Ilusões, Tentativas e Recomeços escrita por gataportuguesa, Darknana


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

A recordação da Manu foi baseada na música Matriz da banda Ramirez. Pra quem se interessar o link tá aki: http://www.youtube.com/watch?v=_KPO71nvbMQJá a música que a Manu canta se chama Temprário é pertence à banda Catch Side. O link é esse: http://www.youtube.com/watch?v=XRob-QXzF2A



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– Mamãe! Você voltou! – gritou Manuella entrando em casa e correndo para abraçar a mãe.

- Finalmente você chegou filha. Seu pai e eu estávamos ficando preocupados. – a mulher falou retribuindo o abraço.

- Trouxemos vários presentes. – o pai comentou aparecendo na sala e abraçando a garota.

- Como você está, Manu? Sei que o dia de hoje não deve ter sido fácil. – a mãe falou compreensivamente.

- Por incrível que pareça, esse sábado foi muito bom. Levei uma nova amiga para conhecer a cidade.

- Amiga? – o pai perguntou desconfiado.

A garota riu.

- Pelo menos por enquanto é... – respondeu sinceramente.

- Então quero conhecer minha futura nora. – a mãe brincou.

- Isso mesmo, Beth. Também quero saber se essa garota merece a nossa filha.

A escritora deu uma gargalhada. Amava seus pais! Sempre foram compreensivos e nunca a criticaram por ser bissexual e isso só aumentou a estima e união entre eles.

- Ainda é cedo. – ela disse após a risada. – Vocês sabem que meu relacionamento com a Roberta foi muito profundo. A Naná é uma garota maravilhosa, não quero machucá-la.

- Isso é verdade, Manu. – o pai falou sério. – Não se envolva com ela se não tiver certeza de que poderá fazê-la feliz.

A carioca ficou pensativa.

- Vou tomar banho e depois desço para abrir os presentes. – disse mudando de assunto e indo para o quarto.

Ligou o computador e foi para o chuveiro.

A água morna começou a deslizar sobre seu corpo e ela pensou na ex-namorada.


- Ela terminou mesmo. Por que você não vai falar com ela? – perguntou Babi.

- Depois dela começar a sair com aquele cara tudo mudou e ela nem se importa mais comigo.

- Ela não se importa porque você ficou saindo com um monte de gente diferente. Qualquer um ficaria com ciúme. – Letícia tentou ajudar.

- Fiz isso pra tentar esquecê-la! – Manu tentou se defender.

- O importante é que vocês estão sozinhas. É a oportunidade perfeita para se acertarem.

- Mas e se ela não quiser nada comigo. Nem sei se ela também gosta de mulher...

A baterista suspirou.

- Qualquer pessoa vê que vocês duas se amam. Pára de bobeira e entra logo nesse bar.

- Eu acho que nem adianta tentar. É o aniversário de dezesseis anos dela. Alem do mais, ela ainda sofre por aquele garoto. – Cínthia comentou.

- Sofre nada. Ela sofre por causa da Manu, isso sim. – Babi retrucou.

A vocalista parou ao entrar no bar. Roberta estava toda de preto e com o seu inseparável All Star preto. Dançava como se mais ninguém estivesse por ali e não se importava com nada.

Era a musa soberana e pelo seu jeito de sorrir, sabia muito bem disso.

As garotas parabenizam a amiga e a escritora ficou em transe com o perfume da outra. Sua maquiagem escura parecia querer disfarçar a tristeza de sua alma e foi com alegria que as duas se abraçaram.

Outras pessoas apareceram para cumprimentá-la e Manuella se afastou, indo pegar uma cerveja.

- Olha como a Beta está linda! – dizia um rapaz perto da vocalista.

- Mas acho que ninguém vai conseguir se aproximar dela. Não viu como está a maquiagem no olho dela? Parece que faz questão de que ninguém tente nada. – a garota que estava com o rapaz falou.

Aquilo deixou Manu confusa. Resolveu tentar arriscar pois não agüentava mais ficar longe da amiga.

- Posso dançar contigo? – pediu.

Beta sorriu e pareceu ficar feliz.

- Claro. – respondeu colocando os braços no pescoço da outra que corou completamente.

Não era esse tipo de dança que ela pensara, mas não podia negar que adorara ficar com o corpo colado ao da amiga.

– Estava com saudade tua, Beta.

– Você mudou tanto... Só queria saber daqueles garotos... – a voz saiu triste.

– Eles nunca tiveram nenhuma importância. Você sempre foi mais importante do que tudo.

– Não parecia. Nem falar comigo você falava.

– Será que você não entende? – perguntou já com os olhos cheios de lágrimas. – Só você é capaz de transformar meu desenho em arte final. Você é a minha matriz, Roberta Lemos! É o meu amor! – desabafou largando a garota e saindo correndo do bar com vergonha de sua confissão.

A aniversariante largou os convidados e foi atrás da amiga.

– Pára, Manu. A gente precisa conversar!

– Não temos nada pra falar, Beta. Só quero que me prometa ser muito feliz.

– Isso só depende de você!

– O quê? – perguntou confusa.

– Será que você não entende? – perguntou imitando a vocalista. – Só você é capaz de transformar meu desenho em arte final! Você é a minha matriz, Manuella Ribeiro! É o meu amor! – comentou imitando novamente a declaração da outra.

A vocalista ficou sem reação. Apenas conseguia chorar. Seu sonho estava se realizando!

Roberta foi se aproximando aos poucos e acariciou o rosto da outra.

– Você é tão bonita, meu amor! Nunca mais quero te ver chorar.

E dizendo isso, selou seus lábios como faria pelos próximos quase dois anos.

A garota desligou o chuveiro e se vestiu. Já ia saindo do quarto quando se lembrou do poema de Helena.

Abriu o Nyah! e viu que a outra cumprira o trato. Clicou na história e começou a ler.

Manu estava sem fala. Aquele poema era lindo e daria uma excelente canção para a banda. Começou a batucar procurando a melodia perfeita.

Meia hora depois já se encontrava no piano de sua casa, tocando a canção para ver se estava boa. Gostando do resultado, pegou seu mp3 e a gravou.

- Ela não vai vir abrir os presentes? – Beth perguntou ao marido.

- Ela está animada, vamos deixá-la assim. Quando quiser, ela abre. Enquanto isso a gente janta porque estou faminto. – falou sorrindo.

A vocalista correu para o quarto e voltou ao pc para deixar um review.


“Colombina, esse teu poema é sensacional! Adorei de verdade. Está lindo, parabéns! Você precisa escrever mais desses.

Beijocas!

Ps: Depois diz que escreve como criança de cinco anos... mentirosa, xD”

Helena que acabara de voltar à net ficou feliz ao ver o comentário da carioca e respondeu logo.


“Tu acabou de realizar o meu sonho. Sempre quis que tu deixasse um review num texto meu. Pode deixar que agora vou escrever mais... Beijããão!”

Manu fazia as cifras da canção de Naná quando recebeu a notificação de review respondido.

Ao acabar de ler abriu o MSN e viu que a garota estava logada.

- Oi, Colombina.

- Pierrot!

- É verdade que teu sonho era o meu review?

- Sim. Tu é uma das minhas autoras favoritas. Adoro tuas histórias.

A carioca sorriu ao ler aquela resposta. Tinha ficado muito feliz com aquilo.

- Você tem microfone?

- Tenho, por quê?

- Então atende aí. – digitou após clicar para fazer a ligação. – Está me escutando? – a vocalista perguntou.

- Sim, tu me escuta?

- Sim. – respondeu sorrindo. – Tenho uma surpresa pra você.

- Tem?

- Tenho. Troquei o “tu” pelo “você” no teu poema e fiz uma música.

– Sério? – a outra perguntou excitada.

– Quer ouvir?

– Lógico!

Manu colocou a gravação do piano para tocar e começou a cantar.


Sabe quando te acontece algo que você nunca espera?
Algo que você sempre quis, que te deixe mais feliz
Um momento raro, difícil de entender
Que fica na memória pra nunca se esquecer


Então você veio e me fez tão feliz
Se eu abrir os olhos você jura não partir?
Preciso de você aqui


Sabe aquela noite que você sempre quis ter?
Que só acontece com os seus amigos e nunca com você
E quando você fecha os olhos, tudo muda sem saber porque
Não me acorde deste sonho, só ali sou de você


Então você veio e me fez tão feliz
Se eu abrir os olhos você jura não partir?
Preciso de você aqui

- Gostou? – perguntou ao acabar.

- Ficou lindo, Pierrot! Lindo demais.

- Você fez esse poema pra mim? – perguntou um pouco envergonhada.

- Tu tá com vergonha? – a outra perguntou começando a rir.

- Não é bem isso.

- Tá com medo de que seja pra outra pessoa?

- Não é medo. Só quero saber se você fez pra mim ou não.

- Fiz. – respondeu ficando em silêncio.

- Você podia me dar umas aulas de guitarra, né? – a garota pediu mudando de assunto para espanto da mais nova.

- Claro. – gaguejou surpresa.

- Ótimo! Amanhã vou na tua casa lá pras três, pode ser?

- Sim.

- Ok! Agora vou sair. Meus pais chegaram de viagem e vou matar as saudades. Até amanhã!

- Até amanhã.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado,^^
Ah, e essas aulas ainda vão dar o que falar, xD