Quimera escrita por Reky


Capítulo 7
Palavras


Notas iniciais do capítulo

HEY, BABES! Leiam, é importante (;

Certo, demorei (mais uma vez) bem mais do que o esperado e, apesar de não gostar muito de dar explicações quanto a minha demora, sinto que devo isso a vocês. Como disse no capítulo passado, acabei indo viajar em dezembro, antes mesmo das festas. Acontece que peguei catapora e BUM!, lá se foram duas semanas de muito mal estar. Depois disso, a vida foi uma correria só, porque consegui arranjar um trabalho e isso tem ocupado bastante meu tempo. Enfim, as aulas começaram e minha vida está uma loucura! Trabalhos rolando para lá e para cá, especialmente na aula de Telejornalismo D:
De qualquer forma, agradeço a paciência de vocês! Muito obrigada por continuarem acompanhando Quimera mesmo com essa autora problemática aqui >.< Juro que estou tentando melhorar!
Bom, vamos ao capítulo: creio que este capítulo 7 seja um divisor de águas na FanFic. Desde o capítulo 5, os acontecimentos têm sido um aquecimento para o que vai acontecer a partir daqui. Muitas coisas vão mudar, como, por exemplo, as cenas não mais serão narradas a partir do ponto de vista da Rose (quando ela é o centro, é claro), por um mero motivo de construção de narrativa, sem contar que têm tantos personagens com diferentes coisas para contar que estou ansiosa para escrever *-* Vocês vão entender melhor depois que lerem esse capítulo (: Muita coisa ainda os aguarda!
Espero vocês lá em baixo! Boa leitura!



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O velório de Draco Malfoy foi o mais comum que qualquer outro bruxo poderia ter. Astoria, insistiu para que a imprensa fosse discreta e respeitasse seu luto e do filho. Além disso, prometeu responder às perguntas durante os próximos dias. Naquele, porém, tudo o que ela desejava era paz.

Scorpius desfez o nó de sua gravata com um puxão que quase o sufocou. Não se importou. Havia coisas piores na vida do que perder ar por alguns segundos e ele acabara de chegar de uma delas. Jogou-se em sua cama, deitando-se e cobrindo os olhos com o braço. Ele só queria descansar de tudo aquilo.

Sua cabeça estava um caos.

O caixão estivera lacrado o tempo todo. Quem quer que tivesse matado seu pai, havia feito um trabalho tão bom que o maldito caixão fora lacrado.

O garoto sentiu seu peito afundar; aquilo só poderia significar uma coisa: o assassino quisera uma morte lenta e dolorosa. Nada tão piedoso quanto um Avada. Ah, não. Ele deve ter torturado Draco. Quem sabe, ter cortado pedacinho por pedacinho de sua carne, enquanto se deliciava com os gritos, gemidos e lamúrias de sua vítima. Deve ter parado o trabalho pouco antes de Draco realmente morrer, para que ele desse seus últimos suspiros, seu corpo desfigurado, da forma mais dolorosa possível.

Para que a mulher estranhasse a demora em seu escritório no St. Mungos e fosse o encontrar naquele estado deplorável. Quem sabe, já não teria começado a feder?

Scorpius sentiu o estômago se revirar e ele teve que forçar os pensamentos em outra direção para não vomitar o que não comera o dia inteiro ali mesmo.

Mas ele deveria saber que, parando de pensar no pai, seus pensamentos iriam para outro problema, outro assunto que fazia seu peito sucumbir com o peso da dor.

Os olhos azuis de Rose Weasley o olhando atrás daquela armadura.

Esticou a mão para pegar um de seus travesseiros de penas de ganso e enfiá-lo no rosto.

Seu grito pode ter sido abafado, mas o espelho mais tarde mostraria que o desespero em seus olhos permanecia.

Já era quase meia noite e Harry Potter não conseguia dormir. Na cama ao seu lado, Rony roncava sonoramente, já em seu sétimo sono. As outras barracas do pequeno acampamento improvisado que os aurores instalaram nos jardins de Hogwarts estavam tão silenciosas quanto o ambiente lá fora. Mesmo assim, vez ou outra, ainda era possível ouvir o uivar longínquo de um lobisomem ou o remexer das águas do lago que os sereianos e a Lula Gigante faziam ao se remexerem.

Mas Harry estava sem sono algum.

Ele já cansara de ler os depoimentos que seus companheiros conseguiram reunir de alguns alunos de Hogwarts a respeito da Quimera. Harry achava muito estranho que logo Draco Malfoy, pai do garoto que dissera - em alto e bom som - que já conversara com a Quimera, fora assassinado tão brutalmente quanto diziam ter sido. Além disso, por que aquela coisa ficava observando a movimentação dos corredores de Hogwarts? Será que ela estava vigiando o comportamento dos alunos? Ou seria apenas o de um aluno, em especial...?

Harry suspirou e tirou os óculos. Sua visão ficara pior com o passar dos anos, é claro, mas tinha a sensação de que, quando o mundo se embaçava, de alguma forma, ele conseguia enxergá-lo melhor. Às vezes, isso parecia ser absurdo até mesmo para ele - mas o que não era em sua vida?

Com um último olhar por cima de seu ombro para o amigo adormecido, Harry saiu de sua cabana em direção a orla da floresta. Era estranho estar de volta, depois de tanto tempo. Por algum motivo, ele acreditava que, depois de tudo pelo que passara em seus anos de escola, nunca mais voltaria a pisar nos jardins de Hogwarts. Mas, agora, lá estava ele, mais de vinte anos depois, talvez não tão perdido quanto se sentia na juventude, mas com mais medo do que jamais estivera no mundo.

Seus filhos estavam ali, os três, além de seus sobrinhos, sendo ameaçados pela presença misteriosa de algo. Algo que ele sequer sabia se era bicho ou gente, mas que, muito provavelmente, matara alguém. Agora, Harry tinha que arranjar uma maneira de provar que sua teoria estava certa e, caso realmente estivesse, Hogwarts teria de ser evacuada o mais rápido possível.

Era como estar vivendo seu segundo ano, tudo de novo.

Sem perceber, ele acabou se embrenhando um pouco demais nas árvores da floresta. Só notou o quanto havia andado em seus pensamentos quando, ao se virar em direção ao acampamento, viu apenas uma tremeluzente luz distante, uma pálida assombração do que Harry vivia já há alguns dias.

Um movimento o sobressaltou.

Com agilidade, Harry imediatamente sacou sua varinha. Lumos, ele murmurou em pensamento, enquanto varria os arredores com a ponta ofuscante de sua varinha. Logo a sua direita, uma figura se aproximava. Grande, de porte robusto e completamente familiar. Tronco humano e corpo de cavalo.

Firenze.

– Harry Potter - o centauro cumprimentou com um leve menear de cabeça.

– Firenze, há quanto tempo. - Harry lhe lançou o fantasma de um sorriso, suas preocupações ainda o prendendo aos pensamentos de antes.

– Vejo que algo o preocupa. Era de se esperar. - Firenze trotou mais para perto do homem, sentando-se de forma descontraída ao seu lado. Ainda assim, conseguia passar a altura de Harry por vários centímetros. - A ameaça que espreita Hogwarts muito preocupa ao meu povo, também.

A informação pegou Harry de surpresa.

– O que quer dizer com isso?

– É o que as estrelas dizem - a critura suspirou, levantando seus olhos azuis e humanos para o céu estrelado. Firenze parecia ser capaz de vê-lo, mesmo estando atrás das diversas camadas de folhas que cobriam sua visão. - Há um mal querendo dominar Hogwarts. Cresce desde quando sangue foi derramado sobre as terras da escola. Quer vingança contra todos que o mataram. E ele conseguirá, se vocês não fizerem nada.

– Como… Como sabe disso? - Harry arfou. Mais uma profecia, era isso?!

Firenze sorriu com os olhos.

– Um fantasma me contou. E parece que mais uma vítima foi feita na tarde de hoje.

O auror se sentiu tremer ao perguntar quem.

– Rose Weasley.

Os sonhos, gradativamente, estavam-na matando.

Os sonhos, pesadelos, o que for… Rose não aguentava mais.

Meu corpo está queimando.

Como no sonho. Como a fênix negra que ressurge das cinzas.

Como o mal que parecia esgueirar-se pelos corredores da escola.

A sensação era muito parecida com a que havia sentido há três anos, naquele momento que mudara tudo.

Eu vi algo que não deveria ter visto.

E Rose Weasley chorou, bateu e gritou, mas, desta vez, ninguém poderia ouvir - nem mesmo um fantasma - porque Rose Weasley estava dormindo.

– Você acha que ela vai ficar bem?

James revirou os olhos pela décima segunda vez em menos de dez minutos. Geralmente, o primogênito dos Potter era um abismo de paciência - porque, também geralmente, era ele quem a perturbava. Mas aquela garota, a tal de Neline, conseguia ser um belo de um pé no saco.

E isso dito pelo Rei dos Pés-No-Saco, segundo sua prima Rose.

Ele não pôde evitar mais um olhar na direção da prima, que ressonava tranquilamente em um dos leitos distribuídos pela Ala Hospitalar. Várias horas já haviam se passado desde que James encontrara uma Rose desesperadora e uma Neline desesperada em um corredor qualquer de Hogwarts - ele não conseguia se lembrar em qual, exatamente. Depois de ver a prima gritar da maneira como gritou e perder os sentidos bem a sua frente, a memória de James simplesmente esvanecera. Lembrava-se vagamente de pegar Rose nos braços e virar um corredor e outro aqui e ali, mas tudo rápido demais para sequer receber a nomenclatura de memória.

Assim que deixou a prima aos cuidados de Madame Humphrey, todo o choque que James perdera naqueles breves momentos aterrorizantes o alcançaram. O peso de seu braço ao redor de seu pescoço o levou ao chão enquanto seus olhos castanhos procuravam qualquer sinal de que Rose sairia intacta daquela situação.

Mas o que, diabos, era aquela situação?!

Ele não entendia. E, quando perguntou a Neline - de uma maneira bem rude, tinha que admitir -, ela lhe disse que havia encontrado Rose já naquele estado pouco antes de James aparecer.

Madame Humphrey pareceu preocupada, mas não disse nem uma palavra sobre o estado de Rose quando foi questionada, mesmo depois de James lhe dizer que já era maior de idade e que tinha esse direito. Tudo o que a enfermeira lhe contou foi que havia conseguido deixar Rose em um estado estável, que ela ficaria bem dali algumas horas e que mandaria uma carta para seus pais.

James teve vontade de socá-la.

Mas, talvez, só talvez, não tanto quanto agora sentia vontade de socar Neline Smith.

É, talvez James Potter não fosse uma pessoa nada paciente, afinal de contas.

– Eu já disse que não sei, Smith. - Respondeu ele pela décima segunda vez, pausadamente e entre dentes. - Aquele protótipo de enfermeira não quis nos explicar nada!

Neline arregalou os olhos e olhou ao redor da enfermaria vazia, fazendo um sinal de silêncio com os dedos.

– Shhhh!

– Não me peça para fazer silêncio! Essa filha de uma-!

James não teve a oportunidade de terminar sua fala, já que Neline o puxou fortemente para fora da enfermaria, fazendo a porta bater com um estrondo atrás deles. Mais irritado do que jamais estivera em toda sua vida, o garoto se virou com uma ira assassina para a corvinal.

– Quer me explicar o que diabos você está fazendo?!

– Você é louco?! Por acaso acha que vai melhorar em alguma coisa o estado de Rose se continuar gritando dessa forma?!

James se encolheu.

Okay, aquilo fora totalmente inesperado.

Neline suspirou, resignada.

– Desculpe, é só que… Fiquei cheia de você me ignorar e me tratar mal o dia inteiro. E a Rose… - Seus olhos se encheram de lágrimas. - Sei que ela deve me achar irritante, mas eu a considero uma boa amiga, de verdade. Estou com medo que algo de grave tenha acontecido e…

Internamente, James grunhiu. Ele odiava ver garotas chorando, desde pequeno. Nunca sabia o que fazer nessas ocasiões. Por isso, apenas aproximou-se, hesitante, de Neline e deu leves palmadinhas em seu ombro. Supostamente, aquilo deveria acalmá-la, mas a menina começou a rir.

– Essa foi a sua a tentativa de recompensar tudo o que aconteceu lá dentro, é? - Disse, secando uma lágrima que escapara de seus olhos. - Bem, você é péssimo nisso.

Ele tinha que dar o braço a torcer, desta vez. Afinal, ela tinha razão.

Foi isso o que James pensou, até a menina soltar a próxima pergunta.

– Você acha que ela vai ficar bem?

A pressão que fez em seus punhos foi tanta que ele conseguiu sentir suas unhas roídas fincarem na palma de suas mãos. Seus dentes trincaram. Sua respiração ficou mais pesada.

James suspirou.

– Sim, ela vai. E eu vou procurar entender o que aconteceu com ela.

– Ótimo! Eu vou te ajudar. - A garota mostrou seus dentes brancos em um sorriso brilhante.

– Argh - ele grunhiu. - Acho que mesmo se eu te disser que não, você vai acabar vindo junto, certo? - Neline abanou a cabeça furiosamente. - Raios.

– James! - Uma voz gritou à distância. James e Neline se viraram para ver Harry, Rony e Hermione correndo na direção deles, a última trazendo uma carta em suas mãos. Seus tios estavam pálidos e Harry parecia esconder, inutilmente, o temor que sentia. - James, onde está Rose?!

– O que vocês estão fazendo aqui? - Devolveu ele.

Harry sacudiu a cabeça, como se dissesse isso não importa agora.

– Ela está lá dentro. - Neline apontou e Rony e Hermione imediatamente se apressaram para entrar na enfermaria.

– Obrigado. - Ofegou Harry, cansado. Apoiou as mãos nos joelhos para recuperar a normalidade da respiração. - Como ela está?

James cruzou os braços e arqueou a sobrancelha, estranhando o jeito inquieto do pai. Claro, a sobrinha dele tinha desmaiado - o próprio James ficara chocado com tudo aquilo -, mas Harry Potter era seu pai e ele apenas sabia quando algo estava errado.

– Estável - James passou as palavras de Madame Humphrey para outra pessoa, não aguentando mais carregar aquele peso. - Sério, pai, o que aconteceu?

Harry olhou para o filho com olhos atentos, curiosos. Ele conseguia se ver refletido naqueles orbes castanhos, tanto sua própria imagem quanto os sentimentos que ele mesmo já sentira em épocas passadas de sua vida. Harry o compreendia. Sabia como era, melhor do que ninguém - aquela sensação de estarem escondendo algo de você, algo importante, que mudaria mundos.

Mas Harry não podia dizer nada.

Não havia palavras a serem ditas.

Assim, ele apenas sorriu para o filho - um sorriso de segredos, um sorriso triste e que claramente dizia bem que eu gostaria– e tocou seu ombro ao passar por ele e entrar na Ala Hospitalar.

James ficou estático em seu lugar, olhando para o nada. Neline o observava em silêncio. Contou até sessenta em sua mente e, só então, aproximou-se. Quando o grifinório sentiu seu toque no outro ombro, virou-se para encontrar o sorriso brilhante de Neline.

Ela o chamou.

– Vamos?

E eles foram.


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Notas finais do capítulo

Olá, de novo!

E aí, o que acharam? :D
Pessoalmente, a cena do Scorpius partiu meu pobre coração. Meu lindinho está sofrendo demais, coitado. Algum dia, tudo vai dar certo, Corpie! Você verá (:
Quanto ao Harry, só posso dizer que agora que sua sobrinha foi atacada (?) ele estará ainda mais determinado a capturar essa tal de Quimera e descobrir todos os mistérios que têm acontecido por aqui. E ele poderá contar com a ajuda de seus fiéis escudeiros Rony e Hermione que, como vocês podem imaginar, estão só um pouquinho bravos com tudo isso. Uhm, okay. Sinto que estou dando spoilers da minha própria Fic.
James e Neline, huh? Bom, nosso JP vai cair de cabeça para saber o que aconteceu / está acontecendo com Rose. Apesar de ser o Rei dos Pés-No-Saco e de amar irritar Rose, como vimos nos primeiros capítulos, ele ainda sente um grande carinho e preocupação pela prima, como vocês puderam ver neste capítulo. E Neline também se importa bastante com ela, sendo essa pessoa fofa que é! Me pergunto o que o Albus achará dessa parceria inesperada...
Falando em Albus, esse aí anda sumido, hein? E Scorpius e Rose também, mas juro que no próximo capítulo a presença deles será mais efetiva. Já posso até adiantar que nosso loirinho favorito voltará a Hogwarts! :D O que será que vai acontecer? :O
Bom, acho que é isso (:
Muito obrigada por lerem até aqui! Estarei aguardando ansiosamente seus comentários para poder respondê-los! Vocês são o principal motivo para eu continuar escrevendo!
Beijos!



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