Quimera escrita por Reky


Capítulo 5
Indesejado


Notas iniciais do capítulo

Oooi (:
Então, um mês desde a última atualização (e espero que todos tenham sobrevivido ao fim do mundo!).
Até que não faz tanto tempo! Quer dizer, considerando todas as festas e as férias, aposto que o tempo passou rápido para vocês também (:
Bom, essa nota inicial, basicamente, serve para avisá-los de uma pequena alteração que haverá neste capítulo: a visão só estará centrada na Rose na primeira e na última partes da história. No restante, ela será escrita em terceira pessoa, sendo que os personagens centrais serão outros. Por isso, não se assustem! hahaha.
Nos vemos lá embaixo!
Beijos e boa leitura (:



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Scorpius não precisou falar mais nada para que, logo em seguida, meu pai e meu tio começassem a arrastá-lo em direção ao escritório de McGonagall. Inconformada ao ser deixada para trás depois de uma revelação daquele tamanho, apressei-me para seguir o trio que disparava pelos corredores.

– Ei, esperem por mim! – eu gritava a plenos pulmões, mas eles não pareciam me ouvir.

No fim, aquele esforço todo não serviu para nada, já que os dois aurores que se diziam da minha família não permitiram minha entrada na sala. Isso é um assunto sério, Rosie. Não é qualquer pessoa que pode se intrometer nesses negócios, meu pai havia me dito. Qualquer pessoa? Eu sou a filha dele, pelos céus!

Mas eu não desistiria assim tão facilmente de obter as respostas que queria. Finquei pé na frente do escritório da diretora, cruzei os braços e fiz a pior careta de raiva que consegui pensar. Os alunos que andavam por perto cochichavam entre si por causa de minha carranca, mas nada me tiraria dali enquanto Scorpius Malfoy saísse daquele lugar e respondesse tudo o que eu lhe perguntaria.

Por um rápido momento, passou-me pela cabeça: por que Scorpius Malfoy diria a mim o que acontecera? Quero dizer, nos últimos anos as únicas palavras que trocamos foram de ironia, mágoa e rancor, além de feitiços com a clara intenção de machucar o oponente. Por diversas vezes, os professores tiveram de nos separar. E ele nem se atreviam em formar uma dupla com nós dois, pois eles sabiam que aquilo, provavelmente, causaria a Terceira Guerra Bruxa.

Então, por que eu insistia em permanecer ali?

— Sinceramente? Eu estava pensando que você até que tem uns olhos bonitos, Rose. — Um pequeno sorriso surgiu bem no canto de seus lábios e, então, ele afrouxou um pouco o aperto em meus pulsos. Mas não se afastou. — Eles são azuis demais.

Corei. Porque diabos aquilo viera a minha mente justo neste momento?

A porta logo a minha frente se abriu e um Scorpius um tanto pálido saiu da sala com as mãos massageando as têmporas. Atrás dele, pude ver que meu pai e meu tio tinham uma conversa intensa com a diretora de Hogwarts, nem notando que eu estivera ali aquele tempo todo. Quando o sonserino abriu seus orbes cinzentos e olhou na minha direção, primeiramente ele pareceu confuso; depois, irritado; e, por fim, exausto – como se não dormisse há dias.

– O que está fazendo aqui, Weasley?

– Eu... Eu apenas queria fazer algumas perguntas.

Péssima hora para gaguejar, Rose. Sério? Mostrar-se insegura justamente na frente dele?!

Scorpius franziu o cenho, ódio irradiando de todos os poros de seu corpo.

– Já não bastam as perguntas que os seus familiares me fizeram?! Bendita a hora em que abri a boca!

– Então, é verdade... Que você já a viu.

Ele permaneceu quieto por alguns instantes antes de falar.

– Eu não apenas a vi, Weasley. Eu conversei com ela.

Wow. Certo, aquilo era mais do que surpreendente.

– Mas... Como? – minha voz estremeceu.

Scorpius deu de ombros e virou-se.

– Eu não sou obrigado a responder isso.

E foi embora, deixando-me com mais perguntas do que antes.

Albus levantou os olhos de seu livro quando ouviu o som de passos se aproximarem do sofá onde estava confortavelmente estirado. Soltou um bocejo ao ver Scorpius se adiantando, com passos irritados, naquela direção. Rapidamente, retirou os pés do assento e ajeitou-se, no exato momento em que o amigo louro jogou-se ao seu lado.

– Irritado? – Perguntou, marcando a página em que estava e largando o livro em cima da mesinha de centro.

– Extremamente – Scorpius silvou, cruzando os braços e parecendo exasperado. Albus soltou uma risadinha. – Acabei de passar pelo maior interrogatório da minha vida.

O moreno arqueou a sobrancelha.

– Interrogatório? Sobre o que, exatamente, iriam te interrogar? Sobre sua obsessão em polir as unhas da mão? – E soltou uma gargalhada.

Scorpius soltou um grunhido, o rosto pálido se tornando gradativamente vermelho.

– Calado, Potter! – Ele esperou o amigo conter suas risadas antes de prosseguir. – Encontrei sua prima, seu pai e seu tio conversando no meio do corredor sobre a Quimera e, meio sem querer, deixar escapar de meu encontro com ela. – Scorpius franziu o cenho, parecendo não gostar de se recordar disso. – Eles me chamaram para ir à sala de McGonagall e lá fiquei pela última hora, meus ouvidos ardendo de tantas perguntas! E, como se não bastasse, quando saio de lá a enxerida da Weasley quer me interrogar também!

– Rose? – Albus perguntou, espantado.

– Quem mais seria, Albus?

– Sinto em ter que lhe lembrar, Scorpius, mas tenho mais sete primos de sobrenome Weasley aqui na escola neste momento. Três são meninas.

Scorpius revirou os olhos, impaciente.

– Mas o que mais me intriga – continuou Albus. – é: o que meu pai e meu tio estavam fazendo aqui? Tudo isso por causa daquele bilhetinho?

– É o que parece – Scorpius passou os dedos pelos fios desalinhados de seus cabelos de platina, soltando um suspiro cansado. – Eles não quiseram me dizer, informação confidencial, disseram. Mas quando saí de lá estavam tendo uma discussão acalorada com McGonagall.

Albus remexeu-se – agora não tão confortavelmente quanto antes – em seu lugar.

– Não sei quanto a você, mas estou com um mau pressentimento...

– É, meu amigo... Eu também. – Scorpius se levantou, espreguiçando-se. – Bom, vou até o dormitório. Tenho uma carta cheia de queixas sobre os métodos que os aurores usam para escrever ao meu pai.

Albus riu.

Fazia meia hora que Harry rondava em círculos a mesa de seu escritório, seu cérebro parecendo estar prestes a se fundir de tanto pensar. Mas que raios!, ele praguejou internamente. Como um simples bilhete havia causado tanto rebuliço nas vidas de tanta gente?!

O auror de olhos verdes parou em frente à mesa, encarando o bilhete a sua frente. Poucas palavras estavam escritas ali. Tão poucas que ele já havia até decorado seu conteúdo.

O senhor dos Malfoy, cuidado.
Eu estou voltando.
VCB

Claramente, “o senhor dos Malfoy” se referia à Draco Malfoy, já que Lucius Malfoy havia morrido poucos anos atrás. Mas, voltando? Quem estava voltando? E por que precisaria avisar uma escola inteira por intermédio de uma estranha aparição sobre seu retorno? Que relação aquela tal de Quimera possuía com toda essa história?

E o mais importante: quem, diabos, era VCB?

Ouviu o som de três batidas em sua porta. Quando mandou a pessoa entrar, viu que era Mindy Asher, sua secretária.

– Senhor Potter, o senhor tem uma visita.

– Quem é? – Harry perguntou, soltando um suspiro meio irritado, meio cansado.

Mindy agarrou a barra de sua saia, parecendo desconfortável.

– Rita Skeeter, senhor – ela engoliu em seco ao ver o olhar que seu chefe lhe lançou. – Eu tentei mandá-la embora, senhor, mas ela não me ouve! Cria desculpas, problemas de saúde, e não move um pé da sala...!

Harry grunhiu, tirando os óculos para poder massagear a ponte do nariz. Sentia uma dor de cabeça chegando...

Surpreendeu-se ao ouvir a própria voz mandando Mindy dizer à mulher para entrar. Ele sabia que não teria paz enquanto não tivesse uma boa conversa e ele mesmo a mandasse embora de seu escritório.

– Harry Potter – Rita Skeeter sibilou assim que pôs os pés em sua sala. Harry não conteve um revirar de olhos. – Mas que prazer em revê-lo! Há quanto tempo!

– Acredite, Rita, não foi tempo o bastante...

A mulher, que já não passava de uma idosa intrometida que insistia em trabalhar em sua coluna de fofocas no Profeta, soltou um risinho seco antes de sentar-se na cadeira à frente de Harry e tirar uma pena de sua bolsinha cor de rosa com frufrus.

– Bom, Harry, estou aqui porque ouvi uma certa história e preciso fazer algumas perguntinhas para tirar umas dúvidas...

Harry franziu o cenho, não gostando nada do tom que aquela mulher usava em seu próprio escritório.

– Ande logo com isso, Skeeter. Não tenho o dia todo para seus papinhos.

– Bem – ele soltou seu risinho desprezível novamente, passando a ponta da pena em seu queixo. – Quem - ou o quê - é a Quimera?

O auror arregalou seus orbes verdes, claramente espantado ao descobrir que aquela infame jornalistazinha sabia sobre a Quimera. E se ela tinha conhecimento sobre a aparição, com certeza já sabia sobre o bilhete...

– Mas que...?

– E – os olhinhos dela se arregalaram ao notar o pequeno pedaço de papel em cima da mesa de Harry e ela pulou de seu lugar para agarrá-lo. O moreno até tentou impedi-la, mas acabou sendo arranhado pelas compridas unhas vermelhas da senhora. Contrariado, ele observou enquanto ela percorria o bilhete avidamente com seus olhos. – Oh, meu Deus! Isso vai ser um furo!

– Não – Harry rugiu, a imagem do leão da Grifinória surgindo em sua cabeça. Dobrou-se em cima de sua mesa e arrancou o papel das mãos da jornalista. – Isso não vai ser um furo porque ninguém vai ficar sabendo disto, Rita. São informações confidenciais do meu departamento! A própria Minerva McGonaggall pediu a maior confidencialidade possível para que as investigações acontecessem!

Os olhos da mulher de arregalaram com a informação que o auror deixara escapar acidentalmente.

– Oh, então uma investigação! Diga-me, Harry, há algo de podre em Hogwarts?

– SAIA! – Harry gritou, levantando-se de sua cadeira e apontando para sua porta. – Saia imediatamente de minha sala, Skeeter, ou eu terei de chamar os seguranças! E faça o favor de nunca mais voltar!

A mulher loura aprumou-se, mas tratou de organizar seus pertences e se retirar da sala de Harry, não sem lhe lançar um sorrisinho convencido antes. Com toda a balbúrdia que acontecera, é claro que Rony tinha de enfiar sua cabeça para dentro do escritório do amigo, claramente assustando com a gritaria. Fazia anos que não via Harry se exaltar tanto assim.

– Aconteceu algo, Harry?

– Rita Skeeter aconteceu.

Rony arregalou seus olhos azuis, soltando um alto assovio.

– Isso não será nada bom.

– Não – Harry concordou, segurando firmemente o bilhete em suas mãos. – E acho bom alguém avisar um certo senhor dos Malfoy que seu nome estará estampado nas manchetes do Profeta Diário na edição de amanhã.

O sonho – ou seria pesadelo? – mudou.

Desta vez, não havia uma fênix negra surgindo das chamar para me perseguir. Não. Foi muito pior. Porque eu já havia tido aquele sonho antes. Lembrava-me bem.

Eu corria e chorava em meio a um ambiente - o mesmo do outro sonho - pegando fogo, mas o ar estava rarefeito e era difícil de respirar. Meus pulmões já não aguentavam a quantidade de fumaça que absorviam e eu sentia minha energia esvaindo-se de meu corpo. Aquele lugar não tinha fim e, por mais que eu corresse, nunca chegaria a uma saída. Bem no fundo, sabia que era ali que morreria.

E eu implorava. Rezava. Por favor, deixe-me sair daqui!

E então Albus e Scorpius apareciam, logo a minha frente.

E eles estavam gritando. Gemendo. Chorando.

Queimando.

E eu sabia. Aquilo tudo era minha culpa. Se eu não fosse tão estúpida, nada daquilo estaria acontecendo.

Assim, eu acordava. Os olhos cinzentos de Scorpius e os verdes de Albus sempre gravados no fundo da minha mente. As lágrimas fluindo pelo meu rosto e pedidos de desculpas sufocados em minha garganta.

Eu me lembrava bem. Aquele tinha sido o primeiro sonho. O primeiro terror noturno.

E o motivo pelo qual havia me afastado de meus amigos.

Ter aquele tipo de sonho acabava comigo. Mas mal sabia eu que os próximos dias seriam os mais sofridos de minha vida.

Tudo começou com uma manchete.

Draco Malfoy está morto!
Bilhete misterioso poderia indicar assassinato.




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Notas finais do capítulo

Uh-ow. Sinto que estou ferrada a partir do momento em que postar isto daqui.
Sou malvada.
E eu espero que vocês mandem reviews, senão eu prometerei MUITO sofrimento enquanto vocês esperam pelo próximo capítulo ;D
Como disse em A Garota Do Café (minha one-shot Dramione! Curiosos, é só passar no perfil para ler!), fiz uma cirurgia neste mês e, aproveitando, quero ver se adianto um pouco minhas Fics - principalmente, Quimera e Máscaras. Para quem acompanha Máscaras, devo minhas mais sinceras desculpas. Já escrevi três versões para o próximo capítulo, mas nenhuma parece me satisfazer D: Peço um pouco de paciência, por favor, que logo o capítulo estará on (:
Já sobre este capítulo... Indesejado. Depois de muito cogitar, foi esse o título que dei a este capítulo. E há várias coisas indesejadas nele, se não perceberam. Rita Skeeter, os pesadelos - que ainda continuam - de Rose e o próprio assassinato de Draco ): tadinho de meu amor! Que descanse em paz!
Bom, espero que tenham gostado dele (: Pessoalmente, não gostei muito de como foi escrito, mas parece que ultimamente tudo que escrevo é lixo. E como não quis deixá-los esperando mais tempo por um capítulo de Quimera, não resisti e postei. Desculpem por isso! Prometo que o próximo estará melhor - e, espero, maior! hahaha.
Acho que é isso!
Obrigada às meninas que comentaram!
E REVIEWS!
Beijinhos,
Reky.



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