Pedido Insano

Permiti que ele colocasse o colar em mim, levantei meu cabelo e virei de costas.

- Obrigada, é lindo! – eu toquei no colar e na hora eu me senti aquecida e segura. Como uma borboleta deve se sentir dentro de um casulo

- Então estou perdoado? – ele me olhou com uma carinha de cachorrinho pidão, dava até dó.

- Vou pensar se você merece. Além disso, você tem que entender que eu NÃO sou qualquer uma. – eu soltei o colar e aquela sensação boa foi embora.

- Pode deixar, acho que já entendi o recado.  – Ele foi se aproximando cada vez mais fazendo com que eu ficasse prensada na parede.

- Pensei que tinha entendido o recado? – Disse irritada.

- Eu entendi, você não quer ser qualquer uma, mas isso não significa que eu não possa beijá-la.

Comecei a ficar muito irritada, irritada mesmo. Ele aproximou mais sua boca da minha, se ele pensa que vai ficar assim? Ele vem me agarrar e vai sair por isso?

Quando ele ia me beijar eu dei um belo chute na “zona proibida”. Apolo passou por varias cores diferentes, primeiro ele ficou roxo, ai azul claro, e por fim ficou vermelho de raiva e vergonha.

- AAAH! Você é louca ou o que!? – ele saiu de perto de mim e tentou se recompor, mas... Ele não obteve sucesso nisso.

- Eu pensei que você tinha entendido, mas pelo visto estava enganada. – Marchei até a porta e a abri com um pouco de violência.

- Agora SE MANDA DAQUI!- eu disse, com o meu jeito todo educado de ser.

- Nossa quanta violência! Fica fria ai meu docinho – ele me mandou um sorriso malicioso e  eu quis chutá-lo outra vez.

- Não sou seu docinho, não sou o docinho de ninguém – eu joguei o colar nele, mas surpreendentemente ele voltou para meu pescoço.

Apontei para rua, olhando para ele irritada. Ele saiu cabisbaixo, problema dele recebeu o que mereceu. 

   Respirei fundo para me acalmar, queria pelo menos tomar um banho e colocar outra roupa antes de ir me encontrar com Annabeth e o resto da turma. Abri uma das minhas malas para pegar alguma roupa, optei em por uma calça jeans e uma blusa que me taparia todas as marcas das minhas costas, afinal não queria chamar mais atenção, já bastava o fato de eu ser –  por mais que eu não goste - filha de Ártemis.

   Deixei a roupa em cima da cama e fui tomar meu banho, o banheiro assim como o chalé era bem espaçoso. Arrumei-me com um pouco de pressa já que deveria estar atrasada graças ao idiota do Apolo.

   Sai do chalé indo até a praia, o acampamento parecia ser muito legal, vários meio sangues lutavam com espadas outros estavam com arco e flecha. Filhos de Apolo.

   Idiotas, metidos, lindos, charmosos... Espera ai, eu não to dizendo coisa com coisa. Lindos? Charmosos? Os filhos de Apolo? Até parece

Quando eu cheguei na praia Percy, Annabeth e Grover estavam sentados na areia rindo e conversando.

- Oi gente! – Disse me sentando junto a eles.

 - Oi Pallas, que tal seu chalé? – Perguntou Annabeth.

 - Ah, é bem legal.

 - Que bom que gostou.

   Grover parecia que queria falar alguma coisa, ele olhava para Annabeth e para Percy como se pedisse permissão.

  - Vai em frente Grover! – Percy disse rindo.

   - O que foi? – Perguntei me sentindo um pouco excluída da conversa.

    - O Grover queria te perguntar uma coisa.

    Grover deu um pequeno soco no ombro de Percy que fingiu que sentia dor.

    - Pode perguntar Grover, eu não mordo – mentira! Mas ele não precisa saber disso, pelo menos por enquanto, pelo menos enquanto Nix mandasse. 

    - O que são essas marcas? – Ah! Era isso. Sabia que cedo ou tarde eles iriam perguntar, já tinha a resposta pronta.

   - São tatuagens, eu fiz com meus amigos.

   - Elas são bonitas. – Percy falou, Annabeth o fuzilou com os olhos, não pude evitar rir.

     - Obrigada.

     Ficamos conversando por um bom tempo, eles eram engraçados, principalmente Percy, fora que era hilário ver Percy e Annie discutindo. Eu sentia como se estivesse no salão feminino da Morada da Noite assistindo a maratona de Star Wars junto com meus amigos.

     - Estávamos praticamente mortos, eu sentia como se tudo que importasse estava sendo tirado de mim. Como se eu estivesse sozinha. Tudo começou a embaçar, eu sabia que ia morrer a qualquer instante. Foi ai que eu a vi.

     - Quem? Quem você viu? – Annabeth perguntou. Adrenalina tomava conta dela assim como tomava conta de mim. Relembrar aquilo era ... Bom, eu não tinha palavras para descrever aquilo.

     - Foi ai que eu vi Nix, pela primeira vez. Foi... Incrível.

     Ouvimos um trota ao longe, só podia ser Quiron se aproximando.

     - Olá pessoal, se importam se eu roubar Pallas de vocês? – ele perguntou, já me ajudando a levantar.

     - Claro que não, agente de vê mais tarde Pallas. – Percy disse e Annie e Grover assentiram. Não ao mesmo tempo.

    Eu me despedi de cada um fui me afastando ao lado de Quiron.

               - Então Quiron, onde é o incêndio? – Eu perguntei.

                   - Sua mãe vem jantar aqui. – ele disse sem fazer cerimônia. – Ela exigiu que você estivesse lá.

                   - Droga, essa megera quer fazer da minha vida um tártaro mesmo. – eu fechei os punhos e bati em uma arvore.

                   - Por que você não vai para seu quarto se trocar e nos encontrar na casa grande?

                   - Eu tenho escolha?

                   - bem pensado.

                  Nós paramos em frente ao chalé e eu entrei, antes, claro, eu me despedi dele.

                  - Docinho, vejo que já sabe da novidade. – eu soltei um grito, quando os braços de Apolo me prenderam em um grande abraço de urso. – Tenho um presente para você.

                  - Obrigada, mas de presente seus eu já to cheia. – eu me soltei – Já não basta essa coleira que você me deu?

                  - Não e garanto que vai gostar desse presente. – ele abriu uma grande caixa, e antes que eu pudesse recusar, eu já estava encantada com aquilo.

                  - Apolo eu não posso aceitar.

                  - Pode sim. – ele me roubou um selinho e eu corei, odiava quando me pegavam de surpresa.

                  - Não tenho onde usar isso.

                  - Tem sim, prometa-me que vai usá-lo hoje mesmo.

                  - Eu não...

                  - Prometa? – ele me pediu

                  - Prometo. – eu sorri.

Ma minha frente estava o vestido mais lindo do mundo. Digno de uma princesa. Ou uma deusa. Eu não era nenhuma das duas coisas.

  - Vestido digno de uma Deusa do Sol, vestido digno da minha acompanhante.

  - O que?!

  - Aceita me acompanhar hoje? Durante o jantar?

  - Eu...Eu...Sim, eu aceito.