- Como é que você sabe? - um Percy muito desconfiado perguntou.
É claro que Annabeth não podia ficar sem responder uma pergunta feita a outra pessoa, sendo assim, antes que Edward pudesse abrir a boca a filha de Atena respondeu:
- Parece que ele consegue ler as ondas emitidas pela parte do cérebro que comanda nossos pensamentos.
- Como é? - Percy pareceu indignado com a resposta "cabeça" que Annabeth lhe deu, então eu traduzi:
- Acho que Annabeth quis dizer que Edward pode ler mentes. Certo?
Edward deu de ombros antes de responder calmamente.
- Em geral eu posso, mas não consigo ler as mentes de vocês. - Ele franziu o cenho, desgostoso. Eu, particularmente, estava bem satisfeita com minha mente impenetrável.
- Acho que devíamos conversar em outro lugar. - sujeriu o filho de Hades.
- Concordo! - Percy exclamou um pouco antes de dar uma super mordida em seu cheeseburger - Tenho trauma de conversar com pessoas importantes na frente de restaurantes. É.
Annabeth e eu demos um risinho, lembrando de nossa primeira missão juntos.
- Vocês nunca me contaram direito essa história. - acusou Nico.
- Que história? - inquiriu Edward, que foi ignorado por Percym que fazia voz de falsete enquanto tentava apertar as boxechas de Nico:
- A gente nunca contou por que você é muito jovenzinho ain...da. Ai!
Percy perdeu o fôlego quando Nico lhe acertou um soco na barriga, enquanto dizia:
- Olha o respeito, Cabeça de Algas, eu tenho mais de 70 anos! E sei sobre seu ponto fraco, lembra?
- Desculpe? - o Cullen perguntou.
- Longa história. Muito longa, aliás. - murmurei me inclinando para ele.
Edward me lançou um olhar que eu deduzi querer dizer "você vai me contar depois", e eu acenti.
- Hey, você não precisaria avisar Charlie? - perguntou Annabeth, docemente.
Dei um tapa em minha própria cabeça.
- Quer meu celular emprestado? - perguntou Edward, com um quê de preocupação na voz.
- NÃO! - Annabeth, Nico e Percy gritaram.
- Liga você pro pai da Bella, diz que ela vai chegar um pouco tarde. - Percy e suas ideias geniais.
Nico e Annabeth cairam na gargalhada, provavelmente pela cara que eu fiz.
- Percy, a água afeta teu cérebro? Edward é homem...
- Vampiro. - corrigiu ele, eu semicerrei os olhos.
- Eu estava falando das partes mais baixas. - disse rispidamente, Nico continuava gargalhando - De qualquer forma, seria ótimo se ele ligasse para Charlie, já pensou?"Olá, Chefe Swan. A Bella vai chegar um pouco tarde hoje." É claro que a imaginação de meu pai iria as alturas.
- Por que você não pode usar meu celular? - perguntou ele, parecendo achar a situação engraçada.
- Monstros. - respondeu Nico, por mim - Eles vem correndo.
Concordei com a cabeça. Edward não podia ligar, e nenhum de nós podia.  Talvez se eu usasse um pouco da névoa para um humano...
- Eu ligo, mas antes vamos para um hotel aqui perto. Não é muito inteligente conversar no meio da rua. - disse uma voz cantada e fininha. Logo depois, uma criatura extremamente nanica e saltitante apareceu ao lado de Annabeth, que deu um pulo.
Certo, ela não apareceu. Ela estava correndo, mas como é velocidade demais... bem, foi como se ela tivesse aparecido.
- Oi, Alice. - murmurei, por alguma razão corando.
Ela sorriu, acenando para mim. Então virou-se para Nico e franziu o nariz.
- Você não tem um cheiro muito bom. - comentou, normalmente.
Eu ri e Annabeth disse:
- Então... vamos deixar as apresentações para depois e vamos logo para esse hotel.
Todos concordaram.
Edward deu uma carona, mesmo ela sendo desnecessária, já que o hotel ficava perto de onde estávamos.  
Ual. É só o que posso dizer do dito hotel; particularmente, eu não gostava muito de hotéis, aquela história de ficar presa em um não era realmente agradável, mas aquele? Era concerteza cinco estrelas.
A pitura era meio dourada, contrastando com os móveis da recepção.
Alice foi falar com um dos recepcionistas, e o mesmo lhe entregou um cartão.
- Quarto 501. - ouvi ele dizer.
A irmã de Edward se virou para o elevador e todos nós a seguimos. Seis pessoas em um elevador, ou devo dizer apertador? Nós nos esprememos e acredito que meus amigos ficaram, assim como eu, felizes quando o elevador parou.
Alice disse para irmos atrás dela e foi o que fizemos. Quando chegamos a porta 501 ela passou o cartão e a porta abriu. Essas modernidades... vou te contar!
O quarto era simplesmente enorme, o que era um tanto óbvio, já que todo o hotél era enorme.
Percy, Annabeth e Nico sentaram-se um ao lado do outro na grande cama que ficava no meio do aposento. Já eu, Alice e Edward nos sentamos nas cadeiras que haviam alí.
Alice puxou um celular do bolso e digitou um número.
- Alô? Charlie? Aqui é Alice. Só estou ligando para avisar que Bella vai chegar um pouco tarde hoje, mas não precisa se preocupar. - pequena pausa - Sim, sim. É. Aham. - pausa de novo - Nada de mais, certo, obrigada, tchau.
- É isso que eu chamo de conversa relâmpago. - murmurou Percy. Eu revirei os olhos.
- Então... - pediu Alice, olhando para nós, enquanto balançava as pernas feito uma criança marota - vocês precisavam falar comigo?
Annabeth tomou a palavra.
- Sim. Bem, meu nome é Annabeth Chase, filha de Atena, e esses são, Perseu Jackson - Percy grunhiu - filho de Poseidon e Nico DiÂngelo, filho de Hades.
- Ah! - exclamou a anã - É um prazer! Meu nome é Alice, mas vocês já sabem disso então acredito que ...
Edward pigarreou, e Percy deu um risinho.
- Certo. - disse Annabeth, lançando um olhar assasino para Percy - O caso, Mary... Alice, quero dizer. É que o pai dele - A filha de Atena apontou para Nico - soltou algumas informações sobre você, e nós precisamos de sua ajuda para encontrar Hermes, que está sob o efeito de uma espécie de magia lançada por Morfeu.
- Entendo. - murmurou Alice, parando de balançar as pernas - Mas de que é que você me chamou?
O rosto de Annabeth empalideceu.
- Mary. - respondi por ela - Meus amigos descobriram que seu nome completo seria Mary Alice Brandon então...
Alice me encarava com vívida curiosidade.
- Seria, é? Como vocês descobriram? - perguntou ela, feliz.
- Meu pai está bastante desesperado ultimamente, não foi difícil ele soltar algumas informações adicionais... mas você pode nos ajudar? - perguntou Nico.
 - É claro que sim. - respondeu ela prontamente. Entrentanto, antes que Alice pudesse falar qualquer outra coisa, três mulheres entraram em nosso quarto; cada uma com uma bandeja.
- Serviço de quarto. - anunciou a do meio.
Eu reconheceria elas mesmo se estivessem fantasiadas de Barak Obama. Aquele cheiro, aquela voz.
- Ninguém aqui pediu serviço de quarto. - disse Nico, ao mesmo tempo que eu sacando a espada e indo contra elas.
As bandejas foram ao chão, e elas se metamorfosearam, de mulheres normais com olhos e dentes normais, a mulheres horríveis com olhos vermelhos e dentes caninos enormes.
- Olá, Bella. - disse a que estava do lado direito.
Mais rápida que o vento, transpassei minha espada de bronze celestial por seu corpo, enquanto dizia:
- Tchau, monstra.
Nico havia transformado em pó a da direita, só sobrando a que estava no meio. Ela pulou em mim, mas eu era rápida, e tinha bastante prática quando se tratava de empousas. Segurei minha espada firmemente e depois, só sobrou o horrivel cheiro e um monte de pó.
Suspirei, mas meu momento "alívio" durou pouco.
- A gente tem que sair daqui. - falou Annabeth, com tom de urgência na voz - Elas foram fáceis demais.
- Fáceis? - Percy perguntou, sendo o babaca que consegue ser em algumas situações.
- Ela tem razão. - falou Alice, para a surpresa geral -  Tem um cheiro estranho nesse hotel.
Nico bufou.
- E a vidênte só diz isso agora?
Dei um tapa na cabeça dele, e apressei meus amigos. Logo, todos estávamos dentro de um volvo prata, indo para Forks. Podia ser pior.
- Para quem é invencível, bem que você podia ter ajudado, hein, Cabeça de Algas? - falei, tentando quebrar o silêncio constrangedor que havia se formado.
- Vocês não estavam precisando de ajuda. - respondeu ele seriamente - E é isso que não está se encaixando. Elas não costumam ser tão boazinhas, francamente, a do meio ficou PARADA enquanto vocês transformavam em pó as irmãzinhas!
- Ele tem razão. Não faz sentido... o que elas queriam? - perguntou Nico, parecendo mais para ele mesmo do que para nós.
- Eu não sei, e no momento não estou interessada, a prioridade no momento não é ir fazer uma estaca de madeira, e sim fazer Hermes "aparecer". Alice, você vai nos ajudar? - minha cabeça latejava, eu não sabia o que as empousas queriam, mas tinha o presentimento de que não era saber onde estávamos para levar biscoitos em forma de coração.
Alice que estava esprimida entre Nico e Annabeth, concordou com a cabeça.
- É claro que sim, por que eu não ajudaria minha futura... - Edward grunhiu, e Alice interrompeu o pensamento como uma criança que fora pega falando um palavrão - Eu só não entendo como posso ajudá-los, eu nunca vi nada envolvendo deuses, nem algo assim.
Annabeth assentiu, e falou:
- Nós sabemos, e é por isso que sua ajuda deve ser pensada.
Alice franziu o cenho, assim como Edward, que estava dirigindo silenciosamente.
- O que você quer dizer com isso? - perguntou o Cullen, confuso.
Annabeth suspirou e encarou a vidênte, os olhos cinza cintilando.
- Para você ver através dos 3 véus, da quarta dimensão e da névoa, você precisará passar por um ritual. Não é perigoso, mas é perpétuo. Uma vez que você fizer o ritual, não poderá mais voltar atrás, e será capaz de ver... tudo. - respondeu a filha de Atena, com um toque de formalidade na voz.
Alice analizou todos no carro, e por fim tombou a cabeça para o lado, como se estivesse ouvindo algo ao longe.
- A decisão tem de ser sua. - eu falei, olhando para a frente - Alice, quem vai... sentir as consequências é você.
Nico suspirou e, embora não estivesse olhando para trás, tive a certeza de que ele olhou para Annabeth antes de falar:
- É sua também, você é que terá de fazer o ritual.
Engasguei. Rituais não eram exatamente coisas complicadas - ou não pareciam - mas fazer um ritual para dar "poderes" a uma pessoa, era de fato uma grande responsabilidade.
- Por que é que Bella deve fazer isso? - intrometeu-se Edward - Partindo do pressuposto de que Alice queira ter visão completa, por que a filha de Atena não pode fazer o ritual?
Percy respondeu antes mesmo que Annabeth pudesse abrir a boca para dizer "vampiro":
- Depende de qual filha de Atena você está falando, Edwini, por que eu realmente duvido que Taylor Swift pudesse vir para Forks para fazer um ritual.
Annabeth semisserrou os olhos para seu namorado, uma clara mensagem 'ah, se você não fosse invencível!'.
- Taylor Swift? - perguntou Nico, fugindo totalmente do assunto - Não sabia dessa, aquele vocalista do Green Day sim, mas a Swift... mas você tem irmãos, hein?
Edward se inclinou levemente para mim e perguntou em um sussurro:
- Eles estão falando sério?
Eu sorri para ele, e em tom igualmente baixo respondi:
- Você não faz ideia de quantas pessoas famosas são semideuses.
Edward me deu de graça um sorriso torto de tirar o fôlego, então, Alice que tinha ficado quieta anunciou:
- Eu ajudarei vocês, mas quero que me contem tudo que souberem sobre meu passado.
Annabeth concordou, e Nico, devo assinalar que ele pode ser bem assustador quando quer, decretou:
- O ritual será feito amanhã, acho bom você se preparar, Bella.
Odeio admitir isso, mas eu estava com medo, não fazia ideia de que; só sabia que ele estava me invadindo, como nunves escuras invadem um dia ensolarado, tornando-o fúnebre.
É. Muita convivência com o filho de Hades, concerteza.