Capitulo 15. Torta de chocolate

Meus cabelos estavam sendo afagado levemente, uma sensação reconfortante, ele não havia ido embora, acabei sorri levemente, e me movi um pouco na cama, ainda de olhos fechados.

- Acordou? - sua voz doce soou no meu ouvido.

Sorri mais uma vez, abrindo os olhos lentamente.

- Você ficou! - sussurrei.

- Sim! - ele sorriu.

Me levantei lentamente, e fiquei sentada na cama olhando para ele. Só então, me dei conta que já devia ser tarde.

- Dormi por muito tempo? - perguntei.

- Por três horas! - ele falou.

Então eu havia dormido por muito tempo.

- Que horas são? - perguntei.

- 11 da noite! - ele respondeu.

- Bastante tempo!

Ele se levantou da cama, onde ele estava sentado.

- Está melhor? - ele perguntou.

- Sim! - falei.

Nós ficamos em silencio.

Ele estendeu a mão para mim.

- Venha deve estar com fome!

Eu me apoiei nele, e levantei.

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- Eles foram embora? - perguntei enquanto dava uma mordida no meu sanduiche.

- Sim, mas ainda há alguns escondidos pelos matos! - ele falou.

Bufei.

- Eles nunca te deixam em paz não é mesmo?

- Nunca!  - bufei.

Dei mais algumas mordidas no sanduiche, e o terminei.

- Quer comer mais? - ele perguntou - Tem torta na geladeira...

- Torta? - perguntei animada.

- É de chocolate, com morangos! - ele riu - Minha preferida!

- Humm - fiz cara de desejo - Só se você me ajudar a comer.

- Humm - ele imitou minha careta - Como posso resistir?

Ele abriu a geladeira, e tirou a torta, cortou dois pedaços, deu um para mim, e pegou um para ele, nos sentamos na mesa, eu ao seu lado, mas virados um para o outro, com o prato nas mãos. Parti um pedaço, levando para a boca!

- Hum... - falei saboreando - Está realmente maravilhosa!

- Sério? - ele perguntou.

E provou.

- Maravilhosa é pouco! - falou ele - Nossa, dessa vez a Esme acertou em cheio!

- Vou pedir a receita a ela, nossa isso é muito bom! - falei colocando outro pedaço na boca.

- Sabe, quando eu era criança, dizíamos que o sábado era o dia dos amigos, então todo sábado, eu, Alice, Jasper, Emmett, e Rose, nos juntávamos aqui, nessa casa, e fazíamos o dia do amigo, consistia em comer a macarronada da Esme, e comer a torta de sobremesa, toda semana o cardápio era o mesmo, eu passava toda a semana esperando para comer essa torta - ele falou colocando um pedaço na boca - E foi assim, até meus 13 anos, todo sábado, e nunca, nunca enjoei, me lembro da minha ansiedade quando o sábado chegava, era quase possível sentir o gosto dela em minha boca! - ele falou olhando para a torta.

Gargalhei alto, e ele riu.

- Era uma tradição! - ele falou.

- Eu e meu pai temos uma pequena tradição! - falei.

Coloquei mais um pedaço na boca, e ele fez o mesmo.

- Meu pai sempre trabalhou muito, nas empresas, e vivia viajando, eu quase não o via, então toda vez que estávamos em casa, ele era o mais atencioso do mundo, e todas às vezes, quando estavam todos dormindo, ele ia até meu quarto, e nós descíamos escondidos, e comíamos um pedaço de torta na cozinha, era meu melhor momento com ele, era quando eu contava sobre tudo, e quando eu o sentia mais perto de mim, até hoje, fazemos isso, é um jeito de sempre nos re-aproximarmos.

Ele abaixou a cabeça e ficou passando o garfo no bolo. E então eu entendi, eu falei do meu pai, e ele perdeu o dele.

- Me desculpe... - sussurrei - Eu não...

- Tudo bem Bella... - ele falou olhando para mim novamente - Eu preciso aprender a conviver com essa dor! - ele falou.

Sorri para ele, e ele sorriu também! E então, ele mudou de assunto.

- Eu vi o exemplar de Orgulho e Preconceito no seu quarto... O Jasper te emprestou?

- Mexendo nas minhas coisas Sr. Edward? - perguntei fingindo irritação.

E pela primeira vi eu vi o Edward corar.

- Eu... Eu... - ele gaguejou.

Então eu gargalhei.

E ele ficou mais vermelho ainda.

- Eu fiquei curioso! - ele falou firmemente.

- Tudo bem seu bobo! - peguei o chantili com o dedo e melei a ponta do nariz dele.

- Mesmo? - ele perguntou, tirando o chantili do nariz dele com o dedo, e o colocando na boca.

- Claro! Porque eu não gostaria?

- Sei lá, poderia achar que eu estava invadindo sua privacidade!

Dei de ombros.

- Eu não me importo, não tenho nada a esconder.

- Então é do Jasper?

- Sim, não é inacreditável? Ele ter o primeiro exemplar lançado? - falei animada.

- Sem duvidas, ele tem vários outros, ele adora literatura, mais isso você já deve ter notado! Nem sei como ele te emprestou, porque ele tem o maior ciúme!

- Eu imagino, se fossem meus, iam viver num cofre, a prova de tudo!

Ele gargalhou.

Então o silencio se propagou no cômodo, por longos minutos.

- Bella...

- Sim?

- Posso te fazer uma pergunta?

- Já está fazendo uma! - o imitei naquele dia no quarto.

- Se vingando Isabella? - ele perguntou.

- Nunca te falei que sou totalmente vingativa? - perguntei.

- Nossa! - ele levantou as mãos para o alto, em sinal de paz.

Então eu gargalhei.

- Se eu fosse você, eu ficava com medo mesmo...

- Tenso!

Gargalhei.

- Então, diga, o que quer perguntar?

- Isso ficou na minha cabeça...

Arqueei uma sobrancelha sem entender.

- Dês daquele dia, na sua casa... - ele continuou

Então eu me lembrei, daquele dia desagradável, onde eu havia dito coisas horríveis ao Edward.

- Sim... - o incentivei a continuar.

- Você me perguntou se eu já havia amado alguém! - ele lembrou.

Fiquei pálida, sabia que havia sido muito injusta com o Edward.

- Eu pensei sobre isso por dias.... - ele abaixou a cabeça.

- E a que conclusão chegou? - perguntei.

- Que eu fui estúpido o suficiente para maltratar as pessoas, e pensar que talvez o amor não existisse, mas, então eu comecei a ver, se o amor não existe, o que a minha mãe sentia pelo meu pai afinal? O que o Emmett sente pela Rose? O Jasper pela Alice? E o Carlise pela Esme?

Fiquei calada, e ele continuou.

- Eu fiquei a procura toda da felicidade, tentando acha - lá, ficando com a Tanya, transando com umas e outras, bebendo, e gastando dinheiro, mas então eu descobri que nada disso traz felicidade, e então eu vi, a felicidade não está no cardápio...

Abaixei a cabeça, ele estava tão certo.

- E então eu perguntei ao Emmett, se ele amava a Rosalie, e ele disse que sim, e eu perguntei como era o amor, e ele disse que o amor é como quando você está num rio, com uma leve correnteza, você está ali, rodado por tudo aquilo, e que você apenas quer mais, daquilo, ele disse que quando está com a Rose, é quando se sente feliz, completo, e não importa o que acontecesse, ele ia querer estar com ela, ele disse, que quando você ama, é impossível não saber, porque você se sente tão feliz, que é impossível não demonstrar esse sentimento, porque ele te faz se sentir seguro, porque ele te faz uma pessoa nova, te faz querer ser alguém novo...

- Ele está certo! - falei sorrindo

- Bella, você já...

- Eu já? - perguntei

- Você já amou alguém? - ele perguntou me olhando nos olhos.

Meus olhos se arregalaram, e eu não sabia o que dizer, porque eu nunca, havia me sentido daquele jeito que ele descrevera, com o Jake.

- Eu... - falei.

Ele me olhou com a sobrancelha arqueada.

- Não, acho nunca amei - falei tristemente.

Ele apenas abaixou a cabeça.

- Eu me sinto seguro, e me sinto alguém novo! - ele falou

Olhei para ele sem entender. Mas então ele se levantou num pulo, e estendeu a mão para mim.

- Vamos dormir, já é tarde, estou cansado, hoje não foi facil! - ele falou

Peguei em sua mão, e ele me puxou, fazendo pular da cadeira.

- Vamos! - sorri

Subimos as escadas em silencio, e paramos na frente do meu quarto. Ele sorriu para mim.

- Boa noite! - ele disse.

- Onde vai dormir? - perguntei.

- Quarto de Hospedes - e piscou para mim, dando um sorriso torto, que poderia acabar com qualquer coração.

- Boa noite! - falei abrindo a porta do quarto, e entrando.

- Boa noite! - ele sorriu.

Abaixei a cabeça.

E então ele veio me dar um beijo na bochecha, mais sem querer eu levantei a cabeça, e ele selou meus lábios. Corei violentamente

- Me desculpe ai, foi sem querer!

Então ele sorriu.

- Selou nossa amizade! - e então ele saiu andando pelo corredor.