-lo a falar tudo como em um interrogatório, socar aqueles olhos negros que a atormentavam até as juntas de seus dedos doerem.

Nessie tinha instintos que a impeliam ao confronto, mas seu orgulho a mantinha em cima do pedestal da indiferença. Isso era completamente perturbador para o sistema nervoso de uma garota com mais mil e um problemas como ela. E para somar tudo e fechar a conta, a ociosidade estava como uma sombra ao seu lado, lhe cutucando.

Um bocejo soou na sala, ela não precisava se virar para saber que viera de Emmett. O grandalhão havia virado a noite junto com Edward e seu parceiro irritante, limpando a bagunça que o próprio havia feito. Os rapazes haviam voltado um pouco depois do entardecer garantindo que tudo estava pronto.

Com todos os detalhes acertados, só restava ao pequeno grupo de criminosos aguardar os ponteiros do relógio caminharem até o dia seguinte, mas a expectativa era grande de mais para que eles conseguissem descansar.  

Renesmee respirou fundo ao perceber que seu parceiro ainda não havia parado de lhe encarar, cruzando os braços à sua frente ela se virou para encarar de volta em um desafio. Era infantil, mas era a única coisa que ela tinha pra fazer mesmo.

Jacob levou a cerveja, preguiçosamente aos lábios, sem desviar o olhar dos seus do outro lado do cômodo. Renesmee apertou as mãos em punhos tentando acalmar sua pulsação. Ela estava odiando admitir, até para ela mesma, que estava sentindo saudades daquele imbecil.

Sua audição encontrou um refugio para sua sanidade, se agarrando as passadas ritmadas de Edward que falava com Carlisle ao telefone. Era o ultimo contato que fariam com Carlisle antes do amanhecer. Provavelmente, naquele exato momento, o patriarca dos Cullen estaria terminando de arrumar as malas para embarcando em um vôo noturno para NY, que aterrissaria pela manhã. É claro que ele chegaria um pouco atrasado para a grande missão, mas nada que comprometesse a vida de todos, afinal era preciso se apegar a cada detalhe para despistar, e principalmente não deixar brechas.

- Ok. Nos vemos amanhã. Boa viagem e mande um beijo para a mamãe. – Edward se despediu encerrando a ligação. Ele deu mais três passos voltando ao centro da sala onde todos estavam reunidos – Meu pai está surpreso, disse que não esperava que já tivéssemos tudo pronto em tão pouco tempo.

Todos sorriram, é claro que cada um ali tinha a sua ponta de vaidade sendo acariciada ao ouvir um elogio como aquele do grande Carlisle Cullen.

- Ele não chegará a tempo para nos ajudar na primeira parte do plano, mas ira nos encontrar direto no local onde foi combinado com Aro.

Alguns acenaram confiantes, outro nem tanto, o pensamento de que Carlisle estava tentando tirar o corpo fora surgiu na mente de pelo menos três cabeças ali presentes.

Estranhamente sorridente, Alice levantou as mãos e piscou os olhos para o irmão pedindo permissão para fazer uma pergunta, como se ela fosse uma colegial bem comportada.

- Fala Alice. – Edward cruzou os braços se preparando. Aqueles olhos brilhantes só podiam significar uma coisa...

- Como papai está feliz por nos sermos super competentes, e já que nós estamos aqui...um pouco entediados e extremamente pilhados. Que tal um break para relaxar?

- Um braek você que dizer... – Bella incentivou pra que ela continuasse.

- FESTA meu povo! – a baixinha gritou levantando as mãos animada.

- Festa? – Edward duvidou da idéia. Aquele seria o melhor momento?

- É F.E.S.T.A! – Alice se levantou já quicando no meio da sala – Quer maneira melhor de liberar as tensões e estresse? Nós vamos relaxar e recarregar as baterias pra amanhã!

- Festa... – Bella repetiu pausadamente já digerindo a idéia que lhe soava estranhamente certa.

- Eu gosto de festas – Rose declarou sorridente.

- Emmett ama festas – as sobrancelhas do grandalhão se moviam para cima e para baixo, o que fez Renesmee sorrir.

- Eu apoio a idéia. Nós estamos precisando de uma boa farra – Renesmee se juntou a Alice no meio da sala.

Edward e Bella trocavam um olhar indeciso enquanto os outros já se animavam cada vez mais. Os dois tentavam se comunicar apenas com olhar, era como se eles fossem os pais das crianças hiperativas ao redor e tivessem que tomar uma decisão importante.

- A idéia não é ruim. O único problema é que estamos no meio da semana. Onde vamos achar uma balada decente? – Jacob ergueu as sobrancelhas questionando.

- Meu amor... – Alice se aproximou do moreno tentando passar seu braço pequeno ao redor dos ombros dele – Isso é Nova York. A cidade que nunca dorme.

- Eu aposto com você que nós programamos um roteiro, só de baladas foda, em dez minutos – Emmett tomou a frente estendendo as mãos para que Jacob apertasse selando a aposta.

- Fechado.

Renesmee revirou os olhos, era só o que faltava, seu parceiro idiota metido em uma das apostas idiotas de Emmett.

- Vai ficar de bico seco a noite inteira garoto – Emmett alertou antes de sair pela porta da suíte, indo Deus sabe aonde.

- Ok. Todos nós vamos relaxar. Aproveitem, por que essa noite é tudo o que temos. – Bella sorriu – E amanhã quero todos de pé e sem um vestígio de ressaca!

Todos sorriram aceitando o trato; exatos 9 minutos depois, Emmett abriu a porta da suíte com um sorriso sapeca nos lábios. Abrindo as mãos como um leque, ele mostrou mais de 20 convites, passes livres e pulseiras Vips de varias baladas chiques e famosas de NY. Jacob gargalhou ao ter determinado como sua sentença, não ingerir nenhum tipo de bebida alcoólica a noite inteira, ele seria o único do grupo a não esquecer totalmente os problemas e se jogar nos braços da noite que prometia, não só apenas ser memorável, mas sim marcar, e mudar a vida deles.


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Notas finais do capítulo

Iae? Toc toc? KKKKKKKKKKK
SIM! Nosso casalzinho passou o cap toooodo sem se falar, isso não estava nos planos... na verdade estava! É que esse cap foi ficando cada vez maior, e maior e maaaaior e então não deu pra colocar a melhor parte dele aki. MAS CALMA MEU POVO. Guardem as facas! Daqui a duas, ou menos, semana teremos o bônus q ta...ai ai ai só vendo 66
Deixo claro que não foi minha intenção, nem de propósito aumentar o suspense desde o ultimo cap, serio gente a demora foi por lances pessoais mesmo. Nada a ver com o fato de eu seu só um pokinho má e kerer o mau de vcs! kkkkkkkkk
Sobre a demora, bom, eu vou ser honesta com vcs. Meu estado emocional anda aos frangalhos...esses meses de agosto e setembro tão se tornando desertos na minha vida. Mas eu to conseguindo atravessar. Por mais que eu queira muuuito escrever o mais rápido possível e postar...o estresse acaba me impedindo e isso dificulta ainda mais o andamento da fic. Pq eu não consigo de maneira alguma sair do buraco negro de desmotivação total, do poço do bloqueio ainda mais na minha situação.
Huhsuahsuahsahs
Desculpem ae o desabafo mas acho q é o mínimo já q vcs me dão mo força, mesmo sem saberem, e estão comigo a esse tempo todo acompanhando essa humilde e louca fic. Se alguém ai tem costume de orar, rezar...bom anotem meu nomezinho lá pq eu vou precisar de forças. Rs.
MAS VAMOS FALAR DE COISA BOA? VAMO FALAR DE TEC PIX! Kkkkkkkkk
Bom eu explorei bem a parte em que nós simplesmente temos akelas idéias/fantasias com o nosso querido Jacob Black....acho q eu viajei demais pq eu tenho uma versão diferente dele em cada parte do cap. 66
Espero que tenham se lembrado do Riley... ele apareceu no cap 9 logo após a aula de biologia. E sim ele irá aparecer novamente...eo Wolverine hem? HA. xD
Ah sim tenho que comentar rapidinho uma coisa aki cm vcs! Acho q muitas não ligaram um nome ao outro mas o Will amante da Eve no cap passado é o mesmo Will sócio do Garrett e melhor amigo. Todo mundo fico meio Eve fdp mas ninguém viu o QUÃO fdp ela realmente é....aguardem. MUAHAHAHAHAA.
To impressionada cm as deduções de vcs. Eu sei q eu dou muuuito mole, mas mesmo assim fico feliz de muitas estarem certas em seus palpites. Isso prova q eu não embolo tanto a cabeça de vcs, q vcs continuam interessadas e não pretendem, eu ESPERO, me abandonar!
*bate palminha Eeeeh!*
AVISO que o bônus vai ta recheaaado de jakessie e sim meu povo teremos a primeira vez deles! *me mandem vibrações positivas* kkkkkkk
Beeijusz suas nindas e nos vemos em breve. Na cama com o Jake! Ui ui uii 66