POV Damon

Assim que eu e Stefan entramos em meu quarto na pensão, eu comecei a falar.

  -Stefan...Eu...eu pensei muito sobre...-Eu não conseguia falar direito, ter aquela conversa uma vez já fora bem difícil, e eu tinha medo da reação que meu irmão pudesse ter-

  -Sobre?-Ele me encorajou a continuar-

  -Sobre...tudo.Sabe, Katherine, nossa briga, a transformação, você...Elena...E...esses fantasmas do passado então doendo tão forte, que não consigo simplesmente esquecer.A culpa fica martelando na minha cabeça, e mesmo que eu nunca tenha admitido, eu não consigo me perdoar por tê-lo destruído, por tê-lo matado, naquela noite...E pensar que tudo podia ter sido diferente...

  -Se não fosse por Katherine.-Ele me interrompeu-

  -Não!Se não fosse por mim...eu estraguei tudo, e não posso me redimir.Estarei para sempre condenado ao inferno.E eu queria tanto poder voltar atrás e não estragar as coisas...-Eu parei, estava atordoado, coloquei as mãos de cada lado de minha cabeça, enquanto lagrimas caiam sem parar- ...mas eu não posso, não posso...Ah! Stefan, meu irmão, se algum dia, de verdade, você puder me perdoar...-Eu já não conseguia mais falar, havia um nó preso em minha garganta-

  -Eu estou aqui, Damon.

  Levantei a cabeça, o fitando sem compreender.

  -Eu já o perdoei.

  -Eu não mereço o seu perdão..-Falei-

  -Merece sim.No momento em que negou a Katherine, para morrer ao meu lado, e ao de Elena, desde aquele momento, você mereceu o meu perdão, irmão.-Ele tocou meu ombro, sorrindo, e eu o puxei num abraço.

  Um abraço que matou toda a saudade, destruiu qualquer sombra de raiva, um abraço, que curou cada ferida aberta, que cicatrizou o coração há tanto tempo destruído.

  Estava desfeito.Toda a raiva, ira, magoa, tudo; Estava desfeito.

  Eu o soltei, olhando-no nos olhos.Nós dois, com rosto cansados.

  -Vamos dormir.-Eu disse- Há um quarto ao lado, fique nele ao menos por esta noite.

  -Okey.-Stefan concordou, indo na direção que eu lhe apontava, despedindo-se com um sorriso amplo e sincero que automaticamente retribuí.

  Joguei-me na cama, meus olhos pesados, se fechando para um boa noite de sono.

  Abri meus olhos, fitando a claridade que entrava pela janela.O sol estava alto, já devia ser tarde.Olhei no relógio de meu celular.11:30 da manhã.Assentei-me espreguiçando.

  Olhei em volta do quarto, e procurei ouvir sons no quarto ao lado do meu ou no resto do corredor.Nenhum sinal de Stefan.

  Suspirei alto e olhei em cima da mesinha ao lado de minha cama.Havia duas cartas.Peguei  primeira abrindo-a, era a letra de meu irmão.

  “Tive que sair.Volto pela manhã.Até.Com carinho, Stefan.”

  Depois abri a outra carta.O cheiro que irradiava dela, a caligrafia; Minha Evyllin.

  Li o que estava escrito, lagrimas se aglomerando em meus olhos, junto com um sorriso que se formava quando terminei de ler.

...O tempo passava devagar, mas finalmente deu 5:00 da tarde.Fui tomar um banho.

  Demorou, eu não tinha pressa.

  Busquei em meus guarda-roupa algo que não fosse preto.

  Droga, nada!

  Olhei em cima da cama, havia uma camisa de um tom de azul claro, e calça jeans.Vi um bilhete por cima.

  Alguém havia estado aqui.Peguei o bilhete.

  “Você precisava de algo melhor para vestir do que preto.

  Não se preocupe, você terá tempo para me agradecer depois.Stefan.”

  Ah!Claro.Irmão, te devo essa.

  Vesti-me rapidamente, escovei os dentes, penteei o cabelo já quase seco e saí.

  Olhei o relógio enquanto caminhava devagar e direção à campina. 5:40.Eu não podia me atrasar.Apressei o passo para um corrida e logo avistei.

  Uau!Suspirei, surpreso.

  Se misturando à paisagem vermelha das flores, Evyllin me esperava.Ela estava linda, e eu já podia ver o negror de seus olhos.

  Continuei andando, sem nunca desviar meu olhar do seu, mas paralisei subitamente.Os olhos negros, agora eram de um lindo azul.Os cabelos, tons mais claros do realmente é, o formato de sal expressão, de seu rosto.

  -Elena.-Sussurrei quase inaudível-

  Meus pés travaram-se ao chão, eu não conseguia me mover, mal tinha controle de minha respiração.

  -Como..?-Um murmúrio mudo, apenas um mover de lábios-

  -Alguns vampiros da espécie de Carlisle, tem poderes a mais do que a força, a velocidade e os sentidos avançados.Um poder único.-Ela respondeu, se aproximando- Lembra-se de quando nos conhecemos, e eu me transformei num tigre?-Ela perguntou e eu apenas afirmei com a cabeça num mínimo movimento, ainda duvidoso.- Esse é o meu poder.Posso mudar de forma, de animal à pessoa ou até mesmo objeto.-Evyllin sorriu e eu retribui, finalmente conseguindo me mover, para tocar seu rosto- Quando fui ao seu quarto deixar a carta, vi uma foto de Elena sobre a mesa, do lado da cama...Queria lhe dar um presente...você falou sobre como a amava e...

  -Eu não quero ver Elena, quero ver você, Evyllin.-Falei calmamente, pronunciando devagar cada palavra-

  Ela passou para sua forma, me fitando em duvida.

  -Mas você a ama.-Ela disse com precisão-

  -Sim.A amei, e ainda a amo.Mas amo mais você, Evyllin.Elena não é minha alma gêmea, você é.E ao te beijar, é os seus olhos que quero ver, não mais os dela.Elena Gilbert pertence a Stefan, você, Evyllin Cullen, pertence a mim, até quando você não mais me quiser.

  -O que nunca irá acontecer.-Ela sussurrou beijando-me, mas a afastei-

  Observando-a dos pés a cabeça.Ela vestia uma camisola vermelho sangue, rendada.

  Peguei em sal mão e a fiz girar, para que pudesse vê-la melhor.Havia um profundo decote nas costas, e na frente um decote em V deixando a mostra um campo de pele.O tecido só tampava até um pouco acima da coxa, deixando vastas pernas lindas e sensuais a mostra.

  Meus olhos queimaram em desejo e meu corpo clamava pelo seu.

-O que isso significa exatamente?-Perguntei, com um olhar malicioso-

-Que estou pronta para entregar completamente meu coração a você.

  Dei um amplo sorriso.Aquilo era o bastante para mim.Meus lábios capturaram os seus com urgência, num beijo quente, cheio de luxuria e amor.