Pigananda!!! escrita por almightymag


Capítulo 11
Being a corean


Notas iniciais do capítulo

Aconteceu tantas coisas lindas *o* Primeiramente, eu PRECISO agradecer mais uma vez o presente que a Leticia e a Dani me enviaram o/ Muuuito obrigada meninas *O* E tbm gostaria de agradecer às novas leitoras o/ E mais o quê? .-.
—Pára d enrolar Mag t_t
Ok o/ Então, boa leitura ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/106709/chapter/11

Dois dias.

Passaram-se dois dias e eu poderia dizer – qualquer um poderia dizer, aliás – que havia dois casais de namorados naquela casa. Sim, apenas dois – Anna e Taemin, Sunie e Minho – porque o Key ainda fazia aquele joguinho de que nada era “oficial o suficiente”. Não sei até quando ele vai ficar jogando isso na minha cara. Toda vez que ele me beijava ele me dizia isso, ah, e nunca perdia a chance de beijar quando ninguém estava por perto.

Eu acabara de tomar um banho quente e estava enrolando meu corpo na toalha, meu cabelo estava preso em um coque mal feito e eu estava descalça. E tudo que eu queria era atravessar o corredor, bem na frente da porta do banheiro era a porta do closet deles, e eu só queria uma camisa e uma calça de moletom – porque o moletom deles é maravilhoso, e eu já estava cansada de ficar usando minhas calças jeans coladas.

Eu abri a porta do banheiro e olhei de um lado a outro do corredor, não havia ninguém, todos estavam na cozinha. E a porta do closet estava bem na minha frente. Ah, qual é! Então pus um pé para fora da segurança do banheiro, e depois o outro e depois eu estava brindo a porta e fechando de novo. Eu prendi a toalha de modo que ela não escorregasse enquanto eu escolhia qual moletom vestir.

Automaticamente fui para a parte do Key – instinto? – e comecei a procurar por sua camisa de malha coral. Eu estava escolhendo o moletom quando alguém rompeu a porta. Minha reação foi cruzar os braços sobre meu tórax e ofegar.

– Mag? O que está fazendo aqui? – perguntou Key. Ele estava vestindo apenas um bermudão xadrez e um casaco de moletom vinho, sem camisa, e o casaco estava aberto.

– O que você está fazendo aqui? – corrigi – Você não estava lá embaixo com os outros?

Ele assentiu devagar.

– Estava... Mas voltei aqui para tirar o casaco e colocar uma camisa – Ele fechou a porta do closet atrás dele. – Não está tão frio para ficar de casaco.

Deixa-me fazer algumas anotações básicas: eu estava trancada num closet com o Key. Ele estava sem camisa, apenas com o casaco de moletom vinho. Pior, eu estava nua – não quero dizer completamente sem roupa, mas também não dá para contar com a calcinha e o sutiã que são o mesmo que nada quando se está trancada num closet com o Key.

E enquanto ele se aproximava de mim eu recuava, sendo que não tinha para onde eu recuar. Agora ele estava bem na minha frente, bem perto, perto demais, e eu estava encostada na divisão que havia entre a parte dele e a do Jong.

Eu não respirava. Meu cérebro não trabalhava, e isso não significava boa coisa.

Key apoiou as mãos nas prateleiras do armário atrás de mim, uma de cada lado da minha cabeça. Ele fitava diretamente meus olhos, mas não havia nenhuma expressão no seu rosto. Nenhuma gotinha de ironia, nem nada.

Eu queria poder sentir o chão aos meus pés, mas minhas pernas não paravam de tremer.

– O que eu faço? – sussurrou ele.

– Fazer o que, sobre o quê? – minha voz estava embargada.

– Sobre você.

Eu franzi o cenho.

Um sorriso suave tomou conta de seu rosto, mas desapareceu em menos de um segundo.

– O que eu faço para isso ser oficial o suficiente?

Só então me dei conta de que não respirava mesmo, então soltei um suspiro pesado.

– Olha, Maggy. Juro que essa não é a primeira vez que eu me apaixono – Eu senti um arrepio quando ele disse a palavra “apaixono” – Nisso eu não vou mentir para você. Mas dentre todas as garotas que eu já fiquei, nenhuma se compara a você. – Ele fez uma pausa, sua boca entreaberta, o hálito de menta e chantilly e melancia resvalando sobre meu rosto. Meus Deus, que delícia. – Você é... diferente.

Eu mordi o lábio inferior e abaixei os olhos.

– Sei o que você deve pensar de mim, mas...

– Key – o interrompi – Você não é um garoto qualquer – disse – Eu não sei quem são vocês, ou o que vocês fazem para manter essa casa e essa vida, e eu tenho certeza de que não é papai e mamãe que mantêm isso tudo aqui. Por que vocês nunca disseram? Quer dizer, vocês já fizeram um interrogatório completo sobre nós três, mas não responderam nenhuma de nossas perguntas, estão sempre nos distraindo com piadas... – minha voz voltou a ficar embargada.

– Eu vou te contar tudo. Um dia...

– Que dia?

Ele tirou uma camisa preta com alguns detalhes em prata da prateleira atrás de mim.

– Quando você souber você vai me entender... – Ele passou a língua nos lábios e, caramba, isso me deixou fraca. – Bom, assim espero.

– Você é algum mafioso?

Ele riu.

– Não. Ainda não.

Eu sorri, mesmo que não quisesse.

– Você disse que eu sou diferente... – lembrei olhando para a minha pele. Com certeza ele nunca viu uma pessoa com um tom de pele meio achocolatado.

– É, diferente... Você faz comigo o que nenhuma garota conseguiria fazer, nem se ela se esforçasse muito.

Eu engoli em seco mudando o peso do meu corpo para a outra perna.

– Tipo o quê? – Não queria fazer essa pergunta por que eu temia a resposta. Quer dizer, há o diferente bizarro, e há o diferente exótico. E eu não me surpreenderia se eu fosse a diferente bizarra.

– Tipo... – Ele voltou a focalizar seus olhos nos meus. – O jeito que você me olha, ou o jeito que você me faz rir, o jeito que você mantém isso real mesmo não sendo oficial o suficiente – Eu nem percebi que seu rosto estava se aproximando do meu.  – O jeito que você me faz sentir... – sua voz era um sussurro. – Diga não se quiser que eu pare.

A resposta estava na minha cabeça. Bem na ponta da minha língua. Mas eu fechei os olhos e senti a suavidade de seus lábios no canto da minha boca, depois na linha do meu maxilar. Sim, eu estava esperando que ele me beijasse, mas pelo jeito era só provocação. E isso era mil vezes pior que um beijo-simples-não-oficial-o-suficiente com sabor de menta-chatilly-e-melancia.

Senti seus lábios roçaram em minha pele até a curva do meu pescoço onde ele mordeu bem de leve. Minha mão apertou seu braço involuntariamente. Eu podia sentir... Ele continuava beijando meu pescoço, milímetro por milímetro, alternando com mordidinhas.

Caramba! Pára! Eu queria gritar, mas não encontrava a minha voz. Ela deve ter se perdido por debaixo de todos aqueles hormônios. Porque havia milhões deles dançando sob meus poros.

Nós três estávamos no quarto. Os meninos tinham saído – sim, todos eles – e já era final de tarde. Eu estava com os fones do meu iPod cravado nos meus ouvidos, Anna estava relendo O Arcano Nove da série A Mediadora – por falar nisso, eu ainda preciso ler essa série; porque a Anna me pediu e também porque eu quero muito, mas sempre esqueço – e Sunie não largava o netbook.

Eu detestava quando, de alguma forma, eu me identificava sentimentalmente com a música. Ainda mais quando a tradução dos parágrafos da música é “Então agora você vê porque estou assustada. Eu não posso abrir meu coração sem cuidado, mas aqui eu vou, é o que eu sinto e pela primeira vez na minha vida sei que é real”. E eu não queria que isso fosse real. Isso não é real, é só uma fantasia da qual eu terei de acordar mais cedo ou mais tarde. Afinal, um dia nós vamos voltar para Manhattan...

– Anna! Maggy! Sunie! – alguém nos chamou lá da sala, não sei quem era porque quando um deles falam alto eu não consigo distinguir as vozes direito.

Nós saímos correndo do quarto, quase nos atropelando.

Onew estava na porta da sala descalçando os tênis.

– Tenho uma boa notícia para vocês. E vocês podem me odiar ou não por isso – dizia Onew tirando o casaco e ficando apenas com uma camisa verde.

– O que é? – perguntou Anna.

– Fala! – incentivou Sunie.

– Por que há possibilidades da gente te odiar? – indaguei.

– Simplesmente tenho a impressão de que vocês não conseguem dividir um trabalho direito, pelo menos não na cozinha... – Onew coçou a cabeça olhando para a gente. – Consegui um emprego parcial na Gongdongo Kape.

Por um momento pensei que ele tivesse engasgado, ou tossindo.

– Go-don quem?

Onew riu.

Gongdongo Kape é uma lanchonete. Eu consegui para vocês trabalharem na cozinha, já que nem dá para vocês ficarem no atendimento sem saber falar nada em coreano.

Eu olhei para as meninas. Anna parecia satisfeita e Sunie estava com aquele olhar perdido de quem está pensando. Lá vem merda...

– Você poderia nos ensinar um pouco de coreano Onew – disse Sunie.

Anna sorriu concordando.

– Seria ótimo! Eu sei falar um pouco de japonês... Isso ajuda?

– Talvez – disse Onew pensativo. – Só vai te ajudar na pronúncia, você não vai se enrolar tanto.

Eu resmunguei.

– Ah qual é Mag! – falou Sunie.

– Dentre nós três você tem uma facilidade enorme para aprender novas línguas – disse Anna num incentivo.

– Literalmente – murmurou Key passando pela gente.

Key havia acabado chegar e ainda estava tirando os tênis.

Ele sorriu para mim e deu uma piscadinha discreta. Eu senti um leve nó na minha garganta, e uma avalanche no meu estômago. As meninas olharam para mim, um olhar de “O que é isso?” misturado com um “Hmmm” cheio de maldade, e eu lhes lancei de volta um de “Não quero falar sobre o assunto” – seis anos de amizade lhe transformam em uma telepática.

– Então – Onew cortou o silêncio – Vocês podem começar hoje na Gongdongo Kape.

Nós sorrimos e fomos correndo calçar nossos All Star.

– Primeiramente vocês precisam aprender a dizer oi – dizia Onew enquanto nós íamos andando, ele disse que era mais ou menos uns cinco minutos até lá.

Onew estava usando óculos escuros e um chapéu. O chapéu tudo bem, mas os óculos? Não estava tão sol para isso...

– Annyeon – falou Onew pausadamente.

– Annyeon – dissemos em coro.

– O som tem que sair quase igual à anhoh.

– Anhoh! – repetimos em coro.

– Agora annyeon, mas tem que ser rápido e quase cantarolando.

– Annyeon! – cantarolamos rindo.

Nós já os ouvimos falando coreano, era assim mesmo, sabe, estranho... eles meio que cantarolavam a última sílaba – pelo menos quando estavam felizes, porque quando eles cismavam de discutir as palavras eram bem secas.

Onew riu e parou em frente ao que parecia ser quase um McDonalds – que saudade da América. Ele trocou algumas palavras coreanas com uma das moças atrás do balcão. Essa tinha o rosto bem arredondado e os olhos pequenos e brilhantes. Ela sorria enquanto falava com o Onew e soltou um “ooooh” cheio de alegria quando olhou para nós três. Ela disse mais algumas coisas que fez o Onew assentir.

– Ela disse que está muito agradecida por vocês estarem aqui – disse Onew traduzindo o que a moça do balcão falara – Ela realmente estava precisando de boas cozinheiras...

A moça disse mais algumas coisas em coreano e levou a mão à boca, rindo.

– E ela disse também que vocês são muito bonitas – traduziu Onew.

– Muito obrigada – dissemos num uníssono.

Gamsahabnida – sussurrou Onew nos corrigindo.

Gamsahabnida – cantarolamos.

A moça sorriu fazendo uma breve reverência e saiu falando mais algumas coisas, ela remexeu nas prateleiras de um armarinho que havia no canto e nos entregou três aventais vermelhos com o logotipo do Gongdongo Kape. Ela não parava de falar e sorrir quando nos apontou a cozinha.

Quando ela finalmente terminou de falar eu olhei quase que suplicante para o Onew.

– Podem vestir os ventais e ir para a cozinha – disse Onew – A Kizani vai lhes dar as instruções. – Dava para ver que ele só disse um resumo do que ela falou.

Ela falou mais uma frase embolada que fez o Onew sorrir de volta para ela.

– A propósito, o nome dela é Gwenoli – Onew traduziu, depois ele se voltou para Gwenoli nos apresentando. Bom, é o que eu acho que eu ouvi meu nome e o das meninas. 

Argh, toda essa coreaníce já estava me dando dor de cabeça. E percebi que Anna e Sunie também já estavam tontas.

Gwenoli nos indicou a cozinha de novo, Onew foi atrás da gente.

– Ela deixou você ficar com a gente? – perguntei baixo mesmo sabendo que se eu xingasse ninguém entenderia, era até capaz de eles sorrirem para mim.

– Deixou – respondeu Onew – Vou ser o guia de vocês por hoje... – Onew pegou um bloquinho e uma caneta que ele carrega no bolso largo de sua calça jeans – e vou fazer umas anotações importantes para vocês também. – Não sei por que ele carrega um bloquinho e uma caneta no bolso, tem coisas naquele bolso que você nem imagina.

–Por exemplo...? – começou Anna.

– As coisas que elas vão pedir para vocês fazerem – Onew já estava escrevendo – Como, por exemplo – ele começou a contar nos dedos – o hambúrguer, o cheese burger, o mega burguer que esse daqui – ele apontou para uma foto no cardápio – o chiken burger que é meu preferido – Onew sorriu. –, o hambúrguer de picanha e o com bacon.

– Uuul! – fez Sunie.

– Então – Onew continuou – Maggy vai ficar na chapa...

– Odeio calor e fritura – disse.

– Nunca me dei bem com a chapa – disse Anna.

– Por que as coisas sempre sobram para mim? – protestou Sunie.

Onew riu.

– Anna vai montar os hambúrgueres então, e Maggy vai arrumar a bandeja. Pode ser? Pormetem que vão sair inteiras daqui?

Nós rimos amarrando os ventais em volta do nosso corpo.

– Prometemos – cantarolamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, gostaram? *O* Não me perguntem da onde eu tirei "Gongdongo Kape" >.< Eu ainda vou encher muito o saco com elas falando coreano, mas pode deixar que eu não vou prejudicar o cérebro de ninguém o// Uuuh, Key e Mag cada vez pior (66' -apanha >.< IAUSHIAUSHAIUSH'
Postem reviews para deixar feliz o coração de uma escritora u_u chu~ Almighty Mag ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pigananda!!!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.