— Edward diz que isso não é verdade, por favor. Diz que isso é um sonho e nós vamos acordar em breve. – Edward continuava calado. – DIZ EDWARD. – Comecei a gritar, e ao mesmo tempo me entreguei ao desesperando, esquecendo-me totalmente do medico em minha frente.

— Bella deixe que o doutor nos explique melhor a situação, depois eu garanto que nós teremos uma solução. – Assenti, e me voltei para o medico.

— Pois bem. A leucemia aguda é caracterizada pele crescimento rápido de células sanguíneas imaturas. Esse apinhamento torna a medula óssea incapaz de produzir células sanguíneas saudáveis. O tratamento do paciente nesse caso deve ser imediato, pois se não houver, podemos ter riscos de morte em alguns meses ou até semanas. – Morte? Meu filho não podia morrer em hipótese nenhuma. Eu não agüentaria ficar sem ele. – Bella e Edward, nosso primeiro objetivo será destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais. E em alguns casos é indicado o transplante de medula.

— E Gabriel precisara de um transplante? – Edward perguntou.

— Ainda precisaremos realizar alguns diagnósticos, mas ao que tudo indica sim.

— Mas o que será preciso? Digo sobre o tratamento.

— Sim. O tratamento é dividido em fases: A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre 1 e 2 meses após o início do tratamento. Porem nós temos comprovações de que ainda restarão células leucêmicas no organismo, e por isso deve-se continuar o tratamento, para que não haja uma recaída.

Como a leucemia de Gabriel, é do tipo linfóide que pode durar até dois anos, temos três etapas do tratamento.

Vocês também terão de assinar um termo nos autorizando a implantar um cateter em uma veia profunda do filho de vocês. – Sentia que Edward já sabia de tudo aquilo que o medico dizia. Ele fez medicina, e sabia muito bem sobre varias dessas doenças, mas eu não, então só me restava perguntar.

— Pode me explicar o porquê desse procedimento?

— Sim Bella. Como o tratamento da leucemia aguda é demorado, podendo alcançar até três anos de duração, e requer também repetidas transfusões e internações, recomenda-se a implantação desse cateter, para facilitar a aplicação de medicamentos e derivados sanguíneos e a retirada de sangue para exames, e assim agredir menos a criança com punções venosas repetidas.

E também porque principalmente na fase inicial, os pacientes recebem várias transfusões de glóbulos vermelhos e de plaquetas, que diminuem intensamente devido à parada ou diminuição da produção provocada pela doença e também pela quimioterapia.

— Carlos peço que comece o tratamento mais rápido possível. Só nos diga o que fazer, e nós providenciaremos tudo.

— Vocês vão se responsabilizar por todo custo? Porque caso não se responsabilizem, temos órgãos e hospitais que fazem o tratamento, com um pouco mais de demora mais fazem. – Olhei para Edward, que apenas assentiu. Ele sabia que não adiantaria discutir comigo, estava decidida a salvar a vida de Gabriel.

— Nós vamos arcar com tudo. Use todos os meios, e artifícios que forem necessários que eu me responsabilizo.

— Perfeito. Vou pedir a diretoria do hospital que faça todos os documentos para que eu possa começar a cuidar de Gabriel.

— Obrigado desde já Carlos.

— É apenas meu trabalho Edward. Se quiserem podem fazer uma visitinha rápida para o filho de vocês. – Nos despedimos e deixamos o consultório.

Toda família estava a nossa espera. Quando demos a noticia só podia se ver pessoas chorando, e na mesma hora Esme foi na capela que tinha no hospital para orar.

Ficamos conversando por bastante tempo. Toda família faria o teste de compatibilidade, mas as chances seriam mínimas. E infelizmente a fila para doação era imensa.

— Com licença, vocês são os pais de Gabriel?

— Sim. Por quê? – Edward perguntou.

— Ele está chamando pela mãe. Acho que deveriam ir vê-lo. – Assentimos e a seguimos até o quarto. - Fiquem a vontade, só não o deixem agitado.

— Tudo bem. – A enfermeira saiu, e eu me aproximei da cama. – Oi meu amor.

— Mamãe por que eu estou aqui? Vou ficar muito tempo? Eu não gosto deste lugar.

— Calma filho. Você passou mal durante a festa, e agora precisa ficar aqui para melhorar.

— Vai doer muito? – Será por que todas as crianças tem medo de hospital?

— Nós vamos fazer de tudo para que não doa muito. Mas você precisará ser um garoto forte viu? Promete para mamãe?

— Prometo mamãe. Mas por que está chorando? – A Bella muito bom, seu filho percebeu.

— Entrou um cisco no olho da mamãe filho.

— Ajude ela tirar então pai.

— Claro. – Edward aproximou-se e disse que era para eu dar uma volta.

— Amor eu vou procurar um café para tomar. Fique com seu pai, eu não demoro.

— Não demora mesmo em mãe?! – Dei um beijo nele e quando ia saindo doutor Carlos chegou.

— Posso conversar com vocês um pouco?

— Claro doutor, nos encontramos no seu consultório. – Edward também deu um beijo nele, e pedimos a Alice e Esme que ficassem com ele.

Durante o caminho tudo passou em minha mente. Como seria essa nova fase em nossas vidas? Entramos na sala e sentamos.

— Pode dizer doutor. – Edward se manifestou.

— Primeiramente eu gostaria de me desculpar pela confusão causada por uma das novas enfermeiras, e dizer que sem querer ela trocou os exames. Na realidade quem está com LLA é um jovem de 17 anos, que deu entrada no hospital um pouco antes do filho de vocês.

— Isso quer dizer que Gabriel não tem nada? – Uma esperança muito grande tomou meu coração.

— Infelizmente não Bella. Gabriel tem leucemia e está no estagio inicial.

— Podemos considerar melhor Carlos?

— Sim. Nós começaremos o tratamento em breve, e se conseguirmos um transplante poderemos obter sucesso. – Não era maravilhoso, mas já me aliviava um pouco.

Falamos sobre mais algumas coisas e depois Carlos foi concluir seu plantão.

[...]

— Edward leve sua irmã e sua mãe para casa, e aproveite para descansar. Esqueceu que hoje viajará para fechar aquele negocio.

— Bella você acha mesmo que eu vou deixá-la?

— Meu amor a empresa precisa disso.

— Eu sei, mas vocês também precisam de mim.

— Faça assim. Vá para casa, relaxe um pouco, pegue o primeiro avião para Londres, resolva tudo, e volte.

— Não sei se é certo. Não quero deixá-los.

 — Amor entenda uma coisa, você não vai nos deixar, só estaremos a algumas horas separados. Faça tudo pelo bem da empresa.

— Tudo bem. Mãe, Alice estou indo embora, vocês vão querer carona?

— Vão sim, ai vocês poderão descansar.

— E você Belinha?

— Ficarei bem All, só preciso que me traga as mamadeiras das meninas para que eu possa tirar meu leite.

— Amor elas só estão com dois anos, não faça isso. Você pode ir para casa amamenta-las, enquanto alguém fica aqui.

— Edward eu não vou sair desse hospital.

— E você acha que Julie e Sophie vão ficar com quem? Você é a mãe, precisa cuidar delas.

— Gabriel também precisa de cuidado. – Me exaltei um pouco.

— Tudo bem, faça como bem quiser, só não venha reclamar depois. Você está perdendo um momento precioso e sabe disso.

— VOCÊ NÃO ENTENDE EDWARD.

— Desculpa Bella, mas eu estou sofrendo tanto quanto você, e nem por isso vou deixar tudo.

— Você não entende Edward. – Repetiria isso quantas vezes fosse preciso.

— Tchau Bella, nos vemos amanha. – Edward se virou para Esme. – Mãe posso dormir na casa da senhora? Quero ficar com as meninas antes de viajar. – Dito isso, lançou um olhar para mim.

— Claro filho, não precisa nem perguntar.

— Vocês decidiram se vão ou não comigo?

— Nós vamos ficar mais um pouco. – Alice respondeu. Ele deu um beijo em Esme e saiu.