Pigananda!!! escrita por almightymag


Capítulo 27
It’s so hard to say...


Notas iniciais do capítulo

Queria dizer que só falta um único capitulo para terminar PN o/ Só não sei quando vou começar a escrever, porque minha vida num ta muito... ah, problemas pessoais que vão passar logo logo u.u Espero que não abandonem de novo porque vocês são os únicos motivos por eu ainda estar postando, e, aliás, eu fiz uma promessa xD
E me desculpem por não estar respondendo as reviews, mas juro que leio elas com maior carinho, por vocês ainda estarem aqui *-* amovocês~ ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/106709/chapter/27

Nós não falamos muito na volta. Eu fiquei com o olhar perdido pela janela por todo o trajeto e ele não desgrudava os olhos da estrada. Na verdade, nós não falamos nada um com outro depois daquela... confissão. Tentei convencer a mim mesma de que ele havia deixado claro que agora me vê apenas como amiga, mas era estranho. Porque não é todo dia que o melhor amigo do seu namorado – e seu amigo também – chega para você e diz que há mês atrás era apaixonado por você.

E eu realmente estava tentando fazer de conta de que aquela conversa não tinha existido. Mas (apesar de fofo; preciso confessar também que foi fofo da parte dele juntar coragem para falar de um sentimento que supostamente não existe mais) era quase perturbador.

Saí do carro assim que ele estacionou na garagem e caminhei até a porta da frente sentindo sua presença há alguns passos atrás de mim. E quando entrei na sala vi uma cena nada surpreendente.

Anna estava jogada no sofá teclando freneticamente no seu Nokia E5 (provavelmente ela estava respondendo todos os sms’s ignorados até hoje) e Sunie estava zapeando pela TV (sinceramente, eu acho que para a Sun era mais divertido trocar de canal do que assistir qualquer programa de entretenimento) com a Roo dormindo no seu colo.

Eu me livrei dos meus sapatos me lembrando porque eu não os usava muito: ter os pés paralelos ao chão é uma coisa maravilhosa, e eu desfrutei disso por alguns segundos antes de dar mais alguns passos e jogar minha bolsa no sofá plantando um beijo na bochecha de Anna. Pulei o sofá e me curvei para beijar a testa da Sunie.

E Sunie inspirou.

Tinha certeza que ela não estava inspirando meu perfume, e sim, com certeza, uma coisa mais doce.

Ela franziu as sobrancelhas para mim e apertou minhas bochechas cheirando meu hálito.

– Não acredito que você comeu donuts de chocolate com leite condensado e não trouxe um para mim! – acusou ela fazendo a Roo acordar. Às vezes ela é bem sinistra. Não só a Sunie, a Anna também tem o poder de ler minha mente quando necessário.

Eu não sei ao certo o que elas faziam. Se elas realmente tinha poderes obscuros, ou se eu realmente era muito previsível. Ou elas eram extremamente observadoras... Mas ainda prefiro a primeira opção, por que as outras eram assustadoras. 

– Eu só – tentei me explicar – tinha dinheiro para comprar três e...

– Podia ter trago para mim e para Ann. Anna! – Anna ainda estava concentrada no seu celular, não duvido que ela esteja lendo todos os torpedos, coisa que eu ainda não fiz. Era exaustivo ver que tem mais de 200 torpedos não lidos no seu celular, sendo que (eu tenho certeza) a metade deles é da minha querida operadora que nunca se esquecia de mim. – Você não vai fazer nada? – perguntou Sunie.

– Fazer o quê? – perguntou Anna preguiçosamente.

– Essa traidora comeu donuts e não trouxe nem migalha para nós.

Anna olhou para mim, eu abaixei os olhos.

– Amanhã a gente vai lá comprar – disse ela soltando um suspiro e voltando sua atenção para o celular.

Sunie emburrou a cara, cruzou os braços e se encostou ao sofá encarando a televisão. Se a TV explodisse eu não me surpreenderia. Sério.

Eu mordi o lábio inferior para não rir. A Sun ficava uma fofa quando ficava emburrada; as sobrancelhas juntas, as bochechas ligeiramente infladas, os lábios franzidos, o olhar quase intimidador. Eu apertei a ponte do seu nariz e afundei um beijo naquela bochecha.

Mas ela não esboçou nenhuma mínima emoção.

– Hein, cadê os outros? – perguntei.

– SM Entreteniment – respondeu Anna, agora ela digitava no celular.

– E eu preciso ir para lá agora – disse Onew surgindo no corredor, de banho tomado e roupa trocada. Era incrível como os homens conseguiam fazer essas coisas com tamanha rapidez.

Com certa habilidade ele enterrava seus pés num Dots preto enquanto colocava a bolsa no ombro.

– To indo meninas... Tchau. Tchau Mag.

– Até mais – respondemos em coro.

Eu estava começando a rezar para que elas não notassem. Mas, sabe, quando se tem amigas que supostamente possuem poderes de ler a sua mente quando bem querem, fica difícil esconder qualquer coisa delas.

Tchau Mag – repetiu Anna com ênfase.

– Hmmmm – fez Sunie.

Eu me encolhi no sofá. Sunie tinha parado no Animal Planet, mas ela nem estava prestando a atenção na televisão, estava olhando para mim. E eu, tentando escapar da situação, era obrigada a ver um casal de grilos se acasalando.

Eu respirei fundo. Porque nem se eu tentasse eu ia deixar isso passar. Porque quem divide o apartamento divide a vida.

Olhei por sobre meu ombro só para ter certeza de que o Onew realmente já havia ido, e só voltei a relaxar no sofá quando ouvi o ronco do motor do Audi Q7 se afastar.

– Onew disse que era apaixonado por mim – falei num só fôlego.

Sunie tapou a boca com as duas mãos e arregalou os olhos. Anna ficou me olhando com a boca meio aberta, como se seu cérebro estivesse processando essa informação lentamente e então finalmente soltou:

– O quê?

– É – murmurei – Ele disse que era apaixonado por mim, mas que não durou muito tempo porque, segundo ele, o Key era suficientemente apaixonado por mim para fazê-lo desistir.

Quando eu percebi que elas não iam fazer nenhum comentário sobre isso, porque os cérebros delas ainda deviam estar em processo, eu continuei.

– Mas está tudo bem entre a gente. Aliás, ele vai sair com a Yuna no sábado.

– Yuna? – ecoou Sunie, agora completamente confusa.

– Kwon SooYuna. Aquela menina da garrafa d’água...

– Aaaah – elas fizeram um coro de entendimento.

E nós paramos por aí. Anna continuou no celular, Sunie com a TV e eu com meus pensamentos. Porque, sinceramente, ninguém desapaixona. Você até pode aprender a ignorar esse sentimento, mas sempre haverá fragmentos dele dentro de você. E isso fez com que eu me sentisse desconfortável.

Eu queria poder apagar aquela conversa. Porque também sei que por mais que eu tente, por mais que eu brinque com a situação, eu não vou consegui olhar para Onew como costumava olhar... Mas acho que isso também isso é uma coisa da qual eu possa aprender a ignorar.

Já ignorei tantos sentimentos. Estava quase me tornando uma profissional nisso.

Quando eles chegaram, eu e as meninas estávamos na cozinha preparando uma mousse de chocolate e cantando – melhor, berrando – Goin’ Down de The Pretty Reckless. Na verdade, só eu e Ann que estávamos cantando, a Sun só balançava a cabeça porque não sabia a letra da música toda, só o refrão.

Eles passaram pela porta da cozinha com um rápido “annyeon” e sumiram pelo corredor, só que o Jong parou na porta da cozinha, se encostou à soleira da porta com as mãos no bolso, e no seu rosto havia uma expressão nada legal.

– Eu perdi a aposta – comentou ele fitando o chão. Eu senti um ligeiro aperto no peito. Medo? Jong era do tipo que olhava em seus olhos quando falava com você, e não para o chão. – Sou eu o submetido a falar – Jong pigarreou. – Nós vamos para Seol semana que vem para gravar um clipe.

– Isso é bom – disse Sunie enxugando as mãos com um pano de prato.

Anna estava sorrindo até notar que eu não estava tão feliz com essa notícia. Até onde sei, nós estamos em Daejeon, que é bem longe de Seol. E eles não têm a mínima obrigação de nos carregar onde eles forem, aliás, já era para nós estarmos em Manhattan. E a gente também não tem o direito de interferir na carreira deles.

– É – suspirei – Isso é bom para vocês. – E tentei sorrir.

Jong continuou sério, ainda com as mãos no bolso e analisando os nossos rostos. É claro que a Sunie demorou a sacar.

– O que foi? O que isso quer dizer? – perguntou Sunie ainda confusa olhando para min, para Anna e para Jong a busca de uma resposta. Mas ninguém precisou abrir a boca – Eu não quero ir – resmungou Sunie.

– Ninguém quer – falou Anna.

– Mas nós devemos – completei, tentando parecer madura, mas isso estava fora dos meus eixos no momento.

Tenho certeza de que, nesse momento, eu era capaz de gritar, chorar e pedir para ficar. Porém, era completamente injusto e totalmente egoísta de minha... nossa parte fazer isso com eles. Nós praticamente estaríamos interferindo no sonho deles, não importa o quanto eles gostem da gente. Eu aprendi que se você não quer ser abandonada por uma coisa, então é melhor libertá-la o quanto antes. E era isso que eu estava disposta a fazer.

Sunie abaixou a cabeça e Anna cruzou os braços.

– Bom, eu já cumpri a minha pena – disse Jong remotamente e então saiu da nossa vista.

Pelo o que eu vi em seu rosto, não fora fácil para ele. Mas eu não queria me despedir assim. Sempre fui péssima em despedias acompanhadas de abraços e lágrimas. Se isso era para terminar, então que terminasse da melhor maneira possível.

Se é que “melhor maneira possível” é o tipo de frase que acompanhe a palavra despedida... 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!