Coração Satélite escrita por Ayelee


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Primeiro quero pedir desculpas pelo looongo período sem atualizações. Não vou me estender aqui dando justificativas. Mas enfim, estou de volta! Não desisti da fic, pelo contrário, já tenho vários capítulos mais avançados prontos, pois escrevo à medida que as idéias surgem, seja lá qual for o momento da hitória.
Decidi que vou escrever capítulos menores, assim facilita as postagens com uma frequência maior e torna a leitura menos enfadonha.
Espero que gostem deste capítulo, ele contém várias revelações e principalmente: A volta de Roger Peterson, mesmo que seja apenas em algumas menções e lembranças... =)
***
Vocabulário da Anita:
Allyris - Ally
quelhida - querida
amiguinharis - amiguinha
Daisyris - Daisy
esqueceuris - esqueceu
amigaris - amiga
falaris! - fala!
saicow - louca
Rogeris - Roger

Trilha sonora do Capítulo:
Creep (Radiohead)
Veja o vídeo aqui > http://www.youtube.com/watch?v=XFkzRNyygfk



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Acordei com o ruído da porta de entrada do meu apartamento abrindo e com o tilintar do chaveiro barulhento de minha mãe. Abri os olhos lentamente, sentindo minhas pálpebras pesadas, como se tivesse acordado com ressaca de uma noitada. “Se minha mãe vier checar se estou no quarto vou fingir que estou dormindo” Pensei rápido enquanto ouvia os passos de Isis se aproximando da porta do meu refúgio. Fechei os olhos e ouvi enquanto ela girava lentamente o trinco da porta, sussurrando meu nome “Ally, você está aí?” e recuando ao perceber que eu estava “dormindo”.

Demorou alguns segundos para que eu finalmente recobrasse a memória do que havia se passado naquela tarde – e eu preferia não ter lembrado – para então ir me levantando aos poucos da cama, tirando os sapatos e o vestido branco fresquinho. Olhei para a janela e as nuvens estavam pintadas em uma bonita variação de tons entre violeta e alaranjado, indicando que era final de tarde. Tentei distrair meus pensamentos mais alguns minutos antes que inevitavelmente eles fossem parar no doloroso evento que havia me causado tanta dor, a sensação que eu tinha era de que a qualquer momento meu peito iria se romper.

De todas as decepções amorosas, de todos os foras e chateações que eu havia tido na vida, nada se comparava ao que eu estava sentindo, agora que o Davi resolveu massacrar de vez minha auto-estima, meu orgulho e tudo o que eu algum dia senti por ele. A humilhação doía, a indiferença também, mas o que mais me torturava era não saber por quê um sentimento tão nobre quanto o amor que - mesmo não correspondido - eu alimentava por ele, podia ser tão desprezado e causar tamanha repulsa.

Tudo bem, é natural que as pessoas não saibam lidar muito bem quando são alvo de sentimentos profundos nutridos por outras pessoas pelas quais a recíproca não é verdadeira, mas há diversas formas de lidar com isso. E a forma escolhida por Davi para lidar com meu amor irremediável foi a mais cruel e injusta possível.

Ainda sentia a dormência que acompanha a enxaqueca na superfície do meu couro cabeludo, era impossível afastar os pensamentos confusos de raiva que se rebelavam dentro da minha mente e no meu coração. Nesse momento me rendi e deixei que eles fluíssem porque, do fundo da minha angústia e tristeza percebi que aquele era um momento importante de mudança em minha vida. Eu começava a sentir a mudança dentro de mim, uma força interna de auto-preservação crescendo, me fazendo sentir que não valia mais a pena me submeter aos caprichos do Davi, que era hora de abrir meu coração para o que quer que viesse depois, mesmo que fossem outras decepções amorosas, mas esta não podia mais continuar.

Senti algo morno e úmido descendo pelas minhas bochechas e me dei conta de que estava chorando novamente. Dessa vez era um choro mais aliviado, como se estivesse lavando minha alma. Um choro de libertação.

Massageei a raiz dos cabelos com as pontas dos dedos, doía tudo... como é possível cabelo doer? Depois prendi em um rabo-de-cavalo frouxo no topo da cabeça, deixando meu pescoço livre. Procurei meu uniforme da depressão - um shortinho de malha fino cor-de-rosa com caveirinhas e uma camisa velha e surrada que eu só usava nos momentos de crise, com um trecho da música “Creep” do Radiohead – e depois de estar devidamente uniformizada, me sentei diante da mesa de estudos olhando vagamente para minhas prateleiras, sem saber exatamente o que estava procurando.

Ouvi o celular tocando ao longe e em um pulo me pus de pé para procurá-lo, embora não estivesse interessada em falar com ninguém. Na verdade eu sabia que precisava ligar para as meninas, só estava adiando a obrigação, afinal falar sobre o acontecido e reviver todas as sensações ruins novamente não era algo desejável. “Preciso parar com essa mania de tentar fugir dos problemas apenas evitando falar sobre eles. Muito maduro de sua parte, Alicia.”

- Como é que tu vai embora da minha casa naquele estado sem deixar ninguém te acompanhar e ainda não dá notícias depois pra dizer se está viva sua louca? – Daisy me repreendeu sem ao menos dizer alô. Não me incomodou, dessa vez eu tinha que admitir que ela tinha toda razão em falar naquele tom comigo.

- Desculpa Day, eu... eu estava muito transtornada, você sabe...

- Eu fiquei preocupada Ally...as meninas também. E... o Davi ficou muito mal também.

- Por isso eu não liguei antes. Não queria tocar nesse assunto. Pra falar a verdade, eu adormeci, acordei faz pouco tempo, ainda estou meio confusa. Mas não quero falar sobre o Davi, por favor.

- Amiga, você sabe que eu nunca quis me meter nesse lance de vocês. Mas dessa vez eu sinto que preciso fazer uma intervenção... – O que ela quer dizer com “intervenção”? – Mas eu respeito se você não quiser conversar agora. Eu só queria saber como você está.

- Ainda estou com um pouco de enxaqueca, minha cabeça está a mil por hora, mas vou ficar bem. Só preciso de um tempo.

- Tudo bem, você tem o tempo que quiser. Mas depois precisamos conversar.

- Ok Day. Você que manda!

- Fique bem.Tchau mesmo!

Tu tu tu tu tu tu...

“Normal, já acostumei” pensei sorrindo, esse jeito despachado da Daisy pode parecer meio grosseiro às vezes, mas com o tempo a gente percebe que é só a forma esquisita dela demonstrar afeição.

“Precisamos conversar”... O que será que ela tem pra me dizer? Espero que não venha especular sobre como estou me sentindo em relação às “gentilezas” que o irmão dela arremessou contra mim. E que história é essa que “O Davi ficou muito mal”? Desde quando ele fica “muito mal” por ser ele mesmo? Como se ele não fosse muito cheio de razão! Talvez ele estivesse contrariado porque nunca me viu reagir de forma tão veemente às provocações dele. Nada mais.

Mas eu definitivamente não tinha mais energias para ficar fazendo conjecturas sobre o que Davi pensou ou sentiu, pouco me importava na verdade, meu coração é que foi ferido e, naquele momento eu estava mais preocupada em curá-lo. Foi preciso um pouco de esforço e disciplina para manter esses pensamentos longe da minha mente, mas procurei me entreter enquanto estava reclusa no meu mundinho e me concentrar ao máximo na atividade mais ordinária que fosse.

Voltei para minha cadeirinha diante do notebook e liguei o aparelho. Uma boa idéia seria checar meus emails. Desde que cheguei de Londres ainda não havia parado pra conferir minhas mensagens, de repente alguém podia ter me mandando alguma novidade. De fato havia uma série de mensagens não lidas na caixa de entrada, mas um terço delas eram notificações do facebook e do twitter além de propagandas inúteis. Nunca me dou ao trabalho de abri-las, é pura perda de tempo. Percorri o cursor sobre as mensagens restantes. Eu tinha razão, havia duas mensagens do pessoal de Londres: Kate, uma das recepcionistas do alberguinho que ficou nossa amiga, depois de passarmos três semanas pentelhando ela diariamente. A outra mensagem era da Cris, uma das brasileiras que fazia parte do grupo de casais com quem fizemos alguns passeios, que enviou o email em nome do grupo inteiro.

Depois de responder as simpáticas mensagens que me trouxeram boas lembranças de Londres- o que ajudou a melhorar meu humor- fui conferir os emails restantes.

Que beleza! Havia três solicitações de traduções, uma delas de uma semana atrás, mas ainda assim vou tentar entrar em contato. Três trabalhos garantidos para retomar as atividades não era nada mal. Era começo de mês, se eu conseguisse manter uma média de cerca de seis traduções grandes por mês, mais alguns pequenos trabalhos, era suficiente para cobrir minhas despesas sem sufoco. Porém eu precisava urgentemente iniciar o processo para trabalhar com traduções juramentadas e levar adiante um projeto antigo de montar um escritório internacional especializado em traduções de documentos oficiais.

De repente, lá do fundo do meu inconsciente surgiu um pensamento danadinho - que a princípio tentei ignorar – me sugerindo que procurasse na internet alguma informação sobre Roger Peterson. Claro que os emails dos meus amigos de Londres me fizeram lembrar dele imediatamente, mas deixei a idéia se dispersar me distraindo com outras coisas. “Tentativa inútil, Alicia. Que infantilidade não querer enfrentar seus próprios sentimentos. Foi constrangedor, tudo bem, mas passou. Você está safa. Trate de superar isso e agir como uma adulta.” Meu lado racional tentando dar lição de moral no emocional. E eu só assistindo minha própria luta interior, esperando para ver qual seria o resultado final dessa batalha de auto-conhecimento.

O mais engraçado é que, diante de tudo o que passei com Davi nas últimas 24 horas, ter que lidar com todos os tipos de emoções que aquela discussão desastrosa despertou em mim, fez com que o episódio com Roger parecesse uma coisa muito boba e pequena pela qual não fazia menor sentido alimentar essa vergonha sem fim. Agora eu enxergava um pouco mais claro e conseguia definir exatamente o que me incomodava e magoava de verdade. “Obrigada Davi,” pensei ironicamente.

E só agora analisando friamente pude perceber que de certa forma, Roger e Davi estão sempre me salvando um do outro. Quando fui para Londres, passei felizes três semanas sem ter a menor recordação de Davi – exceto na hora de comprar os presentes – mas isso não conta, pois não afetou de modo algum meu estado de espírito. Em seguida, quando voltei de Londres ainda confusa e embaraçada por causa do desastre com Roger na livraria, todo meu sentimento por Davi voltou com força total, o que expulsou o britânico superstar dos meus pensamentos por alguns dias...

E agora... aqui estou eu, diante do computador prestes a mergulhar na tela em busca de notícias do meu ex-eterno-ídolo... e já nem lembro mais do que se passou com Davi.

O primeiro lugar que busquei, que eu já conhecia de longa data, era o site oficial de fãs do Roger, elas tinham as notícias mais recentes sobre ele, o que eu precisasse saber com certeza encontraria lá, antes mesmo que fossem parar nos noticiários mais populares brasileiros.

Senti um friozinho na barriga, como se estivesse fazendo algo proibido – que tolice. As últimas notícias eram sobre datas de lançamentos de seus trabalhos mais recentes, inclusive o último capítulo da trilogia de filmes mega-sucesso a qual Roger protagonizou por dois anos. Pelo visto as coisas não mudaram muito desde a última vez que visitei o site, uns dois meses atrás.

Girei o scroll do mouse descendo a página à procura de alguma notícia referente ao fatídico dia, as palmas das minhas mãos suando à medida que a data se aproximava de meu objetivo. De repente me deparei com a manchete: “Novas fotos de Roger Peterson em livraria de Londres.” Meu coração disparou dentro do peito, como se a notícia estivesse falando de mim mesma.

A matéria contava que Roger havia sido flagrado em um café com sua ‘suposta’ namorada – ugh, não acredito que ele ainda está com aquela Cathy Seymour – mas aparentemente, na tentativa de escapar da perseguição dos paparazzi, a garota saiu do café e seguiu em uma direção enquanto o ‘galã’ caminhou rapidamente na direção oposta procurando refúgio em uma livraria próxima do local. “O ator permaneceu no interior da popular livraria por cerca de trinta minutos, mas ao sair direto para um carro que o aguardava no outro lado da rua, não conseguiu escapar de alguns flashes de um paparazzo persistente.”

Hum, essa última parte da história eu conhecia bem, mas o que me incomodou desde que li a primeira linha foi a menção à tal ‘namorada’ de Roger. Era óbvio que os dois estavam juntos, ela era linda, bem-sucedida e par romântico dele nas telas. Nunca me incomodei com isso, afinal sou fã, não me importa a vida pessoal do meu ídolo... mas dessa vez sentia uma coisa beliscando meu coração, como se fosse...ciúme?

“Ciúme?? Ally, querida, você precisa de tratamento urgente. Que perda de tempo, sentir ciúme de um cara mega-famoso que está do outro lado do mundo e nem lembra da sua existência!”

Eu estava me sentindo ridícula mais uma vez, no entanto agora tratava-se de outro sentimento. Era uma coisa nova para mim, nunca fui uma garota ciumenta. Sou adepta da filosofia “Se você ama, deixe seu amor livre.” O que eu faria com esse ciúme? “Esquecer né? Não seja absurda!”

A verdade é que algo havia acontecido naquele momento em que Roger esbarrou em mim e fez meu livro voar, justo no momento em que eu estava lendo o Soneto 116 de Shakespeare, pensando no meu lago constante... eu só estava tentando apagar essa faísca antes que ela se alimentasse com oxigênio e se tornasse algo maior que me consumiria e, bem, não sobraria nada de mim, pois eu não sabia o que fazer com aquilo, e muito menos o que esperar.

Ouvi um burburinho vindo da entrada do meu apartamento e logo reconheci a voz fanha de Anita e também a voz de Helena conversando com minha mãe. “O que essas loucas estão fazendo na minha casa a essa hora?” Me perguntei para só então me dar conta de que ainda eram oito horas da noite. Fiquei tão entretida na internet depois de acordar do meu sono consolador que pensei que as horas haviam corrido.

Rapidamente fechei a página do site de fãs do Roger e deixei minha página de emails aberta enquanto ouvia o "toc toc toc" na minha porta seguido da chamada de Anita meio sussurando, com receio de me “acordar”:

- Allyris, quelhida... podemos entrar? – Girou o trinco e colocou a cabeça dentro do meu quarto antes mesmo que eu respondesse.

- Podem, quer dizer, já entraram né? – Sorri para minhas amigas. Havíamos nos visto esta tarde, mas parecia uma eternidade. Elas estavam com a mesma roupa desde nossa reunião na casa de Daisy, o que me fez concluir que, ou ficaram por lá até agora debatendo sobre meu embate com Davi, ou estavam debatendo o mesmo assunto, mas em outro lugar, das duas formas com certeza estavam decidindo o que fazer comigo.

Essa idéia me incomodou um pouquinho, me fazia sentir como se fosse uma criança que não sabe se cuidar e precisa que os outros decidam o que é melhor para ela.

- Alix... – Helena começou – como você está se sentindo?

Revirei os olhos.

- Ô amiguinharis, não vem com essa de revirar os olhos, você saiu feito uma louca da casa da Daisyris e não deu sinal de vida depois. Ficamos muito preocupadas com você!

- Desculpa Anitz, a Day me ligou, achei que ela fosse falar com vocês.

- Então conta o que foi que aconteceu para você não ligar nem pra dizer que tinha chegado em casa inteira?

- Não aconteceu nada demais, eu só estava emocionalmente esgotada depois daquela discussão ridícula com o Davi. Minha cabeça estava explodindo, quando cheguei em casa só pensava em sumir, desligar meus pensamentos e esquecer o que tinha acontecido. E de certa forma foi o que aconteceu... eu dormi. E só acordei quando o sol estava se pondo, e depois recebi a chamada da Daisy no celular.

- E... você esqueceuris? – Anita indagou curiosa.

- Acho que sim, quer dizer... não tem como esquecer totalmente um evento como esses. Mas eu meio que reagi de uma forma inesperada.

- Ai meu Deus, o que foi que você fez?

- Nada, calma... eu estava com tanta raiva, tanta mágoa que eu simplesmente decidi ignorá-lo.

As duas me olharam com um ar de incredulidade, esperando que eu concluísse meu raciocínio.

- É... não quero mais saber do Davi, de verdade. No auge do meu sofrimento fui iluminada por um momento de lucidez. Consegui aniquilar qualquer sentimento de simpatia por ele. Não consigo mais gostar de alguém que só me quer mal. Só isso.

- Mas amiga – Helena tentou ponderar – sem querer justificar a atitude grosseira do Davi, mas estava claro pela atitude dele que ele estava sendo movido por outro sentimento que não tem nada a ver com ódio.

- O que você está querendo dizer com isso? – Indaguei confusa, sem querer acreditar na suposição absurda de Helena.

- É amigaris, estava na cara que ele estava completamente com ciúmes!

“Ciúmes??? De novo essa palavra me aparece no mesmo dia, se manifestando de outra forma. O que está acontecendo comigo afinal?”

- Vocês estão ficando loucas. Isso não faz o menor sentido – Mudei de posição inúmeras vezes em minha cadeira, minha mente processando lentamente o que eu acabara de ouvir.

- É claro que faz sentido, Alix. Todo mundo conhece aquele jeitão ogro do Davi, mas acho que até ele se surpreendeu ao se deparar com o que estava sentindo, e ele meio que não soube como reagir aos próprios sentimentos... e bem, acabou reagindo da única forma que ele sabe, à moda Davi.

- O quê, agora você vai defender o coitadinho que não sabia lidar com os próprios sentimentos? – Eu precisava mudar de assunto urgentemente, não estava gostando nem um pouco desse papo de Davi com ciúmes. Era demais para mim em um dia só.

- Não, nada justifica as grosserias que ele disse... talvez não seja a hora mais adequada para falar sobre isso...- Helena hesitou - é que você não viu como ele ficou arrasado depois que você foi embora.

- Arrependimento é típico de quem não pensa antes de tomar atitudes estúpidas. Olha só, eu realmente não estou afim de saber sobre os sofrimentos do coitado do Davi, ok?

- Tudo bem amiguinharis – Piscando para Helena – vamos mudar de assunto! O que você tá vendo aí nos seus emails? – Perguntou apressadamente.

“Talvez se eu comentasse sobre minha descoberta a respeito de Roger Peterson as fizesse esquecer esse assunto de Davi” Pensei percorrendo a tela do meu notebook com os olhos antes de responder:

- Ah, recebi emails do pessoal de Londres.

O Euro Trio Feliz de repente de formou novamente, aquela atmosfera de amistosidade se restabeleceu entre nós e então descrevi o conteúdo dos emails para elas satisfazendo sua curiosidade e pacientemente respondendo às milhões de perguntas que elas me lançavam.

Contagiada pelo entusiasmo das minhas amigas, acabei soltando quase que incontrolavelmente sobre minha recente descoberta:

- Vocês não vão acreditar no que eu descobri – Sorri fazendo uma cara de mistério, tópica de quem está prestes a contar uma fofoca bombástica.

- O QUÊ??? – As duas malucas gritaram em uníssono.

- Descobri porque o Roger Peterson estava tão enlouquecido naquele dia que esbarrou comigo na livraria.

- Mas como você conseguiu isso? – Helena indagou mordida de curiosidade.

- Falaris, falaris logo!

- Acessei ao fã site oficial dele. Tinha lá a notícia “Novas fotos de Roger Peterson em livraria de Londres.”

- Não acredito!! – Helena e Anita estavam em alfa, completamente envolvidas na conversa. Meu plano de desviar o assunto deu certo. No entanto eu não tinha certeza se queria levantar outra polêmica falando sobre a suposta namorada dele. Então contei uma versão editada dos fatos:

- É, parece que ele estava fugindo de uns fotógrafos que o estavam perseguindo desde quando saiu de um café... – contei fingindo não ter certeza dos acontecimentos – por isso ele entrou tão afobado na livraria e aconteceu o que aconteceu.

-Nossa que loucura, é tão surreal que algo assim tenha acontecido conosco.- Helena comentou pensativa – estamos acostumadas a ver essas notícias sobre celebridades, mas dessa vez é estranho que tenhamos participado de parte da situação.

- Aiii que coisa mais saicow... esses paparazzi são uns cretinos, não deixam o coitado do Rogeris em paz! Pronto né amiguinharis, agora que você sabe porque ele foi tão desastrado com você, já pode perdoá-lo! – Anita comentou com aquela cara de mais-que-óbvio que só ela sabia fazer.

- Err... e quem disse que eu não tinha perdoado? – Me pegou de surpresa. Estava começando a achar que Anita consegue ler pensamentos, de vez em quando ela simplesmente solta exatamente o que eu estou pensando.

– Bem, talvez você tenha razão, acho que fiquei mais tranqüila mesmo. – Sorri honestamente para ela e olhei para o relógio. Anita compreendeu e já foi se levantando e pegando a bolsa, dando sinal de que estava na hora de ir.

A conversa fluiu de modo que o tempo voou, já passava das dez e eu estava completamente exausta. Meu sono reconfortante claramente não havia sido o suficiente para descansar meu corpo e minha mente.

Helena acompanhou o movimento de Anita, as duas despediram-se desejando que eu ficasse bem e finalmente partiram, me deixando novamente a sós comigo mesma para refletir sobre essa outra bomba de Hiroshima que despencou sobre mim: "Davi com ciúmes de mim. é para rir ou para chorar?"

Definitivamente não seria esta noite que eu pensaria sobre isso. Hoje tive minha cota de Davi por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam das novas revelações? Ally com ciúmes de Roger? Davi com ciúmes de Ally? Como assim?
Não percam o próximo capítulo, Ally vai tomar uma grande decisão que poderá mudar o rumo de sua vida...

Agradeço a paciência de vocês e gostaria de pedir que deixem suas reviews, é meio desistimulante continuar escrevendo sem saber se as pessoas estão lendo, e especialmente se estão gostando.
Essa é minha primeira história, estou muito animada, e se eu obtiver bons resultados com ela, levo adiante com seriedade dois novos projetos que estou elaborando...

Deixem suas reviews, please!
Beijos, até a próxima!
*MwaaaH*