Pigananda!!! escrita por almightymag


Capítulo 12
Little lies, outrageous truths :x


Notas iniciais do capítulo

Ooohaaa o/ mais leitoras novas! Suas lindas *O* Estou muito feliz que todos estejam amando PigaNanada!!! *-----* Tão tão feliz que esses dias que eu meio que fiquei sem internet e escrevi pra caramba! Tipo, muita coisa mesmo, então eu tava querendo dá uma adiantada aqui no Nyah o/ ah claro, se vcs derem uma adiantada nos reviews *O* apanha
Aaah, leiam o/



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Tudo foi mais fácil do que eu imaginei. A listinha-guia que o Onew fez nos ajudou muuuuita coisa. Ele ficou com a gente por um tempo, conversando e nos orientando, só depois de uma série de “já sei” ele nos abraçou nos desejando boa sorte e foi embora.

Enfim, saímos inteirinhas da lanchonete. Não discutimos por nada, porque não tivemos tempo de falar muito, estávamos mais concentradas em fazer as coisas certas. Tinha mais dois garotos na cozinha dividindo as tarefas com a gente e, ou eles não eram de falar muito, ou eles eram tímidos, ou eles simplesmente sabiam que nós éramos americanas e não queriam nos dar dor de cabeça com o seu coreanismo agudo.

Não que falar coreano me dê dor de cabeça.

Quer dizer, duas pessoas tagarelando sobre um assunto que você não faz a mínima idéia do que se trata já é bem chato, agora imagina duas pessoas tagarelando sobre um assunto que você não faz a mínima idéia do que se trata em um idioma como o coreano. Bizarro, né?

– Onde fica a farmácia aqui? – perguntou Anna, como se eu soubesse, enquanto andávamos quase sem rumo pela calçada.

Havia uma queimadura nas costas da mão da Sunie. Ela precisava se queimar, ela não consegue fazer nada perfeitamente. Cara, foi bem no finalzinho, faltava apenas cinco minutos para a gente sair quando Sunie soltou um gritinho e disse “queimei a mão” com aquela voz de criança chorona.

– Eu não sei – respondi – Mas podemos ficar andando em círculos e gritando até alguém vir nos ajudar – sugeri séria e olhei para Anna que me fuzilava com um daqueles seus olhares. Faz tempo que eu não solto uma ironia dessas.

– Estão precisando de ajuda, noonas?

Eu olhei para o lado e vi Taemin em uma pose de super-herói – a mão na cintura, o peito estufado. De onde ele brotou, afinal?

Anna riu.

– O que é noona? – perguntou Anna.

Taemin sorriu.

– Usamos noona para meninas mais velhas – explicou Taemin – Você é minha noona, Ann – disse Taemin abraçando Anna por trás. Acho que ela se esqueceu da queimadura da Sun.

– Nós vamos levar vocês para casa – falou Minho também surgindo do nada, balançando a chave do carro entre os dedos.

Parecia que a Sunie despejou três quilos de glitter nos olhos.

– Ótimo – disse – Eu estou exausta demais para cinco minutos de caminhada.

– Mas primeiro temos que passar na farmácia – disse Anna.

– Eu queimei a mão – disse Sunie virando a mão.

A queimadura que antes era só uma manchinha vermelha agora já estava formando bolhinhas.

Minho pegou na mão de Sunie e começou a analisar como se fosse um profissional.

– Ainda está ardendo? – perguntou ele, todo sério.

– Só um pouquinho, na verdade, está latejando e...

– Tá! – interrompi – Vamos passar na farmácia, eu só quero ir para casa.

– Infelizmente você não vai – disse Key.

– Da onde você veio? – indaguei já com pouca paciência.

– Nós vamos ao Halisle Disk.

– O que é isso?

– Uma loja que vende CDs – Key deu de ombros.

– Nós já estamos indo! – ouvi Taemin gritar.

– Tchau – eles disseram num uníssono.

– Até logo – respondi com a voz entediada.

Key estava com os olhos grudados em mim.

– O que tem de tão importante nessa loja de CDs para impedir que eu vá para casa e repouse? – perguntei. Ele estava andando, indo para o lado oposto da onde os outros foram.

– Repouse?  – ecoou ele.

– Descansar é para os fracos, repousar é apenas uma reposição de energia.

Key riu. Ouvir o riso dele já estava se tornando meu hobbie. E um dos meus favoritos.

– E você não respondeu a minha pergunta – lembrei.

Ele parou de andar e segurou minha cintura me virando para ele.

– E você ainda não deu o meu selinho de olá.

– E eu deveria?

– É preciso – Key encolheu os ombros.

Eu franzi os lábios. Eu não queria ter todas aquelas sensações de entorpecimento e pernas bambas no meio da calçada.

– Qual o problema? – Ele mexeu os braços em volta de mim, puxando meu corpo para mais perto do seu. – Eu não beijo bem o suficiente?

O canto da minha boca se ergueu num sorrisinho torto.

– Não é isso – E não era mesmo porque ele beijava bem suficientemente até demais. – E até quando você vai ficar nisso do “o suficiente”? – fiz aspas no ar.

– Até isso – Ele apertou mais um pouco seus braços em volta de mim – ser oficial o suficiente. E, acredite em mim, eu estou fazendo de tudo para chegar até lá.

Não pude deixar de sorrir. Isso que ele falou simplesmente me inundou por inteira. Era felicidade, amor, paixão e alegria, tudo no mesmo jato.

– Key… – suspirei olhando em volta – Você reparou que as pessoas passam e olham para a gente?

A calçada em que nós estávamos parados e abraçados era razoavelmente movimentada.

– Uhum – fez ele também olhando em volta – E isso é porque elas sentem raiva.

Ergui uma sobrancelha.

– Porque elas acham isso injusto, duas pessoas tão perfeitas juntinhas assim.

Eu tombei a cabeça para trás e ri.

– Quando? – perguntei.

– Quando o quê? – Ele franziu o cenho.

– Quando eu fui ou serei perfeita?

– No meu conceito de perfeição você se encaixa perfeitamente.

Eu ri balançando a cabeça. Peguei seu rosto entre minhas mãos e lhe dei um selinho bem demorado. Acho que eu não ia me acostumar com o lance da eletricidade nunca! Mas queria conviver com isso por um bom tempo.

– Agora podemos ir ao fulano do Disk? – sussurrei. Seu rosto ainda entre minhas mãos, ele ainda de olhos fechados...

Ele sorriu.

– Vamos.

Key soltou minha cintura e segurou minha mão.

O que eu posso fazer? Talvez isso seja suficientemente oficial.

A Halisle Disk era uma loja de CDs como qualquer outra, então eu não tenho muito que falar. Era uma loja grande com um coreano gordinho atrás do balcão desfolhando uma revista de mangá.

Key me levou direto para sessão k-pop (era o que estava escrito em uma plaquinha feita com papel impresso).

– O que você vai comprar? – perguntei.

– Não vim comprar nada – disse ele olhando as estantes da sessão – Vim aqui só para te mostrar... – Sua voz sumiu no final da frase e ele se virou para mim apontando com a cabeça para a estante.

Eu instintivamente olhei. E procurei. Seja lá o que ele queria me mostrar. Procurei, procurei e... Meu coração foi boca e voltou, e meu estômago começou a girar freneticamente.

A primeira coisa que vi foi o garoto que estava bem na frente. Não porque ele se parecia muuuito com o Key, mas porque ele estava logo na frente, quase que se destacando dos outros.

Eu olhei para o Key, ele estava com os olhos fixos em mim esperando a minha reação, então voltei os olhos para o cd. Depois voltei a olhar para o Key só para confirmar, então peguei o cd na prateleira só para olhar mais de perto. SHINee era o nome da banda.

Não era possível. Quer dizer, era possível, mas não dava para acreditar.

Eu xinguei – xinguei baixo, afinal o que saiu da minha boca ninguém gostaria de ouvir e soltei um suspiro pesado.

– Maggy eu...

– Cala a boca – sussurrei – Cale a boca porque eu realmente não quero te matar aqui com – Eu olhei para o gordinho atrás do balcão. – testemunhas de grande porte. Sabe, isso me levaria para a cadeia – eu suspirei, acho que estava com uma certa dificuldade de respirar. – E porque também não vale à pena.

Agora eu estava quase ofegando. Eu olhei nos olhos do Key esperando que ele soltasse mais uma de suas gargalhadas escandalosas e me dissesse que aquilo era uma piada. Mas ele estava bem sério, apreensivo e mordia o lábio inferior... Não do mesmo jeito que ele sempre faz para me provocar, mas de nervosismo. E eu nunca vi o Key nervoso.

Olhando dentro de seus olhos tudo fazia sentido. Todos os fragmentos vieram à tona. Desde a primeira vez que ele falou comigo no shopping. Até aquela vez no corredor que ele veio com aquele papo de “você não faz a mínima idéia de quem eu sou, garota”. Até o motivo pelo qual o Onew saiu de chapéu e óculos escuros – aliás, todos eles só saiam de óculos escuros, mas hoje quando eles vieram nos buscar estavam sem. Ou a parte em que eles simplesmente somem, sabe, não cheguei a comentar sobre isso porque não me parecia importante, mas agora fazia sentido, porque toda vez que a gente perguntava “onde fulano foi?” eles viam com uma resposta tipo “foi num sei aonde”. E a voz maravilhosamente linda do Key cantando Yellow para mim...

Digamos que... eu não sou um garoto qualquer, nenhum de nós somos e eu realmente estou surpreso por vocês não terem sacado isso – dissera ele naquele dia, no corredor.

– Por que vocês mentiram para nós? – Eu nem consegui ouvir minha voz, mas creio que o Key tenha conseguido porque ele desviou os olhos dos meus.

– Nós não mentimos...

– Omitiram! Esconderam! Não faz diferença! Por que vocês fizeram isso com a gente?

– Porque quando eu soube que vocês realmente não sabiam quem nós éramos... Eu... – Ele suspirou – Eu vi uma chance, talvez a única chance, de poder sentir algo de verdade de novo depois de alguns anos.

Eu mordi minha língua tentando ignorar os nós que se formavam em minha garganta. Por um lado era uma desculpa bem plausível.

– Nós não somos um bando de interesseiras, se é isso que vocês chegaram a pensar – falei friamente.

– Não, não é isso! É que... – Ele limpou a garganta – Sabia que Anna foi a primeira paixão do Taemin?

– Que fofo – Minha voz ainda estava fria, e até eu podia sentir os cortes de gelo.

Key fungou e abaixou a cabeça.

– Por favor, diz que você não está tão triste assim comigo e que eu posso concertar isso.

Eu franzi o cenho.

– Eu? Triste com você? Para que gastar meus sentimentos dessa maneira? Só estou... – Qual a palavra mesmo? – chocada.

Eu coloquei o cd de volta a prateleira, ele já estava molhado, quer dizer, minha mão estava suada porque não é todo dia que você descobre que estava morando debaixo do mesmo teto que cinco garotos de uma boy band coreana.

– Então você está brava? – perguntou ele baixinho.

– Sentir raiva gasta energia.

– Já estou perdoado?

– Não tão cedo.

– Por que você é tão complicada? – Agora ele olhava nos meus olhos.

Eu ergui uma sobrancelha.

Para falar a verdade, eu não sabia o que eu estava sentindo. Porque estava tudo em conflito, estava tudo misturado, uma bagunça total, que nem a lixeira do Gongdongo Kape.

Key suspirou, de novo.

– Ok, você está chocada, mas não está triste comigo, nem brava, e mesmo assim não estou perdoado. Então isso – ele indicou o cd – é uma coisa aceitável?

– Só menos pior do que eu imaginei que poderia ser...

– E o que você pensava que nós éramos?

– Criminosos.

Key riu.

– Sério? – perguntou ele ainda rindo.

Eu assenti séria. Então ele pigarreou e parou de rir.

– Tá, vamos sair daqui?

– Para casa? – eu estava quase aliviada, mas ao mesmo tempo tensa.

Aliás, com que cara eu ia olhar para os meninos? Talvez o Key tenha chegado a comentar com eles sobre isso e tal, mas talvez não. Pior! E com que cara eu ia olhar para Sunie e Anna?

– Para Keikeus & Caffe – disse ele me puxando pela mão e saindo da loja de discos.

Desde que entramos na Keikeus & Caffe – uma cafeteria – não trocamos uma única palavra. Eu bebia lentamente o meu capuccino com chantilly que o Key pediu para mim – não sei se ele sabe que eu sou louca por capuccino com chantilly, ou simplesmente pediu sem pensar, porque ele pediu um igualzinho para ele.

Nós estávamos sentados no mesmo banco, ele estava no meu lado, mas eu estava sentada meio de lado com as costas apoiadas na janela de vidro frio.

– Então – começou ele quebrando o silêncio – Agora está mais calma?

– Só por causa do chantilly – disse pegando o chantilly da caneca com o dedo e levando-o a boca. – Agora você pode falar tudinho, desde o começo. – falei ainda chupando a pontinha do meu dedo.

– Certo – Ele tomou um gole. – Naquela mesma tarde eu havia terminado com a minha namorada, a Matzzinayo – Mais uma vez eu ouvindo o nome dela, mais uma vez eu sem entender o nome dela. – E foi simplesmente porque não dava mais. Primeiramente, por excesso de ciúmes. Ela era uma boa pessoa, mas o ciúme dela era de mais. E o pior era que ela sabia quem eu era e o que eu fazia antes de começar a namorar comigo, então eu esperava que ela aceitasse, mas eu estava enganado...

– Onde eu entro nessa história? – interrompi.

Key sorriu deslizando o dedo na boca da caneca.

– A primeira vez que eu te vi eu soube que você não era como as outras garotas, quer dizer, você não queria o meu autógrafo, nem uma foto comigo, só queria ajuda – Ele soltou uma breve risada e eu não pude deixar de sorri junto.

– Eu realmente estava desesperada.

– Então – continuou Key – nós íamos contar antes, mas não queríamos estragar o momento.

Desviei a atenção do meu capuccino para olhar para ele. Ele estava olhando para mim e senti meu sangue correr mais rápido.

– Cada dia que se passava era uma história diferente, vocês eram engraçadas e extrovertidas e nos tratávamos como se fossemos garotos normais, coisa que a gente não sente faz tempo...

– Pára de usar os verbos no passado – intervim –, está me deprimindo. Parece que tudo vai acabar – minha voz falhou no final. Isso saiu da minha boca sem pensar.

– Tudo bem, vocês são engraçadas e nos tratam como garotos normais. E nós amamos nos sentir assim, mesmo que um pouco, mesmo que de vez enquando. Nós estamos amando ficar com vocês – ele disse a última frase com um sorriso. Um sorriso maravilhoso.

Eu sorri de volta.

– Então, porque resolveu me contar agora?

– Porque você pediu – respondeu ele como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e era, eu pedi. – E porque nós confiamos em vocês três. Pelo menos eu sei... acho... – Ele me analisava com os olhos semi serrados – que você não vai mudar. Quer dizer, vocês já provaram que gostam da gente assim, naturalmente, sem que precisemos ser popstars ou algo do tipo... Er... Você... Você me ama?

Eu coloquei a caneca de capuccino em cima da mesa.

– Não, o que eu sinto por você é apenas interesse físico – menti.

Mas é claro, ele precisava rir. Ele me conhece bem e sabe quando estou sendo sarcástica.

– E por falar nisso, agora é a sua vez de me contar um segredinho seu.

– Hmmm, meus segredos não são tão interessantes.

– Todos os segredos são interessantes, pérola.

Meu coração pulou quando ele me chamou de pérola, sabe, toda aquela coisa de que Margareth – meu nome verdadeiro que eu detesto – significar pérola.

– Mas é uma história melosa e chata.

– Eu agüento – murmurou ele.

– Você é tão mau – acusei.

– Também acho – Ele exibiu um de seus sorrisos soturnos.

– Não passa de desilusões amorosas em série. Nunca quis me apaixonar por você, mas você me obrigou a isso – disse como se isso fosse muito grave. – Tive medo de que tudo acontecesse de novo. E ainda tenho... – dei uma breve pausa, mas ele não disse nada. – Sabia que Anna e Sunie vivem me chamando de Maria Cupido? – Eu ri. – E também sabia que apesar de ser o bichinho do amor, o cupido nunca conheceu o amor por si próprio?

Depois do que disse eu não consegui encará-lo diretamente então voltei minha total atenção para o capuccino.

– Maggy – a voz dele estava baixa e suave – Confie em mim. Eu juro que eu nunca, nunca vou te machucar.

Meu coração martelava e eu sorri agradecida erguendo meus olhos até os deles de novo.

– Você tirou essa frase de qual livro da Stephenie Meyer?

Ele riu e o acompanhei dessa vez.

Ele passou o seu braço por sobre meu ombro e me puxou para perto dele, me abraçando, e eu automaticamente encostei minha cabeça em seu ombro. Por um lado eu não estava gostando disso. Quer dizer, não, a sensação e tudo mais são simplesmente maravilhosas, mas o meu cabelo deveria estar fedendo a gordura – e eu não queria que ele sentisse isso – e não me surpreenderia se houvesse picles perdidos ali.

Mas ele não parecia se importar.


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Notas finais do capítulo

Tenso? >.< Ah, qual é! Ela teria de descobrir mais cedo ou mais tarde! E as coisas foram bem melhores do que antes eu imaginei que poderia ser u.u
Ah, e o próximo capítulo tem mais surpresas :D Então postem bastante reviews e me deixem feliz para postar mais rápido o//

chu~ Almighty Mag



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