O Dia-a-dia (quase)normal de Um Filho De escrita por Mi-chan_Leto


Capítulo 5
Capítulo 4- Não me dou bem com meus colegas


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem a demora, acabei de terminar e estou postando. Realmente espero que gostem, até lá embaixo.Boa leitura!



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--Camarão, camarão, camarão com pão, camarão, camarão...

  --Percyyyyyyyyyyyy, desliga isso antes que eu coloque essa sua cabeça com pão e jogue para um mexilhão!

  Ele se sentou e olhou para mim por cima do beliche com aquela cara dividida entre “WTF?” e riso. O Chris viu a cara dele e começou a rir, o Percy decidiu rir e eu a começar a dar um riso sem graça, até que todo mundo se lembrou da ordem de chegada no banheiro ao mesmo tempo e parou. Saímos correndo para a porta ao mesmo tempo, mas como eu tive que pular do beliche, eles saíram primeiro. Desisti, e voltei para o quarto.

  Outro dia de aula. Será que agora a camarãozinha falaria comigo? Bom, se não falar, eu falaria com ela, pois eu não era um tímido para ficar esperando ela vir falar comigo e ficar quieto.

  Vamos ver se ela o Dennis são o bastante para me fazer suportar aquelas viradas de cabeça de pessoas irritantes. Minha aparência não ajuda muito, acho que vou tentar melhorar um pouco... Mas com que cara eu vou pedir roupa emprestada para o Percy ou para o Chris? A não ser que eu roubasse pegasse emprestado (eu devolvo tudo, é sério), mas ia aparecer vestindo roupas diferentes das normais do mesmo jeito...

  Primeiro, vou tomar banho. Dar um pulinho em algum lugar com chuveiros, sem chamar atenção. Peguei todas as coisas que eu precisava e viajei até um banheiro público para tomar banho, afinal, por aqui eles não eram tão ruins assim. Tomei banho, voltei para debaixo da cama, saí por lá (era a maior sombra que tinha no quarto) e desci. Ninguém estava preparando o café, e eu comecei a fazer uns ovos fritos com bacon.

  --Nossa, que cheiro maravilhoso Anna...—começou Percy, que logo parou ao ver que era eu que cozinhava. Ele fez uma cara de espanto e falou:

  --WTF1: Você sabe cozinhar? WTF2: Onde você tomou banho?

  Eu simplesmente sorri de um jeito misterioso, e fiquei calado.

  --Hum...—disse Annabeth cheirando o ar ao chegar—parece que nosso amigo está inspirado...

  --Ou apaixonado—completou Percy.

  --Ou os dois—disseram em uníssono, se beijando logo depois. Eu bufei e revirei os olhos.

  --Ah, vão para um quarto—disse Clarisse ao chegar.

  --Iríamos, se o Quíron não arranjasse um jeito de descobrir lá do acampamento e chegar aqui voando.

  --Gente, não preciso saber da vida íntima de vocês e dos seus segredos mais obscuros. Vou lá em cima apressar o Chris.

  Já ia subir aliviado de ele ter esquecido sobre o banho que, sinceramente, achei que eles não fossem reparar, quando a Annabeth me para.

  --Nico, onde você tomou banho?

  --Lugar nenhum—disse eu, querendo que eles me deixassem em paz e falando novamente com “A” voz, que sempre funcionava.

  --Gente, esse garoto sempre consegue o que quer, temos que enfrenta-lo quando ele fizer isso. Ele está ficando muito folgado e mimado—disse  Clarisse, e todos concordaram. Eu sorri, imaginando quem me xingaria.

  --Chris, anda rápido ou vai ter que ir sem comer!—gritei da escada.

  --Já vou!—respondeu Chris de cima.

  --Vai você Annabeth, você é mais amiga dele—sussurrou Percy.

  --Lembra o que ele fez por você?—lembrou Clarisse ao ver que ela ia protestar. Essa recordação renovou as esperanças da Annabeth, que já veio se levantar para falar comigo. O que eu fiz por ela, vocês devem estar se perguntando (eu espero).Bom, vocês lembram da história da blusa que ela me deu? Bom, aí vai a continuação:

Flashback on

  Eu tentava e tentava e nada fazia Annabeth falar comigo. Ela era inflexível,e mesmo eu pintando a blusa de azul de volta, nada fazia ela ao menos olhar para a minha cara. Eu nunca tinha visto ela agir de maneira tão infantil, e quando algumas pessoas tentavam ajudar ela simplesmente falava “Eu não conheço nenhum Nico. Aliás, que nome horroroso é esse?”.

  Bom, eu tive uma idéia. Ia exigir que eu me humilhasse, mas ao que parecia era a única maneira.

  Depois de três dias de trabalho duro e praticamente sem sair do chalé (os filhos de Apolo atribuíram isso a um ataque emo, aqueles filhos-da-mãe), minha idéia estava pronta para ser posta em prática.

  Respirei fundo me perguntando se eu realmente tinha que fazer aquilo. A Annabeth me fazia falta, então eu realmente precisava. Tomei coragem e saí do chalé, na hora do almoço. Fui andando e todos os olhares se viravam para mim.

  --Meus deuses, o filho de Hades está fora de si?—se perguntavam os filhos do Sr. D.

  Todos me olhavam, divididos entre a vontade de rir e o medo de serem mortos por minha pessoa.

  --Aquele tempo no chalé o deixou louco—riam os filhos de Apolo. Para eles era loucura o filho de Hades de (ugh!) chinelo de couro, headband, e com uma roupa jamaicana COMPLETAMENTE COLORIDA.

  Só quando eu cheguei mais perto eles entenderam o porquê da roupa. Bordado em lantejoula colorida estava escrito um torto e horroroso “desculpe Annabeth”. Todos olharam para ela, que quando sentiu os olhares levantou a cabeça e ficou boquiaberta. Eu abaixei a cabeça meio que permitindo que eles rissem, e todo o lugar explodiu em risadas, incluindo Quíron e SR. D.

  Todos os campistas, incluindo Percy, Chris e Clarisse, começaram a bater palmas e gritar para a Annabeth me desculpar. Eu olhei para ela com uma cara de cachorrinho e ela saiu correndo rindo e me abraçou, tirando os pés do chão. Todos aplaudiram, e assim que ela me soltou, e todos conseguiram parar de rir, eu me pronunciei.

  --Gente, gostariam que não comentassem isso pelo próximo século, ok? Foi só um jeito de apressar as desculpas que viriam de qualquer jeito.

  Annabeth me deu um tapa no ombro, e voltou a se sentar. Eu tirei aquela droga de blusa (qualé, era completamente normal campistas sem camisa por aí. Ninguém ia ver nada que já não tenha visto), Tirei as sandálias, e a calça (eu estava com uma por baixo, tá?) coloquei correndo uma blusa do Led Zeppelin (trouxe ela numa bolsa), joguei as roupas no chão e quando ia por fogo a Clarisse corre, pega a blusa e fala:

  --Este objeto tem que ser guardado pela eternidade. Você acabou de fazer história no acampamento.—frase acompanhada pelo resto dos campistas de um agradecimento.

Ela foi se sentar (ela emprestou a blusa para passar de mão em mão), coloquei fogo nos objetos, me sentei, e pelo resto da semana todos me zoaram pela roupa.

Flashback off

  --Nico querido, você não pode simplesmente fazer isso toda vez que alguém perguntar algo que lhe desagrade. Agora você vai me falar como e onde você conseguiu tomar banho.

  Fiz uma cara de desagrado, e rolei os olhos.

  --Gente, entendo que prometeram que seriam responsáveis por mim, mas isso não significa que têm que agir como se fossem meus pais, tentando me acostumar com uma educação que eu nunca vou ter. Ah, e me repreender por qualquer motivo não os torna imediatamente responsáveis.

  --Qualé, você não pode esconder uma capacidade sua da gente. Isso pode ser prejudicial tanto para você quanto para nós.

  --Nico, você está fazendo viagem pelas sombras?—perguntou Percy.

  --E sair assim sem nenhum desgaste? Não é isso. Ou é?—perguntou Annabeth.

  --Qual o bafôn?—perguntou Chris chegando à cozinha.

  --Eu faço viagens pela sombra. E daí? Todo mundo já não sabia disso?

  --É, Annabeth, você está pegando no pé do Nico à toa. Era de se esperar que ele não ficasse cansado daquele tanto para sempre—me defendeu Chris, compreendendo a situação. Fiz um obrigado sem som para ele, e fiz um sinal para ele se sentar.

  --Nico—fiz aquela cara de “meusdeusesoqueeufizparamerecerisso” quando Clarisse me chamou—o que foi aquela ligação ontem?

  Todos na mesa olharam para mim, enquanto eu pegava os ovos com bacon e jogava no prato de um por um. Me sentei e comecei a comer.

  --Não tinha nenhum valentão te incomodando não, né?

  --Não.

  --Alguém te chamou de emo?—perguntou Chris, e todos olharam para ele com aquela cara de “cala a boca”.

  --Não.

  --Alguém zoou as suas roupas ou os seus cadernos?—perguntou Percy.

  --Não.

  --Você ficou constrangido na frente de uma garota?—não precisa nem falar que esse palpite foi da Annabeth, e antes que eu pudesse mentir ela continuou:

  --Era aquela que a gente escutou no telefone?

  --Eu não queria ir por causa dela, mas ela sim, tinha me deixado um pouco bravo por causa dos meus cadernos. Eu só não lembrava que a escola era tão chata.

  --Bom , é só levar seu Mythomagic na próxima aula—brincou Percy.

  --Acho levar a sua cabeça uma idéia muito melhor—retruquei, e todos riram  baixinho.

  Terminando o café, fomos todos escovar os dentes para sair.

  Ao chegar na escola, sentei na mesa de ontem, e fiquei lá enquanto outros alunos chegavam. Quando as TAB chegaram, começaram a conversar baixinho. Ao prestar atenção, percebi que decidiam se iriam vir falar comigo e o que falariam. Depois de um tempo, elas se aproximaram.

  --Então, você curte animes?—A Thamyres puxou conversa.

  --Sim.

  --Você gosta daqueles tipo dragon ball? Aquelas coisas violentas...—Perguntou a camarãozinha com uma cara de nojo.

  --Alguns. E você, camarãozinha? Só no shoujo mesmo?

  A Gabriela começou a rir, e camarãozinha lançou um olhar fulminante para ela.

  --Por que você me chama assim?

  --Porque você é ruiva do cabelo cacheado—falei como se fosse algo óbvio—e tem sardas. E lembra de longe a camarãozinha de...

  --Sonhos no gelo—completou ela. Você assiste esse tipo de filme?

  --Não. Uma filha de...—ops, acabei de lembrar que Afrodite não existe aqui—Uma... amiga me fazia assistir esse tipo de coisa quando estava de TPM, e só a minha companhia impedia ela de arrancar pescoços.

  --Então sua namorada é estressada? Ou é ex? Ah, desculpa, não é da minha conta...-falou Gabriela, abaixando a cabeça.

  --Não tem problema. Eu nunca tive namorada...

  --Só ficantes mesmo... –completou a Sabrina.

  --Agora sim isso não é da sua conta.

  --Nossa, não posso fazer nem um comentário mais?

  --Não um comentário sobre algo que não lhe diz respeito.

  --Como assim?!—Disse ela com uma cara de espanto.—Você pode sair por aí me colocando apelidos e eu não posso fazer um comentário, que aliás, é bem verdade...

  --Quem pode lhe garantir? Você não pode sair julgando os outros assim. Eu te apelidei de acordo com a sua aparência, e a não ser que você pinte o cabelo e use máscaras de disfarce que nem no filme “As branquelas”, posso garantir que a sua aparência é essa. Agora você faz um comentário sobre o meu caráter, e ainda o defende alegando que é verdade?

  --Nossa, você começou a me xingar desse jeito só para eu acreditar que você não é um galinha? Olha o seu jeito e o jeito que você me tratou ontem... Você realmente vai se esforçar tanto para defender uma mentira? Ficar procurando argumentos, e falar como se estivesse num tribunal, com essas palavras complicadas...

  --Desculpa se educação te incomoda. Estou tentando falar sem te ofender e falar palavras grosseiras, mas como parece que é a isso que você está acostumada, não há nada que eu possa fazer. Vou te tratar do jeito que você quer ser tratada.

  --Então ta, você continua fingindo que não mentiu e eu continuo fingindo que não sei disso. Não sei o que tanto te custa admitir...

  --Então tá. Vou sair daqui antes que eu cometa algum crime.

  --Ai meu Deus, corra thamyres, ele vai anotar nosso no me no Death Note...—disse ela rindo da minha cara enquanto eu ia embora.

  Parece que foi só aí que ela notou (eu também) que as amigas dela a olhavam boquiabertas, e o resto da sala curioso, querendo saber como o novato já tinha brigado com alguém. Caramba, agora que lembrei, ela é queridinha do diretor, tomara que não conte nada pra ele, senão eu estou ferrado... bom, vou tomar um ar antes que a aula comece.

Conversa das “TAB”

  --Sabrina, você é doida... – Gabi foi a primeira a se pronunciar.

  --Se você tratar assim todas as pessoas que você gostar está ferrada...—criticou Thamyres.

  --Eu não estou gostando dele! – Falei um pouco alto demais, e algumas pessoas da sala me olharam e riram.

  --Sabrina, te conheço, e você sabia que o que falou foi errado—começou Gabi.

  --E mesmo assim preferiu defender seu erro de todas as maneiras a retirá-lo. Você se recusa a aceitar que disse algo errado, desde sempre.—terminou Thamyres.

  --Mas vocês acham mesmo que um garoto tão boni... Que alguém com essa aparência considerada bonita por muitas pessoas, que eu não acho, não seja um galinha e não tenha pegado várias?

  As duas me olharam maliciosamente, e depois a Gabi respondeu.

  --Aposto que esse di Ângelo vai ser um saquinho de surpresas... É melhor não julgá-lo pela aparência.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sei que ficou pequeno, mas foi só algo que fiz para não os deixar esperando por muito tempo... Podem me xingar se quiserem. Agora que as férias finalmente chegaram vou poder postar mais rápido...Beijos