Pigananda!!! escrita por almightymag


Capítulo 26
Mission complete õ/


Notas iniciais do capítulo

Apenas cumprindo minha promessa. Eu disse que ia postar até o final xD
*cruza os dedos* Merlin, faça minhas leitoras lindas voltarem TT______________TT



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 – Então por que você não a convida para sair? – perguntei depois de uma longa e desgastante conversa com o Onew a caminho do set de filmagens.

As meninas resolveram ir para um shopping se distrair porque aparentemente não tinha nada de muito interessante em ficar sentada apenas assistindo o Onew atuando. Mas eu não ia para lá ficar sentada apenas assistindo o Onew atuando. Eu ia fazer bem mais do que isso: tirar ele desse mundo de “não tenho tempo para namorar”.

Se Obama, o presidente, tinha uma esposa e filhas, então porque Onew, um astro-não-exatamente-mundialmente-famoso do pop (porque se não fosse por eles mesmos nós não ficaríamos sabendo da existência do grupo SHINee por um bom tempo), não podia ter uma namorada? Eu tenho certeza que a agenda do Onew não era tão ocupada quanto à do Obama.

Percebi as mãos de Onew apertarem o volante mais que o necessário ao fazer uma curva.

– Bom... – começou ele quando paramos em outro sinal vermelho. Seus dedos tamborilando no volante enquanto a outra mão coçava a nuca. – Ela é tímida, eu não faço a mínima ideia de como chegar em uma pessoa como ela.

Eu soltei uma breve e cortante risada.

Ele voltou com as duas mãos ao volante quando o sinal abriu.

– Diz que você não está falando sério... – suspirei.

Onew lançou um olhar rápido para mim logo voltando a prestar atenção ao transito, nem deu tempo de decifrar seu olhar.

Eu fiquei em silêncio e deixei meu cérebro trabalhar até o Onew estacionar o carro na sua vaga de sempre. Assim que ele pôs a mão na porta para destravá-la eu segurei em seu pulso e o obriguei a olhar para mim.

– Então faça comigo.

– O quê? – Suas sobrancelhas se uniram.

– Tudo que você precisa é esquecer que ela é tímida – falei com um ar de profissionalismo – Então? Faça comigo o que você não tem coragem de fazer com ela. Me convide para sair!

Onew pigarreou e continuou olhando para mim com o cenho franzido, nervoso. Ele abriu e fechou a boca umas três vezes antes de finalmente dizer:

– Quer... – Ele suspirou – Quer sair comigo?

Eu pressionei os lábios e balancei a cabeça negativamente.

– Tenta de novo – pedi – Não é tão difícil assim. Tenta ser mais sensual...

Onew sorriu timidamente e abaixou a cabeça.

– Você... – Ele umedeceu os lábios com a ponta da língua voltando a olhar para mim. – quer sair comigo?

Eu ergui uma sobrancelha.

– Você pretende levá-la aonde? – indaguei com um sorriso involuntariamente malicioso fazendo o Onew rir dos meus supostos pensamentos. – Ok, seja mais descontraído, não direto, mas objetivo. Assuma o controle, mas deixe que ela decida.

– Você falando desse jeito parece ser bem mais difícil do que eu pensava – murmurou ele.

Eu ri e ele abaixou a cabeça de novo, sorrindo.

– Você está livre sexta?

Eu sorri em aprovação.

– Mas é claro – respondi teatralmente, esperando por mais.

– Te pego ás oito?

– Perfeito.

– E se ela não aceitar?

Eu bufei abrindo a porta do carro e jogando minha bolsa no ombro.

– Vamos, antes que você se atrase.

Ah, foi entediante apenas assistir o Onew ensaiar. Quer dizer, as meninas não estavam lá para conversar ou para me enviar olhares carregados de intenções e piadas internas. Então tudo que fiz foi ficar sentada naquela cadeira com as pernas cruzadas fingindo que o ensaio era realmente interessante... O filme deve ser, mas ensaios são sempre um saco. Ainda mais quando você não entende o que eles estão falando quando falam coreano.

Quando não conseguia mais me distrair com meus próprios pensamentos, ou com as minhas unhas, ou de procurar pontas duplas no meu cabelo eu finalmente me levantei e saí dali. Sabia que fora do set havia uma barraquinha de donuts.

Então eu fui à busca da minha esperança de sair do tédio.

Era um trailer colorido, decorado flores e rosquinhas com cobertura cor de rosa, verde e azul. Dentro dele havia um garoto com olhos simpáticos e castanhos – percebi que a maioria dos coreanos tem olhos castanhos – que vestia um avental com o mesmo estampado do trailer. Havia apenas três pessoas na fila, o que me deu tempo o suficiente para dar uma espiada no menu que estava colado em uma placa pendurada dentro do trailer.

Nos primeiros segundos eu senti uma leve dor de cabeça, todos aqueles rabiscos, circulos e quadrados quem não faziam sentido nenhum para mim, mas por uma sorte máster havia escrito as mesmas coisas logo em baixo das letras coreanas, em inglês, porém, menores.

– Três – Fiz o número três com os dedos – donuts com cobertura de chocolate e leite condensado – pedi – Daseos beon – completei, caso ele não entendesse o meu pedido, pelo menos eu tenho certeza que ele havia entendido meu três, e o número cinco, daseos beon, era o qual correspondia no menu.

Ele sorriu e assentiu.

– Gamsahabnida – agradeci quando ele me entregou o pacote de papel pardo com meus donuts dos sonhos ali dentro.

Assim que me virei, já me deliciando com uma rosquinha e o esplendor da cobertura de leite condensado e chocolate, eu vi Onew caminhando na minha direção, as mãos enfiadas no bolsos da calça jeans e um sorriso que ia de orelha a orelha.

– Falou com ela? – perguntei, tapando minha boca ainda meio cheia com as costas da minha mão, eu costumava me melecar com donuts.

– Falei – Seu sorriso se iluminou – Fiz exatamente como você disse. Assumindo o controle, mas deixando ela tomar as decisões.

Eu sorri orgulhosa enquanto voltávamos andando para o set.

– E qual é o nome dela?

– Kwon SooYuna. Mas agente só a chama de Yuna.

– Ela se parece mesmo com a Yuna de Final Fantasy... – comentei admirando a cobertura brilhante do meu donut que agora estava pela metade, e eu realmente estava pensando se levaria os outros para Anna e Sunie, mas eles estavam uma delícia e elas não precisavam saber disso. – Mas, me conta, qual foi a reação dela?

Onew soltou um suspiro.

– Primeiro ela ficou meio assustada – Ele soltou uma leve risada. – Ela havia acabado de usar a máquina de café e tentava equilibrar seis xícaras numa bandeja, então eu lhe ofereci ajuda, e então perguntei se ela estava livre no sábado. Ela fez que sim com a cabeça, disse que a pegaria as sete e ela disse “claro” – Onew fez uma imitação horrível da voz de Yuna. Bom, creio eu que a voz dela não seja do jeito que Onew interpretou.

Mais uma vez eu pude sentir o gosto de missão comprida na minha boca.

Ou talvez esse seja só o gosto de chocolate com leite condensado.

– Eu quero um desses – pediu Onew tentando ver quantas havia no pacote.

– Só se você me comprar mais dois na saída.

Ele sorriu e enfiou a mão dentro do pacote de papel pardo que eu carregava. Tirou de lá um donut e lambuzou todos os dedos.

– O que você acha de mim? – perguntou Onew quando entramos no set, parecia a hora do recreio, todos estavam espalhados andando de um lado para o outro, alguns em grupo, conversando. Eu tentava encontrar a figura pequena que vestia uma calça jeans escura e uma blusa xadrez cinza e branca enquanto pensava cuidadosamente em qual resposta dar ao Onew e terminava de comer o donut.

– Fisicamente, emocionalmente ou no geral?

– No geral.

Suspirei.

– Bom, você tem um físico legal, se malhasse ficaria muuuito legal, se desse uma maneirada no frango frito e se parar de roubar meus donuts também ajudaria – Onew olhou com um olhar culpado de mim para o donut. Eu ri. – Já o seu lado emocional, particularmente, eu acho que você é sinônimo de sorrisos. – Eu olhei para o Onew e juro que vi um leve rubor em suas bochechas. Agora nós estávamos encostados em uma parede toda decorada com adesivos de instrumentos musicais. – Você é um cara incrível. É simpático, engraçado, divertido, eu me sinto confortável quando estou com você e, talvez, você seja romântico. Se bem que essa parte quem vai decidir é a Yuna. – Eu sorri esperando um sorriso em resposta.

Mas não recebi. Ele permaneceu de cabeça baixa, concentrado demais no donut e com as bochechas ainda levemente ruborizadas.

– Disse algo que não devia? – perguntei baixo – Eu não quis dizer que você é gordo, só acho que você ficaria beeem melhor se...

– Você – sussurrou Onew me interrompendo – Se fosse há um mês atrás era para ser você a decidir.

Meu cérebro demorou a processar aquela frase. Aliás, eu fiz e refiz o processo algumas vezes antes de respirar fundo e pensar em alguma resposta. Mas tudo que saiu da minha boca foi:

– Do que você está falando?

Onew passou a língua nos lábios, limpando os vestígios da cobertura antes de falar.

– Eu acho que me apaixonei por você... Foi por um breve momento.

Eu engoli em seco.

– Aliás, você é uma garota incrível, crime seria não me apaixonar – Ele deu uma breve risada, eu tentei acompanha-la, mas havia algo travando todos os músculos do meu rosto, me impedindo de esboçar qualquer expressão.

Fala sério! Por que não a Anna? Eu acho que ele e Anna têm tanta coisa em comum... Ou, por que não a Sunie? Ela é fofa e bochechuda! Por que eu? Eeeeeu?

– Porém, Key era suficientemente apaixonado por você para me fazer desistir. E, também, a última coisa que eu queria era discutir isso com ele – Onew sorriu.

E dessa vez eu me obriguei a sorrir, destravando todos os meus músculos faciais.

– Mas agora eu consigo enxergar você apenas como amiga – Acho que ele havia concluído. Ele deixou um ar de “fale alguma coisa, estou entrando em desespero”.

– Certo... – falei ainda fazendo meu cérebro digerir lentamente tudo que ele havia dito. – Isso foi constrangedor. Então eu vou fazer de conta que nós não tivemos essa conversa que, além de reveladora e sutil, foi meio embaraçosa.

Ele riu da cara que eu fiz e então a atmosfera confortável de apenas-amizade voltou a tomar conta do clima entre nós.

– E sábado à noite você vai vestir o que eu mandar você vestir – ordenei.

– Sim, senhorita – Ele pôs seu corpo ereto fazendo continência, me fazendo rir.


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