Ilusões, Tentativas e Recomeços escrita por gataportuguesa, Darknana


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

mals a demora.. mas eu to sem net em casa x_x espero que o cap esteja bom o suficiente pra que esqueçam desse detalhe da demora XDD



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Bárbara olhava para a fotografia que ficava em cima de sua cômoda.

A ex-namorada sorria. Lembrou de como a garota estava feliz naquele dia. De como as duas estavam felizes.

- Agora é apenas passado... - murmurou.

Pensou em Helena. Se sentira atraída por ela assim que a vira.

Seu jeito de garota deslocada lhe fascinou e sorriu ao lembrar da catarinense lhe chamando de Babs. Naná era diferente das meninas que conhecia. Parecia guardar uma inocência de criança e isso lhe cativava ainda mais.

Recordou a confissão da garota e aquilo lhe desagradou. Manu era imprevisível e seria bem capaz de partir seu coração. Mas ao mesmo tempo, a vocalista também poderia se apaixonar e aí quem sofreria seria ela.

Helena representava um grande perigo e Babi resolveu que o melhor era se manter afastada.

- Bárbara, vem comer! - berrou sua irmã Bruna.

- Não precisa gritar porque não sou surda! - reclamou.

- Cala a boca e vem logo! - ordenou o pai, para a garota.

"Um dia ainda vou embora!" pensou furiosa.



A semana passara rapidamente para a catarinense. Adorara a nova escola e principalmente, adorara ficar na mesma sala das colegas de banda.

Todas eram muito atenciosas, apesar de Bárbara manter uma certa distância.

Os ensaios estavam cada vez mais agradáveis e ela se viu com inspiração para criar sua primeira canção.

A leitura de fics e os estudos para o vestibular completavam seu tempo livre.

Seu celular tocou cedo na manhã de sábado.

- Alô? - falou sonolenta.

- Ainda dormindo, Colombina? Deixa de ser dorminhoca, garota! - a voz animada de Manu ecoou em sua cabeça.

- Quê? - perguntou tonta de sono.

- ACORDA! - berrou a outra lhe assustando.

- Calma, não precisa falar assim.

- Já viu como o dia está lindo? - perguntou a carioca sem nem prestar atenção no comentário anterior. - Está perfeito! Parece que o Apolo resolveu nos ajudar!

- Tu gosta de mitologia?

- Finalmente você acordou! - resmungou a mais velha. - Gosto. Sempre quis ser a Afrodite, quer dizer, menos quando ela estava com o marido. O Hefesto é muito feio!

Helena riu.

- Eu também gosto de mitologia.

- Sério? Legal! E quem você queria ser?

- A Helena, claro! A mulher mais linda do mundo!- a garota respondeu como se fosse óbvio. - Que horas tem?

- Nove, as dez tou aí!

- Não demora porque estou curiosa. Quero saber aonde tu vai me levar!

- Ih, deixa de ser mandona. - brincou.

- Não sou mandona! - a catarinense reclamou.

Pierrot deu uma gargalhada.

- É mandona sim! Agora vai logo se arrumar!

- Tu que é mandona! - retrucou.

- Ok! Nós duas somos. Mas como sou a mais velha, tenho preferência. Agora anda logo! Ah, põe biquíni debaixo da roupa e coloca um sapato bem confortável.

Helena ia reclamar quando percebeu que a outra já desligara.

- Vaca! - resmungou levantando da cama.



Manuella desligou o telefone e deixou o seu sorriso morrer. Olhou para o texto que aparecia no seu monitor. Passara a madrugada trabalhando naquela canção, porém não sabia se devia mostrar às amigas. Não queria que as garotas ficassem preocupadas.

Abriu sua conta no Nyah! e clicou em adicionar história.

Voltou ao Word e leu o texto em voz alta:

Era tão perfeito
Era como um sonho bom
Tudo o que um dia eu desejei
Nosso amor era tão lindo
Poesia em uma canção
O mundo era só eu e você

Mas tudo mudou
Você se foi, não sei o que fazer
Pra continuar a viver

Você me ensinou o amor
Você me ensinou paixão
Tocou tão fundo minha alma
Mas machucou meu coração
Não sei se um dia vou amar alguém
Como amei você
Tudo de bom que eu aprendi
Hoje só me faz sofrer

Outro dia outro amanhecer
Outra chance pra curar a dor
Quem sabe aprendo a te esquecer
Quantas lágrimas que eu chorei
E as noites que eu nem dormi
Esperando só você voltar pra mim

Mas tudo mudou
Você se foi não sei o que fazer
A dor é uma lição
Que eu nunca quis aprender
Mas do fundo do meu peito
Ainda preciso de você

Você me ensinou o amor
Você me ensinou paixão
Tocou tão fundo minha alma
Mas machucou meu coração
Não sei se um dia vou amar alguém
Como amei você
Tudo de bom que eu aprendi
Hoje só me faz sofrer
Só me faz sofrer

Se decidindo, postou como poesia e foi tomar banho...


- Já acordada, filha? - a mãe de Helena perguntou ao vê-la entrar na cozinha. - Que milagre!

- Pois é! A Manu vai me mostrar a cidade. Já deve estar chegando aí. - falou enquanto pegava um copo.

- Hum. Então é hoje que vou conhecer a famosa Manuella?

- Famosa? - a garota perguntou confusa.

- Tu passou a semana toda falando dela, então estou curiosa. - comentou deixando Naná levemente corada.

"E se a mãe já percebeu tudo?" pensou amedrontada.

O interfone tocou.

- Acaba teu café. Vou dizer pro porteiro deixá-la subir.

Uns minutos depois Pierrot tocava a campainha e era recebida por uma mulher uma pouco mais velha que Helena.

- A senhora é a mãe da Naná? - perguntou ela espantada.

- Sim, mas pode me chamar de você, como dizem por aqui.

- Ah, desculpe. Não quis chamá-la de velha. Na verdade, você é bem jovem. - comentou. - Me chamo Manuella. Muito prazer!

- Prazer, Manuella. Meu nome é Heloísa.

A carioca sorriu.

- Oi, Manu! - cumprimentou Helena.

- Oi, Naná! Já está pronta?

- Sim, já podemos ir. - respondeu a garota.

- Esperem, vou pegar dinheiro pra vocês. - Heloísa falou.

- Sua mãe é bem bonita! - a carioca comentou quando a senhora saiu.

- Eu ouvi isso! - ela falou lá do quarto. - E adorei! - emendou dando uma risada.

- Minha mãe está sempre preocupada com a aparência. Tu a conquistou com esse comentário.

- Naná! O que a Manu vai pensar de mim? - a senhora lhe repreendeu pois estava voltando à sala naquele momento.

- Ora, só vou pensar que precisamos conversar com mais calma. Quero saber todos os seus truques pra poder usar também. - disse com animação.

A mãe da guitarrista sorriu radiante. Sua filha nunca se importara com esse tipo de coisa. Aquela amizade poderia ser muito boa.

- A casa é sua. Pode voltar quando quiser.

- Eu voltarei. - ela falou. - Talvez a gente volte um pouco tarde, então não fique preocupada.

- Mas não é perigoso? O Rio de Janeiro anda tão violento!

- Pode ficar tranqüila! Eu jamais levaria a Naná num lugar perigoso. - disse Pierrot seriamente, contudo com um olhar intrigante.

A senhora se tranqüilizou e se despediu das garotas. O trabalho a esperava!


Helena subiu na garupa da moto de Manu sem saber o seu rumo. Colocou os braços na cintura da garota e lhe abraçou. Queria sentir o calor que vinha do corpo dela, mas sem levantar suspeitas.

Pierrot acelerou e sorriu ao sentir o vento entrar pela viseira aberta. Aquele vento lhe mantia viva e sadia. Era o fato de senti-lo que lhe dava esperanças no futuro.

Viu que Colombina estava colada ao seu corpo. Junto dela sabia que a catarinense estava segura e por isso acelerou ainda mais, partindo para o seu primeiro destino: a Urca.

Naná estava toda animada diante da entrada do Pão de Açúcar. Parecia uma criança que acabara de ganhar sorvete de chocolate.

A mais velha comprou os bilhetes e as duas migraram para o bondinho.

A catarinense ficou olhando admirada para a praia e depois para o céu que estava limpíssimo.

- Lá em cima a vista é ainda mais maravilhosa! - cochichou a vocalista no ouvido dela, fazendo um arrepio atravessar seu corpo mediano.

Ao pisarem novamente no solo, Manu tapou os olhos da garota com as suas mãos e lhe conduziu até a grade de segurança.

- Se prepara para ver a coisa mais fantástica desse mundo. - disse ela retirando as mãos e ficando atrás da garota.

Helena arregalou os olhos.

- Caralho!!!

- Olha a boca! - brigou a carioca olhando para os lados para ver se alguma criança inocente escutara aquele "palavriado".

- Deixa de ser chata! - reclamou sem tirar os olhos da paisagem.

Manu se postou ao lado dela e assumiu o tom de guia de turismo fazendo a mais nova rir.

- Ali embaixo nós temos um dos grandes postais do Rio, a Baía de Guanabara. Ela separa o Rio de várias cidades como Niterói e as cidades da Região dos Lagos.

- Região dos Lagos? Nunca ouvi falar.

- É onde ficam as cidades de Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo, Saquarema e outras. Quando tiver um feriado a gente vai lá.

- Sério?

- Sim. Desse outro lado temos um dos meus locais favoritos. Daqui a pouco vamos lá.

- Só pelo calçadão já reconheço.

- Isso mesmo! Aquela é a Praia de Copacabana. É linda, Naná. Linda! Tem um parquinho onde eu brincava quando era criança lá na Belfort Roxo. Se der te levo lá também. Tem sempre alguns velhinhos jogando dominó.

A guitarrista sorriu. A mais velha falava sem parar e por mais que gostasse de silêncio, aquele falatório estava lhe agradando.

- Vou comprar um sorvete. Quer também?

Só então Helena percebeu que durante seus devaneios a outra continuara mostrando a paisagem e que já mudara de assunto.

- Vou contigo! - respondeu animada.

As garotas compraram o sorvete e continuaram o passeio.

- Naná! - gritou Manu de repente. - Olha ali!

- Onde?

- Ali! - a garota apontou. - É um mico! - exclamou excitada. - Eu adoro micos! Vem! Ali deve ter mais! - falou segurando a mão da outra e lhe puxando.

Logo encontraram um pequeno grupo de pessoas rodeando uma moça que alimentava os animaizinhos.

- Eu quero tirar foto! - a mais velha falou manhosa. - Toma a câmera!

- Mas é só um bicho feio! - reclamou a catarinense.

Manu a olhou como se estivesse vendo um ET.

- Quer que eu tire? - se ofereceu um belo rapaz que estava por perto.

A vocalista sorriu.

- Você me faria esse favor? - perguntou num tom carinhoso.

"Não acredito que ela está flertando com esse cara!" pensou Naná sentindo o estômago revirar.

- Será um prazer, moça! - ele falou no mesmo tom.

"E ele está fazendo o mesmo!" pensou irritada.

- Não precisa! Pode deixar que eu tiro. - Helena falou mal humorada, arrancando a câmera da mão da outra.

- Então deixa... Mas muito obrigada! Você foi muito gentil! - agradeceu Pierrot ainda em tom carinhoso.

O rapaz sorriu e se despediu, olhando feio para a mais nova.

- Não vai tirar a foto? - perguntou a carioca vendo Helena absorta.

- Não!

- Mas você disse... - parou ao ver a feição de poucos amigos da guitarrista. - Não vai me dizer que você ficou assim por causa daquele cara?


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Notas finais do capítulo

Ai ai.. quanto ciumes.. Mas e ai, será que o ciúmes da Helena vai estragar o resto do passeio ou vai apimentar ainda mais o clima? tchantchantchantchan.. descubram no próximo capítulo de Ilusões, Tentativas & Recomeços hauhauha mals gatz, num resisti...